segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A MORTE NA CULTURA JUDAICA

A morte no Judaísmo










Quando um judeu presume que o seu fim nesta vida é chegada, usualmente se recita o VIDDUI, o que seria a sua confissão de pecados a Deus em seu leito de morte. Em seguida ele recita o SHEMÁ, esta palavra significa OUVE, ouve ó Israel, o Senhor Nosso Deus é o único Deus, o que seria a sua confissão de fé somente em Deus. O Eterno. Por último, o moribundo declara ADONAI HU ELOHIM, que traduzido significa, "O Senhor é Deus".
A nenhum judeu é permitido morrer sozinho, sem que esteja acompanhado no seu leito de morte, devendo o moribundo ter ao seu dispor todo o conforto que lhe for possivel dar.
A TORÀH proíbe a entrada de um COHEN na cas de uma pessoa em processo de passamento, a não ser que o mesmo seja seu parente próximo, ou que este COHEN seja um médico e esteja prestando auxílio ao paciente.
É costume logo após ocorrer o óbito que toda a água dos copos, jarras, panelas, e demais utencílios, seja jogada na rua, num sinal claro de luto e assim permitindo que os vizinhos e parentes venham confortar a família e também para que os COHANIM saibam que não podem entrar naquela casa.

Um mandamento que tem prioridade sobre quase todos os demais mandamentos (MITZVÀ) é o de dar ao judeu falecido um enterro adequado e digno.
Se for um indigente caberá à comunidade israelita a que pertence prover meios para suprir esta necessidade, e nunca fugir do cumprimento de tal responsabilidade.
É próprio das comunidades terem funerárias, que por sua vez são chamadas como CHEVRA KADISHA OU CHEVRA SHEL EMET isto dependendo do lugar de sua localização, pois é questão regional e cultural. Tais nomes significam, a primeira Santa Irmandade e a segunda Irmandade de verdade. Os judeus que compôem estas irmandades são quase todos voluntários, e de dedicam a conferir se todo o judeu que falece tem um funeral digno. Nenhum COHEN poderá fazer parte dessas comunidades.
Quando acorre o falecimento de alguns judeu, essas sociedades devem ser informadas, a fim de que seja processada a preparação do corpo, feita num ritual que tem como caraceterística:
1- O corpo deve ser lavado, e tal trabalho geralmente é feito por mulheres.
2- Depois de seco o corpo, este é envolto em trajes murtuários, ou seja o corpo é posto numa mortalha que o cobre da cabeça aos pés, chamada de TACHICHIM.
3- Depois de pronto para o sepultamento o corpo é posto no solo, podendo ser sobre uma plataforma baixa, ou então sobre um forro de palha e coberto com um pano.
Pode até causar espanto dizemos que alguns judeu possa ser indigente. Todavia a idéia de que todo o judeu tem dinheiro é meramente utopia, pois existem muitos deles que vivem somente com o necessário para esta vida.
1- O corpo deverá ter seus pés voltados para a porta de saída do recinto, devendo ser posta uma vela acesa junto as sua cabeça.
2- Se o corpo for posto dentro de um caixão, este deverá ser posto ao solo.
3- O caixão para o sepultamento de um judeu deverá ser construído por não judeu (GOY).
4- Este ataúde consistirá de seis tábuas, e o menor número de pregos possíveis para mantê-las unidades.
5- O corpo não poderá ser deixado sozinho, devendo um guardião (SHOMER) permanecer todo o tempo presente até que se efetue o sepultamento.

SEPULTAMENTO

O corpo deverá ser sepultado se possível no mesmo dia do falecimento. Se for num SHABBAT o corpo só poderá vir a ser sepultado à noite, após o término do dia.
Em dias santos, o corpo poderá ser sepultado por um não judeu, mas supervisionado por judeus.
O cemitério para o sepultamento dos judeus deverá ser especialmente consagrado. O caixão por sua vez será confeccionado com os materiais mais barato possiveis, deixando muitas vezes aberturas no fundo afim de que o corpo possa ficar em contato com a terra.
Se houver possibilidade legal, deste que as leis vigentes no país do óbito daquele judeu permitam, o corpo do mesmo deverá ser sepultado diretamente no solo, sem nenhum tipo de atitude, afim de que se cumpra literalmente o que está escrito em Gênesis 3. 19. Quando assim acontece, após a cerimônia o caixão é queimado.
O uso de flores em sepultamento de judeus não é permitido, todavia se alguém por desconhecer tal fato assim o fizer, por educação serão recebidas, porém à parte.
A ostentação é terminamente proíbida no sepultamento judaico, e a única coisa que é posta no ataúde junto com o corpo é a aliança do (a) falecido (a). No caso de tratar de um homem não só a sua aliança mas também o seu manto de orações, que usava em vida é que normalmente é presenteado pela esposa no dia do casamento, chamdo de TALLIT.
Após o corpo ser colocado no caixão é proibido vê-lo novamente, assim como abrir o caixão, a mão ser por alguma questão legal que exija tal procedimento. O objetivo é garantir a igualdade a todos os judeus na morte.
O processo de embalsamento é proibido dentro da cultura judaica, exeto em casos excepcionais, assim como a cremação, esta sendo ressaltada no caso de ser tratar de um surto de epidemias, pestes ou catástrofes naturais, e que tenha por objetivo único a segurança dos que ficarem vivos.
O sepultamento em si é um ato muito simples, pois consiste em carregar caixão até junto à cova por pessoa que são designadas pela família, e o seviço fúnebre oficializado pelo Rabino. É um mandamento para os amigos da família lançarem as primeiras porções de terra sobre o corpo o caixão.
Ali mesmo, após a cova ter sido fechada com terra, um parente mais próximo do falecido (pai, marido, esposa, filhos ou irmãos) dirá pela primeira vez o KADDISH, e sua repetição se dará ao longo dos onze meses seguintes, após este primeiro pronunciamento aindo no cemitério, todos os famíliares lavam as mãos e voltam para casa imediatamente iniciam o período formal de luto.
Este período inicia-se com uma refeição, que sua vez é preparada por amigos ou vinhos, até porque ela não poderá ser feita na casa onde há luto, e consiste de três elementos que são:
1- Um ovo.
2- Uma pitada de cinza.
3- lentilhas cozidas.
Este perído de luto deverá sete dias, sendo chamado de SHIVA, e durante a sua duração não será permitido que algum membro da família se ausente, a não ser por questões de emergências, ou no dia do SHABBAT.
Na cultura judaica não é permitido luto excessivo, pois a sua prátia excessiva é considerada prejudical à saúde dos vivos.

Outras probições dentro deste período são:

1- O uso de roupas pretas. Isto se não for o preto a cor da roupa que a pessoa normalmente usa, como no caso dos ortodoxos, os judeus do leste europeu, ou mesmo Israel.
2- Gravatas ou tarjas também pretas, como em sinal de luto.
O KADDISH é uma oração que tem como pano de fundo a santificação do nome de Deus, como se fosse um agradecimento pela vida daquele que esteve neste mundo dos vivos.
Qualquer judeu, ao saber da morte do pai, mãe, irmãos cônjuge ou filhos, deverá cobrir a sua cabeça em sinal de respeito a Deus e dizer a seguinte benção: BARUCH ATA ADONAI, ELOHENU MELECH HAOLAM, DAYAN HAEMET, que significa "Bentido sejas, Ó Senhor nosso Deus , Rei do Universo, o verdadeiro Juiz".
Outro aspecto interessante do luto judaico é que durante o período de SHIVA as visitas são permitidas à família enlutada, mas com alguns detalhes, como seja:
1- Deve-se visitar, logo, durante o período de SHIVA.
2- Não é permitido cumprimentar enlutados.
3- Não é permitido oferecer palvras de conforto, até que tenha passado o terceiro dia.
4- Aos enlutados não é permitido saudar os visitantes.
No primeiro aniversário de falecimento é costume os famíliares irem até o cemitério judaico, chamdo de BEETOLAM e alim inaugurar a lápide da sepultura, que é chamada de MATZEVA, que foi preparada e posta sobre a tumba.
No Evangelho escrito por João, vemos que YESHUA HAMACHIA nos consola quanto à morte, e nos fala no capítulo 14 de um BTOLAM, que Ele mesmo foi preparar, tanto para judeus como para gentios, em um só povo, reconciliados com o Eterno, afim de viverem a eternidade ao seu lado.

Este estudo foi extraído do livro "Relampejos da Cultura judaica" de José Carlos Queiroz 2º- edição







2 comentários:

  1. Existe algum motivo mais explícito que impeça a cremação?

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  2. Não temos Yeshuah, a não ser o significado da palavra 'salvação'. Shalom Chaver

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