quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O HOMENZINHO DA RUA GEORGE

O homenzinho da Rua George

Alguma vez você já se perguntou o que resulta da distribuição de folhetos? O relato abaixo, do pastor Dave Smethurst, de Londres, responde essa pergunta:
“É uma história extraordinária a que eu vou contar. Tudo começou há alguns anos em uma Igreja Batista que se reúne no Palácio de Cristal ao Sul de Londres. Estávamos chegando ao final do culto dominical quando um homem se levantou em uma das últimas fileiras de bancos, ergueu sua mão e perguntou: “Pastor, desculpe-me, mas será que eu poderia dar um rápido testemunho?” Olhei para meu relógio e concordei, dizendo: “Você tem três minutos!” O homem logo começou com sua história:

“Mudei-me para cá há pouco tempo. Eu vivia em Sydney, na Austrália. Há alguns meses estive lá visitando alguns parentes e fui passear na rua George. Ela se estende do bairro comercial de Sydney até a área residencial chamada Rock. Um homem baixinho, de aparência um pouco estranha, de cabelos brancos, saiu da entrada de uma loja, entregou-me um folheto e perguntou: ‘Desculpe, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje à noite, o senhor irá para o céu?’ – Fiquei perplexo com essas palavras, pois jamais alguém havia me perguntado uma coisa dessas. Agradeci polidamente pelo folheto, mas na viagem de volta para Londres eu me sentia bastante confuso com o episódio. Entrei em contato com um amigo que, graças a Deus, é cristão, e ele me conduziu a Cristo”.

Todos aplaudiram suas palavras e deram-lhe as boas-vindas, pois os batistas gostam de testemunhos desse tipo.

Uma semana depois, voei para Adelaide, no Sul da Austrália. Durante meus três dias de palestras em uma igreja batista local, uma mulher veio se aconselhar comigo. A primeira coisa que fiz foi perguntar sobre sua posição em relação a Jesus Cristo. Ela respondeu:
A rua George, em Sydney.
“Morei em Sydney por algum tempo, e há alguns meses voltei lá para visitar amigos. Estava na rua George fazendo compras quando um homenzinho de aparência curiosa, de cabelos brancos, saiu da entrada de uma loja e veio em minha direção, ofereceu-me um folheto e disse: ‘Desculpe, mas a senhora já é salva? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Essas palavras me deixaram inquieta. De volta a Adelaide, procurei por um pastor de uma igreja batista que ficava perto de minha casa. Depois de conversarmos, ele me conduziu a Cristo. Assim, posso lhe dizer que agora sou crente”.

Eu estava ficando muito admirado. Duas vezes, no prazo de apenas duas semanas, e em lugares tão distantes, eu ouvira o mesmo testemunho. Viajei para mais uma série de palestras na Mount Pleasant Church em Perth, no Oeste da Austrália. Quando concluí meu trabalho na cidade, um ancião da igreja me convidou para almoçar. Aproveitando a oportunidade, perguntei como ele tinha se tornado cristão. Ele explicou:

“Aos quinze anos vim a esta igreja, mas não tinha um relacionamento real com Jesus. Eu simplesmente participava das atividades, como todo mundo. Devido à minha capacidade para negócios e meu sucesso financeiro, minha influência na igreja foi aumentando. Há três anos fiz uma viagem de negócios a Sydney. Um homem pequeno, de aparência estranha, saiu da entrada de uma loja e me entregou um panfleto religioso – propaganda barata – e me fez a pergunta: ‘Desculpe, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje, o senhor vai para o céu?’ – Tentei explicar-lhe que eu era ancião de uma igreja batista, mas ele nem quis me ouvir. Durante todo o caminho de volta para casa, de Sydney a Perth, eu fervia de raiva. Esperando contar com a simpatia do meu pastor, contei-lhe a estranha história. Mas ele não concordou comigo de forma alguma. Há anos ele vinha me incomodando e dizendo que eu não tinha um relacionamento pessoal com Jesus, e tinha razão. Foi assim que, há três anos, meu pastor me conduziu a Cristo”.
Voei de volta para Londres e logo depois falei na Assembléia Keswick no Lake-District. Lá relatei esses três testemunhos singulares. No final da série de conferências, quatro pastores idosos vieram à frente e contaram que eles também foram salvos, há 25-30 anos atrás, pela mesma pergunta e por um folheto entregue na rua George em Sydney, na Austrália.

Na semana seguinte viajei para uma igreja semelhante à de Keswick e falei a missionários no Caribe. Também lá contei os mesmos testemunhos. No final da minha palestra, três missionários vieram à frente e explicaram que há 15-25 anos atrás eles igualmente haviam sido salvos pela pergunta e pelo folheto do homenzinho da rua George na distante Austrália.
Minha próxima série de palestras me conduziu a Atlanta, na Geórgia (EUA). Fui até lá para falar num encontro de capelães da Marinha. Por três dias fiz palestras a mais de mil capelães de navios. No final, o capelão-mor me convidou para uma refeição. Aproveitando a oportunidade, perguntei como ele havia se tornado cristão.

“Foi um milagre. Eu era marinheiro em um navio de guerra no Pacífico Sul e vivia uma vida desprezível. Fazíamos manobras de treinamento naquela região e renovávamos nossos estoques de suprimentos no porto de Sydney. Ficamos totalmente largados. Em certa ocasião eu estava completamente embriagado e peguei o ônibus errado. Desci na rua George.

Ao saltar do ônibus pensei que estava vendo um fantasma quando um homem apareceu na minha frente com um folheto na mão e perguntando: ‘Marinheiro, você está salvo? Se morrer hoje à noite, você vai para o céu?’ – O temor de Deus tomou conta de mim imediatamente. Fiquei sóbrio de repente, corri de volta para o navio e fui procurar o capelão. Ele me levou a Cristo. Com sua orientação, logo comecei a me preparar para o ministério. Hoje tenho a responsabilidade sobre mais de mil capelães da Marinha, que procuram ganhar almas para Cristo”.
“Desculpe, mas você é salvo? Se morrer hoje, vai para o céu?”

Seis meses depois, viajei a uma conferência reunindo mais de cinco mil missionários no Nordeste da Índia. No final, o diretor da missão me levou para comer uma refeição simples em sua humilde e pequena casa. Também perguntei a ele como tinha deixado de ser hindu para tornar-se cristão.

“Cresci numa posição muito privilegiada. Viajei pelo mundo como representante diplomático da Índia. Sou muito feliz pelo perdão dos meus pecados, lavados pelo sangue de Cristo. Ficaria muito envergonhado se descobrissem tudo o que aprontei naquela época. Por um tempo, o serviço diplomático me conduziu a Sydney. Lá fiz algumas compras e estava levando pacotes com brinquedos e roupas para meus filhos.

Eu descia a rua George quando um senhor bem-educado, grisalho e baixinho chegou perto de mim, entregou-me um folheto e me fez uma pergunta muito pessoal: ‘Desculpe-me, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Agradeci na hora, mas fiquei remoendo esse assunto dentro de mim. De volta a minha cidade, fui procurar um sacerdote hindu. Ele não conseguiu me ajudar mas me aconselhou a satisfazer minha curiosidade junto a um missionário na Missão que ficava no fim da rua.

Foi um bom conselho, pois nesse dia o missionário me conduziu a Cristo. Larguei o hinduísmo imediatamente e comecei a me preparar para o trabalho missionário. Saí do serviço diplomático e hoje, pela graça de Deus, tenho responsabilidade sobre todos esses missionários, que juntos já conduziram mais de 100.000 pessoas a Cristo”.

Oito meses depois, fui pregar em Sydney. Perguntei ao pastor batista que me convidara se ele conhecia um homem pequeno, de cabelos brancos, que costumava distribuir folhetos na rua George. Ele confirmou: “Sim, eu o conheço, seu nome é Mr. Genor, mas não creio que ele ainda faça esse trabalho, pois já está bem velho e fraco”. Dois dias depois fomos procurar por ele em sua pequena moradia. Batemos na porta, e um homenzinho pequeno, frágil e muito idoso nos saudou. Mr. Genor pediu que entrássemos e preparou um chá para nós. Ele estava tão debilitado e suas mãos tremiam tanto que continuamente derramava chá no pires. Contei-lhe todos os testemunhos que ouvira a seu respeito nos últimos três anos. As lágrimas começaram a rolar pela sua face, e então ele nos relatou sua história:

“Eu era marinheiro em um navio de guerra australiano. Vivia uma vida condenável. Durante uma crise entrei em colapso. Um dos meus colegas marinheiros, que eu havia incomodado muito, não me deixou sozinho nessa hora e ajudou a me levantar. Conduziu-me a Cristo, e minha vida mudou radicalmente de um dia para outro. Fiquei tão grato a Deus que prometi dar um testemunho simples de Jesus a pelo menos dez pessoas por dia.

Quando Deus restaurou minhas forças, comecei a colocar meu plano em prática. Muitas vezes ficava doente e não conseguia cumprir minha promessa, mas assim que eu melhorava recuperava o tempo perdido. Depois que me aposentei, escolhi para meu propósito um lugar na rua George, onde centenas de pessoas cruzavam meu caminho diariamente. Algumas vezes as pessoas rejeitavam minha oferta, mas também havia as que recebiam meus folhetos com educação. Há quarenta anos faço isso, mas até o dia de hoje não tinha ouvido falar de ninguém que tivesse se voltado para Jesus através do meu trabalho”.

Aqui vemos o que é verdadeira dedicação: demonstrar amor e gratidão a Jesus por quarenta anos sem saber de qualquer resultado positivo. Esse homem simples, pequeno e sem dons especiais deu testemunho de sua fé para mais de 150.000 pessoas. Penso que os frutos do trabalho de Mr. Genor que Deus mostrou ao pastor londrino sejam apenas uma fração da ponta do iceberg.
O céu conhece Mr. Genor, e podemos imaginar vividamente a maravilhosa recepção que ele teve quando entrou por suas portas.
Só Deus sabe quantas pessoas mais foram ganhas para Cristo através desses folhetos e das palavras desse homem. Mr. Genor, que realizou um enorme trabalho nos campos missionários, faleceu duas semanas depois de nossa visita. Você pode imaginar o galardão que o esperava no céu? Duvido que sua foto tenha aparecido alguma vez em alguma revista cristã. Também duvido que alguém tenha visto uma reportagem ilustrada a seu respeito. Ninguém, a não ser um pequeno grupo de batistas de Sydney, conhecia Mr. Genor, mas eu asseguro que no céu seu nome é muito conhecido. O céu conhece Mr. Genor, e podemos imaginar vividamente a maravilhosa recepção que ele teve quando entrou por suas portas. (extraído de Worldmissions – redação final: Werner Gitt)

Vale a Pena!

“Disse-lhe o Senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21).

Existem muitas organizações que trabalham com literatura cristã. Inúmeros irmãos fazem uso de folhetos, livros, fitas e revistas para divulgar o Evangelho, mas geralmente não vêem o resultado de suas atividades missionárias. Isso pode causar desânimo, e certamente muitos distribuidores de folhetos já se perguntaram: “Será que vale a pena?”

Com freqüência ficamos sabendo de pessoas que se converteram através de um folheto ou de um livro, ou que foram fortalecidas na fé por meio da literatura. Mesmo que jamais saibamos dos resultados de nossa semeadura, eles são prometidos pelo Senhor (veja Is 55.11). Além disso, um obreiro na “seara do Senhor” não é avaliado pelo número de pessoas que se convertem pelo seu trabalho mas por sua fidelidade no trabalho cristão. 

Também devemos ter sempre em mente que nós não convertemos ninguém. Só Deus é que pode tocar os corações, despertar as consciências e, pelo Espírito Santo, conduzir uma pessoa à fé em Jesus Cristo. O exemplo citado mostra que Ele faz isso em nossos dias e que pode agir através de muito ou de pouco. Que este testemunho anime os distribuidores de folhetos a continuarem semeando com perseverança a boa semente, que certamente dará frutos a seu tempo. 

(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

OS FATOS SOBRE HALLOWEEN

No dia 31 de outubro muitas pessoas irão participar de festas de "Halloween", popularmente chamado de "Dia das Bruxas" no Brasil. Mas essa festa aparentemente inocente tem estreita ligação com práticas ocultistas, mesmo que muitos não percebam isso.

Sua origem data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao"senhor da morte" em 31 de outubro. Isso acontecia na cerimônia "Samhain" durante o festival de inverno, na qual eram oferecidos sacrifícios humanos. Essa prática ancestral foi sofrendo alterações com o passar do tempo. A Igreja Católica posteriormente tentou cristianizar o "Samhain ", declarando o1º de novembro como o Dia de Todos os Santos e o 2 de novembro com o Dia de Finados, sendo que em ambas as datas os mortos eram lembrados.

Nos Estados Unidos essa festa é muito comum e tem forte apelo comercial, sendo também tema de vários filmes de horror. A imagem de crianças vestidas com fantasias "engraçadinhas" de bruxas, fantasmas e duendes, pedindo por doces e dizendo "gostosuras ou travessuras". Há algum tempo, o Brasil tem se deixado influenciar por muitos aspectos que não fazem parte de sua cultura e tem celebrado essa festa em escolas, clubes e até em shopping centers.

Diante dessa realidade, devemos nos questionar: Halloween está relacionado às práticas ocultistas modernas?

Mesmo que hoje em dia Halloween seja comemorado de uma maneira inocente por muitos jovens, ele é levado a sério pela maioria das bruxas, membros do movimento neo-pagão e ocultistas em geral. Antes de continuarmos, devemos destacar que a associação histórica e contemporânea do Halloween com o ocultismo causaram uma espécie de "efeito híbrido" na maior parte da sociedade, de modo que a comemoração do Halloween não é, necessariamente, uma prática totalmente inocente. Ao ler vários relatos sobre o Halloween, pode-se ficar impressionado com o grande número de práticas de superstições e de adivinhação envolvidas com ele. Algumas das superstições e todas as práticas estão relacionadas com o ocultismo.

É preocupante o quanto as superstições podem controlar ou dirigir a vida de uma pessoa de maneiras terríveis. Mais ainda, as verdadeiras práticas de adivinhação sempre trazem conseqüências. Na verdade, desde as décadas finais do século dezenove, o Halloween tem sido lembrado como um período "para se usar amuletos, lançar maldições e se fazer adivinhações"[1]. Como já dissemos, isso está relacionado aos antigos druidas, pois o "Samhain" marcava o início de ano novo, o que resultou num interesse em adivinhações e previsões sobre o que o próximo ano traria.
A origem do Halloween data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao"senhor da morte" em 31 de outubro.

No Halloween se cria (e ainda á assim em certos lugares) que seguir um ritual em particular pode fazer com que a imagem do seu futuro cônjuge apareça atrás de você: "Muitas crenças surgiram sobre como invocar a imagem do futuro esposo ou esposa de alguém. As garotas criam que caso alguém ficasse diante do espelho, comendo uma maçã, à meia-noite, a imagem de seu futuro esposo apareceria de repente diante dela. Se nenhuma imagem aparecesse, isso significava que a garota ficaria solteirona".[2] 

No sul dos Estados Unidos há um costume baseado na crença dos druidas de que o desespero de uma vítima de sacrifício humano podia revelar previsões para o futuro. "Punha-se fogo numa tigela com álcool, e atirava-se no fogo ‘oferendas’ tais como figos, cascas de laranja, passas, castanhas e tâmaras envoltas em papel alumínio. A garota que tirasse a melhor das oferendas do meio do fogo iria conhecer seu futuro esposo dentro de um ano".[3]

A preocupação com tais atividades pode ser vista na seguinte declaração do Livro Americano dos Dias (American Book of Days): "Vários meios de adivinhação do futuro eram usados no Halloween e os resultados eram aceitos com toda seriedade"[4]. Em outras palavras, quando estamos lidando com tentativas sérias de adivinhar o futuro – seja em relação ao futuro em geral, ao futuro cônjuge, ou sobre a vida e a morte - as conseqüências na vida das pessoas podem ser muito maiores do que simples brincadeiras.

Hoje em dia outras práticas ocultistas estão presentes no Halloween. Em New Orleans o "Museu do Vodu apresenta normalmente um ritual de Halloween no qual as pessoas podem ver rituais de vodu reais"[5]. Na cidade de Salem, estado de Massachusetts, um festival de Halloween acontece de 13 a 31 de outubro incluindo uma mostra de parapsicologia.[6]

Na bruxaria moderna o Halloween também é considerado uma noite especial. Um livro conhecido sobre o movimento neo-pagão relata o seguinte sobre esses dias importantes de celebração da bruxaria: "As grandes cerimônias de sabbat são: o ‘Samhain’ (Halloween), o Ano-Novo celta (nesses dias acredita-se que os portais entre os mundos estão enfraquecidos, e então ocorrem contatos com os ancestrais), ‘Oimelc’ (1º de fevereiro, festival da purificação de inverno)... ‘Beltane’ (1º de maio, o grande festival da fertilidade)... diferentes linhas da bruxaria... tratam esses festivais de maneiras diversas. Mas quase todas as linhas celebram pelo menos o ‘Semhain’ e o ‘Beltane’"[7]. Algumas bruxas tiram o dia de folga de seu trabalho para comemorarem essa data especial para elas, enquanto outras chegaram a tentar o fechamento das escolas para a comemoração desse grande sabbat.

Muitos grupos satânicos também consideram o Halloween uma noite especial, em parte porque ele "tornou-se o único dia do ano em que se acredita que o diabo possa ser invocado para revelar os futuros casamentos, problemas de saúde, morte, colheitas e o que acontecerá no próximo ano"[8]. Na verdade a bruxaria e o satanismo têm certas semelhanças[9]. Mesmo que sejam coisas distintas, e mesmo que se dê legitimidade às declarações do movimento neo-pagão que desdenha o satanismo, devemos lembrar o claro ensino bíblico de que o diabo é a fonte de poder por trás da bruxaria e de todas as formas de ocultismo[10].

A ex-bruxa Doreen Irvine declara: "a bruxaria negra não está distante do satanismo... Praticantes da bruxaria negra têm um grande poder e não devem ser subestimados... Eles podem até exumar covas recentes e oferecer os corpos em sacrifício à Satanás".[11]
Na bruxaria moderna o Halloween também é considerado uma noite especial.

Além disso tudo, o costume de pedir balas e doces fantasiados de bruxas, vampiros, fantasmas, etc., que é comum nessa festa, está relacionado com os espíritos dos mortos na tradição pagã e até católica. Por exemplo, para os antigos druidas "os espíritos que se acreditava andarem de casa em casa eram recepcionados com uma mesa farta para um banquete. No final da refeição, os habitantes da cidade fantasiados e com máscaras representando as almas dos mortos iam em procissão até os limites da cidade para guiar os fantasmas para fora".[12] 

As máscaras e fantasias usadas no Halloween podem ser relacionadas também com a tentativa de certas pessoas de se esconderem para não serem vistas participando de cerimônias pagãs ou ,como no xamanismo e em outras formas de animismo, mudar a identidade de quem as usa para que possa se comunicar com o mundo espiritual. As fantasias podem ser usadas também para afugentar espíritos maus.

Depois de fazermos essas considerações sobre o assunto, tendo em vista que o Halloween está associado a práticas de bruxaria e ocultismo, devemos analisar qual deve ser nossa atitude em relação a essa festa, que mesmo sendo vista secularmente como um passatempo tem implicações sérias.

Devemos nos perguntar: Que princípios bíblicos devem ser usados para discernir esse assunto?

As Escrituras nos dizem que o homem espiritual julga todas as coisas e que no futuro irá também julgar os anjos. Então somos competentes o suficiente para julgar assuntos triviais agora (1 Coríntios 2,15; 6.3). Se julgarmos todas as coisas e retermos o que é bom, abstendo-nos de toda forma de mal, estaremos cumprindo com nossa obrigação (1 Tessalonicenses 5.21,22). Então vamos examinar esse assunto para chegarmos a uma posição bíblica sobre o Halloween.

Se na celebração de Halloween existem atividades envolvendo práticas genuinamente ocultistas, as Escrituras são claras em afirmar que devem ser evitadas. Tanto o Antigo como o Novo Testamento fazem referência às práticas de bruxaria, encantamentos, espiritismo, contatos com os mortos, adivinhações e assim por diante – e todas essas coisas estão potencialmente ligadas ao Halloween.

"Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Levítico 19.31).
"Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; ... Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18.10,11,14) .
Se na celebração de Halloween existem atividades envolvendo práticas genuinamente ocultistas, as Escrituras são claras em afirmar que devem ser evitadas.

"[Rei Manassés de Judá] queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira" (2 Crônicas 33.6).

Em nenhum lugar na Bíblia vemos essas coisas como sendo aceitáveis diante de Deus. À luz desses versículos, ninguém pode argumentar logicamente que a Bíblia apóia tais práticas. (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

Notas

  1. Becky Stevens Cordello, Celebrations (Butterick Publishing, 1977) p.112.
  2. Joseph Gaer, Holidays Around the World (Boston: Little Brown & Co, 1955) pp. 155-156.
  3. George William Douglas, The American Book of Days p.543
  4. Douglas p.539
  5. Sue Ellen Thompson and Barbara W. Carlson, Holidays, Festivals and celebrations of the World Dictionary (Detroit, MI: Omnigraphics Inc, 1994) p.132
  6. Jennifer DeCoursey "Monster Events for Marketers" Advertising Age, Oct, 16, 1995, pp.1,40., p.41
  7. Margot Adler, Drawing Down the Moon: Witches, Druids, Goddess-worshipers and other Pagans in America Today (New York: The Viking Press, 1979) P.108.
  8. Father Andy Costello, "Sin is a Boomerang" U.S. Catholic, Nov 1992, p.38
  9. A ênfase é divergente, das bruxas na natureza e do satanismo em Satanás, existem também certas diferenças nos rituais, etc. Essas divergências não podem ofuscar as semelhanças quanto ao poder, desenvolvimento parapsicológico, visão anti-cristã do mundo, uso de espíritos, uso do mal, e assim por diante.
  10. Qualquer estudo bíblico sério sobre demonologia revelará que Satanás é o poder por trás das falsas religiões, da bruxaria, da idolatria e do ocultismo.
  11. Doreen Irvine, Freed from Witchcraft (Nashville: Thomas Nelson, 1973) pp. 94-95.
  12. Robert J. Myers Celebrations: The Complete Book of American Holidays (Garden city, new York: Doubleday & Co. 1972, p.259

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

AFLIÇÃO POR CAUSA DO PECADO

Aflição por causa do pecado

Elsbeth Vetsch
Pergunta: "Estou aflito por causa do pecado. Esta é uma carta ao Pai celestial. Não posso enviá-la a Deus, mas sei que Ele usa pessoas para nos orientar. Por isso, mando-a para vocês:

Pai, meu maior desejo é ser amado por Ti e não ser rejeitado. Eu gostaria muito de ter um relacionamento genuíno contigo... Sinto por todo o tempo perdido em que não entendi corretamente a Tua vontade, em que fui obstinado e até fugi de Ti... Será que, agora, estou chegando muito tarde? Tenho a impressão de que há uma muralha entre mim e Ti e sei que eu mesmo sou culpado por ela existir... Por favor, Jesus, permite que não seja muito tarde."
Resposta: Como as afirmações humanas nunca são totalmente confiáveis, vamos citar inicialmente algumas respostas retiradas da própria Palavra de Deus:
  1. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
  2. "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" (Ap 3.20).
  3. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9).
  4. "Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rm 5.9).
  5. "No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Ef 1.7).
  6. "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim" (Jo 10.14).
  7. "De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31.3).
Poderíamos lembrar muitas outras passagens bíblicas, mas é importante que você pense bem a respeito das que citamos. Realmente há uma muralha entre Deus e você e o nome dela é pecado. Deus, entretanto, enviou Seu Filho amado a este mundo para derrubá-la! Da parte dEle, portanto, tudo já foi feito! Sua parte é crer de todo o coração nesse maravilhoso fato! 

Seus anseios serão satisfeitos se você fizer o que está dito nos itens 2 e 3. Na prática, isso significa: ajoelhe-se em seu quarto e peça ao Senhor Jesus para entrar em seu coração, para habitar nele e tomar nas mãos dEle o leme da sua vida. Confesse a Ele todos os pecados de que tiver consciência e peça-Lhe perdão e purificação através do Seu precioso sangue. A seguir, leia mais uma vez os itens de 4 a 7, agradecendo ao Senhor Jesus de todo o coração porque Ele o comprou e redimiu, de modo que, como filho de Deus, você poderá viver com alegria.

Se o Diabo vier e quiser colocar em dúvida o perdão obtido, insinuando que você perdeu a salvação porque era somente um "religioso" e se afastou do Senhor, resista-lhe. Como? Baseando-se na Palavra de Deus! É importantíssimo que você se firme na fé sobre a Palavra de Deus, e não em seus sentimentos. Esses podem variar entre o júbilo extremo e a tristeza mortal, prejudicando a vida espiritual. As promessas de Deus, porém, são eternamente válidas, e nelas sua fé pode repousar segura!

(Elsbeth Vetsch - http://www.ajesus.com.br)

BENÇÃO DA HUMILDADE

A Bênção da Humildade

A revista alemã "Focus" publicou uma reportagem sobre o tema "Eu, eu, eu". Ela tratava do culto ao eu – que aumenta cada vez mais em meio à nossa população – no qual cada um se considera cada vez mais importante. Cresce a sociedade que quer levar vantagem em tudo, que não recua diante de nenhum meio para alcançar seus objetivos. É indiferente se outros têm de sofrer com isso – o que importa é que se consiga o primeiro lugar. Um dos lemas em curso entre a juventude é: "Eu sou mais eu".

Também esta é mais uma prova de que a Palavra de Deus é confiável, pois ela diz o seguinte acerca dos "últimos dias": "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos" (Mt 24.12). Quem não cuida e não vigia, torna-se cada vez mais egoísta e nem o nota, mesmo sendo cristão. O egocentrismo, o culto ao eu se infiltra onde a Palavra de Deus é deixada de lado – e com isso é deixado de lado o relacionamento íntimo com Jesus Cristo. 

David H. Stern traduz essa passagem muito acertadamente da seguinte maneira: "O amor de muitas pessoas esfriará porque a Torá se afasta cada vez mais delas" (Novo Testamento judaico). Não se convive mais com a Sagrada Escritura. Mas é só através do contato com a Palavra de Deus, através do amor do Espírito Santo e da comunhão com Jesus Cristo que adquirimos a capacidade de sermos humildes.

Satanás abandonou a Palavra de Deus por seu orgulho sem limites – e caiu. Igualmente cristãos que não mais são dirigidos pela Palavra de Deus e pelo Seu Espírito Santo se tornam vítimas do orgulho. Tornam-se ambiciosos e se acham cada vez mais importantes – e a causa de Jesus é empurrada para segundo plano.

No Evangelho de Lucas um acontecimento nos mostra como o orgulho se manifesta e quais as suas conseqüências: "Reparando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhe uma parábola: Quando por alguém fores convidado para um casamento, não procures o primeiro lugar; para não suceder que, havendo um convidado mais digno do que tu, vindo aquele que te convidou e também a ele, e te diga: Dá o lugar a este. Então irás, envergonhado, ocupar o último lugar. Pelo contrário, quando fores convidado, vai tomar o último lugar; para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te-á isto uma honra diante de todos os mais convivas. Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado" (Lc 14.7-11).

O Senhor nota quando somos orgulhosos

"Reparando como os convidados escolhiam os primeiros lugares..." O orgulho é uma coisa que nós, como filhos de Deus, não gostamos de expor publicamente, pois sabemos que é constrangedor quando é notado.

O orgulho começa no coração. O orgulho é algo sorrateiro, que entra devagarinho em nosso coração, mudando nossa motivação e mudando a base de nosso querer e de nosso agir. Em geral não usamos de violência para chegar mais à frente. Tudo começa muito sutilmente, nos insinuamos com cuidado. Fazemos um jogo duplo com outros, colocando o olho nos melhores lugares.

O Senhor olha diretamente para dentro do coração e fala: "A soberba do teu coração te enganou..." (Ob 1.3).

Não creio que as pessoas da nossa história foram derrubando cadeiras e mesas para chegarem à frente e alcançarem os melhores lugares. Provavelmente eles foram cuidadosos e educados, mas agiram com um alvo em vista, que era o de ocupar o lugar de honra. Mas o Senhor o notou! Pensemos nisso: o primeiro que descobre orgulho em nossa vida é o Senhor – e Sua reação não se fará esperar. Ele olha diretamente para dentro do coração e fala: "A soberba do teu coração te enganou..." (Ob 1.3).

Orgulho não é coisa pequena

Poderia-se dizer que o que aconteceu aqui é uma bagatela da qual nem vale a pena falar. Tentar conseguir o melhor lugar em uma mesa não é muito bonito, mas também não é tão trágico assim; certamente existe orgulho pior. Mas o fato de Jesus ter notado o acontecido e de ter comentado a respeito mostra claramente como o orgulho é terrível aos olhos de Deus. Por quê?

1- Porque o orgulho procede de um cristianismo sem cruz

Em Filipenses 2.5-8 encontramos um padrão para nossa mentalidade e para nossas intenções: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz." Sua humilhação consistiu em não exigir o que era direito Seu. Ao invés de insistir em Sua semelhança com Deus, Ele humilhou-se a Si mesmo. Ele, diante de cuja palavra o Universo se abala; Ele, que é adorado e exaltado por todos os anjos criados; Ele, que não é criatura mas o próprio Criador – Ele se humilhou, sim, "tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz." Essa mentalidade que Jesus Cristo possuía é esperada de nós também. E quem não tem essa mentalidade não vive com a cruz e com o Crucificado, mas é contrário à cruz de Cristo. Uma pessoa assim, no fundo, é inimiga da cruz de Cristo por continuar sendo orgulhosa.

2- Porque o orgulho tem sua origem nas mais terríveis profundezas, ou seja, no próprio diabo

Satanás queria ser como Deus: "...subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo".

Nele nasceu o orgulho: "Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades no Norte" (Is 14.13). Satanás queria ser como Deus: "...subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo" (v. 14). Por isso o orgulho é tão terrível diante dos olhos de Deus e é condenado por Deus desde sua menor raiz.

3- Porque o orgulho provém da falta de temor de Deus

Em Provérbios 8.13 está escrito: "O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho, e a boca perversa, eu os aborreço." O resultado da falta de temor de Deus sempre é o desprezo do nosso próximo, com uma valorização acentuada de si mesmo. Assim, os fariseus e escribas daquela época escolheram para si os melhores lugares à mesa. Onde os outros iriam sentar era indiferente para eles.

Hoje igualmente a falta de temor de Deus cresce ao ponto de chegar a um ódio pelos outros. Pessoas orgulhosas têm dificuldades em se relacionar com os outros e estão sempre prontas para brigar. Pois o orgulhoso tenta alcançar seus próprios alvos mesmo às custas da união. Por isso somos exortados tão seriamente: "Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3).

4- Porque o orgulho sempre traz consigo a queda

Provérbios 16.18 diz: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda." A Bíblia Viva diz: "A desgraça está um passo depois do orgulho; logo depois da vaidade vem a queda." Isso combina exatamente com o que o Senhor Jesus diz em Lucas 14.8-9: "Quando por alguém fores convidado para um casamento, não procures o primeiro lugar; para não suceder que, havendo um convidado mais digno do que tu, vindo aquele que te convidou e também a ele, te diga: Dá o lugar a este. Então irás, envergonhado, ocupar o último lugar." 

Na prática, o orgulho não nos leva a sermos mais reconhecidos e importantes no Reino de Deus, mas acontece exatamente o contrário: quando somos orgulhosos, somos cada vez menos importantes para o Reino de Deus, até ao ponto de sermos totalmente desqualificados.

Quem se considera muito importante como candidato a obreiro no Reino de Deus, facilmente pode ser degradado ao patamar de um jumento, o que pode ser ilustrado com muito acerto com o seguinte episódio: certa vez um seminarista, muito convencido e cheio de si, falou a um servo de Deus: "Deus precisa de mim. Quero servi-lO." O servo de Deus respondeu: "Jesus só falou uma vez que precisava de alguém – e esse alguém era um jumento" (comp. Mc 11.3).

Quem se considera muito importante como candidato a obreiro no Reino de Deus, facilmente pode ser degradado ao patamar de um jumento.

Muitas vezes o orgulho não produz uma ampliação nos horizontes, uma expansão no ministério para o Senhor, como os orgulhosos muitas vezes pensam e querem, mas exatamente o contrário: eles se tornam imprestáveis para o serviço cristão e se tornam pequenos no Reino de Deus. A Bíblia diz em 2 Coríntios 10.18: "Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e, sim, aquele a quem o Senhor louva."

Por Jesus ter se humilhado tanto na cruz, "...Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome" (Fp 2.9). E exatamente este mesmo princípio Jesus reafirmou em Lucas 14.11: "Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado."

5- Porque a humilhação vem, muitas vezes, por meio de outras pessoas

É disso que o Senhor fala em Lucas 14.8b-9: "...para não suceder que, havendo um convidado mais digno do que tu, vindo aquele que te convidou e também a ele, te diga: Dá o lugar a este. Então irás, envergonhado, ocupar o último lugar." Mesmo que o orgulho esteja relativamente escondido e se manifeste em segredo, um dia ele aparece e a humilhação se torna do conhecimento de todos. Meio que sorrateiramente, sem chamar muita atenção, alguns convidados se assentaram nos melhores lugares. Mas quando o anfitrião mandou que eles tomassem os lugares inferiores, todos ficaram sabendo.

É curioso observar que as pessoas orgulhosas são, muitas vezes, humilhadas exatamente por aquelas pessoas que elas queriam adular e agradar. No reino de Assuero, por exemplo, um certo Hamã gozava de todos os privilégios possíveis concedidos pelo rei (Et 3.1). Mas tão logo, através de Ester, sua esposa judia, Assuero ficou sabendo dos planos e das intenções orgulhosas de Hamã (ele queria enforcar o judeu Mardoqueu, por não o bajular, e queria mandar matar todos os judeus em um dia pré-determinado), iniciou-se a queda de Hamã de uma maneira que ninguém conseguiria deter: Hamã acabou enforcado juntamente com seus filhos (Et 7.10; 9.25).

6- Porque o orgulho produz insegurança

Muitas vezes as pessoas que têm uma tendência ao orgulho se mostram muito seguras de si, mas, na verdade, elas são movidas por uma estranha insegurança. Elas não estão firmes, não sabem qual o melhor caminho para si e não são confiáveis nas coisas espirituais. E isso acontece porque elas estão em um falso caminho, e porque no fundo de seu coração sabem que podem cair de onde se encontram: "Pois todo o que se exalta será humilhado..."

7- Porque só as pessoas humildes são íntimas do Senhor

Lucas 14.10 diz: "Pelo contrário, quando fores convidado, vai tomar o último lugar; para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te-á isto uma honra diante de todos os mais convivas." No início dizíamos que os orgulhosos levam uma vida que passa longe da cruz de Cristo, até contrária ao Senhor, e que os humildes, ao contrário, têm uma vida com Cristo em seu centro; essas pessoas vivem da Sua Palavra e têm a mentalidade do Senhor. Por isso, na parábola que estamos tratando, só o convidado humilde é chamado de "amigo": "Amigo, senta-te mais para cima." O Senhor não disse: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando"(Jo 15.14)?!

Só os humildes têm suas fronteiras ampliadas, só os humildes são exaltados. Por quê? Porque eles têm a mesma mentalidade que o seu Mestre. Ele disse: "Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado" (Lc 14.11).

O caminho para a verdadeira humildade


Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei.

Só através de muita oração, e não através do simples pedido: "Senhor, humilha-me!" é que chegamos à humildade; somente através de uma decisão consciente de nossa vontade, que se transforma em ação, é que chegamos à humildade verdadeira. Jesus Cristo humilhou-se a si mesmo, pois a Bíblia diz: "...a si mesmo se humilhou" (Fl 2.8). Ele disse: "...agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei" (Sl 40.8).

Na nossa parábola, o Senhor mostra como se pratica a humildade:
– "...não procures o primeiro lugar..." (Lc 14.8);
– "...vai tomar o último lugar..." (v. 10);
– "... o que se humilha..." (v. 11).

É imprescindível assumir uma atitude como João Batista teve, quando disse, olhando para Jesus: "Convém que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3.30). É por isso que João Batista era tão grande aos olhos de Deus. O Senhor testemunhou acerca dele: "Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João" (Lc 7.28). 

Por isso é tão necessário eleger diariamente o caminho da humildade e ficar nele: "Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte" (1 Pe 5.6). Amém. (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

HERÓIS DO EVANGELHO POUCO CONHRCIDOS

Heróis do Evangelho Pouco Conhecidos

“Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém” (Gl 6.2-4, NVI).

A Igreja é designada de corpo de Cristo. Esse corpo é formado por muitos membros. Cada um tem sua função. Por isso, cada membro é importante. Somente no nosso inter-relacionamento funcionamos plenamente. Se um membro cai, todo o corpo fica deficiente. O corpo de Cristo somente funciona com excelência quando todos os membros cooperam uns com os outros.

O livro de Atos dos Apóstolos é a história dos grandes feitos dos apóstolos. Mas, lado a lado com esses homens famosos houve muitos outros heróis anônimos, homens e mulheres pouco conhecidos, que trabalharam nos bastidores e quase não foram notados.

Os cinco diáconos sem nome: trabalho nos bastidores

“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia” (At 6.3-5).

Todos nós conhecemos Estêvão e Filipe. Mas havia mais cinco diáconos que realizaram um trabalho igualmente importante para a igreja primitiva. Seu ministério diaconal amoroso e prático liberou os apóstolos de diversas tarefas, permitindo que cumprissem com sua incumbência de pregar o Evangelho. 

O trabalho desses homens quase não era percebido, mas tinha grande importância para o funcionamento do corpo de Cristo. O mesmo se dá com aqueles apóstolos que não são mencionados outras vezes no decorrer do avanço do Evangelho (por exemplo: Tomé, André, Filipe, Simão, o Zelote, Judas, filho de Tiago, Bartolomeu, Tiago, filho de Alfeu, etc.). 

O Senhor Jesus havia declarado acerca de todos os Seus discípulos: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (Jo 17.9-11).

Querido leitor, querida leitora, mesmo que você não pregue, o trabalho que você faz nos bastidores é importante quando contribui para propagar o Evangelho que outros pregam!

Ananias: obediência nas coisas pequenas

Mesmo que você não pregue, o trabalho que você faz nos bastidores é importante quando contribui para propagar o Evangelho que outros pregam!

“Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor! Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista” (At 9.10-12).

Ananias não se tornou uma personalidade conhecida como Paulo, Pedro ou Tiago. Mas, por sua obediência, ele foi a chave que o Senhor usou para introduzir Saulo (Paulo) na obra do Senhor.

É justamente a obediência nas pequenas coisas que faz com que a obra do Senhor cresça e se torne grandiosa.

Lídia: o valor da hospitalidade

“Depois de (Lídia) ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso... Tendo-se (eles) retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram. Então, partiram” (At 16.15,40).

Lídia se converteu, e logo abriu sua casa para Paulo e seus cooperadores. Ali, na sua casa, eles encontravam repouso e restauração. A partir dela, muitas pessoas vieram a se tornar cristãs e ali Filipe fundou uma igreja. A hospitalidade tem valor inestimável, assim como o encorajamento mútuo. Irmãos em Cristo têm seus fardos aliviados com essas práticas cristãs.

Jasom: empenho altruísta

“Os judeus, porém, movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade e, assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para o meio do povo. Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui, os quais Jasom hospedou. Todos estes procederam contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei. Tanto a multidão como as autoridades ficaram agitadas ao ouvirem estas palavras; contudo, soltaram Jasom e os mais, após terem recebido deles a fiança estipulada” (At 17.5-9).

“Jasom os hospedou” é uma boa acusação, não é mesmo? Ele pôs sua vida em jogo por causa do Evangelho, sem discursos poderosos, mas simplesmente colocando sua casa à disposição dos judeus que haviam se tornado crentes em Jesus. O que arriscamos por Jesus?

O sobrinho de Paulo: coragem exemplar

“Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele (de Paulo), disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma. Quando amanheceu, os judeus se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a trama, foi, entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo” (At 23.11-12,16).
O Senhor pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, crentes jovens ou velhos, mas obedientes e destemidos.

O nome desse sobrinho de Paulo não é citado no texto bíblico. Presume-se que Paulo foi expulso de sua família quando se converteu a Jesus (veja Fp 3.8). Mas esse sobrinho, de alguma forma, tinha simpatia por Paulo. Familiares podiam visitar prisioneiros que tivessem a cidadania romana (At 24.23), e o sobrinho fez uso desse privilégio. 

Deus poderia simplesmente ter arrebatado Paulo, assim como fez com Filipe (At 8.39). Porém, Ele não o fez, para mostrar como é importante nossa cooperação na realização da Sua vontade. Deus poderia ter enviado um anjo, mas usou o sobrinho de Paulo para salvar a vida do apóstolo. Esse jovem teve a coragem de revelar um plano assassino. O Senhor pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, crentes jovens ou velhos, mas obedientes e destemidos. O jovem que ajudou Paulo foi corajoso por não seguir com a massa e não compartilhar da opinião da maioria.

Júlio: interferência resoluta

“Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte imperial. O parecer dos soldados era que matassem os presos, para que nenhum deles, nadando, fugisse; mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra” (At 27.1,42-43).

O centurião Júlio salvou a vida de Paulo quando outros soldados queriam matá-lo. Com isso, o Evangelho chegou a seu destino, a Roma. Você, ao se empenhar com resolução e coragem, também contribui para que o Evangelho seja difundido, independentemente de seu empenho ser reconhecido por todos ou ocorrer de forma mais escondida. Seja uma pessoa que não concorda com tudo o que o ambiente lhe sussura aos ouvidos, mas faça aquilo que o Espírito Santo o constranger a fazer.

Você é importante!

“Deus pôde usar um perseguidor como Paulo... Usou um colérico como Martim Lutero e um melancólico como John Wesley... e uma tetraplégica como Joni Eareckson Tada”.[1]
Deus pôde usar uma tetraplégica como Joni Eareckson Tada.
O corpo humano tem muitos órgãos, mas só quando todos eles operam em conjunto é que formam o corpo. O corpo de Cristo também funciona assim. Os crentes devem evitar dois erros muito comuns: (1) ter orgulho de suas capacidades ou (2) achar que não têm nada a oferecer à comunhão dos cristãos.

Ao invés de nos compararmos uns com os outros, deveríamos usar os diferentes dons que Deus nos deu para espalhar a boa mensagem do Evangelho... Paulo, ao usar o corpo como analogia, salienta a importância de cada membro da Igreja. Quando uma parte aparentemente sem importância deixa de funcionar, o corpo todo fica menos eficiente. Considerar o próprio dom mais importante que o dom de outro é sinal de orgulho espiritual. Não devemos menosprezar aqueles que parecem menos importantes, e não devemos invejar aqueles que possuem dons mais vistosos. Ao invés disso, deveríamos usar os dons que nos foram dados para animar outros cristãos a também usarem as capacidades que Deus lhes concedeu. Quando não fazemos isso, a comunhão dos crentes é menos eficiente. (comentário da edição alemã da Bíblia “Neues Leben”)
Jovem ou idoso, com mais dons ou menos dons, em público ou nos bastidores: você é importante! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Notas:
1. 50 Bibelworte die die Welt veränderten, Brockhaus, p.156.

NÃO É POSSÍVEL IR E VOLTAR

Não é Possível Ir e Voltar

No Hinduísmo, nas demais religiões orientais, no Espiritismo propagado por Chico Xavier, existe “ida e volta” depois da morte. No Cristianismo bíblico, não

No livro “90 Minutos no Céu”, o autor, Don Piper morreu. E quem morre não volta, jamais, para contar.[1] Já quem teve morte clínica, pode ressuscitar, sim. Mas, esta pessoa não partiu para a eternidade, como costumamos definir para quem definitivamente morre. No estado de morte clínica tudo pode acontecer. 

Lemos sobre relatos de pessoas que ficaram anos e anos em coma, ou que tiveram a morte atestada pelos médicos e depois voltaram à vida. Isso é possível ocorrer e a Medicina explica. Mas nesse caso não se partiu para a eternidade, ou seja: não se faleceu como as Escrituras dizem quando o pó volta à terra e o espírito a Deus (Eclesiastes 12.7; Gênesis 3.19) pois, se assim fosse, tais pessoas não retornariam jamais. Isso é bíblico: não há retorno! Assim, se Don afirma que morreu, foi para o Céu, viu e voltou, então ele é antibíblico.

Na Bíblia homens vislumbraram o Céu, é verdade. Sabemos de Estevão, Paulo e de João, na Ilha de Patmos, mas todos eles estavam vivos, conscientes, e não mortos (Atos 7.55-58; 2 Coríntios 12,1-4 e o livro do Apocalipse).

A Palavra de Deus nos afirma que Deus falou final e definitivamente através do Seu Filho, Jesus (Hebreus 1.2) e toda e qualquer revelação final veio com Jesus e com os seus Apóstolos, a quem – e unicamente – Jesus deu autoridade para registrar as revelações finais. Só Pedro, Paulo, João, Mateus, somente os homens que foram inspirados pelo Espírito Santo (veja 2 Pedro 1.20-21) registraram e revelaram todo o desígnio de Deus e tudo o que precisamos saber, sobre esta vida e sobre o além, temos de maneira satisfatória nas Escrituras Sagradas. 

E as Escrituras jamais indicam que alguém pudesse ir ao Céu quando morto e retornar. Jamais! Paulo, que foi ao Céu quando vivo, não descreveu nem 1% do que Don Piper revelou quando morto. O atraente e fantasioso relato de Don Piper termina confundindo, e também minando, a autoridade das Escrituras e isto, além de perigoso, é pecado. Se nem Jesus e nem os seus discípulos revelaram o Céu como Don revela, então um dos dois lados está completamente equivocado e as Escrituras não podem falhar. Tudo o que sabemos e precisamos saber sobre o Céu e sobre o Inferno, sobre o além, está contido na Bíblia.

O perigo de livros como este de Don Piper é que eles parecem querer completar ou complementar a Bíblia, como que dizendo: “A Palavra de Deus, deixada para mim como regra de fé e prática, está incompleta, está faltando algo. Eu preciso ‘ajudar’ Deus a ser mais claro e preciso. Eu preciso confortar os que viram seus entes queridos partindo, melhor e de maneira mais prática do que o Espírito Santo faz. Deixe-me, então, contar como realmente é seguir para o Céu...” No final, escritos assim afrontam o Todo-Poderoso.

O perigo de livros como este de Don Piper é que eles parecem querer completar ou complementar a Bíblia.

Assim, com suas idéias e narrações extrabíblicas e antibíblicas surge a brecha do engano, levando pessoas a acreditarem na eternidade ou na volta de Cristo em breve, ou até mesmo para tentar levá-las ao arrependimento e mudança de vida, através de algo e de recursos que vão além da Bíblia ou que, no final, “ganham” da Bíblia em “importância de relato sensacionalista” na mente e coração de muitos. Será que a Bíblia precisa dos relatos de Don Piper para se mostrar verdadeira e autêntica? Precisaria o Espírito Santo de Deus desta “revelação” de Don Piper para poder trazer esperança, conforto e segurança, como se na Bíblia não os houvesse com suficiência, eficiência e segurança?

 É verdade que um Evangelho emocionalista pode provocar um turbilhão de sentimentos, pode levar às muitas lágrimas, mas não poderá produzir conversão, fé, confiança, dependência e esperança, como só a Palavra de Deus pode produzir.

O Inimigo da Igreja e das nossas almas é astuto e pode muito bem se valer do espetacular para impressionar. Ele, o Inimigo, pode até falar a verdade, contanto que desvie da verdade para a mentira e para o relato de outros, com direito a credibilidade final, igual, ou superior. Deixe-me exemplificar o que eu quero dizer, com um relato que aconteceu envolvendo pelo menos três pessoas: O apóstolo Paulo, servo do Senhor, uma moça que era médium, e Satanás, o enganador. Está em Atos 16 e o contexto é: uma jovem médium passa a seguir Paulo, Timóteo e Lucas pelas ruas e praças da cidade de Filipos, pelo espaço de vários dias, declarando em alta voz o que era verdade. Leiamos o relato:

“Partindo de Trôade, navegamos diretamente para Samotrácia e, no dia seguinte, para Neápolis. Dali partimos para Filipos, na Macedônia, que é colônia romana e a principal cidade daquele distrito. Ali ficamos vários dias” (Atos 16.11-12 – NVI).

“Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de espírito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação. Isto se repetia por muitos dias. Então, Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu. (Atos 16.16-18). 

Mas, por que a médium fazia isso? Por que ela falava a verdade, se atuava com o engano e era dominada por possessão demoníaca? Pode Satanás falar a verdade? Como é que um espírito maligno poderia ter outorgado um testemunho tão positivo e verdadeiro ao caráter do grupo de missionários cristãos, à sua posição como servos de Deus e à inquestionável declaração da preciosa mensagem que eles portavam, que era sobre o caminho da salvação? Sim, porque o que a moça adivinhadora dizia era verdade e era verdadeiro! Observemos o profundo desígnio e artifício daquele espírito maligno, pois acredito que o Diabo fazia isso por pelo menos dois motivos:

1. Para diminuir o impacto da pregação do Evangelho da Graça de Deus

 A médium falou antes, então, ela tem mais autoridade. Ela recebe crédito.
O testemunho da jovem foi verídico a fim de destruir o crédito que se daria aos missionários cristãos quando começassem a pregar sobre a salvação que vem de Deus, arruinando sua utilidade, pois, mediante o “testemunho” prévio da médium, imediatamente as pessoas seriam levadas a crer que os missionários estavam mancomunados com aqueles espíritos adivinhadores que nela agiam, e que os milagres que porventura operassem ali, eram feitos pela agência da mesma fonte que a da moça e isto poderia levar a endurecer ainda mais os seus corações quanto à pregação do Evangelho, afinal, ouvir do espetacular e de quem “dá shows” de acertos e de respostas, é muito mais atraente. 

Qual a diferença entre o livro de Don Piper e a Bíblia? Na Bíblia nunca alguém morreu, foi para o Céu e voltou, enquanto no livro de Don, alguém morre, vai para o céu e volta para contar “a verdadeira história de quem esteve no Paraíso e voltou!”[2]

Na Bíblia, o centro da pregação é Cristo, o Seu sacrifício permeia toda a mensagem, do Gênesis ao Apocalipse, e a pregação do Evangelho é centrada na mensagem da cruz e não em experiências pessoais que venhamos a ter.

Na Bíblia, o centro da pregação é Cristo, o Seu sacrifício permeia toda a mensagem, do Gênesis ao Apocalipse, e a pregação do Evangelho é centrada na mensagem da cruz e não em experiências pessoais que venhamos a ter (veja 1 Coríntios 1.18-25). No seu livro sobre o Céu, Don Piper quase não menciona que Cristo morreu e porque Cristo morreu. 

A primeira, pálida e mui rápida menção sobre a cruz aparece somente na página 102 do seu livro[3], e é algo “en passant”.[4] Os terríveis sofrimentos que Cristo suportou na cruz, ele só menciona rapidamente na página 103.[5] E toda vez que fala da sua restauração espiritual, quando superou uma forte depressão, o que destaca é que foram algumas músicas que fizeram isso. Fala que foram canções cristãs populares e nunca as eternas, consoladoras e restauradoras promessas tidas e vindas da Palavra de Deus, usadas para transformar o coração e colocar nele esperança, pelo Espírito Santo de Deus.[6]

2. Para igualar a autoridade das revelações

A médium falou exatamente o que eles iriam dizer. Assim, o peso da revelação é igual.
Percebamos dois aspectos fenomenais envolvidos aqui: 

a) A médium vem ao encontro. Diferente do que geralmente acontecia com gente possessa, que gritava e se agitava e depois queria fugir da presença de Jesus ou de seus servos autorizados,[7] aqui o demônio não foge deles ou os evita, mas vem ao encontro do missionário. O inimigo poderá ficar ali por perto de quem fala e é pregoeiro da verdade e do caminho da salvação, por estratégia e para agir rapidamente, procurando desviar e perverter o que as pessoas irão ouvir. 

b) A médium insiste em proclamar o que é verdadeiro. Insistia em anunciar exatamente o que era verdade até que todos em Filipos se acostumassem com a sua voz e com o que ela dizia. As estratégias de Satanás poderão passar pela via da confusão nas mentes das pessoas. Confundir as mensagens para que, quem sabe, as pessoas também venham a confundir as fontes e a autoridade. 

Muitos ali, depois de ouvir a médium poderiam naturalmente considerar que tanto uma fonte como outra, formavam um único sistema. Nada teriam de aprender ou de mudar com a mensagem de Paulo, nada a ser corrigido em suas vidas pela mensagem que Paulo anunciava. Na dúvida, se a médium também falasse algo para eles, ouviriam e seguiriam “numa boa” e sem obediência a Deus, sem abandono de seus pecados ou mudanças de atitude em suas vidas. Afinal, ela também “falava” e, falara bem antes deles e jamais mencionara arrependimento de vida e compromisso com Cristo. Até ali, e daquela forma, estaria bom para o inimigo e para os muitos ouvintes: “Vão, escutem mas não mudem. Não precisarão abandonar os seus pecados, crer em Cristo como dizem as Escrituras e mudar de vida”.

A verdade é que liberta!

 “...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32). 

Aquele era um momento crucial para Paulo e para a credibilidade e centralidade do Evangelho de Cristo, Senhor e Salvador. Em face das circunstâncias criadas pelo Inimigo para confundir, nada poderia salvar o crédito dos missionários senão libertar a mulher do demônio que a possuía, e isso da maneira mais incontestável possível. 

Da mesma forma, nada poderia ter salvado a mensagem de Moisés e de Arão no Egito, quando os magos e encantadores também fizeram coisas espetaculares, do que a vara-serpente de Moisés ter devorado todas as outras serpentes criadas espetacularmente pelo magos e encantadores. Assim, meu objetivo ao escrever este pequeno livro não é o de atacar sem motivo algum um certo senhor e pastor batista norte-americano, que eu não conheço pessoalmente, chamado Don Piper, mas ir contra o que ele está pregando, ensinando e até estimulando em seu livro “90 minutos no Céu”.

Sua mensagem contraria toda a Verdade da Palavra de Deus ou lança a possibilidade de que pessoas creiam porque ele disse que o Céu “era assim”, e não porque a Bíblia diz como o Céu é e como se chega lá (coisa que Don jamais diz no seu livro). Escrevo, porque Don Piper utiliza meios que são totalmente contrários à Bíblia e que o Senhor mesmo nunca permitiu que alguém fizesse, isto é, morrer, ir ao Céu e voltar para contar como é por lá; de ter partido para a eternidade e depois, de lá ter retornado. 

Deus não tem a verdade na sua Palavra e ainda outras “porções da verdade” espalhadas em livros como os de Don, com revelações extrabíblicas. O que precisamos saber sobre o Céu, sobre o Inferno e a sobre a eternidade já está bem revelado. O que está encoberto a nós, Deus sabe porque. Vale a regra de Deuteronômio 29.29. Não queiramos “forçar a barra”. Será perigoso para nós e para tantos outros.

“As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29). 

Cuidado! Ler e crer sobre o Céu poderá lhe parecer mais espetacular vindo de um homem que acabou de sofrer um terrível acidente, foi declarado morto – e disse que morreu, que foi para o Céu, passando a narrar o que vira por lá, como se sentira, ouvira e conversara com gente querida. É tudo o que as emoções repletas de saudades de pessoas que ficaram por aqui pela terra gostariam de saber. Mas não foi este o meio que Deus deixou para a gente. E se alguém vem e diz que é assim, está indo contra a verdade de Deus.

O Céu da Bíblia é melhor do que o Céu de Don.

A Bíblia apresenta um quadro glorioso do Céu. Eu não preciso de “remendos” ou de “emendas” e nem de acessórios. Fico é com saudades de ouvir pessoas que preguem mais sobre o Céu e cantem mais sobre a nossa esperança, com base unicamente nas Escrituras Sagradas. Certeza e segurança de que estaremos para sempre com o Senhor, o que realmente consola, já está nas Escrituras (veja 1 Tessalonicenses 4.13-18; 2 Tessalonicenses 1.1-11, etc.) 

Nem você e nem eu precisamos de alguém que supostamente tenha visitado o local celeste, ou mesmo que tenha falado com “pessoas importantes” lá em cima! Uma, porque, quem está “lá em cima” não fala com quem está aqui em baixo (veja Lucas 16.19-31). Outra, porque a Palavra de Deus já fala com precisão necessária para a nossa segurança e conforto para os que estão aqui em baixo, como podemos nos preparar para chegar ali em cima e, finalmente, quem diz que foi lá em cima e voltou para contar, está mentindo, sonhando ou delirando. E nem sonho, nem mentira e nem delírio podem sustentar a fé e a esperança de ninguém.

Que bom é que, lendo as Escrituras Sagradas, eu posso me concentrar em vários versículos, e posso ser lembrado que eu não sou um cidadão apenas desta terra, mas principalmente que eu sou cidadão do céu eternamente, que lá eu tenho morada certa preparada por Jesus (ver João 14.1-3). Que lá, finalmente, estarei no meu País, o país dos salvos (ver Hebreus 11.10,16). Isso é o Céu. Um lugar maravilhoso, porque nele, quando ali chegar, verei Jesus! Haverei de vê-lO e não só os portões do Céu (essa descrição é fria, gelada e pobre demais: portões do céu...! Ora, quem vê o Céu o vê aberto! Quando Estevão descreveu o que viu, disse que foram “os Céus abertos e o Filho do Homem de pé!” (Atos 7.55-58).

Nunca se esqueça disso: quando o assunto é definitivo, como o partir para a eternidade, envolvendo morte definitiva (e não clínica), ou quando Jesus retornar em glória para buscar os Seus, em ambos os casos definitivos, os crentes em Cristo vêem Jesus; têm contado com Jesus e Jesus está no centro. 

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (1 João 3.2).

Nunca o crente que partiu e foi para o Céu ficou sem ver Jesus, porque, ou não partiu para estar no Céu, ou está mentindo, ou está delirando.

Uma vez no Céu, nunca mais retornarei para cá. As primeiras coisas já passaram e habitarei onde haverá justiça e nunca mais haverá dor, nem choro, nem noite!

Morarei eternamente lá quando eu partir daqui. E, uma vez no Céu, nunca mais retornarei para cá. As primeiras coisas já passaram e habitarei onde haverá justiça e nunca mais haverá dor, nem choro, nem noite! Apocalipse, capítulos 21 e 22 descrevem um lugar maravilhoso, e não falam de volta. Só de ida, só de chegada! 

Para chegar ao Céu dos salvos por Cristo Jesus existe passagem só de ida, adquirida por nós graciosa e sacrificialmente em um ponto geográfico de Israel, chamado de Monte Calvário. É por este Céu que eu espero. É pelo Céu que eu anelo, mas, primeiro e antes do que tudo, o que eu mais anelo é estar com Jesus, o que é incomparavelmente melhor, e que Don nem sequer menciona em seu livro, que o Céu só é o Céu, se Cristo estiver presente. 

Ninguém tem que preparar o caminho para mim com a sua descrição ou experiência. Cristo e o Espírito Santo já deixaram claro o suficiente para nós sobre o Céu e a eternidade, na segura, santa e precisa revelação que temos na Bíblia. Não precisamos do relato de Don Piper e nem de ninguém como “complemento”. A Palavra de Deus é suficiente. É por isso que é chamada de “Palavra”. O resto, são livros que vêm e que passam. Só a Palavra de Deus permanece eternamente.8]
Nos hinos da nossa fé o Céu é a esperança de gozo e felicidade eternos. E Cristo é o almejado por todos que nEle creram. Um Céu sem ver Jesus não é Céu, de maneira nenhuma!

Então, Don Piper não foi ao Céu!

Para mim e para você ficam o incentivo e o encorajamento: falemos sobre o Céu, com os pés na terra, a cabeça e a fé nos devidos lugares. Aí, quando chegar o momento de partir, poderemos dizer, por graça, como disse Paulo:

“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2 Tm 4.6-8).

E, enquanto pregamos o Evangelho e esperamos ir para o Céu, cumpramos o nosso trabalho de evangelistas. E cantemos hinos inspiradores, que retratam bem a nossa fé!
Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou;

Do reino lá do céu embaixador eu sou.
Meu Rei e Salvador vos manda em seu amor
As boas-novas de perdão.
Eis a mensagem que me deu
Aquele que por nós morreu;
“Reconciliai-vos já”, é ordem que ele dá:
“Reconciliai-vos já com Deus”!
É ordem do meu Rei que todo pecador
Arrependido já, confesse ao Salvador
Todo pecado seu, pois ele prometeu
Dar o perdão por seu amor.
No meu eterno lar não há perturbação;
Eterno gozo e paz os salvos fruirão!
E quem obedecer a Cristo vai viver
No reino eterno do meu Rei.
(Jáder Borges Filho, http://www.chamada.com.br)

Notas

  1. Ver, Lucas 16.19-31; Hebreus 9.27; 2 Samuel 12.22,23. No ensino de Jesus em Lucas 16.31, o Senhor reforça: “eles têm Moisés e os profetas”, ou seja: tudo o que qualquer pessoa precisa para saber sobre a Eternidade e a realidade do Céu e do Inferno, está na Bíblia. O Senhor não utilizaria outro recurso vindo dos mortos. A Sua Palavra é única. Ele não precisa da palavra de Don Piper e nem de ninguém também neste assunto.
  2. É assim que está, de maneira bem atraente, já na capa do seu livro.
  3. É no contexto de sofrimento e recuperação no hospital que Don Piper assim registra; “...Logo depois que a música [do grupo evangélico The Imperials”, que ele colocara para ouvir] David Meese cantou We are the reason (Nós somos a razão). Suas palavras me fizeram lembrar que nós, os seres humanos, somos a razão pela qual Jesus Cristo chorou, sofreu e morreu na cruz” é só aqui e só assim que Don Piper irá mencionar a cruz de Cristo, e assim mesmo, em um contexto totalmente centrado no homem.
  4. En passant é uma expressão francesa que quer dizer “de passagem”; como que “passando rápido”, algo ocorrido na brevidade do momento.
  5. “...Quando ouvi aquelas duas canções, Deus me curou. O desespero deixou meu coração. As cadeias foram quebradas. Eu também sabia que nada do que me aconteceu (ou ainda aconteceria) poderia ser tão horrível quanto o sofrimento pelo qual Jesus passou”.
  6. No capítulo 10 “Mais Milagres”, quando a sua vida dá uma guinada, só e tão somente músicas são mencionadas como agentes restauradores do ânimo, da coragem e da fé. Nenhuma menção há sobre a Bíblia, a Palavra de Deus. Nem uma sequer.
  7. Veja, por exemplo, Marcos 5.1-14; Mateus 17.17-21, etc.
  8. João 5.38,39