terça-feira, 13 de julho de 2010

TRAVANDO GUERRA ESPIRITUAL ATRAVÉS DA ORACÃO


Travando Guerra Espiritual Através da Oração

Depois de vencer Satanás e todos os seus exércitos e direitos sobre a Terra, pela Cruz do Calvário, Jesus deixou a tarefa de implementar sua vitória para a igreja. E a arma principal para essa função é a oração. Deus elaborou um plano para efetivar sua perfeita vitória que depende de instrumentos imperfeitos utilizando a arma da oração. 

O propósito que está por trás da criação do universo e da raça humana é o desejo de Deus para obter uma Eterna Companheira para seu Filho. Isso fica claro em Efésios 5, quando Paulo fala do casamento natural e mostra que é uma figura do mistério de Cristo e a igreja (v. 32). No plano de Deus, a Eterna Companheira de Cristo deve ocupar o segundo lugar mais alto no universo, inferior somente à posição da própria divindade. A igreja vai julgar até os anjos (1 Co 6.2,3; veja também 2 Tm 2.12; Ap 2.26; 3.21; 5.9,10). 

Já que a Noiva, a Esposa do Cordeiro (Ap 21.9), é destinada a dividir o trono do universo com seu Noivo (Ap 3.21), não é difícil compreender que ela precisa ser treinada, educada e preparada para sua função real. Foi exatamente com isso em mente que Deus criou o plano de oração, por meio do qual a igreja entraria em combate com Satanás e seus exércitos, a fim de vencer e subjugar sua oposição a Deus e ao seu Reino. 

Para Que Serve a Oração? 

A oração não foi designada para ajudar Deus a vencer o inimigo, pois ele não necessita do nosso débil e insuficiente apoio. O objetivo da oração é dar à Noiva exercício e prática em obter vitória, já que o caráter adquirido nesse processo é um pré-requisito para poder dividir o trono com Jesus no seu Reino.

Aqui está, creio eu, o único motivo por trás do sistema e prática de oração que Deus ordenou. É o plano mestre de Deus para produzir vencedores para o trono. A oração nunca tem a finalidade de persuadir Deus ou de assisti-lo, senão de qualificar os participantes no seu programa de treinamento. Oração é, tão-somente, um treinamento prático para exercer autoridade junto com Cristo na eternidade. Não podemos compreendê-la de outra forma. 

Quando a igreja entra em ação, colocando-se de joelhos no ambiente privativo do quarto de oração, para fazer com que as decisões divinas sobre acontecimentos aqui na Terra sejam cumpridas, ela está sendo treinada em situações reais para sua função de governar, junto com Cristo, sobre o império do universo durante toda a eternidade. É necessário que ela aprenda a arte da guerra espiritual, que saiba como vencer as forças do mal, usando as armas que Jesus deixou à sua disposição. 

Observe quantas vezes é enfatizada a Terra, como sua esfera específica de ação: “... o que ligares na terra”; “...o que desligares na terra”; “... se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa...” (Mt 16.19; 18.19). Essa concessão de autoridade e responsabilidade pelas questões a serem executadas na Terra constitui a mais elevada honra e confere à igreja a mais alta posição entre todos os seres criados. 

Deus poderia ter removido Satanás, fulminando-o completamente no momento da sua queda; entretanto, resolveu usá-lo para treinar seus futuros co-regentes (Ap 3.21,22). É por isso que Jesus tem dado aos seus discípulos autoridade sobre todo o poder do inimigo (Lc 10.19). 

Para muitos, Satanás parece invencível. Isso não é verdade. Ele não passa de um ser criado. Aprender, progressivamente, a vencer Satanás é a primordial qualificação para exercer domínio na eternidade. É por isso que Deus procura por homens, por pelo menos um que se coloque na brecha na batalha (veja Ez 22.30.31), e não resolve tudo por sua própria conta. Isso também explica por que Deus permite que Satanás confronte o cristão – mesmo depois que Jesus o venceu definitivamente na cruz. 

Como Deus Usa a Oração 

Quando, em sua infinita sabedoria, Deus define um curso de ação para este mundo que criou e sobre o qual governa soberanamente, ele logo procura um homem (ou mulher) para colocar sobre ele o seu encargo, alguém que possa cooperar com seu plano, expressando seu desejo e seu propósito. Nossas próprias palavras, nossos fortes desejos, nossas ansiedades e lágrimas humanas não possuem nenhum poder intrínseco sobre Satanás. Porém, quando são uma expressão do coração de Deus, temos a oportunidade de participar, como guerreiros aprendizes, da grande batalha espiritual, e de sermos instrumentos que liberam a ação do Espírito de Deus. 

Somente aquilo que foi gerado no céu tem algum poder contra Satanás. É por isso que podemos dizer que Deus não faz nada a não ser por meio da oração – pois é a oração que ele mesmo gerou. De acordo com S. D. Gordon, “a verdadeira ação está na oração. Deus modela o mundo por meio da oração”. 

Quando você recebe um encargo de oração sobre seu coração, é Deus lhe revelando seu propósito e vontade dentro de uma determinada situação. É um sinal de que Deus já está mobilizando circunstâncias para realizar o objetivo desse encargo. É por isso que um encargo ou “peso” de oração deve representar um grande estímulo à nossa fé. Se você está convencido de que o encargo realmente veio de Deus, como ele é Todo-poderoso e responde a todas as orações feitas segundo a sua vontade, não pode haver dúvidas quanto à resposta, desde que você não desista. 

Por outro lado, não é a perseverança em si que haverá de persuadir Deus a fazer algo. A importunidade é para nós – para nos dar prática em vencer oposição satânica e para nos preparar para o trono. Deus não precisa da oração para poder realizar sua vontade, mas para nos treinar na guerra. Quando tivermos aprendido a lição que ele quis nos ensinar, então o Espírito Santo será liberado para amarrar Satanás, e a oração será respondida. 

Satanás não resiste ao plano de Deus porque é mais forte do que Deus. Ele tem permissão para agir somente enquanto for do interesse de Deus para estimular nosso crescimento, desenvolvimento e maturidade. Quando entendermos isso, de fato, saberemos que não há nenhuma dúvida sobre o resultado final. Não importa quão longo ou acirrado for o conflito, assim que tivermos aprendido a mais nova lição sobre como vencer o inimigo, Deus cuidará, ele mesmo, de Satanás. 

É por isso que Deus nunca passa por cima da igreja para fazer cumprir sua vontade. Ele não vai tirar a responsabilidade das mãos dela. Se o fizesse, seria o fim do seu programa de treinamento. Somente através de suportar esse imenso peso de responsabilidade é que a igreja poderá alcançar sua plena estatura como co-regente do universo. Conseqüentemente, quando a igreja falha, Deus aguarda. Ele não fará nada na esfera de redenção da humanidade até que a igreja aceite sua responsabilidade e use seu privilégio e prerrogativa de intercessão. Se ela não orar, Deus não agirá, porque isso abortaria seu propósito de desenvolver todo o seu potencial como companheira do seu Filho e co-regente do universo. 

“A Ação Está na Oração” 

É por isso que John Wesley dizia: “Deus não fará nada a não ser em resposta à oração”. É também por isso que S. D. Gordon disse que “a maior coisa que alguém pode fazer em favor de Deus ou do homem é orar”. Ele também afirmou: “Você pode fazer algo além de orar depois de orar; porém, não pode fazer nada além de orar antes de orar”. É dele também a afirmação: “Oração é desferir o golpe da vitória; serviço é sair depois e faturar em cima dos resultados”. 

Se tudo isso for verdade, então “a oração deveria ser a principal atividade da era atual”. 

Algumas empresas exigem a assinatura de duas pessoas para validar os cheques. É assim que Deus também opera. As promessas de Deus são seus cheques, assinados com seu próprio sangue. Entretanto, nenhuma promessa pode ser validada enquanto um homem ou uma mulher redimida não entrar na sala do trono do universo e, por meio da oração e da fé, assinar o seu nome ao lado do nome de Deus. Só então é que os recursos celestiais são liberados. 

Outra ilustração é de um cofre no banco. O banco tem uma chave e você tem uma outra chave. Nenhuma das chaves, sozinha, abre o cofre. Somente quando as duas chaves forem inseridas juntas é que o cofre poderá ser aberto. Deus tem a chave que controla as decisões que são tomadas sobre os rumos de todos os acontecimentos na Terra; nós, porém, seguramos a chave por meio da qual as decisões são executadas. 

Isso confere uma conotação à oração que é muito diferente daquilo que geralmente se pensa. Oração não é superar a relutância divina para fazer algo que é muito importante para nós. É ligar sobre a Terra algo que já foi ligado no céu. É implementar as decisões divinas. É fazer cumprir a vontade de Deus sobre a Terra. 

Um dia, quando os livros forem abertos e a história espiritual das nações for revelada, veremos que a oração foi o fator mais importante para moldar o curso do mundo. Os movimentos e direções da humanidade são concebidos, inspirados e motivados no mundo invisível. As forças espirituais são monitoradas, influenciadas e controladas pelo poder que só pode ser liberado pelas orações do povo de Deus. Verdadeiramente, o destino do mundo está nas mãos dos santos anônimos do Altíssimo (Sl 149.6-9). 

Poucas pessoas, entre nós, possuem potencial criativo. Poucas são dotadas de personalidades eminentes, intelectos brilhantes ou talentos dourados. Por essa razão, muitas sentem que são meras pessoas comuns, sem destaque, sem oportunidade para se realizarem na vida, com pouco ou nenhum sentido especial. 

Porém, a pessoa menos dotada, quando nasce de novo, tem acesso ao recurso mais criativo em todo o universo: o recurso da oração. Pensamos que são realizações humanas, técnica, esperteza e habilidade que determinam os eventos principais no mundo. Deus, porém, sabe que é a oração que move o mundo. 

Se a oração é a maior e mais importante ação que alguém pode realizar para Deus ou para o homem, então a pessoa menos dotada, com menos talentos, que é menos conhecida ou reconhecida, se fizer da oração a principal atividade de sua vida, poderá ser maior no livro de Deus do que a pessoa mais brilhante, mais talentosa e mais famosa no mundo, e que não ora. 

Nenhum anjo foi convidado para partilhar desse supremo privilégio. Nenhum arcanjo jamais foi convidado para entrar na sala do trono do universo para ser treinado para governar na eternidade. Somente os homens e as mulheres redimidos o foram. Entretanto, a maioria de nós está muito ocupada assistindo televisão, acompanhando uma partida de futebol, pescando, indo para a praia, tomando conta do nosso negócio ou tentando acompanhar os mais novos lançamentos eletrônicos e tecnológicos. Não temos tempo para orar. 

Temos mais lazer do que em qualquer época na história – e menos tempo para orar. Estamos não só roubando tempo de Deus e das multidões perdidas; estamos prejudicando a nós mesmos. Quando deixamos de orar, frustramos os mais altos propósitos de Deus para nós. Roubamos o mundo do cumprimento do plano de Deus e limitamos nosso próprio potencial para a eternidade.
A ação da guerra espiritual está na oração. Satanás já foi vencido; porém enquanto não usarmos nossas armas, ele continua solto. 

“Busquei entre eles um homem... mas a ninguém achei” (Ez 22.30). 

Extraído e adaptado do livro “Behold I Give Unto You Power” (Eis que vos dou poder), de Paul Billheimer (1899-1984). As mensagens que serviram de base para este livro em inglês foram dadas na emissora de rádio “Trinity Broadcasting Network” em 1952.

por Paul Billheimer
Postado por Roberto
Fonte: Revista Impacto
Abraco

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