segunda-feira, 12 de julho de 2010

O TRONO DO UNIVERSO É UMA CRUZ

O Trono do Universo é uma Cruz

 
A renúncia de si mesmo (ou abnegação) é o fundamento sobre o qual o universo foi fundado, a lei que rege o seu funcionamento. Foi baseado nesse princípio que Jesus, o Filho de Deus, alcançou a posição mais alta no universo (Fp 2.1-11). Por meio dele, Deus nos mostra que o caminho para o trono é o Calvário, não só na vida de Jesus, mas para quem quer que seja. 
Satanás desafiou esse princípio e perdeu. Em todas as circunstâncias da vida, Deus concede a cada um de nós a escolha de agir em cima desse princípio (e de preparar-nos para o trono eterno) – ou de descer da cruz para salvar a própria vida (e perder a coroa). As únicas pessoas que têm verdadeira autoridade sobre Satanás são aquelas que escolhem permanecer na cruz, libertando-se da autopreservação, autopromoção e busca do interesse próprio.
A Opção do Trono sem a Cruz 
Os que iam passando, blasfemavam dele, meneando a cabeça, e dizendo: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus! E desce da cruz! (Mt 27.39,40. Veja também Lc 23.35). 
Em diversos momentos na vida e ministério do nosso Senhor, Satanás ofereceu a Cristo um caminho mais fácil para alcançar a supremacia. Era um caminho para o poder que não passava pela cruz. Jesus, resolutamente, resistiu a todas essas tentações. 
Na tentação no deserto, por exemplo, Jesus recebeu esta oferta: “Dar-te-ei todos os reinos do mundo e a sua glória se tão-somente, prostrado, me adorares” (Lc 4.6). Era uma opção atraente, pois acenava com a perspectiva de poder sem sofrimento, exaltação sem humilhação. 
A caminho de Jerusalém, já no final do seu ministério, Jesus revelou aos discípulos que seria rejeitado, que sofreria às mãos dos sacerdotes e que morreria. Para a mente carnal de Pedro, isso seria uma tragédia e resultaria na anulação total do seu ministério, além de frustrar sua própria ambição de exercer poder num reino temporal. Por isso, repreendeu Jesus e disse que tal coisa jamais lhe aconteceria. Jesus, sentindo a seriedade da tentação, falou duramente com Pedro: “Arreda! Satanás; tu és para mim pedra de tropeço” (Mt 16.23). 
A mesma alternativa foi apresentada a Jesus pelos gregos que queriam ver Jesus, em João 12. Alguns acham que esses homens haviam vindo para convidar Jesus ao seu país, onde ele poderia continuar seu trabalho em segurança, longe da ameaça da morte. Jesus respondeu: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto” (Jo 12.24). 
Já na cruz, a tentação vem mais uma vez. Na agonia da crucificação, sentindo as dores e as trevas angustiosas da morte, lançaram-lhe este desafio e injúria: “Se és Filho de Deus, desce da cruz”. Não é necessário dizer que Jesus tinha o poder para fazer isso, caso tivesse optado por esse caminho (veja Mt 26.53,54). 
Será que ele vai descer? Vai sucumbir ao desejo de salvar a si próprio? Irá finalmente recusar a cruz? O trono do universo está em jogo. Se ele descesse da cruz, perderia o trono. Por mais estranho que pareça, foi aqui que Satanás foi finalmente derrotado, lançado fora do seu assento de autoridade; suas pretensões e reivindicações, completamente desfeitas. Como disse F. J. Huegel: “O trono do mundo é uma cruz. Cristo reina a partir do madeiro”. Pelo fato de ter ido à cruz, hoje Jesus é supremo no universo e, um dia, essa supremacia será revelada e reconhecida. 
Nosso Caminho para o Trono 
Lembre-se, amado irmão, irmã: não existe um caminho para Jesus e outro para nós! Esse é um perigoso engano. 
As Escrituras ensinam que nós também fomos incluídos na morte de Cristo (Rm 6.4-6; Gl 2.19,20). Entretanto, embora esse seja um fato histórico, totalmente consumado, do ponto de vista divino, para nós somente se torna válido mediante o exercício da fé. 
Quando nos consagramos inteiramente para sermos santificados, purificados da mente carnal e cheios do Espírito, estamos concordando que nosso “velho homem”, legalmente crucificado com Cristo, seja de fato pregado na cruz. Se a entrega for para valer, com genuíno consentimento da vontade, Deus aceitará o sacrifício. É aí que a batalha começa.
A entrega de coração precisa ser confirmada em inúmeras circunstâncias e situações da vida cotidiana. Satanás usará contra nós as mesmas táticas que usou contra Jesus: tentará convencer-nos de que a cruz é muito dura e que existe um caminho mais fácil. Procurará gerar sentimentos de autocompaixão, assim como Pedro se compadeceu de Jesus, querendo poupar-lhe a cruz. 

Se não tomarmos cuidado, aceitaremos a sugestão da piedade e concordaremos que nossa carne não deve morrer, que somos bons demais para sofrermos a morte da cruz, que no nosso caso a cruz não se aplica. 
Satanás sempre fará tudo possível para impedir-nos de ir à cruz, onde nossa vida natural será crucificada. Mesmo que já tenhamos tomado nossa decisão e aceitado a aplicação da cruz em nossa vida, a tentação sempre recorrerá: 
“Salva-te a ti mesmo e desce da cruz!” Assim como usou Pedro, Satanás poderá usar nossos irmãos em Cristo para transmitir esse recado para nós. Ou nós mesmos podemos ser “usados” para transmiti-la a outros que estão passando pela mesma situação. A compaixão, embora em alguns casos seja uma qualidade do caráter de Cristo, pode também ser uma qualidade da carne – quando expressa o desejo de evitar a cruz e alcançar o poder sem sofrimento. 
O Que é Descer da Cruz? 
O que seria, exatamente, esta tentação de descer da cruz, na nossa prática diária? É qualquer opção para salvar, poupar e proteger nossa vida natural, o nosso “eu”. Todos os esforços para se desculpar, defender, proteger, reivindicar ou salvar o “eu” é uma escolha para descer da cruz. Autopiedade é descer da cruz. É uma forma de autodefesa. Você se sente injustiçado e está com autopiedade porque não consegue fazer nada a respeito. 
Dar lugar para ressentimento é descer da cruz. Toda espécie de autodefesa, protegendo e defendendo sua reputação, é descer da cruz. Podemos acrescentar a recusa de aceitar culpa, o sentir-se ofendido, a crítica e o partidarismo como manifestações da mesma atitude de descer da cruz e preservar o próprio “eu”. 
Só existe um único lugar de poder sobre Satanás, nessa guerra contra ele em que estamos envolvidos – a cruz. Foi na cruz e pela cruz que Jesus o venceu. 
Foi a cruz que acabou com todo o seu poder e os seus direitos, deixando-o totalmente derrotado. E lá é o único lugar em que sua derrota poderá ser assegurada. O único lugar em que Satanás não pode nos tocar é a nossa permanência na cruz. 
A única parte da nossa natureza que Satanás não pode tocar é aquela que foi, de fato, crucificada e que permanece na cruz. Se você olhar para trás, verá que as únicas derrotas que sofreu ocorreram quando você desceu da cruz. 
Se Satanás tivesse conseguido seduzir Jesus a descer da cruz, ele teria sido o vencedor. Igualmente, quando nos induz a descer da cruz, ele consegue manter-nos sob o seu poder. Porém, não consegue nos tocar quando permanecemos na cruz. Foi lá que sofreu sua derrota definitiva. A cruz é nosso único lugar de segurança. É o único lugar onde temos poder sobre o inimigo e todas as suas forças. 
Por não compreender esse fato, muitos que já foram cheios do Espírito Santo não souberam usar a cruz como arma contra Satanás. Desceram da cruz, tomaram as coisas em suas próprias mãos, seguiram seu próprio conselho, caíram em autopiedade, tentaram justificar e desculpar a si mesmos e usaram toda espécie de autodefesa. Só reencontramos a vitória quando aprendemos a voltar à posição de esconderijo em Cristo, aceitando nossa inclusão com ele em sua morte e permanecendo com ele na cruz. 
Extraído e adaptado do livro “Behold I Give Unto You Power” (Eis que vos dou poder), de Paul Billheimer (1899-1984). As mensagens que serviram de base para este livro em inglês foram dadas na emissora de rádio “Trinity Broadcasting Network” em 1952.

por Paul Billheimer
Postado por Roberto
Fonte: Revista Impacto


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