Certa ocasião, eu estava ao lado de uma mulher moribunda que se contorcia em extrema agonia. Eu havia orado por ela em várias ocasiões, sem resultado algum. Nesse dia, porém, algo simplesmente mudou dentro de mim. Minha alma se quebrantou por completo, e vi a pobre mulher de forma totalmente nova. Antes que eu pudesse raciocinar sobre o que estava fazendo, estendi meus braços e, levantando-a, a abracei – não como gesto físico, mas de profunda compaixão. No mesmo instante, percebi que ocorrera um verdadeiro milagre. Coloquei-a de volta no travesseiro e, em cinco minutos, ela estava completamente sã. Deus estava esperando por alguém que lhe transmitisse a sua própria ternura, a ternura do Filho de Deus. A vontade de Deus é que sejamos canais do seu amor em todo o tempo.
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Fui chamado para orar por um ferreiro em sua casa em Johanesburgo, na África do Sul. Ele estava sofrendo de delirium tremens e tinha de ficar trancado no quarto com grades nas janelas, para evitar que atacasse e machucasse as pessoas.
Quando cheguei, a esposa dele me disse: “Sr. Lake, não está pensando em entrar naquele quarto, está?”
“Sim”, respondi, “eu gostaria de fazer isso.”
“Mas o senhor não está entendendo. Meus filhos são todos mais fortes que o senhor e, em quatro, não conseguiram domá-lo. Ele quase os matou.”
“Minha querida irmã”, respondi, “tenho o segredo do poder necessário para solucionar este caso. Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Pode entregar-me a chave e cuidar do seu trabalho; não se preocupe comigo.”
Destranquei a porta, entrei no quarto, tranquei a porta novamente e guardei a chave. O homem estava numa posição meio agachada, como um leão pronto para saltar sobre a vítima. Nunca ouvi palavras mais blasfemas do que aquelas que ele falou ali. Amaldiçoou-me usando todos os palavrões conhecidos e muitos que nunca ouvira na minha vida. Ameaçou que, se eu me aproximasse, ele me dilaceraria, membro por membro, e jogaria os pedaços pela janela. Em tamanho, era duas vezes maior que eu. Jamais vi um braço como o dele.
Comecei a falar com ele. Estava confiante em que maior era o que estava em mim do que o que estava nele. Envolvi-o em conversa até que o Espírito Santo em mim pudesse dominar aquele demônio, ou legião de demônios que fosse. Fui aproximando-me da cama, passo por passo, às vezes avançando apenas oito a dez centímetros por vez. Em meia hora, alcancei uma posição em que podia pegar sua mão.
Ele ainda estava naquela posição de prontidão, como se fosse um leão. Agarrei as mãos dele e torci os punhos para baixo. Não estava tentando usar nenhum truque físico, aconteceu inconscientemente; porém, ao fazê-lo, fitei-o nos olhos, com o meu rosto bem perto do rosto dele. Na mesma hora, como se meu espírito tivesse se despertado, pude ver dentro dele. Vi o demônio naquele homem começar a rastejar-se, tentando fugir. Se o Deus Todo-poderoso olhar através dos seus olhos, não há um demônio no inferno que possa encará-lo; terá de abaixar-se e se pôr a fugir. Havia relâmpagos celestiais naquele lugar.
O demônio no homem estava aterrorizado, rastejando-se e tentando se afastar o máximo possível do meu olhar. Olhei para o alto e clamei a Deus para expulsar aquele demônio. Cedi a Jesus toda a força da minha natureza, todo o poder do meu espírito, a liberdade para usar minha mente, meu corpo, todo o meu ser. Deus estava tomando conta de mim, desde a minha cabeça até a planta dos pés. Os raios de Deus passavam por mim, e, quando me dei conta, o homem havia se desmontado, caindo no chão, totalmente inerte. Logo em seguida, colocou-se de joelhos e começou a orar e chorar, porque estava livre, o demônio se fora.
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Em 1912, eu era pastor do Tabernáculo Apostólico em Johanesburgo, na África do Sul. Pessoas enfermas eram trazidas de todas as partes para receberem oração. Deus estava agindo poderosamente, e grandes manifestações do Espírito eram comuns.
Num culto de domingo de manhã, um membro da congregação levantou-se e pediu oração por uma prima no País de Gales (distante mais de onze mil quilômetros de onde estávamos). Essa mulher estava violentamente demente, internada num asilo.
Ajoelhei-me diante da congregação para orar. Uma unção incomum veio sobre meu espírito, levando-me a orar com fervor e poder. O espírito de oração veio sobre a congregação ao mesmo tempo. Normalmente, o povo ficava assentado e curvava a cabeça para orar. Nessa ocasião, porém, mais de cem pessoas, em diferentes partes da casa de oração, colocaram-se de joelhos junto comigo para clamar a Deus. Eu orava em voz alta; as demais oravam em silêncio junto comigo.
Uma grande sensação da presença de Deus tomou conta de mim. Meu espírito elevou-se numa tremenda consciência de domínio no mundo invisível. Meus olhos interiores foram abertos e pude ver feixes de luz cheios de poder que vinham daqueles que estavam orando. À medida que orávamos, os feixes aumentavam em quantidade e atingiam minha alma, trazendo um impulso maior de poder espiritual, até que parecia que não ia suportar mais.
Logo senti-me fora do corpo e comecei a observar que estava passando por cima de uma cidade que ficava a quase 500 km de Johanesburgo. Rapidamente, fui passando por cima do litoral, do mar, das ilhas de Cabo Verde, da costa da Espanha, da França e, finalmente, sobrevoando o País de Gales. Nunca antes estivera em Gales. Pude observar tudo, embora estivesse acontecendo com rapidez de relâmpago.
Em seguida, uma aldeia apareceu, no fundo de um vale, e um prédio público que reconheci como o asilo onde a mulher estava internada. Vi detalhes na porta, como um batedor no estilo do século XVI. Fui entrando e passando por portas até chegar à maca em que estava uma mulher, amarrada pelos punhos, pelos tornozelos e por correias que passavam na altura dos joelhos e do peito. Ela estava balançando a cabeça e resmungando ininteligivelmente.
Coloquei minhas mãos sobre sua cabeça e, com grande intensidade, ordenei no nome de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que o espírito demoníaco que a possuía fosse expulso e que ela fosse curada pelo poder de Deus. Em poucos instantes, observei uma mudança de expressão no seu rosto. Parecia mais suave e manifestava a luz da sanidade. Seus olhos abriram, ela sorriu, e eu sabia que estava curada.
Não tive consciência da “viagem” de volta. Instantaneamente, percebi que ainda estava ajoelhado em oração, na presença da congregação.
Três semanas depois, o irmão que pedira oração por essa mulher recebeu uma carta de um parente contando um acontecimento estranho. A prima que permanecera por sete anos num asilo em Gales ficou boa de uma hora para outra. Ninguém tinha uma explicação. Os médicos disseram que era “uma daquelas coisas inexplicáveis que às vezes ocorrem”.
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Era uma quinta-feira, mais ou menos às duas horas da tarde. Eu estava a caminho de uma reunião na Igreja Metodista quando uma mulher me viu e me chamou para orar pelo pai dela, que sofrera um acidente, dez anos antes, causando severos danos ao joelho e ombro. Aparecera um tumor enorme no joelho e, praticamente, não conseguia mais andar, senão alguns passos, com muita dor.
Ao me avistar na rua, a filha falou com o pai que pretendia me chamar para orar, mas ele não quis, pois não “acreditava nesse tipo de coisa”. Mesmo assim, a filha foi em frente e me chamou. Quando entrei, não sabia da atitude do pai (embora não teria agido de forma diferente, caso soubesse!).
“Sr. Mitchell”, eu disse, “não tenho tempo agora para conversar.” Tirei meu sobretudo e chapéu e ajoelhei-me para orar. Coloquei minhas mãos sobre o joelho dele e, logo em seguida, percebi que fora curado.
“Sr. Mitchell, estenda sua perna.” Ele o fez. “Agora, levante-se e ande!”
Enquanto andou pela sala, ele dizia e repetia: “Não posso entender. Não posso entender...”
Depois oramos pelo ombro, que também foi curado; aquele homem voltou a movimentar o braço livremente, sem dor. Depois, perguntei: “O que é que o senhor não está entendendo?”
“Não entendo como Deus me curou. Nem sou cristão.”
“O senhor está me dizendo que nunca rendeu seu coração ao Senhor?”, perguntei.
“Sim”, ele respondeu. “Nunca o fiz.”
Então, orei com o pai, a filha e mais uma senhora, e todos se entregaram ao Senhor Jesus Cristo.
Muitas pessoas são curadas antes de se converterem – às vezes, quando nem acreditam no poder de Deus. Tive um vizinho que estava morrendo. Os cristãos o visitavam e diziam que precisava aceitar Jesus, senão iria para o inferno. Sempre achei que essa é uma tática de pressão que Jesus nunca usou quando estava na Terra. Ele era muito cavalheiro para aproveitar-se de alguém que estava caído e triturar sua alma para influenciá-lo a ser cristão. Jesus curava sem colocar pré-requisitos. Depois da cura, a resposta natural de sua gratidão levava o ex-moribundo a abrir o coração para Deus.
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Há pouco tempo, ao voltar de uma viagem, informaram-me que minha secretária, a sra. Graham, estava próxima à morte e que minha esposa estava ao seu lado. Corri para o lugar, mas a esposa de um dos obreiros encontrou-se comigo na porta e me disse: “Chegou tarde, ela já se foi”.
Entrei na sala, e o obreiro que estava lá confirmou que ela já não respirava há alguns instantes. Olhei para aquela mulher e lembrei-me de como o Deus Todo-poderoso a havia livrado da morte três anos antes, depois de seu útero, ovários e trompas terem sido removidos em cirurgias, e de como Deus lhe havia devolvido os órgãos, permitindo que ainda desse à luz um filho. Meu coração se inflamou; levantei aquela mulher do travesseiro e clamei a Deus para enviar relâmpagos celestiais para queimar o poder da morte e libertá-la. Ordenei que ela voltasse e permanecesse em vida. Ela voltou – depois de não ter respirado por 23 minutos!
Se eu e você nos mergulharmos no Filho de Deus, e o fogo de Jesus queimar nos nossos corações, assim como ardia nele, nossas palavras também serão espírito e vida.
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Havia uma mulher com 35 anos que tinha um tumor fibróide de mais de 13 kg no seu abdômen, uma massa distorcida de músculos e tendões, artérias e veias, dentes e cabelos. Era equivalente ao peso de mais de três fetos, quando estão para nascer. Imagine uma massa desordenada; um dente aqui, outro lá, um cabelo aqui, outro lá, veias e tendões e músculos todos entrelaçados como se você tomasse uma porção de cobras pequenas e as transformasse nas mais variadas formas.
Um dia, na agonia de não conseguir sentar-se ou deitar-se por causa da dor da compressão, a mulher ergueu os braços para os céus e clamou: “Jesus, cura-me agora!”
O poder de Deus caiu sobre ela. Aquela massa do tumor começou a retorcer-se, a triturar-se, a secar-se e a diminuir, numa ação tão violenta que ela passou a gritar com todos os seus pulmões: “Assim não, Jesus! Assim não!”
Contudo, em três minutos, aquela massa havia desmaterializado totalmente – não havia mais sangue, pus ou substância alguma no seu lugar!
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Um dia, na África do Sul, fui à casa de Elias Letwaba, um dos pregadores nativos que morava no interior, entre as tribos. Sua esposa me informou que ele não estava em casa, pois estava orando por um bebê que se machucara.
Ela me levou à barraca onde a criança estava. Tivemos que nos agachar e ficar de quatro para conseguir entrar na casinha. Vi que Elias estava ajoelhado num canto perto da criança que estava morrendo.
“Sou eu, Letwaba”, eu disse. “O que ela tem?”
Ele me explicou que estava com o pescoço quebrado. Eu não tinha fé para um pescoço quebrado, mas o coitado do Letwaba não sabia a diferença entre um pescoço quebrado e qualquer outra enfermidade. Porém ele podia discernir o espírito de dúvida em mim.
Pensei: “Não vou interferir em sua fé. Minha dúvida vai perturbá-lo por causa de todos meus conceitos tradicionais, então vou sair”.
Fui para outra barraca e esperei por ele, em oração. Fui dormir à uma hora da manhã; às três, Letwaba chegou.
“Pois bem, Letwaba”, eu disse, “como está o bebê?”
Ele olhou para mim com uma expressão de amor e doçura e respondeu: “Ora, irmão, o bebê está ótimo!”
“O bebê está bem?”, exclamei. “Quero vê-lo agora!”
Fui lá e tomei o minúsculo bebezinho preto nos meus braços; depois saí e orei: “Tira toda dúvida maldita do meu coração que me impede de crer no Senhor Jesus Cristo!”
por John Lake
Postado por Roberto
Fonte: Revista Impacto
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