As Trombetas em Israel
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro dia do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas...” Lv 23.24.
De acordo com o calendário bíblico, a Festa das Trombetas caiu este ano no dia 12 de setembro. Essa data foi também o primeiro dia do sétimo mês do ano hebraico (religioso) e, ao mesmo tempo, marcou o início do novo ano civil, o ano 5768, contando desde a criação do mundo.
Nesse mês do ano, acontecem as três últimas festas do Senhor. A Festa das Trombetas, o Dia da Expiação e a Festa dos Tabernáculos vêm uma após a outra, num período total de 21 dias intensos, refletindo profeticamente o drama que desdobrará no final desta era.
Demonstração Profética da História da Salvação
As sete festas bíblicas foram organizadas em três estações distintas do ano, prefigurando a história da nossa salvação. As festas que caem na primavera (do hemisfério norte, em Israel), Páscoa, Pães Asmos e Primícias, anunciam a vinda do Cordeiro de Deus, seu sofrimento, morte e ressurreição. Cinqüenta dias depois, vem o Pentecoste, que aponta para o derramamento do Espírito, o nascimento da Igreja e o início da colheita, conforme o ciclo agrícola no Oriente Médio.
Por fim, a Festa das Trombetas, o Dia da Expiação e a Festa dos Tabernáculos simbolizam a consumação desta era da graça. Representam profeticamente as dores de parto, os abalos, as preparações e a própria vinda do Reino de Deus.
As primeiras quatro festas foram cumpridas historicamente na primeira vinda do nosso Senhor e no derramamento do Espírito, logo após sua ascensão. De forma semelhante, temos toda convicção que as últimas três festas de Deus também se cumprirão, a seu tempo, antes da volta do Senhor na glória e no poder do seu Reino. A função delas é preparar os filhos de Deus para a consumação final desta era.
Desde o sonido das trombetas, no primeiro dia do sétimo mês, até o último dia de Tabernáculos, no 21º dia do mesmo mês, o Espírito Santo sinaliza que a repetição dos ciclos de alerta, arrependimento e vitória será uma marca cada vez mais característica dessa época.
As Trombetas Soam o Alarme
O texto de Colossenses 2.16,17 afirma que, junto com outros elementos das cerimônias mosaicas, as festas são uma “sombra das coisas que haviam de vir”. A Festa das Trombetas, portanto, é uma sombra terrena do seu equivalente celestial, o sonido de um alarme. Fazer soar o chofar é como ouvir o som assustador de uma sirene cortando a atmosfera silenciosa com seu ruído estridente e perturbador. Sua função é nos acordar!
Quer fosse para convocar à guerra, quer para uma assembléia solene, quando o povo de Israel na antigüidade ouvia o sonido da trombeta, voltava toda sua atenção a ele. A Festa das Trombetas não vem para nos confortar nem consolar; pelo contrário, é um chamado para acordar, uma enérgica cotovelada nas costelas para despertar-nos do espírito sonífero desta era, sacudindo-nos para vigilância, arrependimento, renovação e serviço.
À medida que chegarmos cada vez mais perto do fim, os sonidos da trombeta serão ainda mais perturbadores e sua insistência para acordar, mais importunadores, enquanto as dores de parto se intensificam para a vinda do Reino de Deus. Seja através de desastres naturais, epidemias, guerras ou desintegração social, aquilo que para uns será catastrófico, para outros será um alarme capaz de salvar e transformar vidas.
Benditas Dores de Parto
Dez dias depois das Trombetas, vem o Dia da Expiação, conhecido como Yom Kippur em hebraico, prefigurando o inevitável encontro de Israel com seu Messias e o profundo arrependimento e redenção nacional que resultarão (veja Zc 12). Esses progressivos eventos solenes não virão sem dificuldade, e haverá necessidade de muita oração para acompanhar o nascimento desse avivamento nacional durante os últimos estágios do parto.
Precisamos compreender que a oração em si, por mais intensa e abundante que seja, jamais poderá tomar o lugar das contrações de parto, pois elas, e somente elas, poderão fazer o “bebê” chegar ao ponto de nascer. Todas as obras de Deus, sejam na intimidade do seu próprio coração ou círculo familiar, sejam no âmbito da nação ou da Terra como um todo, vêm à luz através do milagre do nascimento.
Uma semente divina precisa ser semeada no solo da fé; segue-se a gestação, processo lento e escondido, que resulta no nascimento de uma nova criatura; esse recém-nascido precisa ser nutrido e protegido até que tenha maturidade suficiente para sobreviver no mundo hostil e para vencê-lo.
É dessa forma que o Reino de Deus sempre foi introduzido neste mundo. Desde o chamado de Abraão e dos primeiros patriarcas, até a formação da nação de Israel e o surgimento do próprio Messias, a maneira que Deus usou para trazer seus propósitos e sua presença para nossa esfera sempre foi por meio de um nascimento. Não despreze, portanto, as dores de parto na sua vida, nem tente fugir delas, pois sinalizam que Deus está procurando trazer à existência algo novo no seu espírito.
“Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.2-4).
Em último lugar, mas não menos importante, vem a Festa dos Tabernáculos, começando cinco dias após o Dia da Expiação. Esta mais longa e mais alegre de todas as Festas do Senhor prefigura a última celebração desta era, a maior de todas, quando o Senhor voltará à Terra e habitará (tabernaculará) entre seu povo, logo após a colheita final das nações (veja Ap 21.3,4).
O Teste da Espera
O mundo pode ignorar, mas não escapar das nuvens escuras e da tempestade que se aproximam da minúscula nação de Israel nos dias atuais. As manipulações fúteis e, muitas vezes, impensadas dos diplomatas internacionais para forçar a paz no Oriente Médio devem continuar, mesmo na face da destemida torrente de ódio islâmico.
As profecias bíblicas, ainda que vistas de modo imperfeito e obscuro, indicam que o apuro atual em que a nação de Israel se encontra continuará a se intensificar até estourar numa crise internacional total que envolverá todas as nações. O destino das nações que têm “sensibilidade para Deus” ainda está na balança. Ore em favor da sua pátria.
Para a mente natural, essas tentativas desesperadas e intermináveis para trazer a paz geram desespero e angústia, enquanto as aspirações por uma resolução pacífica entre Israel e o mundo islâmico são despedaçadas vez após vez pela dura realidade do ódio irracional e demoníaco. A mente humanista agita-se freneticamente, tentando encontrar soluções, ainda que ridículas e patéticas, pois precisa achar uma esperança em que se apoiar. Porém, todos esses esforços são em vão, fadados ao fracasso.
Para a mente que teme a Deus, entretanto, esses tempos de aflição são apenas a passagem inevitável para o parto; a luta de uma nova criação para quebrar sua casca constringente e sair livre. Lembre-se: a colheita, que é o foco principal da estação das últimas três festas, não será recolhida por meio da harpa, mas pela foice. Em outras palavras, o Senhor está produzindo os melhores tesouros na nossa vida por meio de períodos difíceis de provação e persistência, não através de tempos mais agradáveis de tranqüilidade. É claro que preferimos os caminhos mais suaves, as trilhas prazerosas sem obstáculos; contudo, não é lá que se produz o ouro (Ap 3.18-21).
O mesmo princípio é válido para o propósito de Deus em relação a Israel. Pressões internacionais continuam a crescer para forçar Israel a entregar grande parte da antiga Judéia e Samaria aos palestinos em troca de frágeis promessas de paz. Com isso, a população de Israel experimentará ainda maior turbulência e inquietude do que tem visto até agora. Se somarmos essa situação às tensões militares nas fronteiras do norte com Líbano e Síria e à bomba-relógio da faixa de Gaza controlada pelo Hamas, podemos ter uma vaga idéia da incalculável pressão que pesa sobre Israel. Deus, porém, está preparando algo tremendo para trazer à luz por meio dessas dores de parto, e devemos continuar a orar de acordo com suas promessas eternas.
Reuven Doron é um judeu messiânico (veja história de sua conversão na edição nº 5 da revista Impacto), que reside atualmente em Minnesota, nos EUA. Juntamente com sua esposa, Mary Lou, dirige o ministério “One New Man Call” (OneNewMan.injesus.com) que visa promover e encorajar o relacionamento e entrosamento entre a Igreja e Israel nestes tempos do fim. E-mail: OneNewManMail@aol.com; One New Man Call P O Box 164 Hayfield, MN 55940 EUA.
Conferência Internacional de Paz no Oriente Médio
por Reuven Doron
Postado por Roberto
Fonte: Revista Impacto
Abraço
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