sexta-feira, 25 de junho de 2010

A VOCAÇÃO DE UM PASTOR

ovelha-pastor-amigo-salmo23
Citações de Eugene Peterson 

“A vocação de um pastor tem a ver com viver as implicações da Palavra de Deus numa comunidade, sem velejar pelos mares exóticos da religião em busca de fama e fortuna.” 
PETERSON, Eugene – A vocação espiritual do pastor. 1ª. Edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2006. pág. 29  

“Os pastores estão abandonando seus postos, se desviando para a direita e a esquerda, com freqüência alarmante. Isso não quer dizer que estejam deixando a Igreja e sendo contratados por alguma empresa. As congregações ainda pagam seus salários, o nome deles ainda consta no boletim dominical e continuam a subir ao púlpito domingo após domingo. O que estão abandonando é o posto, o chamado. Prostituíram-se após outros deuses. Aquilo que fazem e alegam ser ministério pastoral não tem a menor relação com as atitudes dos pastores que fizeram a história nos últimos vinte séculos.”
PETERSON, Eugene Um pastor segundo o coração de Deus. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2000. Pág. 1 

“Os pastores se transformaram em um grupo de gerentes de lojas, sendo que os estabelecimentos comerciais que dirigem são as igrejas. As preocupações são as mesmas dos gerentes: como manter os clientes felizes, como atraí-los para que não vão às lojas concorrentes que ficam na mesma rua, como embalar os produtos de forma que os consumidores gastem mais dinheiro com eles.” PETERSON, Eugene Um pastor segundo o coração de Deus. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2000. Pág. 2 

“Alguns pastores são ótimos gerentes, atraindo muitos consumidores, levantando grandes somas em dinheiro e desenvolvendo uma excelente reputação. Ainda assim o que fazem é gerenciar uma loja. Religiosa, mas, de toda forma, uma loja. Esses empreendedores têm sua mente ocupada por estratégias semelhantes às de franquias de fast-food e, quando dormem, sonham com o sucesso que atrai a atenção da mídia.”
PETERSON, Eugene Um pastor segundo o coração de Deus. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2000. Pág. 2 

“A pergunta opera subliminarmente, moldando meu comportamento: o que as pessoas querem de mim, seu pastor? Certamente, algo que seja acompanhado de uma vida melhor: encorajamento, percepção, consolo, fórmulas que os capacitem a viver melhor em um mundo difícil, que os leve a um nível mais alto (um amigo meu chama isso de “teologia do sutiã”). É claro que estamos condicionados a ceder. Por que não agradaríamos àqueles que pagam nossos salários, se podemos fazê-lo e manter nossa consciência tranqüila? E por que nossas consciências não estariam tranqüilas, se nossas ações são ratificadas pelo voto, em todas as congregações por onde passamos? Esse consumismo molda-nos sem que nos demos conta. Não há área em nossas vidas que não seja afetada, de uma forma ou outra, pelo consumismo.” 
PETERSON, Eugene Um pastor segundo o coração de Deus. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2000. pág 90 

“Não conheço outra profissão em que seja tão fácil fingir como a nossa. Existem comportamentos que podemos adotar para sermos considerados, sem nenhum questionamento, conhecedores de mistérios: ter um porte reverente, cultivar uma voz impostada, introduzir em nossas conversas e palestras palavras eruditas em quantidade suficiente apenas para convencer os outros de que nosso treino mental está um pouco acima do que o da congregação.”
PETERSON, Eugene Um pastor segundo o coração de Deus. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2000. pág 5  

“O líder religioso é o mais indigno de confiança dentre todos os líderes; em nenhuma outra posição temos tantas oportunidades de exercer orgulho, ambição, cobiça, nem tantas máscaras diferentes ao nosso alcance para impedir que tal ignomínia seja descoberta e confrontada.”
PETERSON, Eugene A vocação espiritual do pastor. 1ª. Edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2006. pág. 25 

“O trabalho pastoral consiste de tarefas modestas, diárias e determinadas. É como o trabalho de um fazendeiro. O trabalho pastoral envolve rotinas semelhantes a limpar o curral, o estábulo, coletar o esterco, e arrancar as ervas daninhas. Isto não é, em si, um trabalho ruim, mas, se esperamos cavalgar diariamente num desfile, num imponente cavalo preto, e voltar para um estábulo limpo onde um empregado escova e alimenta nossa montaria, ficaremos extremamente desapontados e viveremos cheios de horríveis ressentimentos.” 
PETERSON, Eugene – A vocação espiritual do pastor. 1ª. Edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2006. pág. 26 

“Esse encantamento artificial da paróquia é pornografia eclesiástica — tirando fotos ou pintando quadros de congregações que não têm mancha ou mácula, algo que só existe em umas poucas paróquias alguns curtos anos. Estes quadros exibidos de maneira provocante não possuem relacionamentos pessoais. Os quadros atiçam a cobiça por domínio, gratificação e por uma espiritualidade impessoal e sem envolvimento. Minha própria imagem de uma congregação desejável era lapidada por tal pornografia - um templo com uma torre alta e uma congregação banal. Fico espantado e alarmado que, mesmo tendo parado há muito de olhar as revistas e cartazes nas paredes da minha imaginação vocacional, ainda estou vulnerável à sedução.” 
PETERSON, Eugene – A vocação espiritual do pastor. 1ª. Edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2006. pág. 31 

“A religião norte-americana é basicamente uma religião de consumo. Os norte-americanos vêem Deus como um produto que irá ajudá-los a viver bem ou melhor. Movidos por essa visão, eles fazem o que consumidores em geral fazem: procuram a melhor oferta. Pastores, que mal vêem o que estamos fazendo, começam a fazer acordos, “marketizando” a linha de produtos de Deus a fim de atrair as pessoas e depois criar maneiras de superar os que competem pelo mercado. A religião nunca esteve tão envolvida com relações públicas, com a imagem diante do público, vendas, técnicas de propaganda e marketing e espírito competitivo. Pastores que crescem nesta atmosfera não vêem nada de errado nessas práticas. É o bom e velho sistema de livre empreendimento que funciona tão bem para todos, exceto os pobres e algumas minorias.” 
PETERSON, Eugene – A vocação espiritual do pastor. 1ª. Edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2006. pág. 43 

E chega a ser duro com os pastores quando comenta que:
“Uma porcentagem assustadoramente alta de pastores colabora com o inimigo, um mundo que quer uma religião que seja mais do que tudo, mero entretenimento com algumas pausas para comerciais morais.” 
PETERSON, Eugene – A vocação espiritual do pastor. 1ª. Edição, São Paulo: Mundo Cristão, 2006. pág. 44  

“O trabalho pastoral pega a religião pela mão e a leva à vida cotidiana, apresentando-a aos amigos, vizinhos e colegas. Se deixada à própria sorte, ela será envergonhada, introvertida e individual. Ou, então, decorativa e orgulhosa como uma prima-dona. Mas ela não é pessoal nem insignificante. O pastor insiste em levá-la aonde ela tem que se misturar com a multidão. Quando não se dá a devida atenção ao trabalho pastoral, a religião tende, em alguns ambientes, a se transformar em cerimônias de ostentação e, em outros, em casulos de emoções pessoais. Em qualquer uma das situações, ela continua positiva em muitos aspectos: a teologia pode ser profunda, as meditações intensas, os conselhos morais sábios e as liturgias magníficas, mas, até que se insira na arena da vida comum, ela não será vida com boas-novas nem terá oportunidade para colocar os pensamentos e as crenças em prática para testar se são verdadeiros dentro da vida das pessoas.” 
PETERSON, Eugene - O pastor que Deus usa. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2003. pág.13 

“O pastorado correto, assim como todos os ministérios cristãos, toma como fonte a Bíblia. Mas a literatura dirigida aos pastores tem sido dominada, pelo menos nas duas últimas gerações, pelas perspectivas estabelecidas pelas ciências de comportamento que surgiram recentemente. Vivemos num século de mudanças rápidas, onde a análise racional leva a concluir que, já que tanto do que encontramos é inédito e o conhecimento e a tecnologia vêm dando saltos tão grandes, nada do que funcionava antigamente poderá funcionar agora. O pensamento corrente diz-nos que é necessário nos atualizarmos o tempo todo e que precisamos de voltar a estudar para adquirir as últimas informações e dominar as novas técnicas, se é que desejamos ser pastores dos dias que virão. Desenvolve-se hoje uma tendência de se respeitar pouco o passado e conhecer, cada vez menos, dele.” 
PETERSON, Eugene - O pastor que Deus usa. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2003. pág. 14 

“Ao pastorado constitui qualidade inerente combinar dois aspectos do ministério: um, apresentar a palavra eterna e a vontade de Deus e dois, cumprir a primeira tarefa no meio das idiossincrasias do local e das pessoas (o verdadeiro lugar onde o pastor vive, aspessoas específicas com quem convive). Se qualquer um desses dois aspectos for desprezado, não acontece um bom pastorado. O ofício pastoral em sua melhor forma narra e exibe as trocas da graça descritas na Bíblia, entre Deus, que “é o mesmo, ontem, hoje e para sempre”, e o ser humano, que herda o pecado de Adão e vivencia a salvação através do novo Adão.” 
PETERSON, Eugene - O pastor que Deus usa. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2003. Pág.18 

“Algumas vezes, penso que tudo que faço como pastor é falar a palavra "Deus" em uma situação na qual ela nunca foi dita antes, onde as pessoas não reconheceram a Sua presença. Alegria é a capacidade de ouvir o nome e reconhecer que Deus está aqui.  Há uma espécie de regozijo porque Deus está agindo, e, mesmo que seja algo pequeno, isso basta no momento.” 
PETERSON, Eugene - O pastor contemplativo. 2ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2004. pág. 15 

“Às vezes nos reduzem a profissionais simpáticos, nos transformam em réplicas de nossos líderes culturais, aqueles que procuram o poder, a influência e o prestígio. Essas vozes insistentes ressoam em nossos ouvidos, dizendo a nós, pastores, que devemos competir com os executivos bem sucedidos e os artistas que obtiveram o maior sucesso, para que possamos colocar nossas igrejas no mapa e fazer com que elas sejam grandes perante o mundo.” 
PETERSON, Eugene – O pastor desnecessário. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2001. pág 1 

Ele diz ainda:
“É obrigação dos pastores manter clara a distinção entre as mentiras do mundo e a verdade do evangelho. É claro que essa tarefa não se restringe aos pastores. Ela abrange todos os que são batizados. No entanto, os pastores estão em uma posição estratégica, que vai contra a cultura. Nosso lugar na sociedade é, sob certos aspectos, único: não há quem ocupe outra posição tão inofensiva na aparência e, no fundo, tão perigosa para o status quo. Nosso compromisso é manter viva a proclamação e olhar pelas almas, apesar de vivermos em uma era em que as pessoas ou negam a existência da alma ou transformam em assunto banal tudo que se relaciona com ela.

Mas não é fácil. Há forças poderosas, algumas sutis e outras óbvias, que tentam domar os pastores e levá-los a servir a cultura da forma como ela é. Outras forças tentam nos induzir a usar nossa posição para ser poderosos e importantes de acordo com os padrões do mundo. Assim, precisamos de toda a ajuda que possamos conseguir para manter nossa identidade do evangelho.”
PETERSON, Eugene – O pastor desnecessário. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2001. pág. 2 

“Os pastores fazem tantas provas, ouvem tantas palestras, lêem muitos livros, e têm tanta experiência com a matéria prima da verdade – morte, luto, sofrimento, celebração, culpa, amor – que assumem com facilidade a postura de onisciência.”

PETERSON, Eugene – Um pastor segundo o coração de Deus. 1ª. Edição, Rio de Janeiro: Textus, 2000. pág 173

por Eugene Peterson
Postado por Roberto
Fonte: Revista Impacto
Abraço

Um comentário:

  1. PARABÉNS POR POSTAR AS MENSAGENS DESSE LIVRO.ESTAMOS CONVIVENDO COM UM PASTOR QUE SÓ É LIDER ESQUECEU DE SUA VOCAÇÃO PASTORAL.

    ResponderExcluir