segunda-feira, 20 de junho de 2011

LEVANDO O EVANGELHO AOS MUÇULMANOS

Levando o Evangelho aos Muçulmanos

Por Asher Intrater
Há um ensino popular no mundo muçulmano hoje dizendo que Maomé é mencionado na Bíblia Hebraica (Tanakh). A aparição de Maomé no Tanakh daria autoridade, segundo dizem, à visão de que ele é o último e maior profeta, sobrepujando, assim, o judaísmo e o cristianismo. Recentemente, fui entrevistado na TV Al Hayat (canal que alcança milhões de telespectadores árabes) sobre esse assunto.

Em Cantares 5.16, a Sulamita diz às filhas de Jerusalém que seu amado é “desejável”. A palavra usada aqui em hebraico é Makhmadhim. Khamad (desejável) é raiz do nome “Mukhamad”– e da palavra dos Dez Mandamentos, “Não cobiçarás” (Êx 20.17). No hebraico moderno, a palavra khamud é um apelido comum entre amigos e namorados que significa “meu doce”.

Os muçulmanos afirmam que a palavra em Cantares é a forma plural de um adjetivo de honra e que se refere ao seu profeta. A palavra realmente está no plural, mas o contexto mostra claramente que não se refere a ninguém; apenas descreve o caráter do amado do poema. Essa palavra é paralela ao adjetivo que vem antes, dizendo que a boca do amado é “doce”. No original hebraico, as duas palavras estão no plural: “coisas doces” e “coisas desejáveis”.

Na entrevista, mencionei que é bom que muçulmanos, judeus e cristãos igualmente se refiram ao texto do Tanakh, pois de fato este deveria ser a fonte máxima de autoridade para as três religiões. O livro de Cantares de Salomão foi escrito aproximadamente mil anos antes de Yeshua (Jesus) e 1.600 anos antes do tempo de Maomé.

Por 30 anos, tenho-me envolvido em conferências de reconciliação com cristãos árabes. Meu sonho tem sido ir além da mera reconciliação e começar a cooperar no trabalho de compartilhar o evangelho para assim avançarmos juntos o Reino de Deus.

Uns dez anos atrás, eu estava agendado para pregar em uma conferência de reconciliação na Jordânia. Falei aos organizadores que queria pregar em hebraico. Eles disseram que seria muito difícil arrumar alguém para interpretar. Entretanto, alguns pastores árabes do Iraque ouviram a conversa e se apressaram em dizer que queriam, sim, ouvir o evangelho em hebraico.

Naquele momento, uma revelação foi gerada em meu coração. Existem sentimentos muito intensos entre os árabes com relação ao povo judeu. Por causa do doutrinamento para a jihad, a maioria desses sentimentos é extremamente antagônica. Há uma obsessão, no mundo muçulmano, por Israel. Eu creio que essa obsessão pode ser usada por Deus para o bem. Para os árabes muçulmanos, ouvir o evangelho pregado por um judeu, de Israel, em hebraico (com tradução ou legendas) seria uma experiência cativante e transformadora.

Desejamos compartilhar o evangelho com os muçulmanos. Até agora, temo-nos esforçado mais para apoiar evangelistas árabes que arriscam a vida para pregar as boas novas ao próprio povo. Eles conseguem ter muito mais êxito do que nós jamais teríamos. (Agradecemos muito a Deus por colaboradores como Harun, Bassam, Zach, Jack, Samir, Victor, Amir e muitos outros.) O tempo chegou, porém, em que a mensagem de amor e salvação, vinculada à reconciliação racial, deve ser proclamada por árabes a judeus e por judeus a árabes.

Aqui está o resumo da segunda mensagem que gravei em agosto com nossos amigos da TV Al Hayat (esperamos que esse seja apenas o começo):
Há séculos, existe grande inimizade entre nossos povos. Só existe uma maneira de escaparmos desse ciclo de ódio: por meio de Yeshua, o Messias. Ele ensinou: “Ame seus inimigos e ore pelos que o perseguem” (Mt 5.44). Ele é a única pessoa na história a ensinar esse tipo de amor. 

Ele não somente ensinou esse amor, mas também o viveu. Entregou a própria vida na cruz para perdoar-nos dos pecados e quebrar o ciclo de ódio. Alguém tinha de dar o primeiro passo. O ato de amor sacrificial de Yeshua foi este primeiro passo. Foi uma intervenção de Deus para interromper o ciclo de ódio e começar o ciclo de amor. Na cruz, Yeshua orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).

Aqueles de vocês que têm uma formação mulçumana podem dizer que é proibido a vocês crerem em Yeshua como o Filho de Deus. Mas também é proibido a nós, judeus, crermos nele. Ainda assim, existem hoje milhares de judeus e muçulmanos que encontraram salvação e reconciliação por intermédio de Yeshua, o Messias. Por ele, podemos tornar-nos irmãos e irmãs espirituais em amor. 

Se você deseja sair do ciclo de ódio, há um caminho. Eu não posso determinar o que você vai desejar. Não posso fazer você querer escapar desse ódio. Mas para quem QUER sair do ódio, tenho boas notícias: HÁ UM CAMINHO. É possível. Yeshua é o caminho (Jo 14.6). O ódio é uma forma de escuridão espiritual. Yeshua é a luz do mundo (Jo 1.5,9).

Todos dizem que querem paz. Mas um tratado de paz sem amor nunca será bem-sucedido. Até que o ódio seja arrancado do nosso coração, nunca haverá paz. Apenas o amor sacrificial de Yeshua na cruz pode remover o ódio. Precisamos distinguir causa e efeito. Paz é efeito. Amor é causa. Yeshua é a fonte do verdadeiro amor de Deus. 

Nós estendemos as mãos a você no nome de Yeshua. Venha a ele e encontre perdão, vida eterna, amor divino – e até reconciliação entre judeus e árabes.

Por favor, ore por todos que estão compartilhando o evangelho com os muçulmanos. Este é um mandato crítico de nossa geração. Ore para que o evangelho de salvação e reconciliação avance entre judeus e árabes igualmente.
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Reconhecimento de Judeus Messiânicos em Israel
Por Eddie Santoro
“Yeshua Superstar” foi a manchete de um dos principais artigos na seção revista do jornal [Yediot Ahronot, maior de Israel], que saltou aos olhos de centenas de milhares de israelenses na manhã de segunda-feira, dia 16 de agosto de 2010. O artigo fazia parte de uma série de artigos sobre diferentes correntes do judaísmo aqui em Israel.
O nome Yeshua e a comunidade Messiânica Judaica estão tornando-se parte, cada vez mais, da vida em Israel. Já apareceram outdoors proclamando seu nome, faixas penduradas às margens de grandes rodovias declarando que Yeshua significa salvação, programas de TV e reportagens sobre nós, mas este artigo representou um significativo passo adiante em nossa batalha para sermos reconhecidos e aceitos como uma legítima parte da comunidade israelense.

O fato de que o mais importante jornal hebraico de Israel tomou uma decisão editorial de incluir judeus messiânicos nessa série sobre as diferentes correntes do judaísmo e que usaram o nome hebraico Yeshua ao invés do acrônimo negativo Yeshu (“que o nome dele seja apagado”) representou, por si só, um impressionante avanço.
O artigo não abordou a teologia da fé em Yeshua, mas apresentou uma equilibrada e honesta representação a respeito de quem somos (judeus messiânicos em Israel). Asher Intrater foi entrevistado, além de alguns outros que fazem parte do corpo messiânico local. Houve uma descrição e uma foto da nossa reunião congregacional. Quem leu o artigo não tinha como fugir da clara mensagem de que, apesar de crermos em Yeshua, sem dúvida alguma ainda somos judeus.

Uma semana antes da publicação deste artigo, levei meu computador a uma loja local para ser consertado. Quando fui pagar, pedi ao balconista que colocasse o nome Zion’s Glory (“Glória de Sião”, o nome da nossa missão) na nota. Ele é um homem religioso e perguntou-me o que era “Glória de Sião”. Compartilhei, então, um pouco sobre nossa fé em Yeshua e o plano de Deus para Israel. Alguns dias depois, quando liguei para saber se o computador estava pronto, ele disse: ”Eddie, vi sua foto no jornal hoje!” Ele havia lido o artigo e estava impressionado!

Por meio da esposa israelense do nosso filho, estamos bastante envolvidos com uma grande família local. Temos compartilhado nossa fé e celebrado ceias (seders) messiânicas da Páscoa e outros feriados judaicos com eles. (Este ano, como no ano passado, teremos o Rosh Hashana [ano novo judeu] em nossa casa.) Todos eles já nos conhecem bem, depois do relacionamento de alguns anos, sabem a respeito da nossa fé e nos amam. Ontem, a mãe da nossa nora falou com todos os familiares para comprarem o jornal e lerem o artigo.
A publicação deste artigo foi apenas uma vitória, uma batalha que ganhamos. A guerra está longe de acabar. Apesar de sabermos que, no fim, a causa de Yeshua será vitoriosa, a luta do dia a dia ainda pode ser difícil, especialmente para aqueles que são vítimas de ataques violentos, que perdem ilegalmente seus empregos, que são assediados em seus negócios, que têm moradia negada, passaportes tomados ou pedidos de cidadania recusados.

Ore para que este artigo cause um impacto no coração dos que o lerem. Ore para que a verdade de quem nós somos seja uma poderosa arma contra o ataque sendo preparado pela comunidade ultrarreligiosa para não sermos aceitos como judeus. Por favor, ore especificamente por Calev Myers e o Instituto de Justiça em Jerusalém que estão na frente dessa batalha para nos apresentar de uma maneira positiva na mídia israelense nacional e para influenciar o sistema de tribunais a darem veredictos justos em nosso favor.

(Veja esta notícia em inglês no site: www.out-of-zion.com/carmelalert.php. Veja também o artigo do jornal (publicado em hebraico) traduzido para o inglês:
http://www.ynetnews.com/Ext/Comp/ArticleLayout/CdaArticlePrintPreview/1,2506,L-3939336,00.html)
Eddie Santoro é judeu messiânico que vive em Israel.
Fonte: Revista Impacto
 

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