sexta-feira, 25 de junho de 2010

O PERIGO DE HELIMINAR O INSTRUMENTO HUMANO

O Perigo de Eliminar o Instrumento Humano 

Para todo erro extremista, há outro erro, igualmente perigoso, no extremo oposto. Isso parece óbvio, mas na prática é muito difícil evitar esses erros do extremo oposto, pois as reações costumam dificultar uma visão mais equilibrada. Ao identificar a terrível e generalizada tendência humana de tomar a glória de Deus para si mesmo, poderíamos até concluir que, neste caso pelo menos, não existiria o outro extremo como perigo a evitar. Afinal, quanto mais o homem se ocultar e desaparecer para que somente Deus tenha liberdade de agir, não é melhor? Entretanto, usando o exemplo clássico de um avivamento do século passado, Rick Joyner mostra que aqui, também, existe o perigo do extremo oposto! 

Quase todo avivamento ou mover de Deus, tanto nas Escrituras quanto na história, foi iniciado pela instrumentalidade de um único indivíduo. Embora muitos outros possam ter sido importantes na preparação, na sustentação e na continuação do mover, Deus geralmente tem escolhido uma pessoa em particular como canal para conduzir seu povo a um novo passo no seu plano eterno.

Como bem sabem os que têm tomado o tempo para estudar os movimentos de Deus no passado, este, sem dúvida, tem sido um dos pontos mais vulneráveis no plano de Deus: muitos líderes e avivamentos têm naufragado justamente porque o instrumento humano tomou o lugar de Deus.

No avivamento do País de Gales, em 1904, porém, aconteceu justamente o contrário. O instrumento que Deus estava usando saiu de cena antes da hora, o que também causou um fim prematuro ao avivamento.

Uma Liderança Muito Discreta


Estamos referindo-nos, obviamente, a Evan Roberts. Embora não fosse um líder dinâmico, nem mesmo um bom pregador, ele era indiscutivelmente a centelha que Deus usou para acender o fogo naquele lugar.

Sua liderança era discreta e variava de acordo com a orientação de Deus para cada ocasião. Por vezes, entrava numa reunião, sentava-se à frente, mas não dizia nada por três horas. Depois, levantava-se, pregava e orava por uns dez ou quinze minutos e sentava-se de novo. Outras vezes, pregava o tempo todo ou orava o tempo todo. Com freqüência, ficava sentado em silêncio durante toda a reunião.

Evan Roberts não permitia que suas reuniões ou visitas a uma outra cidade fossem anunciadas com antecedência superior a um ou dois dias da sua chegada. Ainda assim, limitava-se a dizer que esperava estar num certo lugar a uma certa hora. Ele fugia de repórteres e temia a adulação. Muitas vezes, retirava-se das reuniões quando sentia que o povo havia vindo para ouvi-lo em vez de ao Senhor. Nas reuniões em que se sentiu o centro da atração, ele apelou com um coração angustiado para que as pessoas se voltassem para Cristo apenas, a fim de que o Espírito Santo não se retirasse.

Embora tivesse se tornado o pregador mais mencionado pela mídia daquele tempo, ele sempre se recusava ser entrevistado por repórteres vindos do mundo todo. Não se deixava fotografar, exceto pelos membros da sua família. Ele sabia que esse despertamento era de Deus e não dele mesmo e que, se as pessoas o idolatrassem, a glória seria removida. Ele nem mesmo respondia aos pedidos que vinham de editoras do mundo todo, querendo publicar a sua biografia. Seu grande temor era que, assentindo a essas coisas, poderia estar roubando uma pequena fração da glória que era devida somente ao Senhor.

Foi essa determinação de Roberts que manteve o povo com o foco centrado corretamente no Senhor e contribuiu para que eles pudessem continuar com a bênção da presença do Espírito por todo o tempo em que o avivamento foi dado.

O Erro de Anular o Instrumento Humano


Porém, como acontece com muitos líderes, sua maior força transformou-se em sua maior vulnerabilidade. Evan Roberts temia tanto a possibilidade de tomar a atenção que era devida apenas ao seu amado Senhor que, em 1906, ele atendeu ao conselho de Jessie Penn-Lewis e retirou-se definitivamente do ministério, passando a viver em reclusão o resto da sua vida. Ele nunca mais foi ativo no ministério, e o avivamento, em pouco tempo, arrefeceu-se.

Não há dúvidas de que Jessie Penn-Lewis era uma serva de Deus, usada pelo Senhor de várias maneiras, especialmente através dos seus escritos. Porém, no seu zelo de combater o foco do avivamento no homem, ela cometeu um grave erro: contribuiu para que o instrumento que Deus estava usando fosse anulado.

Alguns têm argumentado que, se tivesse sido um verdadeiro avivamento, a saída de um homem não teria feito nenhuma diferença. No entanto, as Escrituras e a história testificam de modo diferente. Por ter o Senhor dado sua autoridade aos homens, ele sempre olha para os homens que estão na brecha, quando deseja mover-se na Terra. Somente Deus pode acender o fogo do avivamento, mas ele se move através de homens.

Tal como João Batista, Evan Roberts recebeu o encargo de preparar o caminho do Senhor, apontar para ele e ter a disposição de diminuir enquanto ele crescesse. Entretanto, era importante que João não diminuísse antes de o Senhor crescer; este é o ponto em que muitos que estão buscando o mover de Deus falham.

O Senhor deu a João Batista uma unção que inflamou toda uma nação, de modo que tanto os grandes como os pequenos foram até ele. Somente depois de ter conquistado a atenção da nação é que ele apontou para aquele que é o maior. João teve que permitir que o Senhor o levantasse por algum tempo, ou ele não teria como cumprir o seu propósito.

É verdade que muitos que alcançam uma posição de destaque acabam querendo permanecer ali, não querendo diminuir ou ceder o espaço quando a presença do Senhor vem crescendo. Isso, porém, não invalida o fato de que muitos outros nunca chegam à posição de poderem apontar para o Senhor e testificar dele, porque não querem ser elevados à posição em que isso seria possível.

Desde o princípio, foi propósito de Deus usar as pessoas para fazer a sua obra. O Senhor plantou o jardim, mas colocou o homem nele para cultivar e guardá-lo. Ser usado grandemente por Deus não é roubar a sua glória, mas mostrá-la de uma forma maior – contanto que continuemos, como João Batista e Evan Roberts, a apontar para ele. 

Geralmente, é um espírito maligno, um espírito religioso de falsa modéstia, que procura negar ao homem esta união com Deus em sua obra, com enganos idealistas de que o homem estaria recebendo uma parte maior de sua glória. É correto reconhecer que o homem é apenas o “vaso terreno” e que a glória é toda de Deus, mas é uma idéia humana negar que a glória do Senhor possa estar num vaso terreno.

Para recebermos a graça de Deus, precisamos entender que ele usa as coisas tolas para confundir as sábias, as fracas para confundir as fortes. Antes de sua partida, o Senhor Jesus falou: Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor (Mt 23.39, ênfase acrescentada). Desse modo, ele estava declarando que, daquela hora em diante, nós não o veríamos mais a menos que abençoássemos e aceitássemos aqueles que fossem por ele enviados.  

 
Extraído e adaptado de “Sombras das Coisas Que Virão”, Volume 2, Rick Joyner, Danprewan Editora. Mais informações sobre o ministério de Rick Joyner no site:www.morningstarministries.org.

por Rick Joyner
Postado por Roberto
Fonte: Revista Impacto
Abraço

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