De terrorista a amigo de Israel
A nova vida de Walid com sua família. |
"Em 1993 folheei pela primeira vez o livro de meus inimigos, a Bíblia", conta Walid Shoebat (43 anos), filho de uma família palestina muçulmana em Beit Sahur, nas proximidades de Belém. "Na Bíblia encontrei o amor que procurei em vão no Corão e descobri o caminho até Jesus".
Como jovem palestino, Walid Shoebat, juntamente com seus "correligionários", jogava pedras do monte do Templo sobre os judeus que oravam junto ao Muro das Lamentações. Aos 16 anos ele escondeu uma carga explosiva dentro de um pão que pretendia largar na filial do banco israelense Le’umi em Belém. No último momento ele ficou com tanto medo que jogou a bomba sobre um telhado.
Mesmo assim foi detido por seu ato e ficou em uma prisão israelense até os 18 anos. Quando foi solto, em 1978, emigrou para os Estados Unidos, onde se tornou um engajado ativista pró-palestino em Chicago.
Seu casamento com uma cristã americana foi mudando sua vida aos poucos. No início ele tentou todo o possível para convencer sua esposa de que o islã era a religião verdadeira. Hoje Walid é cristão renascido e ama o povo de Israel. Nesta entrevista concedida a Aviel Schneider, da revista israel heute, ele disse que a terra de Israel pertence aos judeus e não aos palestinos.
Pergunta: Walid, você ainda mantém contato com sua família?
Shoebat: Minha família não quer mais saber de mim. Meu pai tem vergonha por minha causa, e ele e meu irmão querem me matar para restaurar a honra da família. Meu pai era o mukhtar (líder islâmico local) de Beit Sahur e casou-se com uma americana. Minha mãe foi obrigada a se converter ao islamismo. Ele lhe tirou o passaporte porque ela tentou fugir algumas vezes. Desde pequeno fui ensinado a odiar os judeus. Eu os odiava mesmo não conhecendo um único judeu.
Pergunta: E hoje você ama o povo judeu?
Shoebat: Sim, e isso aconteceu apesar de meu sonho ter sido morrer pela Palestina, lutando contra os judeus. Muitas vezes passei por situações em que realmente pensei que os soldados israelenses iriam atirar em mim e me matar. Na realidade os soldados de Israel só atiram em palestinos quando se encontram em perigo de vida. Eu tentei converter Maria, minha esposa, ao islamismo, mas ela trouxe Jesus para meu coração. Deus realizou um milagre em minha vida e me mostrou quem é o nosso verdadeiro Salvador e Messias: Jesus, um judeu.
Pergunta: Israelenses e palestinos lutam uns contra os outros em uma espiral de violência sem fim. Existe uma saída?
Shoebat: Essa não é uma "espiral de violência" como muitas vezes é apresentada no Exterior. Israel apenas reage ao terrorismo palestino, assim como os agentes da lei são obrigados a reagir diante da criminalidade. Os líderes terroristas são todos covardes. Eles escolhem jovens e os enviam à morte. Veja só o que houve com Saddam Hussein. Ele foi capturado em um buraco. Osama bin Laden se esconde em alguma caverna e Yasser Arafat não sai de sua muqata’a (quartel-general) em Ramallah. Todos eles sabem que não há 72 virgens no paraíso e por isso mandam os outros morrerem por sua causa, mas eles mesmos não vão. Israel e o mundo não devem de forma alguma ceder diante do terror islâmico.
Pergunta: Mas esse terrorismo cansa os israelenses!
Walid Shoebat em 1977. |
Shoebat: Deus não permita que eles fiquem cansados! Todos os dias oro pela proteção do povo de Israel. Os judeus têm direito bíblico à Terra Santa, que não é dos palestinos ou dos muçulmanos. Se essa afirmação me faz um traidor aos olhos dos muçulmanos, então que seja assim, mas eu sei que diante de Deus não sou traidor!
Pergunta: Conheço alguns palestinos que são cristãos, mas poucos deles aceitam o direito de Israel sobre a Terra Santa. Ao invés disso, eles defendem a causa palestina.
Shoebat: Isso é verdade, e eu chamo esses cristãos de cristãos muçulmanos – uma mistura que não funciona. Hoje, quando olho para trás, chego à conclusão de que joguei pedras nos judeus sem conhecê-los e nem a sua religião. Por quê? Porque eu, como todas as crianças palestinas, passei por uma lavagem cerebral nas mesquitas e escolas que freqüentei. Os judeus eram apresentados para nós como macacos ou porcos sem direito à Palestina. Aprendíamos que os judeus roubaram nossa terra e que tínhamos que lutar por ela até o mais amargo fim.
Pergunta: Como os dois povos podem se aproximar?
Shoebat: Judeus e palestinos não conhecem bem uns aos outros. Se os palestinos conhecessem melhor a base histórica e bíblica dos judeus em Israel, certamente muitos pensariam de maneira bem diferente sobre a existência do Estado de Israel e do povo judeu. A liderança palestina, porém, frustra qualquer esforço em prol de uma aproximação entre os dois povos. Faz-se necessário que surjam relações sinceras entre judeus e árabes.
Pergunta: Mas já existem projetos de reconciliação como o Musallaha, que incentivam as relações entre judeus e palestinos.
Shoebat: Não confio nesse programa de reconciliação de Salim Munajer, pois ele fala com duas línguas. Aos judeus ele conta o que querem ouvir, e faz o mesmo com os palestinos. Aos judeus messiânicos ele procura arrancar suas raízes judaicas e questiona seu serviço militar. Mas como é possível duvidar da importância do serviço militar se os judeus precisam defender seu país? Salim, que declara ser amigo de Israel, defende apenas os objetivos palestinos. Ele apóia a divisão de Jerusalém e a devolução do cerne das terras bíblicas, a Judéia e Samaria, aos palestinos. Do ponto de vista bíblico é um fato que a terra de Israel foi prometida aos judeus e não aos palestinos, e nessa questão "político-espiritual" muitos cristãos palestinos falham, entre eles Salim.
Pergunta: Como você explica o fato do Ocidente, que busca a liberdade, a democracia e o respeito aos direitos humanos, demonstrar mais simpatia pelo Oriente muçulmano, que despreza esses valores, do que por Israel, que os preza?
Shoebat: Esta é uma luta espiritual entre o céu e o inferno.
Pergunta: Qual a sua contribuição como palestino crente?
Shoebat: Sempre que tenho oportunidade explico às pessoas que Deus não apóia a luta dos palestinos mas está do lado de Seu povo, Israel. Decidi dar palestras por ter sido vítima da lavagem cerebral palestina na infância. Esse doutrinamento era contra os judeus. Hoje vejo milhões de crianças sofrendo o mesmo tipo de abuso. Isso não tem relação alguma com os territórios conquistados, pois o ódio aos judeus e o terrorismo contra eles já existiam antes de 1967.
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