quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A PRESENÇA JUDAICA EM JERUSALÉM ATRAVÉS DAS ERAS

A presença judaica em Jerusalém através das eras

1. Considerações gerais

Jerusalém foi tanto a capital política quanto espiritual do povo judeu – a última, sem interrupção até o presente, através de bons e maus tempos.

1.1. A conexão entre o povo judeu e a cidade de Jerusalém é um dos fatos mais bem documentados da História mundial. 

Em fontes judaicas tradicionais, a palavra "Jerusalém" é mencionada mais de 600 vezes, pelo menos 140 vezes no Novo Testamento, mas nenhuma vez no Corão. 

Há uma referência no Corão (17:7) à destruição do Primeiro e do Segundo Templos, que ficavam em Jerusalém. Há também uma referência no Corão (34:13) ao rei Davi e ao seu filho, o rei Salomão, que construiu o Primeiro Templo em Jerusalém. 

No entanto, o Corão, que foi escrito há aproximadamente 1.400 anos, não menciona explicitamente a palavra "Jerusalém". Levando-se em consideração que a palavra "Jerusalém" já existia por 2.000 anos quando do advento do islã, essa omissão é significativa.

1.2. Jerusalém foi fundada pelo rei Davi na antiga cidade de Jebus há aproximadamente 3.300 anos atrás, quando ele a renomeou e lhe conferiu um caráter judaico. Jerusalém foi tanto a capital política quanto espiritual do povo judeu – a última, sem interrupção até o presente, através de bons e maus tempos.

1.3. Pelos últimos 3.300 anos, Jerusalém nunca foi a capital de nenhum outro povo, nem mesmo de árabes e muçulmanos, um fato significante levando-se em conta que a cidade foi conquistada por tantos povos diferentes.

2. Observações de algumas pessoas célebres sobre a conexão do povo judeu com Jerusalém

Além do Domo da Rocha, Jerusalém não tem qualquer significado mais importante para o islã (o Domo da Rocha foi construído sobre as ruínas do Primeiro e do Segundo Templos judeus).

2.1."Para um muçulmano", observou o escritor britânico Christopher Sykes, "há uma profunda diferença entre Jerusalém e Meca ou Medina. As últimas são cidades sagradas contendo locais sagrados". Além do Domo da Rocha, ressalta ele, Jerusalém não tem qualquer significado mais importante para o islã (o Domo da Rocha foi construído sobre as ruínas do Primeiro e do Segundo Templos judeus).

2.2. Sir Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico, disse à diplomata Evelyn Shuckburgh, em 1955: "Há de se deixar os judeus terem Jerusalém – foram eles que a tornaram famosa".

2.3. Sari Nusseibah, ex-representante da Autoridade Palestina em Jerusalém: "Seria cegueira negar a conexão judaica com Jerusalém".

3. Alguns registros da presença judaica em Jerusalém, de 705 d.C. a 1967 d.C.

• 705 d.C. – "Desde o tempo do califa Abdel-Malik em diante, os judeus estavam entre aqueles que guardavam os muros do Domo da Rocha. Por isso, eles não precisavam pagar o imposto cobrado de todos os não-muçulmanos. Os judeus eram encarregados de limpar o lixo da área haram (impura para muçulmanos)". Mujir al-din em seu livro History of Jerusalem and Hebron.

• 863 – "Essa é a data presumida da mudança da Yeshivat Eretz Israel de Tiberíades para Jerusalém, para que se tornasse a autoridade religiosa central de toda a região. O último dos Ga’ons (sábios) de Jerusalém foi Evyatar Ben Eliyahu Hacohen (1112)". Nathan Schur, History of Jerusalem.

• 1167 – "Duzentos desses judeus vivem em um canto da cidade, sob a Cidadela de Davi". Benjamin de Tudela em seu famoso livro Travels.

• 1395 – "Os judeus na Cidade Santa vivem em suas próprias áreas residenciais especiais". O viajante Ogier D’Anglure em Le Saint Voyage de Jerusalem.

• 1499 – "Dentre os inúmeros judeus em Jerusalém, eu encontrei diversos nativos da Lombardia, três da Alemanha e dois monges que se converteram ao judaísmo". Diário de viagem de Arnold von Harff, Die Pilgerfahrt I.

• 1546/47 – "Muitos judeus moram em Jerusalém e há uma rua especial dos judeus". Ulrich Prefat da Eslovênia em suas crônicas.
• 1611 – "E nessa Terra, eles [os judeus] vivem como estrangeiros... sujeitos a toda opressão e privação, que eles suportam com paciência incompreensível, desprezados e combalidos. Apesar de tudo isso, eu nunca vi um judeu com raiva em seu rosto". George Sandys, filho do arcebispo de York, em Travails.

• 1751 – "Quatro mil pessoas chegam por ano junto com um número semelhante de judeus que vêm de todos os cantos do mundo". O viajante sueco Frederick Hasselquist em Voyages and Travels in the Levant.

• 1860 – Primeiro bairro judeu construído fora dos muros de Jerusalém.
• 1889 – "Trinta mil das 40.000 pessoas em Jerusalém são judeus... no momento, os judeus estão vindo para cá às centenas". The Pittsburgh Dispatch, 15 de julho de 1889.
• 1925 – Universidade Hebraica inaugurada no Monte Scopus, Jerusalém.

• 1967 – Árabes derrotados em sua nova guerra contra Israel – a "Guerra dos Seis Dias". Jerusalém reunificada. Muro das Lamentações e Monte do Templo liberados.

4. O respeito de Israel pelos locais de adoração de todas as religiões

Com exceção do período de 1948 a 1967, Jerusalém nunca foi uma cidade fisicamente dividida. Em 1948, a Legião Árabe Jordaniana, sob o comando de Glubb Pasha (na realidade John Bagot Glubb, um inglês) invadiu e controlou, até 1967, a área que hoje é conhecida como a parte oriental de Jerusalém. Isso incluía a murada Cidade Antiga. Os jordanianos, então, expulsaram todos os judeus e tornaram a antiga Cidade de Jerusalém judenrein ("limpa dos judeus", em alemão). Sob o controle jordaniano, ocorreu o seguinte:

• Cinqüenta e oito sinagogas no antigo Bairro Judeu – algumas construídas há muitos séculos – foram destruídas e profanadas. Os jordanianos transformaram algumas delas em estábulos e galinheiros.

• A Legião Árabe Jordaniana profanou o antigo cemitério judeu, existente há mais de 2.500 anos no Monte das Oliveiras. Uma estrada foi construída através do velho cemitério para ligar o Hotel Intercontinental a uma rodovia. A Legião Árabe Jordaniana usou lápides de destacados rabinos como calçamento e na construção de latrinas.

• Apesar do acordado no Armistício de 1949 entre Israel e a Jordânia, que permitia a visita de judeus a seus lugares sagrados, os jordanianos proibiram os judeus de visitarem o Muro Ocidental (Muro das Lamentações) na Cidade Antiga ou o antigo cemitério judeu no Monte das Oliveiras. A Universidade Hebraica no Monte Scopus e o Hospital Hadassah ficaram totalmente isolados e foram reduzidos a ruínas.

• Apesar do flagrante e completo desrespeito da Jordânia pelos lugares sagrados judeus, a ONU nunca aprovou sequer uma resolução denunciando o fato. Compare isso à gama de resoluções da ONU contra Israel.

Em contraste, o tratamento que Israel deu a todos os locais sagrados em Jerusalém e cercanias desde 1967 tem sido exemplar. O ex-presidente americano Jimmy Carter disse "não haver dúvida" de que Israel foi mais competente em salvaguardar os locais sagrados da cidade que a Jordânia.

5. A população de Jerusalém

Muitos não têm consciência de que, desde aproximadamente 1840, os judeus têm constituído a maioria da população de Jerusalém.

Ano
Judeus
Muçulmanos
Cristãos
Total
1844
7.120
5.000
3.390
15.510
1876
12.000
7.560
5.470
25.030
1896
28.112
8.560
8.748
45.420
1922
33.971
13.411
4.699
52.081
1931
51.222
19.894
19.335
90.451
1948
100.000
40.000
25.000
165.000
1967
195.700
54.963
12.646
263.309
1987
340.000
121.000
14.000
475.000
1990
378.200
131.800
14.400
524.400
2000
530.400
204.100
14.700
749.200

6. Conclusão

Quando o povo judeu defende Jerusalém como sua Cidade Eterna, ele se baseia em numerosas e sólidas evidências históricas. Nenhum outro povo pode demonstrar ligações tão fortes com Jerusalém quanto o povo judeu: a ligação judaica com a Cidade Santa é a mais longa e ininterrupta. Jerusalém é o – único – centro espiritual do judaísmo. 

Em toda a sua longa história, Jerusalém apenas foi a capital de um único povo: o povo judeu. Os judeus têm constituído a maioria de sua população nos últimos 160 anos. E, o que é de suma importância para a comunidade internacional: Israel tem, de longe, o melhor histórico de proteção dos lugares santos de todas as religiões – em Jerusalém eles recebem o respeito que merecem. Pela lógica, Jerusalém é a capital do Estado de Israel e todas as pessoas sinceras e de boa fé devem reconhecer esse fato.

Fontes:
  • Bard, Mitchell G., Myths and Facts: A Guide to the Arab-Israeli Conflict, American Israeli Cooperative Enterprise Inc., 2002.
  • Ben Gad, Yitschak, Politics, Lies and Videotape, Shapolsky Publishers, Inc., New York, 1991.
  • Cohen, Saul B., Jerusalem: Bridging the Four Walls, Herzyl Press, New York, 1977.
  • Gilbert, Martin, Jerusalem in the Twentieth Century, Chatto and Windus Ltd., London, 1996.
  • Tal, Eliyahu, Whose Jerusalem, International Forum for a United Jerusalem, Tel Aviv, 1994.
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, outubro de 2003.

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