domingo, 15 de maio de 2011

O MAIS IMPORTANTE É ISRAEL

O Mais "Importante" é Israel

Minha filha mais nova acaba de concluir seu segundo ano de faculdade numa universidade secular (N. do T.: nos EUA há universidades cuja orientação educacional é cristã, daí a diferenciação pelo uso do termo “secular”). No intuito de cultuar a Deus com outros irmãos, ela levou quase dois anos inteiros para encontrar uma igreja que não se considere “o novo Israel” e que não creia que Deus rejeitou definitivamente o povo judeu.

Enquanto preparávamos uma edição da nossa revista, um amigo me deu um sábio conselho em poucas palavras: “Cuide para que o mais importante seja, de fato, o mais importante”. O mais importante não é o número de dispensações bíblicas, nem é a enorme quantidade de diferenças que poderíamos alistar entre a Teologia Aliancista (ou Teologia da Substituição) e a Teologia Dispensacionalista. A “coisa mais importante” é aquilo que minha filha priorizou quando visitava várias igrejas e solicitava a declaração de fé de cada uma delas. O “mais importante” é Israel.

Quando eu era uma crente recém-convertida a Cristo, passava muitas horas ouvindo pregações pelo rádio. Felizmente, havia em nossa região uma excelente emissora de rádio evangélica dirigida por um dedicado crente em Cristo, que era criterioso com a programação que permitia ir ao ar. Certa ocasião eu ouvia um famoso pastor presbiteriano que começava uma série de pregações no livro de Isaías.

Ele introduziu sua pregação com a seguinte história: há muitos anos, quando ainda era um jovem pastor que acabara de se formar no seminário, ele cria que todas as maravilhosas promessas que Deus fizera a Israel no Antigo Testamento agora se destinavam à Igreja. A oportunidade de Israel tinha chegado e fora desperdiçada. 

A nação de Israel pecara, perdera sua terra e fora substituída pela Igreja – esta que passou a ser o novo povo escolhido por Deus (uma peculiaridade interessante desse ponto de vista é a de que as pessoas que o adotam ainda consentem que o genuíno povo de Israel fique com todas as maldições prometidas por Deus, enquanto a Igreja fica com todas as bênçãos).
Desde o momento em que Deus a estabeleceu no livro de Gênesis e a reafirmou ao longo de todo o Antigo Testamento, a Aliança Abraâmica – que inclui a provisão da terra e todas as outras promessas – é infalível.

Entretanto, a esposa daquele jovem pastor interpretava a Bíblia de modo um pouco mais literal. Ela cria que a partir do momento em que Deus fazia uma promessa, Ele a cumpria. Então, aquele pastor contou que sua esposa orava todos os dias para que ele chegasse a uma compreensão melhor e mais exata da Palavra de Deus.

Um dia ele decidiu estudar o livro de Isaías com toda seriedade e afinco. Extasiado pelas grandiosas promessas que Deus fizera a Israel, ele começou a analisar sua perspectiva de Deus. Que Deus era aquele a quem ele servia, que fizera promessas tão maravilhosas como essas para, depois, anulá-las e concedê-las a outros?

Por fim, ele chegou à conclusão de que tinha de tomar uma decisão acerca de Deus. Ou Deus era: (1) incapaz de cumprir as promessas que fez a Israel; ou (2) Ele era um mentiroso que nunca teve a intenção de cumprir as promessas que fez a Israel; ou (3) Ele ainda estava para cumprir as promessas que fez a Israel. Aquele pastor optou pela terceira e última alternativa.

À medida que a sociedade ao nosso redor se deteriora e o lobby muçulmano se torna mais forte a cada dia, tanto nos Estados Unidos quanto no Ocidente, o mundo – inclusive grande parte da “cristandade” – quer nos fazer acreditar que o território no qual está situada a nação de Israel é de quem dele se apoderar ou que ele pertence aos árabes por direito. Contudo, o mais importante continua a ser o mais importante. Israel não é a Igreja e a Igreja não é Israel.
A verdade é que Deus confiou a Abraão e seus descendentes naturais a terra de Canaã, mediante uma aliança incondicional que nunca foi ab-rogada ou abolida.

Muitas pessoas confundem a Aliança Mosaica – que exigia a obediência de Israel – com a Aliança Abraâmica, que não estava condicionada à obediência. Pelo fato de não obedecerem à Aliança Mosaica, os israelitas foram privados das bênçãos temporais de que poderiam desfrutar e sofreram o castigo de serem expulsos temporariamente de sua terra. Porém eles ainda possuem a Escritura de posse daquela terra que Deus lhes outorgou por herança.

A Nova Aliança – que também foi firmada por Deus com Israel em Jeremias 31 – substitui a Aliança Mosaica, mas não substitui a Aliança Abraâmica. Desde o momento em que Deus a estabeleceu no livro de Gênesis e a reafirmou ao longo de todo o Antigo Testamento, a Aliança Abraâmica – que inclui a provisão da terra e todas as outras promessas – é infalível.
À medida que a sociedade ao nosso redor se deteriora e o lobby muçulmano se torna mais forte a cada dia, tanto nos Estados Unidos quanto no Ocidente, o mundo – inclusive grande parte da “cristandade” – quer nos fazer acreditar que o território no qual está situada a nação de Israel é de quem dele se apoderar ou que ele pertence aos árabes por direito.

O Deus a quem sirvo não é impotente. Não é à toa que Ele se chama o Deus Todo-Poderoso. Se Ele foi capaz de criar o mundo em seis dias, se foi capaz de abrir o mar Vermelho para que um povo de 2 milhões e meio de pessoas o atravessasse do Egito para Canaã a pés enxutos levando seus rebanhos, se foi capaz de fazer cair do céu o maná durante 40 anos para alimentar Seu povo a quem Ele guiava por meio de uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite, então Ele certamente é capaz de trazer Israel de volta para Si numa genuína conversão espiritual e abençoar fisicamente o povo judeu com a terra que lhes prometeu.

A Aliança Abraâmica não se baseou na obediência de Israel, mas no amor leal de Deus, como está escrito: “Porquanto amou teus pais, e escolheu a sua descendência depois deles” (Dt 4.37). Moisés fez a seguinte declaração aos israelitas:

“Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais...” (Dt 7.7-8; ênfase acrescentada).

Moisés os advertiu de que se eles abandonassem o Senhor Deus, seriam espalhados por entre as nações e perseguidos (Lv 26.14-39; Dt 28.15-68). Mas ainda assim, o Senhor afirmou: “...se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniqüidade, então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com Isaque, e também da minha aliança com Abraão, e da terra me lembrarei” (Lv 26.41-42). Por quê? Porque Deus confiou aquela terra ao povo de Israel “para todo o sempre” (Dt 4.40).

A que espécie de Deus você serve? Se foi enxertado na família da fé através da Nova Aliança, você se tornou um descendente espiritual de Abraão, não um descendente natural. Se Deus não for fiel em cumprir as promessas que fez a Israel, como é que você pode estar certo de que Ele será fiel em cumprir as promessas que fez a você? À semelhança da Aliança Abraâmica, a Nova Aliança é incondicional. Não se baseia na sua ininterrupta obediência; baseia-se no amor leal de Deus por você (Jo 3.16; Rm 5.8). 

Felizmente para todos nós, “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23.19). Por isso Ele “cumprirá” a Aliança Abraâmica, a “aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque; o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua, dizendo: Dar-vos-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança” (1 Cr 16.16-18; Sl 105.9-11).
“Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos” (Jr 32.38-39).

Além disso, Ele também cumprirá a Nova Aliança que fez com Israel, de livrar fisicamente a nação inteira e regenerá-la espiritualmente num único dia (Zc 12.10; Rm 11.26). Em seguida, Ele cumprirá a Aliança Davídica ao fazer com que Jesus, o Messias, o Filho de Davi, se assente no trono de Davi para reinar sobre todo o Reino Messiânico, primeiramente por mil anos e, então, para todo o sempre (2 Sm 7.12,16; Is 9.7; Ap 20.4,6).

Não se deixe enganar por filosofias de homens que “interpretam” aquilo que Deus diz de modo a fazer com que o sentido do que foi dito por Deus seja completamente oposto ao que está escrito em Sua Palavra. “Cuide para que o mais importante seja, de fato, o mais importante”. Israel e a Igreja não são a mesma coisa. O amor incondicional do Deus todo-poderoso por ambos, Israel e a Igreja, é que continua a ser o mesmo.

A passagem bíblica a seguir foi proferida e escrita pelo profeta Jeremias ao povo judeu, os descendentes naturais de Abraão, Isaque e Jacó. Se o Deus a quem você serve é onipotente, fiel e verdadeiro, tal passagem não pode se aplicar a nenhum outro que não seja exclusivamente o Israel nacional:

“Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os lancei na minha ira, no meu furor e na minha grande indignação; tornarei a trazê-los a este lugar e farei que nele habitem seguramente. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. 

Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma. Porque assim diz o Senhor: Assim como fiz vir sobre este povo todo este grande mal, assim lhes trarei todo o bem que lhes estou prometendo” (Jr 32.37-42).  

Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, maio de 2008.

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