“Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...” (At 1.8). Esse poder do Espírito Santo é para todos os que crêem (Jo 7.37-39; At 2.37-39; At 8.15; At 10.44-45). O mandamento bíblico para aqueles que crêem é “enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
Há duas razões pelas quais todo crente deve ser cheio do Espírito Santo:
1) Para obter vitória sobre o pecado; para ser capacitado a viver uma vida plena (Rm 8.13; Gl 5.16);
2) Para receber poder para a função específica à qual foi chamado. “A cada um sua obrigação”, disse Jesus (Mc 13.34). “Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve” (1 Co 12.18).
Nem todos são chamados para o mesmo ministério, evidentemente, mas cada pessoa redimida é chamada pelo Senhor para um ou mais ministérios ou meios de testemunhar. “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (1 Co 12.11).
O evangelista Charles G. Finney – que foi batizado com o Espírito Santo na mesma noite em que se converteu – pregava o Evangelho com o poder do Espírito Santo. Ele tinha o ministério de pregar. Havia, porém, dois homens que trabalhavam junto com ele – Clary e Nash – que não foram agraciados com o dom da palavra, mas que eram poderosos na oração.
Não devemos aspirar a um ministério semelhante ao de outrem, se Deus não nos chamou a isso. Devemos desejar, com todo nosso coração, ocupar o lugar ao qual Deus nos chamou e ali fazer o trabalho que ele nos designou. Também não devemos desistir até descobrirmos que lugar é esse e qual a nossa tarefa. “Não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor” (Ef 5.17).
“Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? (...) Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?(...) Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. (...) Contudo, Deus coordenou o corpo (...) para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (1 Co 12.14-27).
O corpo humano é assim comparado à Igreja, que é o Corpo de Cristo (Cl 1.12-18; Ef 1.15-23). O olho tem uma função; o ouvido, outra. Assim é na Igreja: “Porventura são todos apóstolos? Ou todos profetas? São todos mestres? Ou operadores de milagres?” (1 Co 12.29).
Irmãos, não fiquemos desanimados se o nosso ministério não é, aos nossos olhos, tão brilhante quanto o do nosso irmão. Ao mesmo tempo, não devemos descansar enquanto não soubermos o plano de Deus para nossa vida e estivermos fazendo a vontade dele, com o poder do Espírito Santo.
Quando o seu corpo está forte e saudável, você consegue realizar com eficácia muitas coisas que não conseguiria fazer se estivesse doente. Da mesma forma, quando o Corpo de Cristo, que é a Igreja, está reavivado, cheio do Espírito Santo, ele faz obras poderosas. O corpo humano pode estar vivo, porém tão fraco e abatido que se torna praticamente inútil em termos de realizar as coisas para as quais foi formado. Assim também, o Corpo de Cristo pode estar vivo, mas praticamente sem qualquer influência na sociedade. Ó Deus, envia um poderoso reavivamento do Espírito Santo!
Motivos puros
Devemos almejar, com todas as nossas forças, ser aquilo que Deus deseja que sejamos. Todavia, precisamos examinar nossos motivos. “Vigiai, pois, a todo o tempo, orando”, disse Jesus (Lc 21.36). Querer “ser o primeiro” (Mc 9.35) por pura vaidade, pelo desejo egoísta de sobressair-se entre os irmãos, é errado. A pessoa que age para atingir objetivos pessoais e egoístas pode até pregar muito bem e expulsar demônios e, ainda, no fim, perder a salvação. A Bíblia diz que isso vai ocorrer com muitas pessoas (Mt 7.21-23). “Procuras tu grandezas para ti mesmo? Não as busques” (Jr 45.5).
Uma pessoa pode querer ser cheia do poder do Espírito Santo, mas só para impressionar, parecer que é mais santo ou que tenha uma fé mais forte que os demais. Deus ordena que sejamos cheios do Espírito, mas ele quer que nossos motivos sejam corretos. Até o nosso Isaque precisa ser colocado no altar.
Um evangelista, ainda que tenha grande fé ou um ministério cheio de poder, jamais deve desprezar aqueles que vêm depois com o ministério de ensino, que é tão importante quanto o seu, embora menos visível ou espetacular. “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos” (Mt 18.10).
“Fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31). “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros, e contudo não procurais a glória que vem do Deus único?” (Jo 5.44).
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). Que o empenho que você tem para buscar o aperfeiçoamento do seu próprio ministério seja também direcionado para fazer tudo ao seu alcance para que seus irmãos e irmãs em Cristo encontrem seus lugares no Corpo de Cristo e ajam segundo a vontade de Deus. “Advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28).
“Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta, faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria. (...) Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.3-8,21).
por W. C. Moore
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