sexta-feira, 29 de julho de 2011

DORES DE PARTO NO ORIENTE MÉDIO


Dores de Parto no Oriente Médio

Por: Lance Lambert
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.25-28).

Estamos vivendo num mundo muito atribulado: tivemos um terremoto arrasador no Japão (o maior já registrado em sua história), seguido de um tsunami e da liberação de material radioativo dos reatores; depois, os piores tornados nos Estados Unidos em 80 anos, quase todo o Oriente Médio envolvido em levantes e revoltas populares, com milhares de mortos, e o assassinato de Osama Bin Laden com a promessa de ondas de violência e vingança como consequência.

Jesus usou uma expressão muito interessante ao anunciar as angústias dos últimos tempos: “… estas coisas são o princípio das dores” (Mc 13.8). A expressão princípio das dores no grego poderia ser traduzida dores de parto. Em outras palavras, não é um processo negativo. São dores relacionadas com a vinda do Reino e a volta de Jesus. “Quando essas coisas começam a acontecer”, ele disse, “erguei a cabeça, porque a vossa redenção se aproxima.”

Precisamos compreender um fato muito simples, mas tremendamente encorajador: o Senhor está completamente no controle! Veja este texto: “Reina o Senhor. Revestiu-se de majestade; de poder se revestiu o Senhor e se cingiu. Firmou o mundo, que não vacila. Levantam os rios, ó SENHOR, levantam os rios o seu bramido; levantam os rios o seu fragor. Mas o Senhor nas alturas é mais poderoso do que o bramido das grandes águas, do que os poderosos vagalhões do mar” (Sl 93.1,3,4). No meio de toda a tempestade, de tufões e tsunamis, das imensas e furiosas ondas do mar, o Senhor está entronizado em poder.

Também no Salmo 46: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do Senhor, que assolações efetuou na terra. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (vv.1-11). Quem está dirigindo e efetuando todas essas coisas? O Senhor. E onde podemos estar seguros? No seu refúgio.

Por que tudo isso está acontecendo? Porque tudo precisa ser abalado antes da vinda do Reino inabalável. “… aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que as coisas que não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12.26-29). Por que esse reino é inabalável? Porque o Rei é inabalável. E todos os que confiam no Rei, que foram salvos com salvação eterna, são tão inabaláveis quanto o próprio Rei.
No meio de toda essa turbulência, o Senhor levou nosso querido irmão, David Wilkerson, num trágico acidente de carro, no Texas, EUA. Ele foi tomado instantaneamente para a presença do Senhor. A última voz de advertência nos Estados Unidos foi encerrada. Se ainda não podemos afirmar que tudo o que ele previu de fato acontecerá, por outro lado, sabemos que era um servo fiel que enfrentou muita crítica e oposição para advertir os Estados Unidos do juízo que viria sobre o país e sobre toda a Terra.
Quero fazer uma breve análise de alguns dos últimos acontecimentos no mundo à luz da Palavra de Deus.

1. A morte de Osama bin Laden

Depois do assassinato de Bin Laden por uma equipe de comandos americanos na mansão em que vivia no Paquistão, os líderes dos países do Oriente Médio e do próprio Paquistão estão bastante temerosos quanto a possíveis retaliações. Vejo como fato muito significativo que os líderes muçulmanos moderados acreditam, quase sem exceção, que virão consequências muito sérias.

Embora o assassinato possa ser considerado uma justa retribuição por tantas mortes causadas nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Espanha e em outros países, devemos entender que é mais ou menos como matar um grande marimbondo e, em seguida, ser perseguido pelo enxame inteiro.

Esse homem se via como quem começou (em 11 de setembro de 2001) a grande guerra final predita no Alcorão – que inclui a destruição de Israel, o aniquilamento do povo judeu e a conquista dos Estados Unidos e das nações ocidentais. Uma parte importante da estratégia para cumprir essa missão é o crescimento da população muçulmana nas nações ocidentais e no restante do mundo – por meio de imigrações maciças, conversões, investimentos e pela simples multiplicação biológica.

O assassinato de Bin Laden terá, sem dúvida, consequências muito fortes. Ele morreu, aos olhos dos muçulmanos militantes, como mártir, o que poderá resultar no recrutamento de milhões de jovens, tanto homens quanto mulheres, inflamados com uma nova paixão por Islã.

O nazismo, que causou tanto sofrimento para o mundo, especialmente na Europa, era uma força espiritual, não política. Há muitos anos, quando eu dava palestras na Áustria, conheci Herr Kunuple, que havia sido professor de Escola Dominical de Adolf Eichmann, tenente-coronel de Hitler e o grande responsável pela logística de extermínio no Holocausto. Kunuple contou-me que Eichmann era um garoto bonzinho, aparentemente muito bem comportado, até que, durante a adolescência, ele se transformou por completo. 

Era como se tivesse se tornado outra pessoa, com outro temperamento e comportamento. Kunuple não conseguiu entender o que havia acontecido até que descobriu que a mudança ocorrera a partir do dia em que ingressou na Juventude de Hitler. Não tenho dúvida alguma de que Adolf Eichmann foi tomado por um demônio desde o momento em que se tornou membro da organização. Uma força espiritual o dominou, produzindo ódio pelo povo judeu.

A mesma coisa acontece com o Islamismo militante. Forças demoníacas estão em operação, trazendo a disposição ao suicídio, ao ódio, à paixão, ao desprendimento de si mesmo. É isso o que está realmente por trás desses movimentos, e é assim que precisamos encará-los.

2. A turbulência nos países do Oriente Médio 

É muito evidente, para todos os que acompanham as notícias e que conhecem a história da região, que nunca houve nada semelhante ao que estamos presenciando hoje. Nunca houve uma revolução popular na sociedade árabe.

Tudo começou no Líbano, quando os membros do Hizbollah que faziam parte da coalizão do premiê moderado Saad Hariri resolveram renunciar em massa, causando a queda do governo. Com a nomeação de um novo premiê favorável ao Hizbollah, surgiram protestos e manifestações em várias cidades.

Em seguida, o contágio da revolta popular afetou a Tunísia, o mais moderado dos países árabes, com uma classe média significativa. Ignorando o perigo, apesar das mortes e da repressão, as pessoas saíram às ruas em números cada vez maiores, até que o ditador Ben Ali, no poder por 23 anos, fugiu do país.

Dali, a contaminação passou para a Algéria e o Marrocos, que não ganharam muito destaque nas notícias, e, depois, para o Egito, que passou a ser foco da atenção de todo o mundo. Mubarak, no poder durante 40 anos, apesar de ter sido ditador e de ter oprimido o povo em benefício próprio, havia sido um elemento de estabilidade e paz na região, tendo, inclusive, mantido o Tratado de Paz com Israel.

Os levantes populares passaram depois para a Líbia, onde os combates entre as forças de Gaddafi e os rebeldes ainda continuam. Outros países afetados foram o Iêmen (país que tem ajudado a combater as forças da Al Qaeda), Omã (onde havia certa liberdade para o trabalho cristão), Bahrein, Jordânia e Síria (onde a repressão tem resultado em muitas mortes).

É realmente incrível ver tudo isso diante dos próprios olhos. O que significa? O resultado final, com certeza, será um novo Oriente Médio. Se produzisse verdadeiras democracias, com eleições transparentes para membros do Parlamento, um poder judiciário independente e liberdade genuína, seria causa de grande celebração. Entretanto, vejo que o verdadeiro vencedor de toda essa turbulência será o Islamismo militante e fundamentalista. 

A Irmandade Muçulmana é que deve obter os maiores avanços e as maiores vitórias. Já é a maior organização no Egito. Em quase todos os Estados árabes, ela foi banida: na Tunísia, na Líbia, na Algéria, no Marrocos, no Iêmen, na Jordânia, na Síria, no Iraque. Por que isso? Porque, apesar de possuir um discurso muito agradável e democrático em favor da liberdade, os governantes desses países sabem muito bem qual é o objetivo da Irmandade. Eles querem usar a democracia para destruir a democracia. Ouvi o líder da Irmandade dizer em discurso que quer uma “democracia islâmica”. Em outras palavras, cristãos e judeus serão cidadãos de segunda classe. Ou seja, não haverá verdadeira democracia.

Hitler fez exatamente a mesma coisa. Assim que foi eleito democraticamente, em 1933, ele passou a destruir, parte por parte, toda a estrutura da democracia na Alemanha.

3. A situação de Israel

Como fica Israel diante de tudo isso? Os países envolvidos estão cada vez mais dedicados à causa islâmica radical. De acordo com o propósito de Alá, expresso no Alcorão, Israel deve ser destruído. O Egito já está cogitando o rompimento do tratado de paz que tem com Israel. Reabriu as passagens para a faixa de Gaza, para entrada de armamentos, e fez uma aliança com o Hamas, que nada mais é do que a versão palestina da Irmandade Muçulmana.

Israel precisará de uma nova estratégia civil e militar para lidar com o novo cenário. Muitas vezes, nas últimas décadas, a nação de Israel foi protegida por causa de estratégias providenciais tomadas por seus líderes. Sabemos que isso só pode ter sido providência do Senhor, e devemos orar para que ele conceda novamente sabedoria e discernimento aos políticos e líderes militares em Israel.

Uma das estratégias já implementadas chama-se Domo de Ferro, um sistema de defesa contra ataques por mísseis, que já anulou muitos mísseis lançados pelo Hamas. Devemos orar para que Israel tenha esse tipo de estratégia no futuro próximo.

Devemos orar também para que o governo de Israel não ceda diante das pressões. Há muita pressão, de dentro e de fora do país, para que o premiê, Benjamin Netanyahu, faça concessões ao presidente palestino, Mahmoud Abbas. Você pode ficar chocado com esta afirmação, mas Abbas não é um moderado como muitos pensam. Ele planejou o massacre de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique, em 1972. Foi o arquiteto da política de destruir Israel, parte por parte, adotada oficialmente pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina) por volta de 1974.

Anos atrás, eu agradecia a Deus por Yasser Arafat, porque cada vez que ele aparecia na televisão, em qualquer lugar no mundo, milhares de pessoas passavam a apoiar Israel. Agora, com Mahmoud Abbas, com toda sua postura de bondoso cavalheiro, lutando em favor da paz, as pessoas são enganadas e conquistadas por ele. Atualmente, há uma forte onda mundial de apoio aos palestinos.

Em setembro, ele planeja uma declaração unilateral na ONU de um estado palestino independente com as fronteiras de 1967. Mais de 130 países já reconheceram a Palestina como Estado soberano, o que representa mais da metade dos membros da ONU. Ele também negociou uma reconciliação entre as facções adversárias de Fatah e Hamas, que há pouco tempo lutavam amargamente entre si. O Hamas, cuja constituição exige a destruição de Israel, está exigindo que o Fatah também retire seu reconhecimento do Estado de Israel.

4. O papel do Irã 

O Irã é um país muçulmano e não árabe. Embora não tenha provocado as recentes revoltas populares nos países do Oriente Médio, é certo que tem envolvimento. O Egito já está preparando-se para reatar relações diplomáticas com o Irã. O grande problema para os países ocidentais tem sido a escolha entre o apoio a governos ditatoriais que mantiveram estabilidade na região (combatendo a Al Qaeda e a Irmandade Muçulmana, mas, ao mesmo tempo, reprimindo direitos humanos) e esse movimento genuíno e popular em favor da democracia, porém com grande probabilidade de cair nas mãos de extremistas islâmicos.

O Irã, sob a mão de ferro do presidente Khamenei e do primeiro-ministro Ahmadinejad, é um Estado islâmico, sem liberdade. Enquanto a atenção do mundo ficou voltada para o terremoto no Japão e todas as revoltas no mundo árabe, o Irã continuou silenciosamente com seu programa nuclear. Sua determinação, com sanções ou sem sanções, certamente dará resultado. Apesar do vírus Stuxnet, desenvolvido no ano passado para paralisar o programa iraniano, e de outros que vieram depois, o objetivo deles será atingido.

As Nações Unidas e os governos ocidentais estão, em grande parte, passivos. Um dia, não muito distante, o Irã vai testar sua bomba nuclear, e o mundo inteiro vai acordar para uma nova situação. Isso será uma ameaça não só para Israel e o Oriente Médio, mas para todo o mundo. O Irã com a bomba atômica será semelhante a Hitler, se ele tivesse chegado a possuí-la. As consequências serão horríveis, para o mundo todo, sendo que ninguém está agindo com determinação enquanto ainda há tempo.

5. A Turquia

Este é outro país muçulmano e não árabe. Costuma ser considerado um modelo de democracia, um exemplo para o mundo árabe seguir. No entanto, lá também está havendo um grande avivamento islâmico, responsável, inclusive, por conduzir ao poder Erdogan, o premiê atual. Sob a liderança dele, a Turquia fez aliança com o Irã. A mudança na Turquia é especialmente preocupante, porque já é membro da aliança militar da Europa ocidental, a OTAN, e está tentando ingressar na União Europeia.

O histórico da Turquia em relação a direitos humanos é terrível. Seu tratamento de minorias, como os curdos e os cristãos, está bem longe de ser um modelo – para não dizer algo mais pesado –, e existem manchas sérias em sua história, como o genocídio armênio e assírio (cristãos siríacos), de 1911 a 1917, e a expulsão de milhões de gregos em 1926. Além disso, a atitude da Turquia em relação à liberdade de imprensa também é altamente restritiva, estando entre os piores regimes do mundo nessa área de acordo com as organizações mundiais de direitos humanos. Muitos jornalistas e repórteres estão presos atualmente, sem julgamento ou direito de defesa.

Em síntese, a Turquia está mudando, sem revolução, diante dos nossos olhos, passando de aliada e parceira de Israel a inimiga e adversária declarada. Isso traz uma mudança séria para o quadro no Oriente Médio. É semelhante ao que aconteceu, há algumas décadas, com o Irã. É importante entender isso dentro do contexto das profecias bíblicas sobre o tempo do fim, o que deve motivar-nos ainda mais à intercessão por Israel e pelo cumprimento do plano de Deus.

6. Intervenção da ONU na Líbia

A intervenção recente da ONU no conflito interno da Líbia foi a primeira vez em que a entidade internacional agiu dessa forma numa guerra doméstica. Uma resolução foi aprovada com unanimidade no Conselho de Segurança, sendo que seis países membros se abstiveram. Isso tornou legal a ação militar da OTAN. Embora ainda não tenha havido uma conclusão ao conflito, e alguns países tenham deixado de participar da ação, houve um precedente com grande significado para o futuro.

Se uma resolução for tomada no Conselho de Segurança contra Israel, e não houver nenhum veto, uma união de países poderá tomar ação militar contra Jerusalém, assim como fizeram na Líbia. Isso seria um cumprimento das profecias de Zacarias sobre todas as nações se unindo contra Jerusalém (Zc 12.3,9; 14.2).

Será que já estamos nos aproximando dessa época? O Senhor disse que procurará “destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém” (Zc 12.9). Em outras palavras, haverá enorme juízo sobre todas as nações que tomarem partido contra Israel. Assim, não serão dias de angústia e conflito só para Israel, mas também de destruição, morte e ruína para aquelas nações.

Além disso, se for cercado por inimigos bem armados, sem muita chance de vitória, Israel não hesitará em lançar mão do seu arsenal nuclear. Como no cerco de Masada pelos romanos, quando os judeus se suicidaram para não se entregar, eles poderão enfrentar uma situação semelhante quando forem atacados por todas as nações. Lembro que Golda Meir, premiê de Israel durante a Guerra de 1973, pediu ajuda de Nixon, presidente dos Estados Unidos. Quando ele não quis ajudar, ela respondeu: “Então teremos de usar nossas armas nucleares”.

Será nesse cenário, descrito em maiores detalhes em Ezequiel 38 e 39, que se cumprirá a profecia de Zacarias: “E sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; olharão para mim, a quem traspassaram ; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito, e chorarão por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10).

Devemos levar muito a sério as palavras do Senhor Jesus: “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima (Lc 21.28). Essas são as dores de parto do Reino que está chegando. Teremos de passar por algumas coisas, teremos de ser fiéis no meio de um processo doloroso – mas nos lembremos das palavras do salmista: não importa se as montanhas forem lançadas no mar e tudo for abalado e despedaçado; o que importa é que há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus. No que nos concerne, o Senhor reina. Acima do rugido do mar, dos brados das ondas, o Senhor nas alturas é muito mais poderoso.

Querido filho de Deus, use toda essa informação como combustível para a oração – em favor de Israel, mas também em favor do remanescente fiel da nação onde você está, para que Deus nos proteja no meio de todos esses juízos, tornando-nos fiéis testemunhas aos de fora, capazes de arrancar as pessoas da ira de Deus como tições do meio das chamas (Zc 3.2).

Lance Lambert nasceu na Inglaterra e teve uma experiência de conversão aos 12 anos de idade. Como jovem, estudou a língua e cultura chinesa para ser missionário na China. Antes de ir para lá, porém, a revolução comunista fechou as portas para todos os missionários. Depois de descobrir sua ascendência judia, Lambert se tornou cidadão de Israel em 1980 e vive hoje em Jerusalém. Seu pai e muitos outros membros de sua família morreram no Holocausto. É um dos mais destacados estudiosos atuais da Bíblia sobre escatologia e o papel de Israel no plano de Deus. Periodicamente, há muitos anos, ele escreve uma análise sobre os acontecimentos no Oriente Médio à luz da Palavra de Deus. 

Para ter acesso aos seus artigos, palestras e estudos, visite seu site:  www.lancelambert.org.
Fonte: Revista impacto


EU ERA UM HOOLIGAN

Eu era um hooligan

Alô, meu nome é Jean e eu era um hooligan. A realização em minha vida era estragar aquilo que outros haviam construído. Aquilo que era motivo de alegria para os outros, para mim era um espinho no olho.

Minha vida era repleta de fracassos, seja na escola ou na profissão. Em todos os lugares eu era “chutado” pois não produzia nada.

Além disso eu ainda tinha problemas com minha dupla nacionalidade (greco-alemã). Eu não sabia quem eu era, nem a quem pertencia. Eu não era alemão, nem grego e me sentia bastante solitário no planeta. Eu sempre pensava: ninguém tem tanto azar como eu e todos tem vida melhor do que a minha.

Mais tarde, no final dos anos 70, quando os punks e os skinheads surgiram em Munique, me senti atraído por eles. Comecei a me informar sobre eles e decidi juntar-me aos skinheads (cabeças raspadas). Não interessava quem você era, o principal era ser desordeiro.
Despertou em nós a preferência por estádios de futebol. O que menos importava era o jogo em si, mas interessava o ambiente: a atmosfera, a ação, os excessos, etc. – tudo com certa covardia, porque normalmente éramos a maioria. Tudo começou a girar em torno do futebol, em minha vida – assim tornei-me um hooligan.

No início era muito legal, sem lei, sem trabalho e sem mais compromissos: simplesmente fazer o que eu queria. Mas com o tempo isso também deixou de ser novidade.
Eu também imaginava que não poderia ser assim para sempre. A vida não poderia se resumir a estádios e desordens.

Não havia mais perspectiva para meu futuro. A vida deveria ser algo mais do que eu havia experimentado até agora. Eu não tinha nenhuma vontade de terminar como diz na canção de Janis Joplin: “Viva uma vida breve, intensiva e morra jovem”. Eu queria ficar velho, ter uma família, etc.

Mas eu não fazia idéia como conseguir isso. Eu não tinha nada. Não tinha formação profissional, não concluí os estudos, sem habilitação de motorista, nem tinha lugar para morar. Eu ficava um dia em um lugar, outro dia em outro. Assim eu levava a vida, às vezes depressivo, outras vezes agressivo, dependendo da droga que havia tomado (haxixe ou álcool), mas sempre sem destino e sentido.

Antes de completar 18 anos fui preso após ter praticado um furto na rua. Fiquei 20 meses fora de circulação. Nesse período eu tive oportunidade de refletir. Após minha liberação eu queria começar vida nova.

Saí da prisão com novas idéias e motivações, porém, mal eu estava livre e já fui alcançado novamente pelo meu passado – eu era novamente o “velho”. Não, eu agora estava pior do que antes! Ouvindo as histórias de meus amigos sobre tudo o que havia acontecido nesse período, senti um desejo incrível de recuperar o “atraso” o quanto antes. Com isso, após cinco meses de liberdade, peguei mais 16 meses de xadrez.

Agora desapareceu a última fagulha de esperança de poder começar uma vida normal, novamente. Resolvi jogar fora os padrões morais quando saísse da prisão, para fazer tanta grana quanto pudesse, não interessava como iria consegui-la.

Eu estava cheio de andar por aí, feito idiota, com bolso e coração vazios e, por fim, ficar atrás das grades. Estava me afundando cada vez mais, mas, em meio aos meus novos planos, eu tive um encontro decisivo: Deus entrou em minha vida.

Toda vez que eu estava deitado em minha cela, pensando no futuro, eu tinha a sensação – como acontece em alguns sonhos – de estar despencando de uma montanha e, pouco antes de bater no fundo, acordava num sobressalto. 

Essa cena aparecia muitas vezes até que, certo dia, houve uma mudança. Toda vez que me sentia caindo, eu não chegava mais até o fundo do abismo, mas aparecia um galho, que saía do barranco. Ele era suficientemente fino, para que eu pudesse agarrá-lo nele e suficientemente forte, para que pudesse me sustentar.

Segurei o galho e, com o embalo da queda, eu balançava para cima e para baixo. Toda vez que eu chegava no ponto mais baixo, havia uma gruta na montanha, na qual eu enxergava uma manjedoura com Jesus, com tudo mais ao redor. Confesso que não entendi nada. Alguns meses mais tarde, porém, eu percebi o que esse “sonho” significava

Em todo o caso, comecei a meditar sobre Jesus, tentando lembrar-me das coisas que já tinha ouvido sobre Ele. Eu até orava, uma ou outra vez. A idéia e o desejo de conhecer a Deus foi crescendo, mas eu não sabia como isso poderia se realizar.

Deus me parecia estar muito longe e a Bíblia, para mim, era um livro com sete selos. Além disso eu não sabia se Deus se interessaria por mim. Em todo o caso, até agora eu tinha vivido contra os princípios de Deus e era dono do meu nariz.

Fui transferido para uma outra prisão e lá um dos encarregados me convidou para participar de uma reunião de estudo bíblico e eu aceitei. Ali eu aprendi muito sobre Deus e Seu filho Jesus Cristo. Descobri que somos pessoas pecadoras e que estamos maduras para alcançar o inferno. Para mim ficou claro que, se é que existe um Deus, o meu destino seria o inferno.

Mas também descobri algo grandioso, ou seja, que Jesus, o Filho de Deus, veio para pagar pelos nossos pecados na cruz. Uma obra total e completamente de graça para nós. Percebi também que, se eu quisesse, Ele me transformaria em uma pessoa renovada. Sobre isso eu queria saber mais e aceitei a Sua dádiva do perdão, pela fé. Eu orei convidando-O a entrar em minha vida e pedi que Ele me transformasse em uma nova pessoa. Após essa oração eu não senti nada de especial, nenhuma sensação ou algo “extra sensorial”. Mas eu senti que havia algo “diferente”, sem saber explicar o que era realmente.

O agente carcerário informou-me o endereço de uma igreja, que eu poderia freqüentar após minha liberação. Até hoje eu participo dela.

Sou grato ao meu Senhor Jesus Cristo pela minha vida, de todo o meu coração. Devo tudo a Ele: minha família (a esposa e dois filhos), minha profissão e tudo o mais que Ele me concede. O que eu julgava impossível, isso Ele realmente tornou possível.

Extraído do livro Futebol - O Jogo da Vida

A Copa do Mundo é um evento que leva os apreciadores de futebol de todo o mundo a um entusiasmo contagiante. Esse livro lança um pouco de luz sobre o significado mais profundo desse que é considerado o esporte das massas

quarta-feira, 27 de julho de 2011

POVO DE DEUS ACORDE!

Povo de Deus, ACORDE!

Por Harold Walker
“E isso fazei, conhecendo o tempo, que já é hora de despertardes do sono…” (Rm 13.11)
“Tocai a trombeta em Sião, e dai o alarme no meu santo monte. Tremam todos os moradores da terra, porque vem vindo o dia do Senhor; já está perto…” (Jl 2.1)

Certas experiências que os pais contam repetidas vezes aos filhos ficam marcadas em sua memória. Meu pai, John Walker, sempre falava de como se arrependia de ter estado tão desligado e insensível aos horrores que aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto – apesar de ter tido acesso às notícias por ser estudante universitário naquele período.

Poucas semanas atrás, ao assistir a dois documentários sobre os acontecimentos atuais no Oriente Médio, senti o perigo de me encontrar na mesma situação. Ao ouvir os depoimentos de especialistas, jornalistas, membros do Congresso americano, ex-embaixadores de Israel e dos EUA, oficiais do exército americano e outros sobre os bastidores das notícias naquela região conturbada, fiquei literalmente assustado!

Já vimos este filme antes!

As cenas que mais me impressionaram foram as que retratavam centenas de milhares de pessoas em praças públicas ouvindo discursos inflamados de radicais muçulmanos clamando pela aniquilação total de Israel e a destruição dos EUA, de acordo com eles, o pequeno e o grande Satã respectivamente. Uma cena foi no Egito, logo após a saída de Mubarak, onde 2 milhões de pessoas levantaram as mãos, jurando que estavam dispostas a ir para Jerusalém e ser martirizadas pela causa do Islã. Em outra, quando Ahmadinejad, o presidente do Irã, discursava abertamente sobre seu ódio a Israel e invocava a vinda do Mahdi (o Messias muçulmano), senti calafrios.

Muitas vezes, as pessoas se sentem confusas diante de tantas vozes divergentes. Umas, otimistas, dizem que as coisas vão se encaixar em seus devidos lugares, e que haverá acordos de paz. Outras profetizam catástrofes. Mas, de acordo com Brigitte Gabriel, jornalista especializada em terrorismo no Oriente Médio, quando alguém lhe diz que pretende matá-lo, geralmente é bom acreditar! Ela compara as repetidas e bem documentadas ameaças de Ahmadinejad às bravatas de Hitler contra os judeus; assim como Hitler não escondeu sua intenção e cumpriu exatamente o que prometeu, devemos acreditar que o mesmo pode suceder com o Irã. Hitler até escreveu um livro detalhando suas intenções, e ninguém deu crédito! Parece que a mesma anestesia que amorteceu os sentidos dos estadistas da Europa e dos EUA naquele tempo está agindo nos estadistas de hoje. Naquela época, diziam: “Ele é louco. Nem preste atenção no que está dizendo! Ninguém seria capaz de realmente fazer essas coisas!”

Hoje, à medida que o Islamismo radical assume gradativamente o poder em diversos países, o pessoal do Departamento de Estado dos EUA compara a iminente convivência com um Irã nuclear à época da Guerra Fria, pensando que novamente conseguirão evitar o conflito. O que não entendem é que o governo do Irã não é constituído por comunistas ateus e, sim, por pessoas que acreditam piamente que sua missão na Terra é provocar um desastre cataclísmico que apressará a vinda do seu Messias. Assim como Hitler levava as massas ao delírio com seus discursos cheios de ódio, a ponto de cometerem atrocidades sem dor de consciência, hoje os fanáticos muçulmanos estão preparando populações inteiras para dar a vida em favor de Alá. Um governo teocrático é muito diferente de um governo ateu. Energizadas por promessas divinas, multidões de pessoas não se importam em morrer, e – pode ter certeza – seus governos se importam menos ainda. A lógica da conversa racional, dos argumentos de troca de vantagens, da diplomacia inteligente, nada vale nesse território minado.

A atitude de um governo para com seus próprios súditos revela muito sobre sua disposição de cometer barbaridades com outros povos. De acordo com Reza Kahlili, autor do livro A Time to Betray (Um Tempo para Trair), ex-integrante da Guarda Revolucionária Iraniana e agente da CIA, o governo do Irã considera que uma perda de 20 milhões de iranianos inocentes numa eventual retaliação de Israel não seria um preço exorbitante a pagar se for possível aniquilar o Estado de Israel com um ataque nuclear surpresa. Em seis minutos, conseguiriam fazer o que Hitler levou seis anos para fazer: matar 6 milhões de judeus!

Se você tem dúvidas sobre a atitude do governo do Irã para com seu próprio povo, veja o que fizeram com os jovens que ficaram revoltados com as trapaças cometidas nas últimas eleições (junho, 2009) – muitos foram torturados e perderam a vida. O triste foi que os EUA ficaram totalmente calados na ocasião e não deram um sinal sequer de apoio. Já agora, diante da situação no Egito, Obama elogiou os revoltosos, dando apoio moral à sua causa. O paradoxo nessa situação é que o governo iraniano acusou os jovens manifestantes de serem marionetes dos EUA! Você já pensou se os manifestantes iranianos tivessem recebido apoio do Ocidente e derrubado seu governo como fizeram no Egito?

Diante dessas cenas e fatos (e de muitos outros que não há espaço para mencionar aqui), senti o Espírito Santo abrindo-me os olhos e me alertando do torpor espiritual que afeta grande parte dos cristãos hoje. Senti que o mesmo espírito diabólico que inspirava Hitler em suas terríveis maquinações contra Deus e seu povo, os judeus, está atuando novamente numa escala muito maior e muito mais ameaçadora. Ouvi o Sheik Yusuf al-Qaradawi (o que discursou para os 2 milhões de pessoas na Praça Tahrir no Egito) dizendo, com todas as letras, que o Holocausto foi uma ótima coisa, um juízo de Deus sobre os judeus, e que, agora, vai acontecer novamente mas de forma melhor porque será pelas mãos dos fiéis.

Satanás sabe que Jesus vai voltar para Jerusalém, e que Deus jurou que abençoaria Abraão e sua descendência e faria deles uma bênção para todas as famílias da terra. Ele odeia Deus e os seus propósitos na Terra. Por isso, levantou Hitler no século passado e está avivando o Islamismo radical hoje. Testemunhas oculares têm dito que os ajuntamentos dos muçulmanos radicais parecem reuniões de avivamento das igrejas cristãs. As pessoas choram copiosamente e se envolvem emocionalmente de forma muito profunda com as mensagens proferidas. Só que Alá não é outro nome para Jeová. Ele tem uma natureza totalmente diferente. É um ser vingativo, sanguinário, cruel, sem amor ou misericórdia. De acordo com ele, todos os infiéis devem converter-se ou ser mortos.

A escatologia das três grandes religiões monoteístas

É impressionante notar que as três grandes religiões monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) têm muitas semelhanças entre si. Todas traçam sua origem a Abraão. Todas consideram Jerusalém uma cidade santa. Todas esperam para breve a vinda de um Messias. Os judeus esperam a primeira vinda do Messias, que será humano e trará um governo de paz e prosperidade sobre toda a Terra. Já a visão escatológica do Islamismo constitui o exato oposto da visão cristã, como se fosse o negativo de um filme fotográfico. Tudo o que os cristãos afirmam que será do bem nos últimos dias, os muçulmanos afirmam que é do mal e vice-versa.
Por exemplo, os muçulmanos esperam o surgimento de uma besta nos últimos dias (isso mesmo, com esse nome, besta – está no Alcorão), exatamente como predito em Apocalipse 13.11. A única diferença é que, para eles, a besta é do bem, é algo bom! Tanto é verdade, que estão ansiosos para receber a marca dessa besta! Creem que o Mahdi, seu Messias, o 12º Imam, quase uma reencarnação de Maomé, vai surgir nos últimos dias, reinar por sete anos e trazer paz e um governo mundial do Islã. Creem que Jesus também virá como profeta que ajudará esse Mahdi (ocupando o papel do falso profeta mencionado em Apocalipse 19.20, que reforça a autoridade da besta). De acordo com eles, nessa segunda vinda, Jesus vai dizer que o Novo Testamento é falso, e que ele não é Filho de Deus nem morreu pelos pecados da humanidade. Ele confirmará o poder do verdadeiro Messias, o Mahdi, e encorajará a matança de todo cristão e judeu que não aceitar o Islamismo.

É claro que existem muitas correntes diversas dentro do Islamismo, assim como há no Judaísmo e no Cristianismo. Nem todos os muçulmanos acreditam nessa versão escatológica. Mas o que preocupa e chama a atenção é que muitos governos no Oriente Médio estão prestes a cair nas mãos de muçulmanos radicais, enquanto o governo do Irã já é dominado por pessoas que acreditam nisso de todo o coração. Além disso, o Irã está muito perto de conseguir a bomba atômica e os mísseis necessários para atingir alvos internacionais. A Coreia do Norte está ativamente ajudando nisso com toda a tecnologia necessária. Enquanto se arrastam as negociações com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), eles continuam desenvolvendo seu programa de enriquecimento de urânio a todo vapor.

Dois mistérios na história da humanidade

A Palavra de Deus é muito clara ao afirmar que os dois mistérios em operação durante toda a História chegarão a um conflito final nos últimos dias: o mistério da iniquidade (2 Ts 2.7) e o mistério da piedade (1 Tm 3.16). Não é a primeira vez que o diabo trama destruir o plano de Deus na Terra. Faraó queria acabar com a semente santa, destruindo todos os filhos israelitas do sexo masculino ao nascerem. Hamã, justamente na Pérsia (atual Irã), planejou destruir todo o Israel conforme relatado no livro de Ester. Hitler, também, tinha o mesmo propósito maligno.

Se você observar um mapa atual e marcar todos os países em que há ameaça de o Islamismo radical se apossar dos governos, verá que existe uma estratégia espiritual coerente para cercar Israel de inimigos. O que tem blindado o Estado de Israel até hoje é o apoio quase incondicional dos EUA; isso, porém, está se enfraquecendo a cada dia. Nunca, em seus 63 anos de história, o relacionamento de Israel com os EUA esteve tão precário.

Para quem conhece a Palavra de Deus, nada disso deve surpreender. Tudo já foi predito. “Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque os tenho remido… Ainda que os espalhei entre os povos, eles se lembrarão de mim em terras remotas; e, com seus filhos, viverão e voltarão” (Zc 10.8,9). Isso tem acontecido há 63 anos agora, como um dos maiores sinais de que o fim se aproxima. O povo de Israel tem retornado para sua terra, partindo de terras distantes, e sua nação e língua ressuscitaram depois de ficarem extintas por séculos.

Sobre o conflito final, envolvendo a Rússia (Gogue e Magogue), o Irã (Pérsia) e outros países que hoje estão se aliançando, Ezequiel profetizou o seguinte: “Nos últimos anos virás à terra que é restaurada da guerra, e onde foi o povo congregado dentre muitos povos aos montes de Israel, que haviam estado desertos por longo tempo…” (Ez 38.8).

Mas as profecias continuam: “Eis que farei de Jerusalém um copo de atordoamento para todos os povos em redor… E ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra” (Zc 12.2,3). “Pois eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém…” (Zc 14.2). Estamos vivendo agora nos dias em que esse cenário, antes tão improvável, está rapidamente se tornando realidade! Primeiro, o povo de Deus voltou para sua terra, e a nação de Israel passou a existir novamente. Agora, todas as nações ao seu redor estão se unindo numa aliança anti-Deus para ir contra ela.

O que virá a seguir? “Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações..”(Zc 14.3). “Assim diz o Senhor Deus: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio de meus servos, os profetas de Israel, os quais naqueles dias profetizaram largos anos, que te traria contra eles? Naquele dia, porém, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação subirá às minhas narinas. Pois no meu zelo, no ardor da minha ira falei: Certamente naquele dia haverá um grande tremor na terra de Israel…” (Ez 38.17-19). “Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo… Sobre a face do campo cairás; porque eu falei, diz o Senhor Deus. E enviarei um fogo sobre Magogue, e entre os que habitam seguros nas ilhas [nós, das Américas e do resto do mundo]; e saberão que eu sou o Senhor. E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel” (Ez 39.4-7).

Conclusão

“Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar” (Gn 12.3). Não podemos nos calar diante da situação atual sob o risco de ficarmos debaixo da maldição e da ira de Deus. “Por amor de Siaõ não me calarei, e por amor a Jerusalém não descansarei…” (Is 62.1). “Ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Is 62.6,7). Precisamos bombardear os céus a favor de Israel, abrir a boca e não nos calar diante de Deus ou dos homens.

Dietrich Bonhoeffer foi um ministro luterano na Alemanha que se pronunciou contra Hitler no primeiro dia após sua eleição. Ele disse: “Calar-se diante do mal já é em si mesmo mal. Não falar é falar. Não tomar posição é tomar posição”. Em 1933, quase ninguém o apoiou, apenas umas seis pessoas. Ele foi morto por Hitler por causa de sua posição corajosa contra o mal. Qual será a nossa posição hoje? Vamos nos calar e fazer de conta que nada temos a ver com o assunto, como a maioria dos cristãos alemães fez naquela época, ou seremos como Bonhoeffer?

Fontes de pesquisa:
Rumors of War 1 e 2 (Documentários produzidos por Glenn Beck, apresentador de TV e radialista americano)
Algumas das personalidades entrevistadas nesses documentários:

Joel Rosenberg – Autor de uma série de ficção best-seller do New York Times e outros livros de não ficção, com mais de 2 milhões de exemplares publicados ao todo. Seu primeiro livro de ficção, The Last Jihad, conta a queda das torres do World Trade Center em Nova York, antes de acontecer. Como assessor de comunicação, já trabalhou com várias autoridades dos EUA e de Israel, como Steve Forbes, Rush Limbaugh, Natan Sharansky e Benjamin Netanyahu. É judeu messiânico.

Dr. Zuhdi Jasser – Comentarista sobre a fé Islâmica nos EUA e presidente do American Islamic Forum for Democracy, sediado em Phoenix, Arizona. Como médico, já foi tenente na Marinha Norte-Americana e serviu no Congresso dos EUA.

Reza Kahlili – Pseudônimo do autor do livro A Time to Betray (Um Tempo para Trair), ex-integrante da Guarda Revolucionária Iraniana e ex-agente da CIA.

Dore Gold – Foi o 11º embaixador de Israel para a ONU. Serviu nessa função de 1997 a 1999. Foi consultor do ex-primeiro ministro Ariel Sharon e do primeiro ministro Benjamin Netanyahu durante seu primeiro mandato. Atualmente, é presidente do Jerusalem Center for Public Affairs.

Rabbi Joseph Patasnik – Rabino que é vice-presidente executivo do New York Board of Rabbis, uma organização que representa rabinos ortodoxos, conservadores e outros.
Mark Wallace – Ex-embaixador dos EUA para a ONU e presidente de United Against Nuclear Iran (UANI).

Brigitte Gabriel – Pseudônimo de Nour Saman, uma jornalista, autora e ativista americana libanesa. Fundou a American Congress for Truth (ACT) para que cidadãos pudessem “falar sem temor em defesa da América, de Israel e da civilização ocidental”. Especialista internacional em terrorismo, tem dado palestras para o Congresso norte-americano, o FBI, membros do Parlamento britânico e outras repartições públicas.

David Joel Horowitz – Escritor e ativista conservador americano. Tem muitos livros e artigos publicados. Participa ocasionalmente do Fox News Channel como analista. É co-fundador do blog Jihad Watch que expõe ao público o papel da teologia jihad nos conflitos atuais.
Fonte: Revista Impacto

GUERRA CONTRA AS MULHERES

Guerra contra as mulheres

A guerra não acontece apenas nos campos de batalha. Ela se desenrola em meio à sociedade humana, muitas vezes contra os mais indefesos, como acontece atualmente no Afeganistão.
Principalmente nas regiões controladas pelas milícias do Talibã, as mulheres são sistematicamente oprimidas. Elas são obrigadas a se cobrirem completamente (de modo mais extremo que no Irã e na Arábia Saudita). Reportagens abaladoras na mídia revelam essa dura realidade: as meninas e moças são proibidas de freqüentar a escola, às mulheres é vedada a prática de suas profissões, etc.

Quando somos confrontados com esses fatos, perguntamo-nos onde estão as organizações de direitos humanos, sempre tão prontas a acusar e condenar Israel. Onde ficam as resoluções da ONU condenando as práticas desumanas a que são submetidas as mulheres muçulmanas? Onde estão as vozes das feministas, que deveriam estar protestando em altos brados contra uma discriminação tão flagrante?

O Dr. Nadeen Elyas, líder do Comitê Central dos Muçulmanos da Alemanha, disse: “O islã é praticável. O Corão não me proíbe nada, ele apenas quer me proteger...” Será que esta é a proteção do islã: proibir as jovens de freqüentar a escola ou impossibilitar as mulheres de exercer suas profissões?

O fundamentalismo islâmico tornou-se um verdadeiro flagelo para muitas pessoas. Ele rouba-lhes a liberdade e impõe-lhes um jugo insuportável.
“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações” (1 Pedro 3.7).


A Bíblia, ao contrário, concede-nos verdadeira liberdade em Jesus Cristo. O Filho de Deus derrubou todas as diferenças entre homens e mulheres, entre judeus e gentios, ao consumar a salvação na cruz do Calvário. Por essa razão, Paulo escreveu: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo” (Gl 3.28). 

Quando a Bíblia estabelece ordens e padrões espirituais, isso jamais significa discriminação ou opressão, pois seu alvo é ordenar a vida em família e na igreja: “Porque Deus não é Deus de confusão, e sim de paz” (1 Co 14.33). Aos homens e às mulheres é dito na Palavra de Deus que devem sujeitar-se uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5.21). 

As mulheres devem ser submissas a seus maridos como ao Senhor (v.22). Mas essa submissão não significa servilismo cego, pois aos homens a Bíblia ordena explicitamente que devem amar suas esposas e cuidar delas de maneira muito especial (Ef 5.25,28). 

Isso é tão importante aos olhos de Deus que a resposta às orações dos maridos está condicionada ao seu amor pelas suas esposas: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações” (1 Pe 3.7).

Em lugar algum a Bíblia ensina que as mulheres devem sentar-se em lugar separado de seus maridos durante os cultos na igreja. Até mesmo no Antigo Testamento, considerado por muitos como legalista e autoritário, existe a menção de donas de casa repartindo despojos e mensageiras propagando boas-novas (Sl 68.11-12). 

No Livro de Provérbios, a mulher é louvada por suas grandes responsabilidades. Ali nada lemos sobre opressão, discriminação ou que as mulheres precisam esconder-se e viver constantemente com medo. Pelo contrário, temos a descrição de uma mulher que faz bons negócios, dá ordens, delega tarefas e administra os empregados domésticos. 

Lemos sobre ela em Provérbios 31.16: “Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho.” Em Provérbios 31.24-27 está escrito: “Ela faz roupas de linho fino, e vende-as, e dá cintas aos mercadores. A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça.” 

E em Miquéias 6.4, Miriã é descrita como líder do povo de Israel juntamente com Moisés e Arão: “Pois te fiz sair da terra do Egito e da casa da servidão te remi; e enviei adiante de ti Moisés, Arão e Miriã.” (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

UMA ANÁLISE DOS FILMES "GUERRA DOS MUNDOS"

O tempo passa, o tempo voa e a depravação humana continua numa “boa”
“...porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade...” (Gênesis 8.21b).

Permita-me começar com alguns questionamentos provocativos:

Pegue o homem depravado e coloque-o nas culturas mais refinadas, nas melhores universidades, faça-o um poliglota, eduque-o nas mais sofisticadas normas sociais e ele deixará de ser um depravado? Não! Você apenas terá um depravado culto e educado.
Filme original: o “meteoro” marciano cai à distância e no primeiro plano uma igreja cristã impávida.

Faça uma plástica estética e deixe uma mulher depravada extremamente linda, vista-a com as melhores grifes e ela deixará de ser depravada? Não! Você apenas terá uma depravada bonitinha, mas ordinária.

A Bíblia ensina que desde quando Adão pecou, o ser humano passou a ter seu desejo sempre para o mal e herdou a morte (1 Coríntios 15.22 e Romanos 5.12). Ainda do ponto de vista bíblico, a depravação é total, inata, corre no nosso DNA espiritual, sempre existiu e existirá. Isso explica por que um homem aparentemente “decente e de boa índole” comete ações pífias e torpes.

Sabemos, no entanto, que a depravação nunca esteve tão explícita como atualmente. Parece até que ela cresce em progressão geométrica em relação a cada avanço tecnológico. A aparente pureza e ingenuidade de meio século atrás parece ser história da carochinha.

Sem dúvida, o mundo e o comportamento humano mudaram bastante nos últimos 50 anos. Gostaria então, de analisar essa enorme mudança estudando duas versões diferentes de um mesmo filme. Entre a primeira versão do filme “Guerra dos Mundos” (EUA – 1952-53) baseada no clássico de H. G. Wells e a de Steven Spielberg (EUA – 2005), muitas águas passaram sob as pontes das nossas vidas.

Eu não era nascido na década de 50, por isso só tive acesso à versão original em 2005, em DVD. “Guerra dos Mundos” retrata uma invasão marciana da Terra e a quase destruição total do nosso planeta. Porém, neste artigo não vou comentar sobre ETs e OVNIs (minhas colocações sobre esse tópico estão à disposição na palestra em DVD: “Seduzidos por OVNIs e ETs”) mas sobre o comportamento humano.

Um resumo de “Guerra dos Mundos” – 1952-53
O apologista cristão Tal Brooke resumiu assim o filme:

Nas cenas iniciais, na versão de 1953 de “Guerra dos Mundos”, um objeto ardente no céu noturno – um dos cilindros marcianos disfarçados de meteoro – desce à distância. No primeiro plano, uma igreja solitária em uma pequena cidade do Sul da Califórnia – um presságio de justaposição.

Logo os personagens principais se aglomeram em torno desse evento – pessoas honestas e direitas que vivem entre si em franca familiaridade e confiança. Existe uma dança de quadrilha que termina assim que a eletricidade falha. Até os relógios de pulso ficam paralisados. Poderia ser por causa do meteoro?

Tarde da noite, três testemunhas encarregadas de guardar o meteoro vêem o grande topo metálico desaparafusar vagarosamente. Um pescoço metálico se projeta para fora, como se fosse um cobra com raios mortíferos e se agiganta sobre os homens. Eles aproximam-se daquela coisa balançando lenços em suas mãos como um sinal de paz e são vaporizados.
Em seguida, um famoso cientista chega à cratera. A polícia e outras pessoas estão de olho no cilindro enquanto ele esfria. Uma atraente garota local logo junta-se ao cientista. A garota está acompanhada do seu tio que está disposto a cooperar. Ela anuncia estar esperando o famoso Dr. Forrester e divulga o seu conhecimento a respeito dele. O famoso cientista, representado pelo ator Gene Barry, sem dúvida é o Dr. Clayton Forrester, que humildemente se apresenta à garota. Ela é surpreendida, mas rapidamente se recompõe. Muito linda, comprometida com um tipo de dignidade feminina comum em eras passadas, Ann Robinson representa Sylvia Van Buren, sobrinha do reverendo local, um homem muito estimado na comunidade. [...]

Após o abrigo militar, do lado de fora da cidade, ter sido abandonado e o restante dos militares espalhados, Dr. Clayton Forrester e Sylvia Van Buren assumem juntos uma missão em comum. Ele a leva ao seu pequeno avião para escapar antes que as naves marcianas aniquilem a região. É um passeio frenético, evitando os raios da morte enquanto voa perigosamente baixo, entre as árvores. Finalmente bate e cai em uma área campestre. Ambos estão exaustos e correm para se proteger. [...]

Mas, Clayton Forrester é separado de Sylvia em Los Angeles, enquanto a multidão fica desesperada, roubando e despojando qualquer automóvel que passe pelas ruas cheias de pessoas. Sylvia dirigia um ônibus escolar carregado de pessoas da própria cidade que logo foi parado e saqueado. [...]

O cientista parte com um caminhão carregado de materiais científicos criticamente importantes, inclusive com alguns itens da máquina de morte marciana. Esta parece ser a última esperança para se alcançar uma solução científica. Porém, a multidão insana, sem dar atenção aos avisos do cientista, saqueia o caminhão enquanto ele passa por uma rua de Los Angeles lotada de pessoas. Os seqüestradores levam seu caminhão, deixando o cientista jogado ao chão. [...]

Agora o foco da missão de Clayton é encontrar Sylvia, isto é, se ela ainda estiver viva. Ele está muito preocupado, pois viu os restos do ônibus escolar de Sylvia em uma rua de Los Angeles onde o seu caminhão foi seqüestrado. [...]

O jovem cientista sabe que, se quiser encontrar Sylvia, uma crente devota, sua melhor chance é procurá-la nas igrejas. Ele encontra três igrejas. Cada cena é comovente. Então, entra numa igreja grande e vê Sylvia dedicada a atender alguém em um banco. Clayton Forrester e Sylvia se olham, apressam-se desesperadamente e se abraçam. O mundo está à beira de se transformar em ruínas e cada precioso segundo juntos é muito valorizado. Porém, existem necessidades maiores que as deles.

Fica muito claro que apenas UM maior do que o homem é capaz de salvar a raça humana.
Nas igrejas as orações são apaixonadas e cada vez mais desesperadas, clamando a Deus por um milagre de libertação. Existe o medo de que as igrejas cairão como os outros prédios. No entanto, até aquele momento, elas estão em pé, como se estivessem protegidas por uma mão invisível, enquanto o olhar feroz dos raios marcianos, através dos vitrais, ilumina o santuário. O dirigente e a congregação continuam suas súplicas urgentes pedindo algum milagre de intervenção divina. A humanidade está no limite.

De repente, surge um sentimento diferente – um silêncio súbito. Os raios mortíferos, que disparavam à distância, não são mais ouvidos. A multidão tenta abrir caminho até chegar ao lado de fora da igreja. As luzes coloridas das máquinas dos marcianos tornam-se escuras enquanto as espaçonaves voam vacilantemente e caem no chão. Através de um portal, um braço marciano solitário estende-se para o lado de fora da espaçonave. O Dr. Forrester checa o pulso e descobre que o marciano está morto.
O cientista famoso então olha para os céus e faz uma afirmação com temor: “Estávamos todos orando por um milagre...” Nesse exato momento, a voz narrativa que iniciou o filme continua com a observação de que as menores criaturas da terra, os micróbios, criados por Deus, destruíram os invasores. Os marcianos não tinham resistência aos germes terráqueos.[1]

O que se perdeu pelo caminho:

a) Um linguajar decente e um grande interesse em ajudar a família e ao próximo
Versão de 2005: Ray Ferrier (Tom Cruise) passando creme de amendoim no pão de sua filha, sem saber que ela era alérgica ao amendoim.

Um linguajar indecente, atrevido e condutas egoístas fazem parte do cotidiano dos personagens da versão de 2005. Tal Brooke, o já citado apologista, comenta:

O “Guerra dos Mundos” de 2005, de Steven Spielberg, é um passeio por um mundo feio, uma América bem mais escura que a do primeiro filme, no despertar de cinqüenta anos de mudanças sociais. As pessoas são alienadas, cínicas e não-confiáveis enquanto vivem em uma sopa eticamente diversificada e caótica. Ao contrário do linguajar digno praticado no primeiro filme, obscenidades e uma conversa podre aparecem desde o início. Tom Cruise, no papel de Ray Ferrier, xinga seu filho punk Robby (Justin Chatwin), que também tem uma língua suja e assim a história continua com vários encontros pelas ruas. A linguagem incorpora um realismo ínfimo. [...]

Ao contrário do cientista agradável e humilde no filme de 1953, o personagem masculino principal representado por Tom Cruise é arrogante, egoísta, alienado dos seus filhos e da ex-esposa (nem sabia que a filha tinha alergia, desde quando nasceu, ao creme de amendoim e tampouco como agir diante da síndrome do pânico da criança), muito parecido com quase todos e pronto para conquistar o mundo.[2] (o texto em itálico foi acréscimo meu).

Não! Não quero fazer aqui uma apologia à suposta “pureza” da década de 50, pois isso não seria verdadeiro. Até mesmo na versão original presenciamos atos de selvageria quando a multidão saqueia os carros que passam pelas ruas. No entanto, o que quero deixar claro é que aqueles são tempos idos e que a situação atual é bem mais grave e decepcionante.

Para exemplificar melhor, permita-me trazer à memória lembranças telúricas de algumas décadas atrás. A rua recifense, de mais ou menos cem metros de extensão, em que morava quando era criança ainda é a mesma em que meus pais residem hoje. Na minha infância era uma rua tranqüila, o piso de barro, todos os muros das casas eram baixos, os postes de iluminação eram de madeira roliça e os vizinhos se conheciam pelo nome. Morávamos na casa de esquina e a segunda casa após a nossa era da mãe de dona Selma, a única da rua a ter linha telefônica. Foi lá que falei ao telefone pela primeira vez. Era um daqueles aparelhos pretos, grandes, com um disco em que colocávamos o indicador e o girávamos (o leitor com mais de quarenta anos sabe exatamente a que tipo de aparelho estou me referindo). Hoje é uma relíquia.

Filme original: O caminhão do cientista Clayton Forrester (Gene Barry) saqueado pela multidão.

Às noites, as pessoas colocavam cadeiras nas calçadas na frente da casa, sentavam, jogavam dominó e conversa fora, alguns tocavam violão, enquanto as meninas bem vestidas brincavam de amarelinha, pulavam corda e cantavam “Atirei o pau no gato...”. Nós, garotos, jogávamos bola na rua, andávamos de bicicleta e de patins feitos com tábuas de madeira e rodas de rolimã e brincávamos de “trinta-e-um-alerta!”.

Bem, o tempo passa, e como passa. Hoje aquela rua do final da década de 60 é apenas uma representação nostálgica de um tempo que não volta mais. Atualmente, ela está asfaltada, os muros estão cada vez mais altos, os portões com travas eletrônicas, quase ninguém mais joga bola na rua com medo de ser atropelado, as pessoas não conversam mais na calçada, na verdade pouco se falam, quando muito se cumprimentam e não há nenhum “louco” que tenha coragem de arriscar a própria vida se sentando em uma cadeira de balanço nas calçadas após as dezoito horas. Por quê? Porque o amor esfarelou, as pessoas estão mais frias e distantes, a iniqüidade prosperou, o mundo ficou mais depravado, perigoso e violento.

b) O amor à moda antiga entre um homem e uma mulher
Sobre esse tópico, Tal Brooke escreve:

Filme original: O Dr. Clayton Forrester protege Sylvia Van Buren (Ann Robinson).

Um pouco distante do local onde seu avião acidentou-se, o Dr. Clayton Forrester protege Sylvia em seus braços enquanto ela dorme. O amor deles é espontâneo e não autoconsciente. É um ato de beleza, um diamante raro no vasto cosmos. Da maneira mais convincente, vemos como essa mais rara flor do amor humano é formada e sabemos que é algo de um valor inestimável.

Esse momento inocente de afeição, quando ele a protege em seus braços em uma área campestre, foi filmado e graciosamente preservado muito tempo antes das vozes estridentes surgirem com a guerra dos sexos, o feminismo radical e grupos gays, transexuais e lésbicas degradarem o cenário com poder vituperador. [...] Nos filmes atuais a presença deles é obrigatória.

No entanto, ao contrário do pano de fundo do conflito que vai aumentando de intensidade, vemos convincentemente como o amor e a afeição se desenvolvem entre esse homem e essa mulher atraentes, enquanto questões de risco de morte tornam-se inevitáveis. Observamos o início do amor entre um homem e uma mulher como uma afirmação estimulante acerca do valor humano e da intenção divina.[3]

Filmes, como a versão da década de 50, que exibem o início de um namoro entre um homem e uma mulher sem qualquer apelação sensual ou interesses carnais, honra, bravura, lealdade entre as pessoas da pequena cidade, desarmadas diante de um inimigo tenebroso vindo do espaço, mostram exemplos muito distantes da nossa época.

O que dizer do conceito de “amor” no século XXI? Como foi distorcido o amor bíblico! Hoje temos uma enxurrada de padres católicos pedófilos, pastores avarentos e adúlteros, uma Inglaterra (sim, a tão conservadora Grã-Bretanha) tornando-se mais uma nação européia a legalizar a união civil de homossexuais, como também hindus indianos vivendo com macacas como se as mesmas fossem as suas supostas ex-esposas reencarnadas.

Se Jesus não voltar logo, como será o “amor” daqui a um século? Caminhamos a passos largos para uma sociedade globalizada onde não existirá amor genuíno, pecado, culpa e nem a necessidade de arrependimento. Nesse ritmo, em breve, as gerações vindouras vão presenciar a legalização do matrimônio entre humanos e animais e entre dois animais irracionais. Misericórdia!

Versão de 2005: A igreja cristã é um dos primeiros prédios a serem destruídos pelos marcianos.

c) O respeito ao pastor e a igreja como local de referência e refúgio

Que simbolismo importante e que contraste com a versão da década de 50!

No filme da década de 50, o reverendo local é uma pessoa querida, corajosa, participativa, prestativa e bastante estimada pela comunidade. Na versão de Steven Spielberg não existe o personagem do reverendo.

A película cinematográfica do século passado exibe, em umas de suas primeiras cenas, uma igreja impávida enquanto o “meteoro” cai à distância. Na do século XXI revela que um dos primeiros prédios a serem destruídos é uma igreja cristã.

No filme de Spielberg (2005), o primeiro “meteoro” que caiu na vizinhança de Nova Jersey foi em um cruzamento de duas ruas. Na esquina de uma delas encontrava-se uma igreja cristã que foi inicialmente rachada e partida ao meio pelo terremoto e em seguida teve a sua torre quebrada e jogada ao chão.

Filme original: Multidão se aglomera dentro das igrejas clamando a Deus por uma intervenção divina.

Na película de mais cinqüenta anos atrás, até o final a igreja é o local de refúgio, onde a população se aconchega a clamar ao Senhor por uma intervenção milagrosa. É apropriada uma introspecção essencial acerca da América daquela era. Onde as pessoas iam em busca de segurança e consolo? Onde elas iam buscar conforto e esperança? Resposta: na igreja.

No filme de Spielberg não há mais igreja no final.

d) Deus como soberano

A conclusão do filme original deu uma ênfase total à pessoa de Deus como o libertador.
d1) O final do filme de 1952-53:
O cientista Dr. Clayton Forrester, olhando para os céus: “Nós estávamos todos orando por um milagre”.[4]

Filme original: Sylvia, o pastor e Dr. Clayton Forrester olhando para os céus após o livramento divino. Os méritos pela vitória são todos de Deus.

O narrador: “Os marcianos não tinham resistência contra as bactérias da nossa atmosfera. Quando respiraram nosso ar, germes inofensivos a nós os mataram. O final foi rápido. Por todo o mundo, suas máquinas pararam e caíram. Depois de todas as tentativas do homem terem falhado, os marcianos foram destruídos e a humanidade foi salva, pelas menores coisas que Deus, em Sua sabedoria, pôs nesta terra”.[5]

Enquanto isso, ouvimos um coro cantando ao fundo: “Amém...”.

d2) O final do filme de 2005:
Ninguém fala: “Nós estávamos todos orando por um milagre”. A ênfase da narrativa é na pessoa de Deus e no próprio homem. Spielberg tem alguma coisa a mais para a voz narrativa adicionar ao texto original. O homem passa a ter crédito e direito por ter sobrevivido:

O narrador: “Desde que os invasores chegaram, respiraram o nosso ar, comeram e beberam, foram condenados. Eles foram aniquilados, destruídos, após todas as armas e equipamentos humanos falharem, pela menor criatura que Deus, em sua sabedoria, pôs na Terra. Pelo preço de um bilhão de mortes, o homem ganhou sua imunidade e seu direito de sobreviver entre os infinitos organismos do planeta. E esse direito é nosso contra todos os desafios, porque os homens não vivem nem morrem em vão”.[6]
Versão de 2005: Apesar do final comovente onde Ray abraça seu filho, a ênfase da narrativa é que os méritos pela vitória sobre os marcianos não são apenas de Deus.

A cura da depravação

Tal Brooke conclui sua análise com um tom melancólico:
Sem dúvida, que a ode real na versão do filme de 2005 é para o humanismo e não para Deus. Não estou certo que tipo de mundo os sobreviventes de Spielberg vão reconstruir. Certamente não queria estar confinado dentro desse mundo.

Também é verdade que a segunda versão de “Guerra dos Mundos” é um arquivo da América dos dias atuais, da mesma forma que o primeiro filme registrou a América do início da década de 50. O triste é comparar os dois mundos entre esses dois filmes. É uma jornada descendente e a ruína americana nem sequer precisou dos marcianos”.[7]

Sem dúvida, a depravação humana, seja na América, no Brasil ou em qualquer outra latitude, continua numa “boa”. Esse quadro vem se agravando nos últimos cinqüenta anos e ainda vai piorar (2 Timóteo 3.1-9). Basta ler os jornais ou assistir aos noticiários para constatarmos que estamos numa depravação total. Porém, Deus não está com Suas mãos encolhidas, elas estão estendidas e prontas para nos resgatar desse lamaçal.

O ser humano é totalmente depravado desde quando nasceu. Como uma carga genética espiritual, o pecado original de Adão nos tem sido passado através dos séculos e todos nós somos culpáveis. Qualquer tentativa de sarar o depravado sem modificar a sua natureza pecaminosa é inútil. Só quando o homem recebe uma nova natureza, que só Cristo dá, ele pode alcançar a cura.

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos” (Efésios 2.4-5).
“Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado” (Romanos 4.7-8).

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6.23).

“E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5.17).

Olhem como o tempo voa. As horas passam rapidamente. Estou ficando mais velho a cada segundo e a humanidade prossegue no seu rapel espiritual. “A iniqüidade se multiplicará” (Mateus 24.12).
Para aqueles ansiosos: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mateus 6.34).
Para aqueles que ainda agem depravadamente, recusando a graça bendita de Jesus: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Galátas 6.7). Converta-se a Ele hoje, enquanto ainda é tempo (Hebreus 3.13). “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Isaías 55.7).
Ah! Como o tempo passa, o tempo voa.
Ao Deus, Senhor de todos os tempos, toda a glória, honra e domínio pelos séculos dos séculos, amém! (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa - http://www.chamada.com.br)
Bibliografia:
  1. Artigo “War of The Worlds – 50 years apart”, por Tal Brooke. SCP Newsletter. Berkeley, Califórnia, summer 2005, volume 29:4. páginas 4-7.
  2. Id, página 8.
  3. Ibid, páginas 4-5.
  4. DVD do filme “Guerra dos Mundos”, baseado no livro de H.G. Wells, 1952, renovado em 1980 pela Paramount Pictures. Cenas finais.
  5. Id.
  6. DVD do filme “Guerra dos Mundos”, um filme de Steven Spielberg, 2005, Paramount Pictures e Dreamworks Pictures. Cenas finais.
  7. Artigo “War of The Worlds – 50 years apart”, por Tal Brooke. SCP Newsletter. Página 16.