segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"POLITICAMENTE CORRETO" ETERNAMENTE ERRADO

Será que ser “politicamente correto” é uma mentira deliberada ou uma insanidade voluntária? Como se explica a mentira (que não tem nenhum exemplo para apoiá-la e centenas de exemplos para refutá-la) de que o islã é pacífico? Sem a violência pela qual começou, espalhou-se e agora se mantém, o islã seria uma seita obscura, não uma religião mundial. 

O islã fez “convertidos” pela espada desde a França até a China. Com velocidade e ferocidade assombrosas, a espada islâmica – “mais rápida que a romana, mais duradoura que a mongol, na mais espantosa proeza da história militar”[1] – obrigou nações a se submeterem a Alá. Em números absolutos, os massacres foram maiores do que o Holocausto de Hitler. O historiador Will Durant chama a conquista islâmica da Índia de “provavelmente o período mais sangrento da História”. 

Ainda assim, persiste a mentira politicamente correta de que o islã é pacífico. Após assassinar os atletas israelenses durante as Olimpíadas de Munique, a OLP foi convidada a participar das Olimpíadas! Durante décadas a Federação Internacional da Cruz Vermelha tem honrado o Crescente Vermelho do islã, mas se recusa a reconhecer o Magen David Adom Vermelho (Estrela de Davi Vermelha) de Israel. Por ter falado contra essa fraude, Bernardine Healy foi forçada a pedir demissão do cargo de presidente da Cruz Vermelha Americana. 

Uma coisa é certa: mesmo que o “politicamente correto” possa enganar alguém por algum tempo, inevitavelmente trairá ainda nesta vida aqueles que o empregam – e seguramente trará o julgamento de Deus na eternidade que virá. No final, a verdade prevalecerá. 

Elliot Cohen, da Escola de Estudos Avançados da Universidade Johns Hopkins, escreveu no Wall Street Journal: Mein Kampf (Minha Luta, de Hitler) ou os escritos de Lenin, Stalin ou Mao. Ninguém gosta de pensar que uma religião mundial tem algo profundamente agressivo e perigoso dentro de si... mas os verdadeiros líderes precisam mostrar essas verdades mesmo que sejam desconfortáveis e não muito agradáveis”. “uma hora gasta navegando na internet resultará... no mesmo entendimento a respeito do islã encontrado durante a II Guerra Mundial ao se ler 

A Proclamação da Independência de Israel em 14 de maio de 1948 diz: “Estendemos a mão a todos os nossos países vizinhos e a seus povos numa oferta de paz... e apelamos a eles que estabeleçam laços de cooperação e ajuda mútua com o povo de Israel independente, estabelecido em sua própria terra... colocando nossa fé no Todo-Poderoso...”. 

Esse ramo de oliveira foi pisado pelo menos por cinco nações árabes que atacaram os colonizadores israelenses, ao mesmo tempo que Azzam Pasha, o secretário-geral da Liga Árabe, declarava: “esta será uma guerra de extermínio...”. O fato de que o extermínio de Israel é exigido pelo islã faz com que a paz real no Oriente Médio seja impossível – mas isso não é admitido porque deseja-se ser politicamente correto. Pela graça e pelas promessas de Deus, entretanto, Israel não foi e nem será exterminado. 

Durante décadas a Federação Internacional da Cruz Vermelha tem honrado o Crescente Vermelho do islã, mas se recusa a reconhecer o Magen David Adom Vermelho (Estrela de Davi Vermelha) de Israel.

Para que houvesse “paz”, contudo, as nações árabes exigiram que Israel se retirasse para um território minúsculo e indefensável, que lhe tinha sido atribuído pelas Nações Unidas. Tratava-se de uma pequena fração da área que a Liga das Nações havia separado em 1922 para o lar nacional judaico. Se esse princípio fosse adotado universalmente, agressores jamais seriam prejudicados por atacarem seus vizinhos! 

Na guerra de 1948-1949, a Jordânia capturou Jerusalém Oriental e a Margem Ocidental, enquanto o Egito tomou a Faixa de Gaza, pondo fim a mais de 3.000 anos de presença judaica na região. Os jordanianos e os egípcios destruiram sistematicamente todas as evidências da história judaica nesses locais, incluindo vilas e sinagogas, expulsaram todos os judeus e decretaram que a venda de terras a judeus era uma ofensa capital. “Territórios ocupados”? Sim, pelos árabes! 

Essas áreas tornaram-se centros de ataques terroristas contra Israel. Muhammad Salah al-Din, o então ministro do Exterior do Egito, explicou: “O povo árabe... declara que não estaremos satisfeitos a não ser pelo extermínio final de Israel...” O presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser, acrescentou: “Nós pedimos vingança, e a vingança será a morte de Israel”. 

Incrivelmente, Israel continuou tentando se dar bem com seus inimigos, tendo esperanças de “paz”. Mais do que qualquer outra coisa no mundo, o sonho de paz no Oriente Médio produz o desejo ilusório, politicamente correto, de não “ofender” os agressores. 

Israel tem pertinazmente perseguido a paz num caminho coberto pelos cacos da esperança traída. Em setembro de 1978, o Egito, Israel e os Estados Unidos assinaram os Acordos de Camp David, sob os quais Israel devolveu o Sinai ao Egito. De fato, mais de 90% da terra que Israel obteve em defesa própria contra um inimigo que jurou exterminá-lo foram devolvidos. Israel ofereceu devolver mais, inclusive um “Estado Palestino”, com a condição de que seu direito de existência fosse reconhecido – com o que os muçulmanos, conforme a lei islâmica, não podem concordar. No entanto, Israel tem sido culpado por falhar em promover a paz! 

Em 26 de março de 1979, o Ocidente se regozijou quando o presidente Carter foi mediador de um “tratado de paz” entre Menahem Begin, de Israel, e Anuar Sadat, do Egito. Carter queria citar um versículo da Bíblia e um verso do Corão sobre a paz. Existem em torno de 400 versículos bíblicos que mencionam a paz, mas foi achado apenas um verso no Corão. Carter declarou: “Lemos no Corão: ‘Se eles [os inimigos] se inclinarem para a paz, inclina-te para ela também e confia em Deus [Alá]...' (Sura 8.61). Então, vamos desistir da guerra... Nós oramos a Deus... que estes sonhos se tornem realidade”. 

O “sonho” do islamismo, contudo, não é o que Carter e Israel imaginaram. O verso diz “Alá”, não Deus – e Alá odeia os judeus! A Sura 8 é intitulada “Os Espólios” [de guerra]. O verso 65 diz: “” Profeta, exorta os crentes ao combate...”. Lemos no verso 67: “Não é digno de um Profeta fazer prisioneiros até que semeie a morte na terra”. A única paz oferecida é para os subjugados na jihad (guerra santa) que se rendem aos guerreiros islâmicos. “Paz” em árabe vem da palavra salam, que significa submissão – ao contrário da palavra hebraica shalom, que significa paz genuína entre amigos. 

Abdelrahman Azzam Pasha ladeado pelo rei Abd al-Aziz al-Saud, da Arábia Saudita, e pelo rei Farouk, do Egito, em 1945.

Nenhum líder árabe tem autoridade para passar por cima da lei islâmica, assinando um acordo que permita aos judeus governarem qualquer território que o islã tenha possuído. Em 641 d.C. os islâmicos conquistaram a região que os romanos tinham renomeado como “Palestina” em 135 d.C. 

Eles não podem abrir mão dela, nem de qualquer outra terra que o islã tenha controlado, da França à China. E nem qualquer não-islâmico pode reinar sobre muçulmanos em qualquer lugar do mundo – o que inclui os Estados Unidos. Essa é uma doutrina central que todo muçulmano aprende nas mesquitas. 

Dividindo o mundo inteiro em dar al–Islam (casa da paz) e dar al-Harb (casa da guerra), o islã exige a jihad incessante, até que o mundo todo se submeta a Alá. Ahmad Hasan az-Zayat, autoridade islâmica moderna, escreveu em Al-Azhar: “A Guerra Santa é... obrigação divina. A religião do muçulmano é o Corão e a espada...”. 

De acordo com a sharia (lei islâmica) não pode haver paz real, mas apenas um cessar-fogo temporário, entre muçulmanos e não-muçulmanos. Esse fato pode ser verificado em vários textos, tais como War and Peace in the Law of Islam (“Guerra e Paz de Acordo com a Lei do Islã), escrito pelo professor Majid Khadduri, uma autoridade em lei islâmica. Como disse Alija Izetbegovic, líder islâmico na Bósnia: “Não pode haver paz ou coexistência entre a fé islâmica e as sociedades não-islâmicas...”. Assim é o islã! Mas os politicamente corretos não podem admitir essa desagradável realidade. 

Mentir para promover o islã é considerado uma honra. Em 14 de outubro de 1988, Arafat condenou todas as formas de terrorismo e reconheceu Israel – no papel. A Conferência de Paz de Madri, em outubro de 1991, abriu o caminho para conversações secretas entre a OLP e Israel em Oslo (na Noruega). Em 13 de setembro de 1993 o então primeiro-ministro israelense Yitzak Rabin assinou a “Declaração de Princípios” em Oslo e Israel reconheceu Arafat e a OLP. 

No Cairo, em 4 de maio de 1994, Arafat e Rabin assinaram o acordo de paz “Jericó Primeiro”, implementando [o que havia sido acertado em] Oslo. Exultante, Shimon Peres declarou através da “Voz de Israel”: “Hoje pusemos um fim ao conflito entre árabes e israelenses – a utopia está chegando!”. Ele tinha esquecido quão freqüentemente Arafat e outros líderes da OLP haviam pedido o fim de Israel. Por exemplo, Abu Iyad, representante de Arafat, tinha afirmado: “É nosso direito ter... um Estado palestino independente... como uma base a partir da qual iremos libertar Jaffa, Acco e toda a Palestina”.[2] Outro assessor [de Arafat] havia dito que “a luta com o inimigo sionista não é sobre as fronteiras de Israel, mas sobre a existência de Israel”. 

Em 26 de março de 1979, o Ocidente se regozijou quando o presidente Carter foi mediador de um “tratado de paz” entre Menahem Begin, de Israel, e Anuar Sadat, do Egito.

Desculpando-se por Oslo, Arafat dizia às audiências islâmicas que estava seguindo o exemplo do profeta, aceitando um armistício temporário que levaria à destruição de Israel. O tratado de Hudaybiya, assinado por Maomé em 728 d.C. – um armistício de dez anos com a tribo Quraish de Meca – foi o precedente legal citado [por Arafat]. Dois anos mais tarde, usando um pretexto, Maomé tomou Meca e a Qaaba com um exército de 10.000 homens. Armistícios são consentidos apenas quando os islamitas estão muito enfraquecidos para a conquista. 

O “processo de paz” foi uma artimanha islâmica de Arafat. [O acordo de] Oslo exigiu que ele tirasse da Carta da OLP a cláusula sobre a destruição de Israel. Quando anunciou que ela tinha sido removida, a viúva de Rabin proclamou com grande alegria: “O Conselho Nacional Palestino revogou as cláusulas da sua Carta que pediam a destruição de Israel!” 

O sucessor de Rabin, o primeiro-ministro Shimon Peres, salientou que “este foi o evento histórico mais importante no desenvolvimento da nossa região em cem anos”. Na realidade, era um embuste. A cláusula não tinha sido, nem foi, removida. 

Arafat continuou a pedir publicamente a destruição de Israel. Tais invectivas foram gravadas num vídeo por Ben Gilman, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Congresso [dos EUA], que ofereceu mostrá-lo à imprensa em 21 de setembro de 1995. Ninguém da imprensa se interessou! Ainda pior, o embaixador de Israel nos EUA, Itamar Rabinovich, pediu a Gilman que não mostrasse o vídeo,[3] pois poderia atrapalhar o “processo de paz!” 

O ex-primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu escreveu: “meu partido e eu estávamos virtualmente isolados em nossa denúncia de que Arafat não manteria sua palavra... nós fomos tidos como inimigos da paz... nosso argumento era que, se déssemos Gaza para Arafat, criaríamos um excelente refúgio para terroristas...”.4 É claro que ele estava certo.

Netanyahu escreveu: “meu partido e eu estávamos virtualmente isolados em nossa denúncia de que Arafat não manteria sua palavra... nós fomos tidos como inimigos da paz... nosso argumento era que, se déssemos Gaza para Arafat, criaríamos um excelente refúgio para terroristas...”.[4] É claro que ele estava certo. 

O sermão da sexta-feira, no dia 14 de outubro de 2000 (mostrado ao vivo na TV), na mesquita Zayed bin Sultan Nahyan em Gaza, incluiu as seguinte afirmações: “Não tenham misericórdia dos judeus... matem-nos... e aqueles americanos que estabeleceram Israel aqui, no coração do mundo árabe”. Naquele mesmo dia, dois reservistas israelenses que entraram em Ramallah por engano, foram mortos e estraçalhados por uma multidão que os atacou aos gritos, perto do quartel-general de Arafat, provocando manifestações de júbilo quando o terrível ato foi mostrado ao vivo na TV palestina. No dia seguinte, o Dr. Ahmad Abu-Halabia, da Universidade Islâmica de Gaza, disse em entrevista à TV: “Os judeus... devem ser estraçalhados e mortos... Não tenham piedade... não importa onde estejam... devem ser mortos e também aqueles americanos que são como eles”. Será que precisamos dar mais exemplos? 

Em 8 de junho de 2001 Arafat declarou outro “armistício”. Alguns dias mais tarde, o sheikh Ibrahim Mahdi declarou na TV palestina: “Se Alá quiser... Israel será apagado do mapa... E trará bençãos sobre aqueles que instigarem a jihad por Alá. Bençãos sobre aqueles que colocam um cinto de explosivos em si mesmos ou em seus filhos e detonam uma bomba no meio dos judeus”. Esse é o islã – e o Ocidente precisa estar ciente desses fatos! 

Enquanto o “processo de paz” continua, palestinos assassinam e põem fogo nas casas de árabes suspeitos de colaborarem com Israel. Os terroristas islâmicos que matam judeus são honrados tendo ruas e feriados com os seus nomes [nos países árabes].
Esse engano alcançou proporções ainda mais elevadas com o “mapa do caminho”, que a Rússia, os EUA, a União Européia e as Nações Unidas quiseram impor a Israel e aos “palestinos”. [Nessa proposição,] o Quarteto “convoca Israel a dar passos concretos para apoiar o surgimento de um Estado Palestino... a ocupação israelense que começou em 1967 deve terminar...”. Para o estabelecimento do Estado palestino, o presidente Bush colocou como condição que o terrorismo fosse abandonado para sempre e que fosse estabelecida uma sociedade livre e democrática. Porém, “eleições palestinas” simuladas já enganaram o mundo antes. 

Arafat nunca respeitou uma determinação de Oslo, Wye, etc. Por que seus sucessores iriam honrar algum acordo? Na tarde do dia histórico em que aconteceu o aperto de mão com Yitzak Rabin no gramado da Casa Branca, o nome de Arafat constava no alto de uma lista de “terroristas mundiais”.[5] Ele era um dos mais malignos assassinos da História. No entanto, ganhou o Prêmio Nobel da Paz, e Clinton e Gore o receberam na Casa Branca como um estadista mundial. 

Os líderes palestinos fazem tudo em nome de Alá. Portanto, não importa quais acordos de “paz” assinam, tudo é feito tendo em mente a destruição de Israel (um Estado cuja existência nem mesmo é admitida em qualquer mapa árabe), conforme ordenado por Alá, através de Maomé. O mesmo vale para todos muçulmanos, da Chechênya à Califórnia!
O sheikh Ibrahim Mahdi declarou na TV palestina: “Se Alá quiser... Israel será apagado do mapa... E trará bençãos sobre aqueles que instigarem a jihad por Alá. Bençãos sobre aqueles que colocam um cinto de explosivos em si mesmos ou em seus filhos e detonam uma bomba no meio dos judeus”. Esse é o islã – e o Ocidente precisa estar ciente desses fatos!

Pouquíssimos líderes cristãos têm a coragem de falar a verdade, como fez Jerry Falwell no programa 60 Minutos, dizendo que Maomé foi um terrorista, e, como afirmou Franklin Graham, que o islã é “muito perverso e maligno”. Infelizmente, depois ambos voltaram atrás. Muitos líderes de igrejas preferem ser politicamente corretos, embora o islã seja totalmente anticristão. Ele nega a divindade de Cristo, Sua morte pelos nossos pecados na cruz e Sua ressurreição – e tem perseguido e matado milhões de cristãos através da História. 

No entanto, Billy Graham insistiu: “o islã é mal entendido... Maomé tem grande respeito por Jesus. Ele chamou Jesus de o maior dos profetas depois dele mesmo. Acho que estamos mais próximos do islamismo do que pensamos...” Sim, tão próximos quanto a distância entre o céu e o inferno! Criticando Falwell e Franklin Graham por falarem a verdade, a revista Cristianity Today declarou: “O islã não teria se tornado a segunda maior religião do mundo se fosse... completamente maligno como sugerem esses comentários”. 

Robert Schuller chamou o islamismo de “cristão”. Ele recebeu muitos elogios na mesquita de Villa Park (Illinois/EUA), onde declarou que chegou à conclusão de que “pedir às pessoas que mudem suas crenças é completamente ridículo”. Defendendo a mais cruel e violenta religião da História, Schuller insistiu: 

Esta é a hora de pararmos de atacar religiões... Tem sido uma honra para mim familiarizar-me com os líderes do islamismo positivo. Existe e tem existido uma propaganda muito forte contra o islã neste mundo.[6]
Positivo? O islã? Maomé nunca ouviu falar disso! Propaganda antiislâmica? Ninguém poderia dar ao islã uma imagem pior do que Maomé e o Corão lhe deram desde o início. No entanto, o ex-secretário de Estado Colin Powell, repetindo o presidente Bush, insistiu: “Nós temos que deixar o islã fora disso. É uma religião pacífica”. 

Antes de 11 de setembro de 2001, muitas advertências foram ignoradas, tais como as da Comissão Nacional Contra o Terrorismo em 1988. Hoje estaremos repetindo o mesmo erro se nos recusarmos a levar o islã a sério. A Igreja está negligenciando o maior campo missionário do mundo, com a desculpa de que é “muito perigoso” ou sob a ilusão de que “Alá é o Deus da Bíblia” e que os islâmicos estão “mais próximos de nós do que imaginamos”. Que Deus nos livre desse engano! 

(Dave Hunt - The Berean Call - http://www.beth-shalom.com.br)
Notas:
  1. Durant, op. cit., 188.
  2. Jornal kuwaitiano Al-Sachrah , 1/6/87.
  3. Jerusalem Post, 11/25/95, 30.
  4. Netanyahu, Fighting, 114.
  5. “Terrorists and policemen”, Jerusalem Post International Edition, 10/3/93.
  6. Orange County Register, seção “Commentary”, 9/14/01.
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, agosto de 2005.

EU EDIFICAREI A MINHA IGREJA

Cristo nasceu "Rei dos Judeus" (Mateus 2.2), foi chamado "Rei de Israel" e "Rei dos Judeus" (Mateus 27.11; Marcos 15.2, etc.), e admitiu tanto um como outro título (João 1.49-50; 12.12-15).

Não abdicou o direito ao trono de Davi, embora seu próprio povo (como fora predito pelos profetas), O "desprezasse e rejeitasse" (Isaías 53.3), e O crucificasse (Salmos 22.12-18; Isaías 53.5, 8-10; Zacarias 12.10). Os quatro evangelhos declaram que a epígrafe "O Rei dos Judeus" foi a acusação colocada na cruz (Mateus 27.37; Marcos 15.26; Lucas 23.38; João 19.19).

Eis como Marcos relata a rejeição de seu Rei pelo povo de Israel e lhe reclama a crucificação: "E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que eu vos solte o rei dos judeus?... Mas estes incitaram a multidão no sentido de que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus? Eles, porém, clamavam: Crucifica-o!" (Marcos 15.9-13).

Os profetas hebreus profetizaram que Cristo ressurgiria dos mortos e que viria estabelecer o reino que jamais teria fim (1 Reis 2.45; 9.5; Isaías 9.7; 53.10; Jeremias 17.25; Daniel 2.34-35; 44-45; 7.14, etc.). Ao ressurgir dos mortos e ascender à mão direita do Pai, Cristo cumpriu somente a primeira parte das profecias, e se o restante delas deve ser cumprido (e isso tem de acontecer, pois Deus não mente), então haverá uma restauração futura do Reino de Israel, como os discípulos acreditavam (Atos 1.6), como afirmou Pedro (Atos 3.19-26) e mesmo Cristo o admitiu (Atos 1.6-7). As Escrituras predizem com freqüência o arrependimento, a redenção e a restauração de Israel (Ezequiel 39; Zacarias 12,13,14; Atos 5.31, etc.). Paulo orou pela salvação de Israel (Romanos 10.1) e declarou que "Todo o Israel será salvo" (Romanos 11.26).

Se os muçulmanos e demais nações do mundo compreendessem as profecias concernentes ao direito de Israel à sua terra, respeitando-as e honrando a Deus que lhe concedeu a terra, haveria paz no Oriente Médio e também no mundo. Mas, ao contrário disso, eles insistem no desejo de varrer Israel da face da terra, o que levará Cristo a intervir dos céus para socorrer Israel no Armagedom e destruir o anticristo, seus seguidores e seu reino. Até mesmo Israel, em sua maioria não crê que Deus lhe tenha dado a terra e está negociando-a através de uma "paz" falsa com um inimigo que jurou exterminá-lo.

Cristo edifica Sua Igreja

Sabendo que Israel O rejeitaria e O crucificaria, Cristo disse que edificaria uma nova entidade, a Igreja. A palavra "igreja" ou "igrejas" (ekklesia no grego, significa "chamados para fora"), ocorre cerca de 114 vezes no Novo Testamento. Não há no Velho Testamento palavra hebraica traduzida por "igreja". Referindo-se a Israel, as palavras mais comparáveis no hebraico são edah, mowed e qahal, cuja tradução é "assembléia" ou "congregação". 

Enquanto Atos 7.38 refere-se "à ‘igreja’ [congregação de Israel] no deserto", a Bíblia faz uma clara distinção entre Israel e a Igreja do Novo Testamento, constituída tanto de gentios como de judeus e que não existia antes da morte e da ressurreição de Cristo. Foi estabelecida por Ele e para Ele que, mesmo até agora, continua a edificá-la: "Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16.18).

Temos aqui uma óbvia reivindicação de Cristo de que Ele é Deus. Israel foi escolhido por Deus. Quem, então, senão Deus mesmo, poderia estabelecer uma outra congregação de crentes em acréscimo a, e distinta de Israel? A afirmação de Cristo em relação à Igreja é semelhante ao que Ele disse aos judeus "que creram nele", e tem as mesmas implicações sérias: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8.31-32).

Os judeus devem ter ficado pasmos. Como Ele ousara dizer termos tais como: "minha palavra", "meus discípulos", ou afirmar ter poder para libertar os Seus seguidores? Não era a palavra de Deus que eles deveriam seguir, e não eram eles discípulos de Moisés? Com estas prerrogativas, não queria Ele ser maior que Moisés ou até mesmo igual a Deus? Qualquer que fosse o sentido dos termos "Seu discípulo", Ele estava, obviamente, começando algo novo.

Distinções entre Israel e a Igreja

1. A Igreja não substitui Israel

Entretanto, ninguém imaginava que este operador de milagres tivesse em vista prescindir de Israel e o substituir por uma outra entidade. Essa heresia provém do catolicismo romano, e muitos reformadores foram incapazes de se libertar dela, apesar de compreenderem claramente a salvação pela graça através da fé. A crença de que a Igreja substitui Israel continua ainda hoje entre os católicos romanos, mas também entre muitos evangélicos.

No seu início a Igreja era composta só de crentes judeus. Eles tinham dificuldade de acreditar que os gentios também podiam ser salvos por Cristo e fazer parte da Igreja, mesmo tendo os profetas do Velho Testamento feito tal afirmação (Salmos 72.11, 17; Isaías 11.10; 42.1-6; 49.6; Malaquias 1.11, etc.). Até mesmo depois de compreendido o "mistério" revelado por Paulo de "que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho" (Efésios 3.6), alguns deles tentaram sujeitar os gentios às suas leis judaicas. Na verdade, estavam erroneamente fazendo da Igreja uma extensão de Israel (Atos 15.1).

Os gentios são "separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo" (Efésios 2.12). Quando um gentio é salvo e acrescentado por Cristo como uma "pedra viva" à Igreja em construção (1 Pedro 2.5), não está sob as leis judaicas e os costumes da Antiga Aliança. 

E quando um judeu é salvo e acrescentado à Igreja, está livre da lei judaica ("lei do pecado e da morte") e de suas penalidades (Romanos 8.1). Tanto um como o outro, que pela fé entraram para a Igreja, estão dali em diante sob uma lei superior "a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus" (Romanos 8.2). De fato, Cristo tornou-se sua vida, expressando através deles este novo padrão de sã conduta – algo desconhecido de Israel, até mesmo de seus grandes profetas (1 Pedro 1.10-12).

2. A Igreja – Corpo de Cristo

Ninguém pode por si mesmo introduzir-se nesse templo sagrado; só Cristo poderá fazê-lo. As pedras vivas, que Ele está juntando umas às outras para formar o templo eterno, não desabam e nem se desintegram de sua estrutura. Estamos em Cristo e eternamente seguros.

A Igreja é o corpo de Cristo e por Ele é nutrida. Os crentes são chamados de ramos na videira verdadeira num fluir contínuo da vida dEle para os crentes. Cristo é a cabeça do corpo, que é, portanto, por Ele dirigido e não por um sacerdócio ou qualquer outra hierarquia de homens em sedes na terra. A sede da Igreja está nos céus. No entanto, as denominações (e demais seitas) de hoje têm as suas sedes e as suas tradições e tornaram-se em organizações, ao invés de se contentarem em fazer parte do organismo, o corpo de Cristo.

Na Igreja "não pode haver judeu nem grego [gentio]... porque todos vós sois um em Cristo" (Gálatas 3.28). Os gentios não se tornam judeus, mas judeu e gentio tornaram-se "um novo homem" (Efésios 2.15). Na cruz, Cristo "aboliu" as "ordenanças" que separavam judeu e gentio. Daí podermos afirmar com toda certeza que os gentios não têm de se submeter àquelas "ordenanças". Tentar fazê-lo é abominação e forçar algo que Deus aboliu.

3. Fé no Sacrifício de Cristo – Meio de Salvação

A carta de Paulo aos Gálatas foi escrita com o intuito de corrigir o erro de que a salvação é em parte por Cristo e em parte pelas obras. A salvação por obras é o erro de toda e qualquer seita, e o catolicismo romano desenvolveu ao máximo o seu sistema de ritual religioso e também das obras. Em todas as suas epístolas, Paulo volta ao tema de que a salvação é totalmente pela graça e nenhum pouco por obras. Nisto reside a principal diferença entre Israel e a Igreja: para o primeiro, a vida eterna seria obtida pela observância da lei, e para a Igreja, vem unicamente pela fé.

Na Antiga Aliança, a vida era oferecida ao justo que guardava a lei: "faça isto e viverá" (Deuteronômio 8.1; Lucas 10.28). Entretanto, ninguém conseguiu guardar a lei, pois todos pecaram (Romanos 3.23). Sob a Nova Aliança (disponível desde Adão), "ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça" (Romanos 4.5). 

Por orgulho o homem insiste em se tornar justo por si próprio – uma tarefa impossível. Paulo lamentava o fato de que, embora o seu povo Israel "tivesse zelo por Deus", todavia, "desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus" (Romanos 10.3) pela Nova Aliança. O mesmo acontece com todas as seitas. O catolicismo romano, por exemplo, tenta (através dos sacramentos, das penitências e das obras), tornar os seus membros justos o bastante para entrar nos céus. É o mesmo pecado do fariseu que se julgava justo diante de Deus, e não foi ouvido; enquanto que o publicano, reconhecendo o seu vil estado, foi justificado (Lucas 18.10-14).

Para ser salvo (com algumas exceções), ter-se-ia que pertencer a Israel, mas para pertencer à Igreja é preciso ser salvo (sem exceção). A Igreja não é um veículo de salvação. Crer que ela o seja constitui-se em erro crucial, e a maioria das seitas assim o afirma, como os mórmons e católicos romanos. Pois, para eles, é através da sua igreja que vem a salvação. Na realidade, a salvação é para os que estão fora da Igreja e só, então, poderá alguém tornar-se parte dela.

A salvação sempre foi, e ainda é, a mesma para judeus como para gentios. Mas os planos de Deus para Israel são diferentes dos para a Igreja. Os judeus (como os gentios), que crerem em Cristo antes de Sua segunda vinda (quando Ele se fizer conhecido a Israel, o qual será todo salvo), fazem parte da Igreja. Os judeus que virem a crer em Cristo quando Ele aparecer e os livrar no meio do Armagedom, continuarão na terra no reino milenar e Cristo reinará sobre eles no trono de Davi. Muitos gentios também serão salvos nessa época, mas "todo o Israel será salvo" (Romanos 11.26).

O problema da igreja da Galácia continua (em variados graus) dentro de alguns grupos denominados hebraico-cristãos ou congregações messiânicas. Há uma freqüente tendência (até mesmo entre os gentios), de se imaginar que um retorno aos costumes judaicos contribui para maior santidade. Reverencia-se tradições extra-bíblicas, como por exemplo, a cerimônia seder na páscoa, como se fossem inspiradas por Deus. 

Somente as Escrituras devem ser o nosso guia, a ponto de excluir as tradições humanas condenadas por Cristo (Mateus 15.1-9; Marcos 7.9-13), e também pelos apóstolos (Gálatas 1.13-14; Colossenses 2.8; 1 Pedro 1.18). Tanto dentro do catolicismo como do protestantismo, as tradições têm se desenvolvido no curso dos séculos e levado a um erro maior.

Devemos nos lembrar de que Cristo sempre pretendeu que a Igreja fosse algo novo e diferente de Israel. Ela não partilharia e nem interferiria nas promessas divinas concernentes a Seu povo aqui na terra, e tais promessas serão cumpridas no devido tempo. As ordenanças religiosas feitas a Israel seriam também separadas da Igreja. Aqui, novamente as seitas se desviaram. 

O mormonismo, por exemplo, alega ter tanto o sacerdócio araônico como o de Melquisedeque. O catolicismo romano, por sua vez, advoga ter um sacerdócio sacrificial em que Cristo continua a ser oferecido como sacrifício no altar. Na Igreja, ao contrário disso, cada crente é um sacerdote (1 Pedro 2.9), e os sacrifícios oferecidos são "sempre sacrifícios de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome" e "a prática do bem" (Hebreus 13.15-16).

Na verdade, não há mais qualquer sacrifício propiciatório a ser oferecido para o perdão dos pecados. Isto foi possibilitado à Igreja pelo sacrifício único de Cristo na cruz; o qual não mais se repete porque Ele pagou por completo a penalidade que a justiça de Deus exigia, e isto foi possível por ser Deus "justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3.26). Conseqüentemente, "já não há oferta pelo pecado" (Hebreus 10.18).

Israel rompeu a aliança que Deus tinha feito com ele, demonstrando assim que "ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Romanos 3.20). Seu sistema de sacrifício não podia remover pecados, mas apontava para o único "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1.29), e predizia o estabelecimento de "uma nova aliança" com Israel (Jeremias 31.31). O sacrifício de animais abria o caminho para o sumo sacerdote judeu no santuário terreno e este santuário foi feito conforme o modelo da realidade celestial (Hebreus 9.1-10). 

Quando Cristo morreu na cruz, "o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo" (Marcos 15.38), pondo fim ao sacrifício de animais. Agora temos "Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus" (Hebreus 4.14), que, "pelo seu próprio sangue... [obteve] eterna redenção" (Hebreus 9.12,24).

4. As promessas a Israel diferem das promessas para a Igreja

Israel recebeu a terra (Gênesis 12.1; 13.15; 15.18-21; 17.7-8; 26.3-4; 28.13-14; Levítico 20.24; 25.23, etc.), à qual seu destino está ligado e jamais deixará de existir (Jeremias 31.35-40). Numerosas profecias prometem a Israel a restauração na sua terra, com o Messias reinando no trono de Davi por ocasião de Sua volta (2 Samuel 7.10-16; 1 Reis 9.5; Isaías 9.6-7; Ezequiel 34.23-24; 37.24-25; Lucas 1.31-33, etc.). É clara a promessa de que Deus derramará do Seu Espírito sobre o Seu povo escolhido que, depois disso, jamais manchará novamente o Seu santo nome, e Ele não mais esconderá de Israel o Seu rosto (Ezequiel 39.7; 22, 27-29; Zacarias 8.13-14).

Israel deve permanecer para sempre (Jeremias 31.35-38), caso contrário as profecias bíblicas e as promessas de Cristo não se cumpririam. Cristo faz menção da existência das cidades de Israel ainda por ocasião de Sua segunda vinda (Mateus 10.23), o que prova que a Igreja não substituiu Israel. Além dessas provas, uma outra (ainda que desnecessária), é que Cristo prometeu aos Seus discípulos que eles reinariam com Ele sobre Israel no Seu reino milenar (Mateus 19.28; Lucas 23.30). 

A Igreja não pode cumprir as profecias que foram feitas a Israel; ela nunca pertenceu a uma terra específica de onde tenha sido deportada ou para a qual tenha retornado. Ao contrário, a Igreja é formada "de toda tribo, língua, povo e nação" (Apocalipse 5.9). A sua esperança é ser arrebatada ao céu (João 14.3; 1 Tessalonicenses 4.16-17; etc.), onde estaremos diante do "tribunal de Cristo" (Romanos 14.10; 2 Coríntios 5.10) e então, desposados com o nosso Senhor (Apocalipse 19.7-9), estaremos eternamente com Ele (João 14.3; 1 Tessalonicenses 4.17).

Sendo assim, em amor para com o Noivo e desejosos de vê-lO face a face, menos ocupados com as coisas terrenas, não seguindo homens ou organizações, vivamos para a eternidade. Pela fé, agradeçamos a Cristo, permitindo-Lhe, como Cabeça da Igreja, alimentar-nos, suster-nos, dirigir-nos e viver a Sua vida através de nós para a Sua glória. 

(Dave Hunt, TBC 12/97 – traduzido por David Oliveira Silva)
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, abril de 2000.

O VALOR DA PROFECÍA

O Valor da Profecia

Desconhecimento Profético

Até algum tempo atrás, a melhor descrição da minha postura a respeito de profecias seria a de uma atitude mista. Eu tinha interesse por aquelas profecias diretas e fáceis de entender, mas muitas outras, para minha mente desinformada, pareciam algo beirando o enigmático. 

Também havia o meu preconceito contra os ensinamentos de alguns “ministérios proféticos” que partem de uma plataforma bíblica mas quase sempre descambam em especulação.
Por um lado, eu estava ciente de que aproximadamente 30% da Bíblia são profecias preditivas, e que elas certamente foram incluídas nas Escrituras por razões válidas. Portanto, empenhei-me em descobrir quais eram essas razões.
Quase todas as profecias preditivas falam sobre Israel e a vinda do Messias. De fato, Deus declara aos israelitas que eles seriam um sinal para o mundo.

O Significado da Profecia

Então, o que aprendi? Vamos começar com as coisas fundamentais. A Profecia tem dois significados bíblicos. O termo se refere, em uma definição mais abrangente, a tudo que Deus tem a dizer para Suas criaturas racionais. A Bíblia, portanto, como revelação específica de Deus à humanidade, é um livro completamente profético (2 Pe 1.19-21). 

Trata-se da proclamação de Deus acerca das coisas que não poderíamos saber de outra maneira. A Profecia também inclui a predição de Deus, ou seja, as revelações que nos permitem saber o que vai acontecer. 

A habilidade de prever o futuro, como dissemos, diz respeito a quase um terço das Escrituras, e é declarada por Deus como sendo a maior prova de que somente Ele é Deus: “...Eu sou Deus e não há outro; Eu sou Deus e não há outro semelhante a mim, que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam...” (Is 46.9-10).

Quase todas as profecias preditivas falam sobre Israel e a vinda do Messias. De fato, Deus declara aos israelitas que eles seriam um sinal para o mundo, glorificando-se a Si mesmo neles e através deles (Is 46.13). Em Isaías 43.10 Deus lhes diz: “Vós sois as minhas testemunhas... o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” 

Em outras palavras, Deus usará aos judeus e à sua terra como “testemunhas”, tanto para eles mesmos quanto para o mundo. Isso se dá não somente quanto à Sua existência, como também mostrando que Ele está ativamente envolvido em desenvolver a história de Israel e a cumprir Seu propósito para toda a humanidade. A Profecia declara o plano de Deus de antemão. E o propósito é que nós todos possamos “conhecê-lO”, crer nEle e “entender” que somente Ele é Deus. A Profecia é a prova convincente não apenas da existência de Deus, mas também de que a Bíblia é exatamente o que diz ser – a Palavra de Deus.

Profecia, Promessa e Obediência

Aqui está um exemplo do testemunho profético de Deus através de Israel: Ele declarou a Abraão (Gn 12.1; 15.18), a Isaque (Gn 26.3), e posteriormente a Jacó (Gn 28.13) que lhes daria a terra “desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates” (Gn 15.18), e que essa Terra Prometida seria deles e dos seus descendentes para sempre (Js 14.9). É um fato histórico, como registra o livro de Josué, que os israelitas possuíram a terra que Deus lhes prometera.

A promessa de Deus era irrevogável, contudo, eles foram avisados por Deus de que, se não Lhe obedecessem, Ele os tiraria da terra por algum tempo: os israelitas desobedientes seriam “desarraigados da terra à qual passais para possuí-la” (Dt 28.63). O povo foi desobediente e Deus fez o que dissera – resultando no cativeiro do Reino do Norte (Israel) na Assíria e no cativeiro do Reino do Sul (Judá) na Babilônia.

Jeremias profetizou que os cativos retornariam da Babilônia para Jerusalém “quando se cumprirem os setenta anos” (Jr 25.12). Mesmo assim, uma dispersão dos judeus ainda mais devastadora foi anunciada: “O Senhor vos espalhará entre todos os povos, de uma à outra extremidade da terra...” (Dt 28.64). 

Esta, a última e maior Diáspora (Dispersão), ocorreu quando os exércitos romanos sob o comando de Tito arrasaram Jerusalém no ano 70 d.C. Os judeus foram realmente dispersos por todo o mundo, como a Bíblia predisse, e a Palavra de Deus também nos fornece detalhes de como eles seriam tratados: “...fá-los-ei um espetáculo horrendo para todos os reinos da terra; e os porei por objeto de espanto, e de assobio, e de opróbrio entre todas as nações para onde os tiver arrojado” (Jr 29.18). Hoje isso é conhecido como anti-semitismo, no entanto, foi profetizado por Moisés (Dt 28.37) há 3.500 anos atrás!

O Cumprimento das Profecias

Poderia parecer que essa dispersão, juntamente com as perseguições e as tentativas de aniquilação da raça judaica que a acompanharam, teria colocado Deus numa situação insustentável. Afinal de contas, Ele prometeu incondicionalmente a Abraão que a Terra Prometida “...que vês, Eu ta darei a ti e à tua descendência, para sempre” (Gn 13.15). O Senhor declarou também que apesar de Israel não ficar sem punição, Ele não daria cabo dele completamente, mas ...“te livrarei das terras de longe e à tua descendência das terras do exílio; Jacó [Israel] voltará...” (Jr 30.10-11).

O fato de que uma minoria perseguida e dispersa possa ter vivido por dois mil anos entre outras raças sem ter sido absorvida por elas (especialmente quando, se o aceitasse, teria evitado uma perseguição sem fim) e permanecido um grupo étnico identificável, é inconcebível – certamente isso não foi por acaso e é algo sem precedente na história do mundo. Adicione-se a isso o fato assombroso de que eles seriam posteriormente ajuntados do mundo todo e trazidos de volta para a terra que Deus lhes havia prometido há mais de três mil anos atrás. Contudo, como o mundo sabe, isso aconteceu “oficialmente” em 1948, quando Israel foi reconhecido como nação independente.

O Retorno de Israel à Terra Prometida



Desde o retorno dos judeus a agricultura tem sido um dos maiores empreendimentos econômicos de Israel. Esse país tão pequeno é agora o maior exportador de frutas e vegetais para a Europa e até manda flores para a Holanda!

Com relação a essa restauração profetizada, a Bíblia fornece numerosos detalhes do que aconteceria quando os judeus retornassem à sua terra. Por exemplo, o livro de Isaías afirma: “Dias virão em que Jacó lançará raízes, florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto o mundo” (Is 27.6). Oséias acrescenta que os israelitas retornarão: “...voltarão; serão vivificados como o cereal, e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano” (Os 14.7). 

No final do século XIX, o escritor norte-americano Mark Twain, visitando a Terra Santa, notou que ela estava quase que totalmente deserta. No entanto, desde o retorno dos judeus a agricultura tem sido um dos maiores empreendimentos econômicos de Israel. Esse país tão pequeno é agora o maior exportador de frutas e vegetais para a Europa e até manda flores para a Holanda!

O Senhor dos Exércitos Guerreia por Israel

Os profetas hebreus também previram que Israel teria uma capacidade militar impressionante: “Naquele dia, porei os chefes de Judá como um braseiro ardente debaixo da lenha e como uma tocha entre a palha; eles devorarão à direita e à esquerda, a todos os povos em redor... Naquele dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do Senhor diante deles” (Zc 12.6,8). 

Até uma análise superficial das três guerras nas quais Israel lutou para se defender da ameaça de destruição por parte dos países árabes, mostrará evidências esmagadoras de que elas são o cumprimento das palavras dadas por Deus a Zacarias. Na guerra de 1948-49, que se seguiu à Independência, Israel foi vitorioso apesar de ter um contingente de soldados e armas desesperadamente menor. 

A assombrosa vitória de Israel, portanto, foi nada menos do que um milagre. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi ganha tão rápida e decisivamente por Israel, contra todas as probabilidades, que a revista “Newsweek” publicou a respeito um artigo intitulado “Espada Veloz e Terrível”. A Guerra do Yom Kippur encontrou Israel novamente com um número muito inferior de soldados, e, dessa vez, pelo fato do ataque ter ocorrido num feriado religioso, o povo foi pego de surpresa. 

No entanto, apesar de terem sofrido muitas baixas, esses beneficiários das promessas de Deus puseram as forças árabes para correr.

Uma Pedra Pesada Para Todos os Povos

Um último item profético com respeito a Israel e Jerusalém (entre muitos que poderiam ser mencionados) tem relação com sua posição no mundo de hoje. Cerca de 480 a.C., Zacarias escreveu que Jerusalém se tornaria “...um cálice de tontear... uma pedra pesada para todos os povos...” (Zc 12.2-3). 

Essa profecia foi particularmente assombrosa porque, no tempo em que foi feita, a situação de Jerusalém era tal que, na melhor das hipóteses, a faria parecer ridícula. Uma parte dos israelitas tinha recentemente retornado do cativeiro na Babilônia, para uma Jerusalém que tinha estado em desolação por 70 anos. Seus muros estavam destruídos, seus campos não tinham sido lavrados, e o povo remanescente enfrentava problemas até na reconstrução do 

Templo, porque não conseguia se livrar do assédio contínuo dos samaritanos da região. Contudo, aproximadamente 2.500 anos mais tarde, Jerusalém realmente tem se tornado “um cálice de tontear” para este mundo aflito, “uma pedra pesada” que, a menos que os problemas ali sejam resolvidos, poderá levar a uma guerra nuclear sobre todo o planeta.
Cerca de 480 a.C., Zacarias escreveu que Jerusalém se tornaria “...um cálice de tontear... uma pedra pesada para todos os povos...” (Zc 12.2-3), e aproximadamente 2.500 anos mais tarde, Jerusalém realmente tem se tornado “um cálice de tontear” para este mundo aflito, “uma pedra pesada” que, a menos que os problemas ali sejam resolvidos, poderá levar a uma guerra nuclear sobre todo o planeta.

A Profecia e a Salvação

Deus é o Deus da Profecia. Ele é também o Deus da nossa salvação; e a Profecia sublinha e aponta para a salvação. Israel foi escolhido por Deus para o propósito primário de trazer o Messias ao mundo: ...“para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3.17). Quando o apóstolo Paulo fez as suas viagens missionárias, seu método em cada cidade que visitava era inicialmente entrar na sinagoga judaica e pregar que Jesus era o Messias que Deus havia prometido. 

Na sinagoga da cidade grega de Beréia, os judeus foram elogiados não somente por ouvirem o que o apóstolo tinha a dizer, mas mais especificamente porque examinavam “...as Escrituras todos os dias [para discernir] se as coisas [que ele dizia concernentes ao Messias] eram, de fato, assim” (Atos 17.11). Apesar de não termos os detalhes do que ele pregava, sabemos que há centenas de profecias messiânicas às quais ele poderia ter-se referido.

As Profecias Concernentes ao Messias

Sem dúvida, Paulo enumerou para eles os critérios proféticos necessários para que aspirantes à messianidade se qualificassem como o Cristo de Deus, o Salvador de toda a humanidade: Ele deve ter nascido em Belém (Mq 5.2); ser da tribo de Judá (Gn 49.10); ser da linhagem do rei Davi (Is 11.1); ter nascido de uma virgem (Is 7.14); realizar milagres (Is 35.4-6); morrer pelos pecados do mundo (Is 53.5,6,10); permanecer três dias e três noites na sepultura (Jo 1.17); ressuscitar dentre os mortos (Sl 6.10).
Israel foi escolhido por Deus para o propósito primário de trazer o Messias ao mundo: ...“para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3.17).

Somente Jesus Preenche Todos Esses Requisitos

Para os bereanos do primeiro século, desejosos de mais informações sobre a morte sacrificial do Messias, Paulo poderia ter fornecido tantos detalhes descritivos tirados das profecias do Antigo Testamento (escritas de 1500 a 400 anos antes do acontecido), que eles teriam se sentido como se fossem testemunhas oculares dos fatos. Considere o seguinte: Daniel nos dá a data exata em que o Messias entraria em Jerusalém para ser proclamado Rei de Israel (Dn 9.25). 

Zacarias nos conta que Ele viria montado num jumento (Zc 9.9) e que seria traído por trinta moedas de prata (Zc 11.12); o traidor seria um amigo (Sl 41.9). Isaías prediz que Ele ficaria silencioso perante Seus acusadores e seria afligido e cuspido por eles (Is 53.7; 50.6). Moisés indicou que Ele seria crucificado (Dt 21.22-23). 

O salmista nos fala que a multidão presente à Sua crucificação iria escarnecer e zombar dEle, sacudindo suas cabeças à Sua vista (Sl 22:7-8; 109.25); que Seus amigos olhariam de longe (Sl 38.11); que soldados lançariam a sorte pelas roupas dEle (Sl 22.16-18); que para matar Sua sede Lhe ofereceriam vinagre (Sl 69.21); Suas mãos e pés seriam traspassados (Sl 22.16); nenhum de Seus ossos seria quebrado (Sl 34.20); as palavras exatas que Ele diria ao Pai são registradas (Sl 22.1; 31.5). 

Zacarias escreve que o Seu lado seria furado (Zc 12.10). Isaías declara que Ele morreria entre ladrões (Is 53.9,12) e que seria sepultado na sepultura de um homem rico (Is 53.9). Além disso, Isaías nos dá as razões pelas quais o Filho de Deus foi para a cruz: Ele foi “...ferido pelas nossas iniqüidades”; “...o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós”; “quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado...” (Is 53.5,6,10). Repetindo: só Jesus tem as credenciais para ser o nosso Salvador.

O que dizer, então, de todas as profecias ainda a serem cumpridas? Como aquilo que estava predito com relação à primeira vinda de Jesus foi perfeitamente cumprido, podemos estar absolutamente confiantes de que Deus também fará acontecer tudo o que predisse para o futuro.

A Importância das Profecias Bíblicas

Portanto, que utilidade há na Profecia? Emprestando uma frase da Epístola aos Romanos: “Muita, sob todos os aspectos” (Rm 3.2). O Senhor declara: “Quem há, como eu, feito predições... Que o declare e o exponha perante mim! Que esse anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir! Não vos assombreis nem temais; acaso desde aquele tempo não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas...” (Is 44-7-8). 

A Profecia Bíblica nos assegura que Deus existe e que somente Ele sabe as “coisas que estão por vir”, e que nós, que cremos nEle, não temos razão para andar temerosos. Mais do que isso, nós devemos ser as “testemunhas” de Deus, usando a profecia bíblica como testemunho da verdade revelada nas Escrituras e prova de que exclusivamente a fé em Jesus, Seu Filho Unigênito, é a esperança da humanidade para a salvação. Vamos, portanto, compartilhar as Boas Novas com entusiasmo: “...o Evangelho de Deus, o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Escrituras Sagradas, com respeito a Seu Filho” (Rm 1.1-3)! 

(T.A. MacMahon - TBC 11/01 - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Fevereiro de 2002.

BATALHANDO PELA FÉ

"Amados, quando empregava toda diligência, em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 3).
Originalmente, Judas pretendia compartilhar com seus companheiros crentes as questões da fé comuns a todos eles. Mas, o Espírito Santo o redirecionou a um assunto de maior urgência. Questões da fé "uma vez por todas... entregue aos santos" estavam sendo tanto sutilmente solapadas como profundamente pervertidas. Hoje em dia acontece o mesmo que naquele tempo. Todos os santos (isto é, cristãos – Ef 1.1; Cl 1.2, etc.) devem batalhar diligentemente pelos ensinos da fé "dados por inspiração de Deus" (comp. 2 Tm 3.16).

O que é batalhar diligentemente?

Batalhar diligentemente por algo não é uma atividade de menor importância. A passagem paralela normal desse versículo é 1 Timóteo 6.12: "Combate o bom combate da fé..." Em ambos os casos, o sentido é de trabalhar fervorosamente, ou esforçar-se, como um atleta que irá participar de um evento esportivo. 

A analogia do esporte oferece uma ilustração muito clara: bons atletas têm que treinar com vigor para atender às exigências do seu esporte. Da mesma forma, um cristão dedicado deve condicionar-se espiritualmente para atender à exortação de Paulo: "Exercita-te pessoalmente na piedade" (1 Tm 4.7). 

Paulo usou freqüentemente a correlação entre os esforços dos atletas e o andar dos cristãos para mostrar que a vida de um crente renascido não tem por objetivo a passividade. Ela requer treinamento espiritual, que inclui muitas das qualidades demonstradas por um atleta superior: diligência, dedicação, auto-disciplina, disposição de aprender, etc. 

Entretanto, do mesmo modo como no cenário esportivo dos nossos dias, muitos de nós se dedicam a ser espectadores – não necessariamente "inativos", mas definitivamente não jogadores.

Muito freqüentemente a reação à exortação de Judas é dizer que é melhor "deixar o batalhar pela fé para os especialistas", isto é, para os estudiosos, os teólogos, os apologistas ou autoridades em seitas. Há no mínimo dois problemas com tal idéia. Em primeiro lugar, as palavras de Judas não foram escritas a especialistas em teologia, mas "aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo" – ou seja, a todos os Seus "santos" (Jd 1,3). 

Em segundo lugar, um dos principais aspectos da batalha pela fé está relacionada com o desenvolvimento espiritual de todo santo. Em outras palavras, batalhar pela fé não é somente para especialistas em seitas, nem envolve necessariamente argumentar ou confrontar os outros. Batalhar pela fé deveria ser o padrão de vida espiritual de todo crente (comp. 1 Pe 3.15).

O desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus

Batalhar diligentemente pela fé requer o desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus. Jesus estabeleceu um programa de crescimento para todos que se entregaram a Ele: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8.31). 

Em 2 Timóteo 2.15, Paulo acentua o exercício prático, diário, de todo crente: "Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." O coração do cristianismo é um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Estudar e aplicar as Escrituras é a forma principal de desenvolver nosso relacionamento pessoal com Ele; trata-se de conhecê-lO através da revelação dEle mesmo.

A necessidade de conhecimento

Batalhar diligentemente pela fé exige conhecimento. Não precisamos nos tornar especialistas antes de compartilhar a "fé que uma vez por todas foi entregue aos santos", mas devemos ser diligentes em nossa busca do conhecimento do Senhor. Se bem que se tente fazê-lo muitas vezes, é completamente insensato tentar batalhar por algo sobre o que não se está informado.

Salomão escreveu: "Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, e se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a tua voz, se buscares a sabedoria como a prata, e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos, e escudo para os que caminham na sinceridade, guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos" (Pv 2.1-8).

A prática diligente do discernimento

Batalhar pela fé requer a prática diligente do discernimento. Em Hebreus 5.13-14 está dito: "Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal." O "leite" e o "alimento sólido" desses versículos são metáforas que se referem ao crescimento espiritual; limitar-nos a uma dieta e a atitudes de crianças espirituais inibe nosso desenvolvimento espiritual.

Entretanto, os que exercitam suas faculdades pelo estudo da Palavra de Deus crescerão em discernimento, não continuando "meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4.14).

A disposição de aceitar correção

Batalhar diligentemente pela fé exige que tenhamos a disposição de aceitar correção. Corrigir, entretanto, não é um procedimento "psicologicamente correto" em nossos dias, tanto no mundo quanto na Igreja. A correção é considerada uma ameaça à auto-imagem positiva por muitos que promovem a teologia humanista da auto-estima. É incrível como tal mentalidade mundana influenciou fortemente aqueles que deveriam ser separados do mundo e cujos pensamentos deveriam refletir a mente de Cristo.

Mesmo uma pesquisa superficial da Bíblia revela exemplos e mais exemplos de correção, que atualmente seriam vistos como potencialmente destrutivos do bem-estar psicológico das pessoas! Será que a "auto-estima" de Pedro foi psicologicamente danificada e tanto sua auto-imagem como a imagem do seu ministério foram irreparavelmente prejudicadas pela correção pública de Paulo? 

Foi o ministério de Pedro considerado acabado pela maioria da igreja primitiva porque Paulo não foi suficientemente sensível (ou, bíblico – deixando supostamente de considerar Mateus 18) para ter um encontro particular com Pedro? Não é essa a maneira como muitos na Igreja vêem as coisas atualmente? E o que dizer do trauma sentido pelo ego dos publicamente corrigidos: Barnabé (Gl 2.13), Alexandre (2 Tm 4.14-15), Figelo e Hermógenes (2 Tm 1.15), Himeneu e Fileto (2 Tm 2.17-18), Demas (2 Tm 4.10), Diótrefes (3 Jo 9-10) e outros?

A correção é essencial para a vida de todo cristão. Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo orientou seu jovem discípulo a respeito do valor das Escrituras para a correção (como também para a repreensão!), "a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Tm 3.16-17). A correção tem que começar em casa, isto é, deve haver a disposição não somente de sermos corrigidos por outros, mas também o desejo de corrigirmos a nós mesmos. 

A admoestação "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé" (2 Co 13.5) não pede uma avaliação pública; ela requer que analisemos a nós mesmos e então façamos o que for necessário para colocar as coisas em ordem diante do Senhor. Sem a disposição de considerar a possibilidade de uma "trave" em nosso próprio olho, a hipocrisia dominará em qualquer correção a outra pessoa.

Obediência às normas

Batalhar diligentemente pela fé requer obediência às normas. Enquanto alguns evitam praticar a correção segundo as Escrituras, outros a usam como um grande porrete, dando com ele em qualquer um que parecer não concordar com seus pontos de vista. As Escrituras nos dizem que (no contexto dos galardões celestiais) aqueles que competem por um prêmio serão desqualificados a não ser que sua conduta siga as normas do evento (2 Tm 2.5). 

Isso também deveria ser aplicado ao modo como batalhamos pela fé, especialmente no que se refere à correção mútua. A primeira e mais importante norma é o amor. Correção bíblica é um ato de amor, ponto final. Se alguém não tem em mente o interesse maior de uma pessoa, o amor não está envolvido. Se o amor não é o fator motivador da correção, o modo de agir não é bíblico.

A maneira como nos corrigimos mutuamente é uma parte importante das "normas" da batalha pela fé: "Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade" (2 Tm 2.24-25). 

Entretanto, uma repreensão severa também pode ser bíblica; nas Escrituras há abundância de tais reprovações e repreensões quando a situação as exigia. Mas elas nada têm em comum com correção acompanhada de sarcasmo, humilhação, ataques ao caráter pessoal ou qualquer outra coisa que exalte quem corrige ao invés de ministrar àquele que está sendo corrigido. 

É irônico que o humor dominante (TV, quadrinhos, etc.) dessa geração profundamente consciente da "auto-estima", ego-sensível, seja o sarcasmo, especialmente a humilhação. Fazer alguém se sentir inferior tornou-se a maneira preferida de elevar a própria auto-estima.

Um teste simples de correção bíblica é o nível de presunção por parte de quem a pratica. Se houver qualquer indício dela – ele falhará. Outro teste rápido é o termômetro das "maneiras desagradáveis". Se aquele que corrige trata os outros com maneiras que ele mesmo não aceitaria – ele é parte do problema, não a solução bíblica.

Conhecer pelo que se batalha

Batalhar diligentemente pela fé envolve conhecer pelo que se batalha. Aquilo que envolve a subversão do Evangelho, especialmente das doutrinas principais relacionadas com a salvação, exige nossa séria preocupação e atenção. O livro de Gálatas é um bom exemplo. 

Os judaizantes estavam coagindo os crentes a aceitar um falso evangelho, isto é, adicionando certas obras da lei como necessárias para a salvação. Paulo os repreendeu duramente, como também instruiu Tito a fazê-lo (Tt 1.10-11,13). No mesmo espírito, argumentamos com os que promovem ou aceitam um falso evangelho para a salvação (mórmons, adeptos da Ciência Cristã, Testemunhas de Jeová e católicos romanos, entre outros).

Enquanto certas questões podem parecer não estar relacionadas com o Evangelho, elas podem subverter indiretamente a Palavra de Deus, afastando os crentes da verdade e inibindo dessa forma a graça necessária para uma vida agradável ao Senhor. A psicoterapia, por exemplo, é um dos veículos mais populares para levar os cristãos a buscar as soluções ímpias dos homens (e, portanto, destituídas da graça).

Saber quando evitar confrontos

Batalhar pela fé também requer que saibamos quando evitar confrontos. O capítulo 14 de Romanos trata de assuntos em que a argumentação se transforma em contenda. Paulo fala de situações em que crentes imaturos criavam polêmicas em torno de coisas que não tinham importância. Alguns estavam provocando divisões por discutirem quais alimentos podiam ser comidos ou não, ou quais dias deviam ser guardados ou não. 

Nesses casos, o conselho da Escritura é: há certas coisas que não devemos julgar, pois se trata de questões sem importância, que não negam a fé, e são assuntos a serem decididos pela própria consciência (v. 5). Somente o Senhor pode julgar o coração e a mente de alguém no que se refere a tais assuntos.

Quando Jesus discutiu os sinais dos últimos tempos com Seus discípulos no Monte das Oliveiras (Mt 24), o primeiro sinal que Ele citou foi o engano religioso. Sua extensão atual não tem precedentes na História. Somente esse fato deveria tornar nosso interesse em batalhar diligentemente pela fé uma das maiores preocupações. Isso também significa que há tantos desvios da fé (1 Tm 4.1) a serem considerados, que poderá ser necessário estabelecer prioridades pelo que e quando vamos batalhar. 

No que se refere ao nosso próprio andar com o Senhor, devemos examinar qualquer coisa em desacordo com as Escrituras, fazendo as necessárias correções. Entretanto, quando se trata de ensinos e práticas biblicamente questionáveis, sendo aceitas e promovidas por outros, o discernimento pode também incluir a necessidade de decidir quando e como tratar deles. Atualmente, não é incomum ser erradamente considerado (ou, de fato, merecer a reputação) como alguém que "acha erros em tudo"; de modo que a busca da sabedoria e orientação do Senhor é sempre essencial para que nosso batalhar seja recebido de forma frutífera.

Não devemos coagir ninguém

Finalmente, batalhar diligentemente pela fé não é coagir. Muito freqüentemente esquecemos que recebemos nossa vida eterna em Cristo como dádiva gratuita, uma dádiva do insondável amor de Deus que deve ser oferecida aos outros em amor. O amor é destruído pela coação. Se bem que nossa intenção pode não ser impor questões de fé aos outros, é importante verificar regularmente nossos motivos e métodos. 

O batalhar diligentemente pela fé deve ser realizado como uma oferta de amor. Temos que lembrar que somos meramente canais de tal amor e que, se quisermos que ocorra alguma mudança no coração, ela será realizada através da graça de Deus, a única que garante o arrependimento (2 Tm 2.25-26).

Atos 20.27-31 contém alguns pensamentos que atualmente muitos iriam considerar como desproporcionais na batalha por "todo o desígnio de Deus". Mas, trata-se das palavras de Deus, comunicadas apaixonadamente pelo apóstolo Paulo aos membros da igreja de Éfeso e a nós: "Atendei por vós e por todo o rebanho... Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um."

Nestes "difíceis" tempos finais (2 Tm 3.1), ore para que todos nós, como Paulo, demonstremos apaixonada preocupação pelo bem-estar espiritual dos nossos irmãos e irmãs em Cristo e pela pureza do Evangelho essencial para a salvação das almas (TBC 8/94).

T. A. McMahon é diretor executivo da missão "The Berean Call" ("A Chamada Bereana") em Bend, Oregon (EUA). Ele é co-autor (com Dave Hunt) do livro A Sedução do Cristianismo.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, março de 1996.