sexta-feira, 7 de maio de 2010

O MINISTÉRIO DA ORAÇÃO

 O Mistério da Oração 


 “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabeça o castigo do seu procedimento, diz o Senhor Deus” (Ez 22.30,31).

 Por Que Deus se Autolimitou?

     É no mínimo intrigante como Deus, o Todo-Poderoso Senhor do universo, fica à espera de oração para agir, sendo um sistema que ele mesmo idealizou e do qual passou a ser refém, ao autolimitar-se. Esse mistério precisa ser visto do ponto de vista divino, que considera a oração não como uma maneira de convencer Deus a fazer determinadas coisas, mas antes uma oportunidade de treinamento da igreja que irá governar o universo. Através dessa associação, a igreja passa a aprender desde já como exercer o governo e aplicar as leis do reino de Deus, familiarizando-se com as armas, estratégias e recursos que são opostos aos deste mundo. Através da oração, Deus quer transferir para a igreja a maneira de lutar e vencer juntos, utilizando-se do amor, do perdão e dos demais atributos inerentes à sua pessoa.

 Deve ser levado em conta que Deus estabeleceu como propósito, desde o princípio, vencer Satanás e reconquistar através do homem tudo o que foi perdido. Mesmo o homem tendo pecado, Deus não desistiu de seu propósito e, com a encarnação de Cristo, se introduziu na humanidade, morrendo como homem inocente e qualificando-se a readquirir o que Satanás usurpou através de Adão.

 A partir disso, o homem deixou de ser um simples parceiro no projeto de Deus e foi elevado, na qualidade de igreja, à categoria de corpo de Cristo, no qual o próprio Cristo é a cabeça. De acordo com o ensinamento de Jesus, ele é a videira verdadeira e nós os ramos; daí, conclui-se que um necessita do outro imprescindivelmente para gerar fruto. O corpo nada pode fazer sem o comando da cabeça e, da mesma forma, a cabeça também nada pode executar sem o corpo. Portanto, na redenção, Deus ficou ainda mais comprometido em levar adiante seu propósito contando com o homem.

 É nesse contexto de corpo que devemos analisar a oração. Assim fica mais fácil compreender por que precisa haver uma concordância com a vontade de Deus para que a oração tenha seus efeitos desejados. O corpo só pode agir e reagir sob um comando único, pois, do contrário, seria uma anomalia ingovernável cada membro executando sua vontade independentemente. Nesse caso, seria inevitável a mutilação e a morte do corpo. Portanto, é a unicidade em Cristo que garante a vida da igreja, o que, por sua vez, implica que nem todas as orações podem ser respondidas afirmativamente como se espera, mas somente aquelas que estão de acordo com a vontade de Deus. Levando em consideração que estamos sendo treinados para exercer o governo do universo, é justo e necessário que aprendamos desde já qual é a vontade do Rei.

 Co-responsáveis com Deus

 Os cheques emitidos por algumas empresas exigem as assinaturas de duas pessoas para serem válidos. Isso exemplifica o método de Deus operar através das orações e da fé de seu povo. É como uma caixa de segurança na caixa-forte de um banco. O guarda tem uma chave e você tem a outra. Nenhuma delas abrirá a caixa sem a outra, mas quando se insere ambas as chaves a porta se abre, tornando disponíveis todos os tesouros guardados ali. O céu tem a chave mediante a qual se tomam as decisões que governam os assuntos terrenos, mas nós temos a chave mediante a qual essas decisões se realizam. Portanto, oração não é vencer a relutância de Deus; não é persuadi-lo a fazer algo que ele não está disposto a fazer. Orar é “ligar na terra” aquilo que já foi ligado no céu (Mt 16.19). É realizar a decisão divina; é fazer cumprir na terra a vontade de Deus.

 A razão de haver orações não respondidas está sempre do lado do homem e não de Deus. Uma das principais razões é a possibilidade de nosso orgulho se manifestar, o que leva Deus, como medida de segurança, a deixar de atender determinadas orações, exatamente como fez a Paulo. Este, embora suplicasse ao Senhor que afastasse o mensageiro de Satanás que o esbofeteava, não foi atendido diretamente no que solicitava, porém Deus garantiu-lhe graça suficiente para viver e enfrentar o espinho na carne que o humilhava.

 Entretanto, a principal razão para Deus não agir é a falta de oração da igreja; é exatamente por isso que a oração deveria ser entendida como a principal atividade da igreja. Segundo sintetizou John Wesley: “Deus nada fará senão em resposta à oração”. Poucos, porém, estão interessados na oração que leva adiante o plano de Deus. A maioria das pessoas que oram está mais interessada em que Deus resolva seus próprios problemas do que em proporcionar condições para que ele execute o seu propósito maior com os homens.

 Encontrar tempo para orar (que é uma das nossas principais desculpas) é uma questão de prioridades. Todos nós temos a mesma soma de tempo num dia de vinte e quatro horas. Nosso uso dele é que depende de nosso sistema de valores. Tudo aquilo que alguém julga de suprema importância terá prioridade. Devemos orar sempre, estando com vontade ou não; contudo, teremos mais possibilidade de praticarmos a oração se atentarmos mais para esse assunto na Palavra de Deus e organizarmos nossa vida, separando com a devida prioridade o tempo destinado a essa tão sublime atividade e privilégio.

 Extraído e adaptado por Pedro Arruda do livro Seu Destino é o Trono de Paul E. Billheimer – CLC editora - edição esgotada.


por Paul Billheimer
 
Postado por Roberto
Abraço

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