quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PARA O ANO QUE COMEÇA

Para o Ano Que Começa

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Sl 100.1-2).

O ano velho terminando, o ano novo começando, vamos nos perguntar: Como deverá ser minha vida com Deus neste novo ano? Quais serão minhas prioridades? O que o Senhor espera de mim? Para acharmos as respostas, voltemos ao Salmo 100: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (vv.1-2).

– O Salmo 100 não começa dizendo apenas “Celebrai ao Senhor”, mas: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”.

– Ele não diz apenas “Servi ao Senhor”, mas: “Servi ao Senhor com alegria”.
– Não está escrito somente “apresentai-vos diante dele”, mas: “apresentai-vos diante dele com cântico”.

Neste momento, tomemos a decisão de crescer na gratidão ao Senhor, ganhando almas para Jesus. Não vamos apenas servi-lO neste novo ano, mas servir a Ele com alegria. Além disso, não nos apresentemos simplesmente diante dEle, mas cheguemos à Sua presença “com cântico”.

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”

Chama a atenção quantas vezes somos conclamados na Bíblia a louvar e adorar ao Senhor. A Escritura deixa bem claro quem deve louvar e adorá-lO, quem deve celebrar com júbilo ao Senhor:

– Seus santos: “Salmodiai ao Senhor, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome” (Sl 30.4).

– Israel : “Casa de Israel, bendizei ao Senhor; casa de Arão, bendizei ao Senhor; casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor” (Sl 135.19-20).
– Os gentios: “Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, louvai-o, todos os povos” (Sl 117.1).
Até os céus, a terra e os montes devem exaltá-lO: “Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13). No mesmo versículo encontramos a razão de todo esse júbilo: “porque o Senhor consolou o seu povo e dos aflitos se compadece.” 

A Bíblia fala de mais razões para louvar a Deus, por exemplo: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; cantai louvores ao seu nome, porque é agradável” (Sl 135.3). Ou: “Exaltado seja o Deus da minha salvação” (Sl 18.46). “Por causa da sua misericórdia... Por isso te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome” (Rm 15.9). 

Ou pensemos nas tantas vezes em que Sua bondade infinita é louvada e exaltada em cânticos: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1; 107.1; 118.1; 136.1; etc.).
 
“Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13).
Inúmeras pessoas, inclusive muitos cristãos, infelizmente, esquecem de louvar e agradecer, de celebrar com júbilo ao Senhor! Mas o louvor a Deus não deve ser expresso apenas através de palavras.

O próprio Senhor Jesus exorta os crentes a viverem uma vida santificada para que os outros, aqueles que nos observam, possam louvar ao Senhor: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). 

E Pedro escreve em sua primeira epístola: “mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12). 

Se a nossa vida for um testemunho autêntico do poder renovador de Deus, então outros serão levados a entoar conosco o louvor a Deus. Vamos juntos, neste ano que começa, fazer com que o louvor ao Senhor ecoe de nossas vidas de maneira renovada! Se vivermos de acordo com nossa elevada vocação, coisas grandiosas acontecerão!

“Servi ao Senhor com alegria!”

Não devemos simplesmente servir ao Senhor; vamos fazê-lo “com alegria” (Sl 100.2). Isso significa levar Filipenses 2.14 a sério: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas”. “Murmuração” é reclamar, é demonstrar falta de vontade e reagir negativamente. Servir ao Senhor “com alegria” significa servi-lO sem murmurar, sem reclamar, sempre de boa vontade.

Talvez alguém pergunte: “Quando acontece alguma coisa comigo, como posso saber o que vem do Senhor, o que resulta das circunstâncias ou o que procede das pessoas que me cercam?” Se respondêssemos essa pergunta de maneira direta e imediata, certamente consideraríamos sempre como vindas do Senhor aquelas coisas que nos agradam. 

Então tudo seria muito fácil, não teríamos o menor problema em servi-lO com alegria, sem murmurar e sem reclamar. Mas muitas vezes não é simples separar o que vem de Deus daquilo que procede de homens ou das circunstâncias. Por quê? Porque no final das contas tudo vem dEle! Nem sempre Deus é o causador direto do que se passa conosco, mas Ele permite que as coisas aconteçam em nossas vidas. Se aceitarmos essa verdade e eliminarmos toda a murmuração de nosso coração, perseverando nessa atitude, então estaremos servindo ao Senhor com alegria!

Louvar e agradecer: muitos cristãos, infelizmente, esquecem de fazê-lo.
Paulo escreveu a um grupo de escravos em Éfeso: “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo” (Ef 6.5). Esses escravos, ao se submeterem à autoridade de seu senhor, não estavam submetendo-se apenas a ele mas também a seu Mestre celestial. 

E a maneira como exerciam seu serviço demonstrava que estavam servindo ao próprio Senhor com alegria, da maneira como Paulo o definiu: “como a Cristo’. O mesmo vale para nós: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Ec 9.10). E: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl 3.23). É assim que servimos ao Senhor “com alegria”!

“Apresentai-vos diante dele com cântico”

O próprio Senhor Jesus demonstra o que isso significa: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10.21). 

Jesus havia se apresentado diante de Seu Pai para trazer-lhe Sua gratidão e Seu louvor, e Seu coração se rejubilava de alegria. Como havia surgido essa alegria tão grande? Será que se tratava de uma simples emoção que tomou conta dEle? Não, não foi o que aconteceu. Está escrito: “naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...”

Em 1 Tessalonicenses 5.19 lemos: “Não apagueis o Espírito”. Muitas vezes o Espírito Santo anseia por nos levar a um intenso júbilo espiritual, especialmente quando Ele consegue realizar sua maior obra, que Cristo descreve como sendo: “Ele (o Espírito Santo) me glorificará” (Jo 16.14). 

Justamente nesses momentos, quando o Espírito está despertando em nós uma grande alegria pela pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, quando está glorificando ao Filho diante de nossos olhos espirituais, não deveríamos impedi-lO de realizar Sua obra em nós, não deveríamos abafá-lO, mas permitir que esse júbilo, essa alegria intensa tenha livre acesso a nossos corações. 

Muitos talvez se sintam constrangidos e procurem sufocar as manifestações de intensa alegria que o Senhor nos concede, por temerem que elas possam vir de uma fonte que não é pura. Naturalmente precisamos ter cuidado para não cair em um cristianismo só de sentimentos, como infelizmente tem acontecido com muitas igrejas. 

Mas existe realmente essa grande alegria no Espírito, esse júbilo de que Jesus nos deu o exemplo: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...” Essa “exultação” significa, no texto original, “um júbilo intenso, que nos leva a demonstrar alegria, a cantar e a expressar nossa intensa satisfação, nosso profundo deleite. Jesus não exultou apenas em Suas emoções, pois Sua alegria era gerada pelo Espírito Santo.

“Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1).
Que neste início de ano o Salmo 100 sirva de impulso para que nos apresentemos ao Senhor com cântico. Vamos fazê-lo? Vamos gravar profundamente em nossos corações essa conclamação? Não esqueçamos: um júbilo produzido pelo Espírito Santo glorifica e alegra nosso Senhor! 

(Marcel Malgo - http://www.apaz.com.br)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SABEDORIA DO NOVO ANO

Sabedoria no Novo Ano

No final de um ano e no limiar de um novo ano você certamente também já se admirou e disse: "O quê? Já chegamos novamente ao fim do ano?" Quando isso acontece, somos lembrados de como a vida humana é passageira, como o Salmo 90.9 diz tão bem: "...acabam-se os nossos anos como um breve pensamento". 

A nossa vida passa "como um suspiro" ou "como um sopro". Quanto mais velhos ficamos, mais rápidos parecem transcorrer os anos, pois cada um deles torna-se uma parcela sempre menor de nossa vida. 

E isso volta a nos lembrar que nossa vida é limitada, que o tempo que passamos sobre a terra tem um fim. Foi isso que levou Moisés a suplicar ao Senhor: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio" (Sl 90.12). 

Que tipo de sabedoria Moisés pedia? Penso que foi a sabedoria de viver a vida de uma maneira que ela tenha valor diante de Deus. Nesse sentido o Senhor Jesus nos conclama a juntar tesouros nos céus (Mt 6.20) e Paulo nos exorta a buscar "as coisas lá do alto" (Cl 3.1-2). 

O que significa "do alto"? Paulo explica isso de maneira bem compacta nos versículos 12 a 14, mas poderíamos citar ainda muitos outros versículos bíblicos que dizem a mesma coisa: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição".

Vamos investir nessas coisas celestiais durante o novo ano, para que nossa vida seja cheia de uma riqueza que permanece eternamente? Repetidas vezes, como na passagem acima, o amor é exaltado no Novo Testamento como o alvo mais elevado que existe, e esse é o amor de qualidade superior, o amor com que Jesus nos amou, dando Sua vida por nós. 

Os ataques do inimigo nestes tempos finais se concentram sobre esse amor supremo. Jesus nos alertou a respeito em Seu sermão profético: "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor esfriará de quase todos" (Mt 24.12).

Que façamos parte dos que se tornaram sábios pela Palavra de Deus, nos quais o amor não esfria pela injustiça que está tomando conta do mundo! Vamos nos animar mutuamente a sermos vigilantes e a orarmos para sermos considerados dignos de escapar de todas as coisas que têm de suceder e de estar em pé na presença do Filho do Homem (comp. Lc 21.36)!

(Fredi Winkler - http://www.apaz.com.br)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NOVA ESPERANÇA PARA UM NOVO ANO


Nova Esperança Para um Novo Ano
Vivemos em um mundo bastante desanimador. No início de um novo ano, procuramos em vão por perspectivas de tempos melhores. Se analisarmos a situação internacional, se observarmos as dificuldades econômicas e o baixo nível moral dos povos, não há muitos motivos para esperar por momentos mais luminosos para este mundo. Até mesmo é duvidosa a realização dos anseios que temos para nossa vida pessoal neste novo ano.

Tendo pouca esperança no melhoramento das condições gerais, resta-nos somente uma alternativa: procurar a renovação individual das pessoas. É preciso encontrar um caminho que permita que você seja elevado acima das circunstâncias, de modo que esteja sobre elas e que elas até mesmo sejam controláveis.

Será que isso realmente é possível? Milhões de pessoas experimentaram tal transformação e obtiveram um fundamento inteiramente diferente para suas vidas ao aceitarem Jesus como seu Salvador pessoal pela fé. Seus corações ficaram repletos de paz profunda e permanente, que não pode ser abalada por nenhuma tempestade em suas vidas. 

Elas descobriram o segredo da alegria e da verdadeira felicidade, que consiste da confiança em Deus e da obediência a Ele, e obtiveram novo valor para suas vidas. Para elas, todas as coisas realmente "se fizeram novas"! O apóstolo Paulo descreve essa maravilhosa transformação da seguinte maneira: "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17).

Também você pode começar o novo ano como uma nova criatura em Jesus Cristo! Então sua tranqüilidade e seu êxito na vida não dependerão mais das circunstâncias, pois você terá uma nova vida, que se manifestará em novos anseios e em novos rumos da sua vontade. Novas forças estarão à sua disposição! O "novo homem", nascido do alto pela fé em Jesus Cristo, poderá dar passos confiantes no novo ano. 

Esta é uma maravilhosa mensagem para você! Será possível encontrar a Deus na condição de pessoa que foi perdoada, que foi purificada dos seus pecados. Você terá sido renovado através de Jesus Cristo, tornado aceitável diante de Deus através dos méritos de Jesus Cristo, seu Redentor.

Por isso, não hesite mais! Aceite a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal e deposite sua confiança inteiramente nEle neste novo ano.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2000.

PENSAMENTO PARA O ANO NOVO

Pensamentos para o Ano Novo
1."...as coisas antigas já passaram..." (2 Co 5.17). O medo de viver, na verdade, origina-se na culpa e no pecado. Só quem se livrou do fardo do passado pode entrar leve e despreocupadamente pelo portal de um novo ano. Jesus Cristo é grande o suficiente para nos perdoar todos os pecados. Basta que os confessemos a Ele.

2. "...eis que se fizeram novas..." (2 Co 5.17). Alguém disse certa vez: "Um dia pode ser uma pérola, e um século, nada." Aquele que entregou sua vida a Jesus ganha a eternidade para si; quem vive sem Jesus está perdendo tudo desde agora.

3. "Oh! Tomara que me abençoes..." (1 Cr 4.10). Quando o talentoso artista Michelangelo começou a maior obra de sua vida na Capela Sistina, pintou primeiro duas mãos que abençoavam. Ele sabia o que também nós temos de saber para um novo ano: "Tudo depende da bênção de Deus".

4. "O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois" (Jo 13.7). Muitas coisas que acontecem nos parecem estranhas, muitos caminhos de Deus para conosco parecem ininteligíveis, mas na eternidade vamos entender o porquê, pois Deus jamais erra.
5. "...a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus" (Gl 2.20b, Ed. Rev. e Corrigida). Para quem vive pela fé em Jesus, a fé de Jesus passa a se tornar efetiva: não existe fé maior do que essa. Viver com Jesus significa alcançar o alvo, pois Ele é o Autor e Consumador da fé (Hb 12.2).

6. "...faça-se a tua vontade..." (Mt 6.10b). Seguir ao Senhor com um coração íntegro e obedecer-Lhe traz bênção nunca imaginada e é o melhor pré-requisito para o sucesso espiritual. Dar finalmente o passo diante do qual vacilamos até agora nos faz felizes e nos conduz à liberdade.

7. "Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor" (Lc 12.36). William McDonald disse: "Não basta defender a verdade acerca de Sua vinda; essa verdade deve nos dominar". Os cristãos mais ativos e santificados são aqueles que contam com a volta de Jesus e que amam a Sua vinda. Por isso o pastor Wilhelm Busch recomendava: "Juntem-se aos crentes que esperam pela volta do Senhor". 

(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 1998.

PLANO PARA O NOVO ANO

Quais são seus planos para o novo ano? Quando Davi encarregou seu filho Salomão de construir o templo, entregou-lhe planos precisos e exatos. Até está escrito: "Deu Davi a Salomão, seu filho... a planta de tudo quanto tinha em mente" (1 Cr 28.11-12a).

Deus tem um plano para cada um de nós. Os Salmos dizem que Ele manifestou Seus caminhos a Moisés, que teve condições de captar os planos de Deus, de entendê-los e de colocá-los em prática, porque havia cursado a escola do Altíssimo e permanecido nela.

Um construtor que está num terreno e olha para o projeto de construção consegue imaginar a obra que ainda não existe. Essa é sua experiência constante, ele tem prática em ler plantas e em imaginar as obras prontas.

Infelizmente muitos crentes não fazem isso. Ao invés de procurar saber o que Deus quer, eles se exercitam em preparar os seus próprios planos. Você planeja a construção da sua casa? A compra de um novo automóvel? Planeja sua carreira? O futuro dos seus filhos? Sua aposentadoria? Nada disso é errado. Mas os problemas começam quando essas coisas dominam os nossos pensamentos. 

O que deveríamos fazer é treinar a nossa mente constantemente a fim de aguçá-la para entender e saber os propósitos de Deus. A passividade no discipulado de Jesus leva à resignação; então não conseguimos mais reconhecer o plano de Deus.

O discipulado de Jesus pode ser definido como uma contínua permanência na escola de Deus. O Deus vivo sempre nos dará novas tarefas de casa para que cresçamos e aprendamos o que significa ser mensageiros de Cristo.

Paulo escreve: "Exercita-te, pessoalmente, na piedade" (1 Tm 4.7b). E a Epístola aos Hebreus fala dos "...adultos ...aqueles que, pela prática, têm suas faculdades exercitadas..." (Hb 5.14). Para que possamos dar lugar aos propósitos de Deus em nossos corações, é necessário que nos exercitemos constantemente e com perseverança na disciplina espiritual. 

Jesus Cristo, o Davi celestial, quer conduzir-nos justamente a este ponto. Isto se manifesta claramente nas instruções do rei Davi a seu filho Salomão: "...conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária! ...sê forte e faze a obra" (1 Cr 28.9-10). 

Se deixarmos todo o espaço de nossos corações à disposição dos nossos próprios planos, o Deus vivo não poderá desenvolver Seu plano em nós pelo Seu Espírito. Deus está disposto a gravar Seus propósitos em nosso coração pelo Seu Espírito. Mas Ele necessita de espaço para isso, do maior espaço possível – e sem reservas.

Nossos próprios planos, que se refletem em nossa alma ou em nosso estado emocional, com freqüência são um empecilho para um andar alegre a frutífero na presença do Senhor. Agora o novo ano está diante de nós com todas as suas possibilidades. Qual é o plano de Deus? Quanto mais estivermos cheios do Seu Espírito, tanto mais o Seu plano formar-se-á em nós e por meio de nós, como no caso de Davi, em quem o plano de Deus "estava nele pelo Espírito". 

Ou para dizê-lo com as palavras de Paulo: "...escrita... pelo Espírito do Deus vivente... em tábuas de carne, isto é, nos corações" (2 Co 3.3). Lembremo-nos sempre disso! (

Peter Malgo)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 1999.

UM NOVO ANO, E NINGUÉM SABE PARA ONDE IR!


Um novo ano, e ninguém sabe para onde ir!
Norbert Lieth

Para cada um de nós, o ano novo traz uma pergunta implícita: O que está por vir? O que terei de enfrentar? Como será minha vida neste novo ano? Através da história de Abraão, Deus nos dá mostras de que podemos confiar nEle.

Lemos no chamado capítulo dos heróis da fé: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia” (Hb 11.8). 

O homem de hoje está concentrado em ter garantias e em ter um plano bem organizado. Ele quer saber por qual caminho seguir e se pergunta no que pode confiar. Resumindo: ele quer considerar todas as eventualidades para poder calcular de forma exata e com antecedência quais atitudes deve tomar. 

Dificilmente alguém estará disposto a ir para algum lugar ou a assumir alguma tarefa sem conhecer os detalhes, sem determinadas premissas e garantias. A história da vida de Abraão também toca a nossa vida. No começo havia incerteza, mas no fim ele se transformou em exemplo e até no pai de todos aqueles que crêem (Rm 4.11). O motivo foi a sua confiança inabalável no Deus vivo e em Suas promessas. A maior segurança em meio a todas as inseguranças deste mundo é crer na Bíblia.

Abraão não podia fazer nada além de acreditar naquilo que Deus lhe dizia. Essa atitude de fé é o mais importante que uma pessoa pode ter. A vida de Abraão foi marcante porque ele obedeceu pela fé e atendeu ao chamado divino. Sua fé foi colocada em prática. 

Fé e ação andam juntas como o violino e o arco, ou como a chave e a fechadura de uma porta. Se falta uma parte, a outra é inútil, pois não há como tocar uma bela melodia, não há como abrir ou fechar a porta. Abraão tinha “somente” a palavra de Deus. 

O Senhor chamou-o a sair de seu país, a deixar seus relacionamentos e abandonar tudo o que tinha conseguido até então – sem saber para onde iria. Mas, olhando para o restante da história de sua vida, reconhecemos o maravilhoso objetivo que Deus alcançou com Abraão.

Entramos em um novo ano sem saber para onde ele nos levará. Talvez o Senhor Jesus tenha colocado em seu coração um certo fardo, um desejo de fazer alguma coisa em Seu Nome, e talvez você tenha de dar um passo ousado. Também pode ser que você tenha sido chamado por Deus para executar uma tarefa mas não sabe como continuar nem para onde isso o levará. Abraão simplesmente se pôs a caminho, impelido pelo poder da Palavra de Deus.

No começo deste novo ano é muito importante ter isto diante de nossos olhos: precisamos nos pôr a caminho, juntar forças a cada momento e orientar-nos para o alvo. E nosso alvo são as coisas de Deus. É perfeitamente possível que durante o trajeto sejamos assaltados pelo medo, pois a dor, a tristeza, as preocupações e outros sofrimentos podem surgir em nossa vida. 

Pode ser que às vezes fiquemos resignados no caminho. Mas isto não deve impedir-nos de continuar marchando em direção ao desconhecido, ao futuro – confiando nas firmes promessas de Deus. É exatamente nessa área da nossa vida que a nossa fé no Senhor precisa de um novo impulso.

Depois de listar os heróis da fé (Hebreus 11), a Bíblia nos diz como alcançar o alvo: “...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hb 12.2-3).

Depois que Abraão chegou à Terra Prometida, ele teve de suportar muitos testes de sua fé. Enfrentou a tentação de confiar mais em sua própria carne do que no Senhor que havia lhe dado a promessa. Em algumas situações de crise, tomou as rédeas em suas próprias mãos e foi derrotado. Mas o Senhor, em quem Abraão tinha depositado sua confiança, não o deixou cair. No fim, triunfaram a fé de Abraão em Deus e a fidelidade de Deus para com Seu amigo. 

O autor da carta aos Hebreus descreve a fé de Abraão com as seguintes palavras: “Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa” (Hb 11.9).
Fé e ação andam juntas como o violino e o arco... Se falta uma parte, a outra é inútil.


Nós também podemos, neste ano recém-iniciado, manter a fé nas promessas de Deus, mesmo quando os outros não nos compreendem e mesmo quando nos vêem como “estrangeiros” em seu meio. 

A fé em Jesus Cristo, em quem todas as promessas têm o “Sim” de Deus e por quem é o “Amém” (2 Co 1.20), nos ajudará a superar tudo o que é passageiro nesta terra até chegarmos ao grande alvo final. O caminho da nossa existência vai da tenda passageira da vida terrena para junto do Deus eterno.

O objetivo de vida de Abraão era o mais elevado que uma pessoa pode almejar. Ele não somente sonhava com uma cidade melhor, mas a aguardava com expectativa viva e cheia de esperança: “...porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10). Abraão morreu e não conheceu esse lugar durante sua vida na terra, mas ainda assim ele esperava pela cidade eterna de Deus.

Não sabemos quando Jesus voltará; portanto, seria tolo tentar fazer algum cálculo. Mas uma coisa é certa: também neste ano podemos esperar pela volta de Jesus e pela Jerusalém eterna. Quer o Senhor volte neste ano ou não, quer vejamos o Arrebatamento ou tenhamos de morrer antes – o objetivo e a esperança é a vida eterna com o Senhor, que nos comprou por Seu precioso sangue e que voltará para a Sua Igreja. 

Um dia isto acontecerá: os mortos em Cristo e aqueles que ainda estiverem vivos serão arrebatados para a presença do Senhor (1 Ts 4.15-17) e terão sua morada na Jerusalém celestial (Ap 21.9-10).

Abraão acreditava nessa cidade. E quando foi convocado a sacrificar seu único filho, Isaque, a respeito de quem o Senhor tinha feito tantas promessas, ele “considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (Hb 11.19).

Sejamos cristãos que esperam pelo seu Senhor, neste novo ano mais do que nunca! Então valerá também para nós a maravilhosa promessa: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10).

Neste sentido, desejamos a todos os nossos leitores um ano novo ricamente abençoado pelo Senhor. Maranata! 

(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2009.

DESEJOS PARA O NOVO ANO

Desejos para o Novo Ano
Um jornal perguntou aos leitores o que eles desejavam para o novo ano. As respostas mostram o que se passa no coração das pessoas e o que é importante para elas:
– Desejo principalmente que eu tenha saúde e que possa viver sem preocupações e surpresas desagradáveis no novo ano.
– Por ter muito trabalho, eu gostaria que houvesse mais tempo para fazer tudo aquilo que acaba sendo deixado de lado.
– Desejo que, apesar de estar completando 50 anos, eu ainda tenha forças para começar coisas novas. Eu gostaria de iniciar uma empresa própria, para não ser mais empregado. Também desejo muitos dias bonitos para ir à praia e ter bons momentos de lazer.
– As pessoas deveriam ser mais abertas e preocupadas com o próximo. Há muitas situações em que, pelo excesso de atividades, não tomamos tempo para uma conversa ou para ouvir alguém. Desejo mais compreensão e que possa continuar a gozar a vida.
– Para mim importa somente o bem-estar da minha família.
– Espero que não haja guerras e conflitos. Quero também tirar umas férias realmente gostosas.
– Desejo sucesso financeiro, sorte no amor e êxito nos estudos. Eu também gostaria que houvesse mais alegria neste mundo.
– Saúde, paz e harmonia na família são as coisas mais importantes para mim. Estou preocupada com o meio ambiente e gostaria que ele fosse mais preservado. Colaboro na igreja e tento ser uma boa influência. Meu sonho? Uma casinha de campo.
– Desejo que o novo ano seja melhor que o velho, principalmente para os jovens que não encontram emprego, e que acabe a criminalidade.
Nenhuma das pessoas fez referência ao sentido da vida ou a Deus, o Criador. Parece que ninguém se importa realmente com a salvação e com aquilo que a Bíblia ensina. Os desejos são todos terrenos e não levam em consideração a vida futura e a eternidade. 

As pessoas parecem não perceber como é importante estar reconciliado com Deus. Todos querem viver bem e esperam que o mundo melhore, mas não levam em consideração o maior mandamento: "Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.37-39).

Assim compreendemos as palavras do pregador Salomão: "Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol" (Ec 2.11). No final deste novo ano, muitos reconhecerão que nada melhorou, pelo contrário, que as coisas pioraram. 

E então as pessoas estabelecem novos propósitos, que normalmente também não são cumpridos. Como estava certo o salmista ao dizer: "Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos" (Sl 90.10). 

Isso só muda se buscarmos a Deus e ao Seu amor. O Salmo 22 é o "salmo da crucificação", que nos fala da redenção do mundo através de Jesus Cristo. Ele começa com as conhecidas palavras que nosso Senhor pronunciou na cruz: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (v. 1). 

Adiante, em virtude da obra consumada por Jesus na cruz do Calvário, lemos no versículo 26: "Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o Senhor os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração." A busca do Senhor é o mais importante na vida. Procure-O agora mesmo, e comece o novo ano com novas perspectivas! 

(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2000.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

PELOS FRUTOS OS CONHECEREIS

Jesus Cristo veio sobre a terra e nasceu em Belém para salvar um mundo perdido. O anjo falou aos pastores daquela região: "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.10-11). 

Desde então Ele se tornou de fato o Salvador de milhões de pessoas. Surgiram inúmeras igrejas e obras missionárias que se fundamentam sobre Jesus e Sua Palavra, a Bíblia. Os efeitos da Sua morte e ressurreição logo ultrapassaram os limites de Israel, da Ásia Menor, da Europa, e chegaram até os confins da terra. Há 2.000 anos Sua Igreja cresce incessantemente. Praticamente toda a cultura ocidental é "cristianizada". 

A maioria dos feriados é festejada em conexão com Cristo: Natal, Páscoa, Pentecostes. Mas além de Jesus ter trazido perdão dos pecados, salvação e vida eterna a um incontável número de pessoas, um dos frutos da Sua vinda também pode ser visto na área social. 

O mandamento do amor ao próximo, que Jesus pregou e viveu, ganhou terreno em todas as partes onde surgiu o cristianismo. Kurt Hennig escreveu sobre este tema na revista "Wegweisung":

Apesar das muitas falhas e culpas da Igreja e dos cristãos, eles agiram no terreno social desde os dias de Jesus, antes que outros tivessem sequer sonhado com isso. O mundo de hoje não quer mais aceitá-lo, mas é uma realidade, por exemplo, que a instituição do hospital foi uma idéia exclusivamente cristã; ou que houve alimentação de famintos desde a igreja primitiva, enquanto outros só pensavam em si; ou que em companhia dos missionários brancos, hoje em dia tão injustamente desprezados, sempre vinham junto os médicos, as enfermeiras e os professores missionários. 

Simplesmente não é verdade que houve outras pessoas que tivessem exercido o amor ao próximo de maneira prática. Primordialmente foram os crentes que procederam assim, e mais ninguém.

Nós complementamos, que também o analfabetismo foi vencido em grande parte pelo cristianismo. Os reformadores trouxeram a Bíblia ao povo e assim surgiram escolas, literatura cristã foi publicada e os povos foram tirados do primitivo culto aos ídolos. 

Em nossos dias não deveríamos esquecer o que Deus diz no Salmo 82.2-4: "Até quando julgareis injustamente e tomareis partido pela causa dos ímpios? Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o desamparado. Socorrei o fraco e o necessitado; tirai-o das mãos dos ímpios."

Este fruto do cristianismo, que surgiu por intermédio de Jesus, não é uma prova da verdade do Evangelho?

(Norbert Lieth)

OS PRAZERES DA VIDA

Conforme estimativas da Central Alemã de Combate às Dependências, existem 9,3 milhões de dependentes do álcool na Alemanha. Outras cinco a seis milhões de pessoas sofrem com o vício de algum membro de sua família. Os custos das terapias para alcoólatras chegam a 1,7 bilhões de marcos por ano (Idea Spektrum 5/2000).

A Bíblia fala de Noé, que plantou a primeira vinha: "Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda" (Gn 9.21). Uma das duas filhas de Ló, que haviam sido salvas de Sodoma e Gomorra juntamente com seu pai, sugeriu à irmã: "Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai" (Gn 19.32). 

Provavelmente o consumo excessivo de álcool também foi o que levou os filhos de Arão a oferecer fogo estranho ao Senhor, o que causou sua morte. A Bíblia diz sobre esse acontecimento: "Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor... Falou também o Senhor a Arão, dizendo: Vinho ou bebida forte tu e teus filhos não bebereis quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações" (Lv 10.1-2,8-9). 

O primeiro marido de Abigail era um terrível déspota e beberrão. Lemos o que aconteceu com ele pouco antes de sua morte: "Voltou Abigail a Nabal. Eis que ele fazia em sua casa um banquete, como banquete de rei; o seu coração estava alegre, e ele, já mui embriagado, pelo que não lhe referiu ela coisa alguma, nem pouco nem muito, até ao amanhecer" (1 Sm 25.36).

Oséias 7.5 fala da sedução do álcool: "No dia da festa do nosso rei, os príncipes se tornaram doentes com o excitamento do vinho, e ele deu a mão aos escarnecedores". Coisa semelhante deve ter acontecido com o rei Herodes no dia de seu aniversário. Ele deixou-se seduzir: "Ora, tendo chegado o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou a Herodes" (Mt 14.6). Isso levou ao assassinato de João Batista (vv. 7-11).

Oséias 4.11 alerta: "A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento". A Bíblia também diz: "Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho" (Sl 4.7). Na Edição Corrigida e Revisada lemos: "Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho". 

E em Lucas 21.34 o Senhor alerta em relação aos tempos do fim: "Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço."

Conforme o especialista Dr. Jörg Splett, o vício é uma característica tipicamente humana: há um "desejo de desejar" na busca dos prazeres. As pessoas têm consciência de seus limites, mas não os respeitam. Ao invés disso, vivem dominadas pelo medo de não aproveitar tudo o que a vida pode oferecer. Splett vê na fé cristã uma resposta a esse anseio: "Só podemos aceitar nossa finitude quando estamos certos da existência de um Criador, que planejou a finitude mas cujo amor é sem limites".

Esse amor sem limites foi comprovado por Deus ao enviar Seu Filho a este mundo: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Essa vida dada por Jesus satisfaz plenamente todos os anseios, pois Ele disse: "...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10.10). Ele também promete a libertação de quaisquer jugos: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). 

(Norbert Lieth - www.ajesus.com.br)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O NATAL QUE SE REPETE CONTINUAMENTE

O relato que encontramos no Evangelho de Mateus nos apresenta três reações ao nascimento de Jesus, que se repetem até hoje: 1. Fé, 2. Perplexidade e 3. Indiferença.

1. Fé

Em Mateus 2.1-2 lemos: "Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo".

Quem crê, vem

O que levou os magos do Oriente a virem a Israel buscando um encontro pessoal com o Rei dos judeus? Não foi, em primeiro lugar, a estrela que os levou a essa decisão, pois ela foi apenas um fato visível posterior. A realidade do nascimento de Jesus foi o motivo de sua viagem. Lemos duas vezes: "Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia... Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Pois vimos a sua estrela no Oriente..." Eles não buscavam a estrela, eles saíram em busca de Jesus.

Jesus veio – e por isso também podemos vir a Ele!

A certeza dos magos de que Jesus realmente havia nascido levou-os a Belém. Certamente o sinal visível da estrela guiando seu caminho foi para eles uma grande ajuda em sua longa jornada. Esse fato deixa bem claro que qualquer pessoa pode vir a Jesus, porque Ele existe! Hebreus 11.6 diz: "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam".

Essa história se repete nos tempos de hoje: conhecemos o Evangelho, temos a Bíblia. Mas é a fé viva em Jesus, a certeza de que Ele existe, que nos atrai a Ele e nos leva a falar com Ele em oração.

Quem crê vai – mesmo sem estrela

É muito animador e um testemunho alentador vermos que os magos do Oriente não permitiram que sequer um pensamento de dúvida fizesse vacilar seus corações, roubando-lhes sua certeza de encontrar o Rei que procuravam. E nós? Cremos realmente que Ele existe? Então, por que vamos tão pouco a Ele? E, por que oramos com tão pouca convicção? Por que duvidamos e voltamos a duvidar? Será que vamos até Jesus apenas quando vemos sinais ou somente quando sentimos vontade?

A maneira como os magos vieram até Jesus continua sendo um mistério para nós, mas mesmo assim sabemos que não foi a estrela que os levou a Israel e até Belém. Essa é uma idéia falsa. Eles vieram pela fé. Está escrito muito claramente na Bíblia: "Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo." E quando já estavam em Jerusalém e se punham a caminho de Belém, a estrela voltou a lhes aparecer: "Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino" (Mt 2.9).

Esses magos foram até Israel e procuraram pelo Rei, mesmo sem a direção da estrela. Eles foram simplesmente porque criam que Ele existia. Cremos mesmo sem a presença de sinais? Cremos sem ter provas? Seguimos pelo caminho e perseveramos nele mesmo quando nada vemos à nossa frente?

Quem crê é guiado mesmo que o inimigo interfira

É o que vemos em Mateus 2.8-9: "E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo. Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino." Os magos criam firmemente que Jesus havia nascido e vieram a Jerusalém. Estavam bem próximos do alvo. 

Mas nesse momento Herodes e os escribas se intrometeram como inimigos de Deus. Herodes mandou os magos a Belém, porém com uma motivação escusa. Seu alvo era matar o recém-nascido Messias. Mas Deus voltou a enviar a estrela, que guiou os magos exatamente para o lugar onde Jesus estava.

O inimigo pode se interpor no caminho dos crentes – mas o Senhor mantém a vitória e dirige Seus filhos até o alvo. Apesar dos empecilhos, continuamos sob Sua direção.
O Senhor poderia ter conduzido os magos diretamente a Belém, pois eles já se encontravam muito próximos de seu destino.

Por que Ele não o fez e permitiu essa interferência? Porque Ele queria que as intenções dos inimigos fossem manifestas! Talvez Ele também o tenha feito para nos animar espiritualmente com o exemplo dos magos. Talvez o Senhor esteja nos dizendo através disso: "Meu filho querido! Muitas vezes o inimigo vai tentar pará-lo quando você já estiver bem próximo do alvo. Talvez ele tente pegá-lo numa cilada. Pense nisso: muitas vezes não sou encontrado na ‘capital Jerusalém’, em meio à multidão de grandes e poderosos, como muitos pensam.

Muitas vezes é em ‘Belém’, nas coisas pequenas e aparentemente insignificantes, que me revelo, pois nos fracos revela-se o meu poder. Se você somente crer, jamais permitirei que você siga pela direção que o inimigo quer, mas vou levá-lo sempre ao meu objetivo! Não desanime com interferências temporárias, mesmo que a ‘estrela’ não esteja brilhando por um certo tempo. Eu o guiarei".

A fé nos conduz para onde Jesus está

Também os magos foram conduzidos exatamente ao lugar onde estava o menino, eles não erraram de endereço. Jesus é o caminho de nossa fé, o objeto de nossa fé e o alvo de nossa fé. A fé é que nos une a Jesus. Aquele que crê sempre estará onde Ele está. Os magos tinham como alvo a pessoa de Jesus, o Rei dos judeus, e por isso não podiam perder-se. "...Ele é um escudo que protege quem obedece a Deus de todo o coração" (Pv 2.7b, A Bíblia Viva).

O sol nasce para quem crê

"E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo" (Mt 2.10). "Intenso júbilo", alegria muito grande – esse é o alvo da fé: "Assim, ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos! Porém os que te amam brilham como o sol quando se levanta no seu esplendor" (Jz 5.31). Já nesta terra podemos ter a experiência de que, quem crê não é envergonhado, quem crê é constantemente animado pelo Senhor.

Aquele que tem fé no Senhor alcança uma alegria muito grande e uma paz muito profunda, porque segue seu caminho com Jesus. E quando as portas do céu se abrirem para nós, quando virmos Aquele que nos amou e nos salvou, quando nossos olhos enxergarem o Sol da Justiça em todo o seu esplendor, teremos chegado ao alvo de nossa fé! Deus fará "algo novo", e haverá "um novo céu e uma nova terra". Aleluia!

Quem crê, vê mais

"Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2.11). Quem crê certamente não vê como os católicos. Na Bíblia não está escrito: "Viram Maria, sua mãe, com o menino" (como mostra a maioria das imagens católicas), mas: "o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram."

Quem crê consegue ver o objetivo da salvação e jamais erra o alvo. "Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão a Jesus" (Mt 17.8). O olhar da fé é dirigido diretamente a Jesus, que é nosso Mediador e nossa salvação perfeita. Quem crê também vê que, com Jesus, só pode haver entrega total, consagração da vida inteira, sem segurar nada para si mesmo. Abrimos nossas vidas e entregamos a Ele nossos tesouros? Ele é o dono de nossa vida? Nossa vida é um sacrifício pleno e completo ao Senhor?

Quem crê segue por novos caminhos

"Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra" (Mt 2.12). Quem crê coloca-se sob a direção de Deus e não vive mais regido pelas "diretrizes" deste mundo. Quem crê busca a direção de Deus e faz Sua vontade. Quem crê segue por novas veredas e deixa os velhos caminhos que trilhou anteriormente. Em Romanos 12.2 somos conclamados: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

Se esses homens que vieram do Oriente para buscar a Jesus não tivessem seguido as orientações que Deus lhes dava, eles teriam voltado a encontrar Herodes e, ter-se-iam tornado inconscientemente auxiliares do inimigo de Cristo. Quando andamos pelo caminho deste mundo, estamos seguindo pelo caminho da inimizade para com Deus (veja Fp 3.18). Mas o Salmo 119.1,3 diz: "Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho... e andam nos seus caminhos". Na trilha da fé, no caminho da odediência pela fé, seremos conduzidos por novos rumos, passaremos por caminhos maravilhosos e abençoados e nos manteremos sob a direção de Deus.

2. Perplexidade

"Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém" (Mt 2.3). Herodes, o Grande, era um idumeu, designado pelo senado romano para reinar sobre a Judéia. Ele descendia de Esaú e supõe-se que se converteu ao judaísmo apenas por conveniência.

Ele multiplicou o esplendor de Jerusalém como nenhum outro e era considerado extremamente capaz em seu tempo. Suas edificações foram insuperáveis. Ele reconstruiu o templo de Zorobabel, transformando-o em uma obra incomparável. O templo herodiano era considerado uma das maravilhas da Antigüidade. Flávio Josefo observou a respeito: "Quem ainda não viu o templo herodiano nunca viu algo realmente belo." Herodes, portanto, fez muito em prol do culto judeu.

Mas, por outro lado, Herodes era um tirano cruel e ciumento, incorrigível e destemperado, que via rivais em tudo e em todos. Praticamente não havia um dia sem execuções. Ele matou dois de seus cunhados, sua própria esposa Mariane, e dois de seus filhos. Cinco dias antes de morrer ele mandou prender muitas pessoas e ordenou a execução delas para o dia de sua morte, para ter certeza que o povo iria realmente ficar de luto naquele dia. Ele era possuído pelo medo de perder o poder e erigiu para si grandiosas construções, como monumentos em honra a si próprio.

Quando Herodes ficou sabendo que o Rei dos judeus havia nascido, assustou-se, e, com ele, toda a Jerusalém. Para ele era óbvio que precisava matar todos os bebês nascidos em Belém.

Por que Herodes ficou perplexo?

Só porque temia perder o trono! Em Jesus ele via um rival. Quem não estiver disposto a descer do trono de seu próprio coração, deixando Jesus reinar sobre ele, viverá sempre com medo. Qualquer notícia sobre a bênção na vida de outra pessoa causará perplexidade, pois não é Jesus quem reina nesse coração, mas a inveja e o ciúme. Uma pessoa invejosa sempre vê seu próximo como seu concorrente.

Não é assustador ver que um homem tão empenhado na reconstrução de Jerusalém, um homem que chegou a construir um impressionante templo para o culto judeu, não foi capaz de entregar e consagrar sua vida a Deus?! Ele próprio não possuía conhecimento das Escrituras, pois teve de mandar chamar os sacerdotes e escribas. Apesar das muitas obras religiosas, seu coração continuou cheio de trevas. Quantos "cristãos" trabalham no Reino de Deus, mas não chegam nunca até o próprio Cristo!

Como podemos examinar se é um "Herodes" ou Jesus Cristo que reina em nosso coração?

Através da pequena palavra secretamente. Em Mateus 2.7 lemos: "Com isto Herodes, tendo chamado secretamente os magos..." Quem não é sincero sempre agirá de maneira dissimulada e escondida. Uma pessoa assim sempre está preocupada consigo mesma e envolvida com seus próprios interesses. 

Ela não consegue ser franca, aberta e transparente. Por perseguir sempre seus próprios alvos, não se exporá à luz livremente. Os "cristãos" que agem secretamente e de maneira dissimulada, manipulando as coisas em seu próprio favor, representam um grande perigo para o Reino de Deus. Paulo diz em 2 Coríntios 4.2:

"...rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade."

"Não procuramos enganar o povo para que creia – não estamos interessados em fazer trapaças com ninguém. Nunca procuramos fazer com que alguém creia que a Bíblia ensina o que ela não ensina. Nós nos abstemos de todos os métodos vergonhosos. Achamo-nos na presença de Deus quando falamos, e por isso dizemos a verdade, como todos quantos nos conhecem concordarão" (A Bíblia Viva).

As verdadeiras intençãos de Herodes eram extremamente cruéis, pois ele agiu como se estivesse ajudando os magos, indicando-lhes o caminho para Belém e até dizendo que planejava ir até lá para adorar o menino Jesus, mas na verdade ele estava planejando assassinatos: "Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos" (Mt 2.16).

Não foi só Herodes que ficou perplexo, mas, com ele, toda a cidade de Jerusalém

"...alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém." Em Israel esperava-se pelo Messias. As pessoas poderiam ter se alegrado, mas ficaram alarmadas. Por quê? Porque não desejavam mudanças e porque estavam satisfeitas com as tradições. Mas elas também se alarmaram por temerem um banho de sangue e pelo medo que tinham dos romanos. Parece que consideravam os romanos mais poderosos que o próprio Deus. Eles sempre queriam a intervenção de Deus em relação aos romanos, seus odiados inimigos – mas não dessa maneira!

Hoje a situação é semelhante. Vivemos em um cristianismo satisfeito consigo mesmo e cultuamos tradições cristãs. Somos oprimidos pelo inimigo e desejamos mudanças, mas não através do Nome de Jesus. Quando alguém fala concretamente de Jesus, quando diz porque Ele veio, quem Ele é e o que Ele quer, então muitos ficam perplexos e alarmados. Quem não deseja mudar sua própria vida e está satisfeito com o que é e o que tem, ficará inquieto quando o Espírito de Deus tocar em seu coração para mudar certas coisas e para começar a fazer algo novo em sua vida.

3. Indiferença

"Então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel" (Mt 2.4-6).

Os escribas detinham a incumbência de fazer cópias das Sagradas Escrituras e de zelar fielmente por toda letra do Antigo Testamento. Eles eram responsáveis pelo cumprimento exato das leis transmitidas oralmente. Para isso escreviam comentários sobre o Antigo Testamento.

Eles eram versados na Palavra de Deus mais que qualquer outra pessoa. Eles conheciam a Palavra Profética e criam nela – mas não em seu cumprimento, pois não tinham uma relação pessoal com ela. Mesmo lidando com a Palavra em nível religioso, tradicional e profissional, seu cumprimento deixou-os assustadoramente frios. 

Justamente a cúpula da religiosidade de Jerusalém mostrou-se desinteressada pelo nascimento de Jesus, indicado por tantas profecias. Conhecimento das Escrituras não significa automaticamente conhecimento de Deus. Já no nascimento de Jesus ficou evidente que os escribas e fariseus viviam uma vida aparentemente piedosa, mas na realidade estavam mortos espiritualmente. Eles, que deveriam ter sido os primeiros a visitarem Jesus, nem se dirigiram até Ele.

Aqui fica evidente de uma maneira muito trágica que os escribas e principais sacerdotes nunca tinham buscado ao Senhor Jesus. O mistério do Senhor manteve-se oculto aos seus olhos, por não O temerem e por não O buscarem. Não é assustador observar que os mais piedosos dos religiosos mantiveram-se na mesma escuridão espiritual que encobria o ímpio Herodes?

Com Jesus o que importa não é saber muito, falar muito ou fazer muito. O que importa é largar tudo e ir até Ele! "E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2.10-11).

Venha também você a Jesus, adore-O e entregue-Lhe sua oferta (toda a sua vida, veja Romanos 12.1), pois Ele fez tudo por você ao tornar-se homem e ao morrer na cruz do Calvário!

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2000.

O NASCIMENTO DO MESSIAS

No dia 19 de novembro de 1997 aconteceu algo extraordinário: Bobbi McCaughey, da cidade de Carlisle, Iowa (EUA), deu à luz a sete bebês saudáveis. Com a notícia do nascimento bem sucedido dos sétuplos, o mundo pareceu fazer uma pausa para refletir, maravilhado e assombrado. Paula Mahone, a médica que fez o parto, expressou o que estava no coração de cada um: “Esta é uma situação singular”, disse ela. “Eu consideraria isto um milagre.”

Há dois mil anos, ocorreu um nascimento ainda mais extraordinário, singular e miraculoso. Esse não produziu as manchetes que os sétuplos da família McCaughey provocaram. Na verdade, relativamente poucas pessoas souberam que ele havia ocorrido. No entanto, os efeitos desse evento não apenas dividiram nosso tempo em duas partes – a.C. e d.C. –, como também estabeleceram para sempre um testemunho vivo do amor e da fidelidade de Deus. Naquela noite nasceu o Messias. 

O nascimento de Jesus de Nazaré não foi prematuro, nem tardio. Ele nasceu no tempo exato, de acordo com a agenda profética de Deus. Não se tratou de um acidente, ou de um golpe do destino.  Tudo foi planejado, predito e prometido com centenas de anos de antecedência. O nascimento do Messias foi verdadeiramente uma vinda abençoada.

Uma pessoa abençoada

A identidade e a linhagem do Messias não foram deixadas ao acaso, pois Deus não queria nenhuma confusão sobre o assunto. Desde o começo, Ele foi revelando progressivamente quem viria a ser o Seu Ungido.

Depois que Adão e Eva pecaram, Deus amaldiçoou a serpente. Dentro dessa
maldição estava a promessa de Alguém que viria e esmagaria a cabeça da serpente.

Depois que Adão e Eva pecaram, Deus amaldiçoou a serpente. Dentro dessa maldição estava a promessa de Alguém que viria e esmagaria a cabeça da serpente. Esse Prometido viria da descendência da mulher e seria um homem (Gn 3.15). 

Isso foi reiterado mais tarde, na promessa dada por intermédio do profeta Isaías: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Is 9.6). Em outras palavras, o Messias não seria um anjo, um animal, ou alguma criatura incomum. 

Tampouco o Messias seria uma mulher. Deus prometeu levantar um ser humano, um homem, que um dia feriria mortalmente “a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás” (Ap 12.9).
As circunstâncias miraculosas cercando Seu nascimento dariam indicações de Sua natureza divina. Mais uma vez, por meio de Isaías, Deus fez uma promessa. 

 À casa de Davi não seria dado um sinal de sua própria escolha, mas um sinal determinado por Deus: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel [literalmente: Deus conosco]” (Is 7.14).

Embora muitos debates tenham focalizado a questão se o termo hebraico “almah” deveria ser traduzido como “virgem” ou “mulher jovem”, os tradutores judaicos da Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) escolheram o termo grego parthenos”, para indicar claramente o que entendiam que a palavra hebraica deveria significar, ou seja, “virgem”. Além disso, “parthenos foi a palavra empregada por Mateus em seu evangelho, quando citou essa passagem de Isaías (Mt 1.23). Conseqüentemente, o sinal miraculoso que Deus iria conceder seria o fato de uma virgem conceber e dar à luz um filho.

Além disso, conforme indicado por Seu nome, esse Filho seria de natureza divina. Na tradição judaica, ensinava-se que nos tempos primitivos da história humana, pela ministração do Espírito Santo, as pessoas poderiam dirigir o futuro de seus filhos por intermédio dos nomes que lhes dessem (Gênesis Rabbah 37.7). 

Também era prática comum dar um nome à criança de acordo com um pensamento ou conceito indicativo da sua natureza. Por isso, quão significativo é que Deus, quando concedeu o sinal especial do Filho nascendo de uma virgem, deu-Lhe, Ele mesmo, um nome que revelava não apenas o que esse Filho faria, mas também o que Ele seria (“Emanuel”). Este menino especial seria Deus e Ele estaria conosco.

Estreitando ainda mais a árvore genealógica do Messias, Deus planejou que Ele viesse de uma nação específica – Israel (Gn 22.18; compare Gl 3.16); de uma tribo específica de Israel – Judá (Gn 49.10); e de uma família específica de Judá – a família do rei Davi (Jr 23.5). Portanto, esses eram os requisitos genealógicos e de nascimento para qualquer um que pretendesse reivindicar ser o Messias.

Uma época abençoada

Os rabinos antigos pronunciavam uma maldição sobre qualquer pessoa que tentasse calcular a época da chegada do Messias (Sanhedrin 97b). Eles temiam que o povo perderia a fé se Ele não aparecesse na data calculada. Apesar disso, a época da primeira vinda do Messias é descrita em Daniel 9.24-27: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas será morto (a Ed. Rev. e Corrigida diz: “tirado”) o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.”

Era prática comum dar um nome à criança de acordo com um pensamento ou conceito indicativo da sua natureza. Por isso, quão significativo é que Deus, quando concedeu o sinal especial do Filho nascendo de uma virgem, deu-Lhe, Ele mesmo, um nome que revelava não apenas o que esse Filho faria, mas também o que Ele seria (“Emanuel”).

Nessa passagem, o anjo Gabriel informa ao profeta Daniel que “setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade”. Essas setenta semanas são semanas de sete anos cada, e não de sete dias – um total de 490 anos. 

O ponto de referência para iniciar a contagem é este: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. O único decreto registrado nas Escrituras que encaixa historicamente com essa profecia é aquele baixado pelo rei Artaxerxes, em Neemias 2.

Esse decreto, que ordenava a reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém, foi editado no vigésimo ano do rei Artaxerxes – 445 a.C.

De acordo com o anjo Gabriel, em Daniel 9.25, desta data em diante, um período de 69 semanas, ou 483 anos, se encerraria na época em que “o Ungido, o Príncipe” estaria presente. Por meio de cuidadosos cálculos (empregando anos proféticos de 360 dias), eruditos bíblicos chegaram à conclusão de que as 69 semanas terminaram em torno do ano 32 d.C.[1]

Embora tenha havido debates a respeito da data precisa, não pode ser questionado que, de acordo com essa passagem, o Messias tinha que chegar e “já não estar” (v. 26) antes da destruição da cidade e do santuário (templo). Como Daniel recebeu essa profecia algum tempo após a primeira destruição de Jerusalém e do templo, em 586 a.C., essa segunda destruição tem de referir-se àquela efetuada pelo exército romano, em 70 d.C. Portanto, o Messias deveria chegar 483 anos depois de 445 a.C. e antes de 70 d.C.

Um lugar abençoado

Artaxerxes baixou um decreto (Neemias 2) que ordenava a reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém.

Miquéias 5.2 (5.1 na Bíblia judaica) é uma promessa acerca da qual há a maior unanimidade entre eruditos cristãos e antigos estudiosos judeus – concorda-se que se trata de uma profecia messiânica: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.

De acordo com essa promessa, a pequena vila de Belém-Efrata seria o local de onde viria o Messias. Numerosas fontes judaicas antigas concordam com essa interpretação (Targum Jonathan sobre Miquéias 5.1; Lamentações Rabbah 1.16, parágrafo 51). Inclusive nos dias de Herodes, o Grande, sábios judeus compreendiam Miquéias 5.2 como sendo uma referência ao lugar de nascimento do Messias (Mt 2.4-6).

É significativo que o profeta Miquéias tenha identificado claramente qual Belém se tinha em vista, pois havia duas localidades chamadas Belém. Uma se encontrava no território dado à tribo de Zebulom, no norte (Js 19.15), enquanto a outra se localizava no território dado à tribo de Judá. Efrata era o nome original dessa segunda Belém. Ela distava aproximadamente oito quilômetros de Jerusalém para o sul e foi o lugar onde Davi nasceu e foi coroado rei.

O lugar abençoado do qual se originaria ou nasceria o Messias era Belém-Efrata.

Correspondendo à localização messiânica de Belém, existe um lugar chamado “torre do rebanho”. Nos dias bíblicos, os pastores muitas vezes vigiavam seus rebanhos de uma torre especialmente construída para isso. De lá, podiam observar a aproximação de bandidos ou animais selvagens. 

Miquéias 4.8 faz referência a essa torre: “A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém”. Uma antiga interpretação judaica considerava esse versículo como sendo messiânico e traduzia a expressão “torre do rebanho” por “Messias de Israel” (Targum Jonathan).

A única outra referência à “torre do rebanho” encontra-se em Gênesis 35.21: “Então, partiu Israel e armou a sua tenda além da torre de Éder [literalmente, “rebanho”]”. Isso ocorreu logo após a morte de Raquel, no caminho para Efrata, ou Belém (Gn 35.19). 

Assim, essa “torre do rebanho” encontrava-se próxima de Belém. Como resultado da localização da torre e da interpretação de Miquéias 4.8, outro Targum judaico traduz Gênesis 35.21 da seguinte forma: “Jacó partiu e armou suas tendas além da torre do rebanho, o lugar de onde o Rei Messias se revelará no fim dos dias” (Targum Pseudo-Jonathan).
Portanto, o lugar abençoado do qual se originaria ou nasceria o Messias era Belém-Efrata.

Um nascimento abençoado

Na época em que o Messias chegou, a Palavra de Deus havia detalhado suficientemente como Ele poderia ser reconhecido simplesmente em termos de Seu nascimento, para não mencionar as profecias concernentes a toda a Sua vida. Tal detalhamento aponta para Jesus de Nazaré.

Em primeiro lugar, Jesus possuía a linhagem física correta. Ele nasceu de uma mulher, Maria, cumprindo assim os requisitos de um ser humano, um homem, nascido de uma virgem (Lc 1.34-35). Com respeito à Sua divindade, muitas passagens das Escrituras confirmam Suas obras miraculosas e Sua confissão pessoal (por exemplo, Jo 10.30-33). Ele também foi judeu – Mateus 1 e Lucas 3.23-38 confirmam que Jesus de Nazaré foi “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).

Em segundo lugar, Jesus nasceu no tempo certo. Obviamente, Ele viveu após 445 a.C. e antes de 70 d.C. Durante Seu ministério, Ele pregou que “o tempo está cumprido” (Mc 1.15). Como mencionamos acima, os eruditos bíblicos calcularam que ao redor do ano 32 d.C. cumpriram-se os 483 anos da profecia de Daniel. 

Mais especificamente, acredita-se que eles se encerraram exatamente nos dias em que Jesus foi aclamado como Messias e entrou em Jerusalém montado num jumentinho. Nessa ocasião, Jesus parou repentinamente e chorou sobre Jerusalém. 

Ele exclamou: “Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos... porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.42,44). A época da chegada do Messias havia sido proclamada pelo profeta Daniel. Mas os líderes judeus de então, representando a nação como um todo, não o reconheceram. Igualmente, em cumprimento da profecia de Daniel, Jesus foi “tirado” (Dn 9.26, Ed. Rev. e Corrigida), uma referência à Sua morte prematura por meio da crucificação. Até mesmo isso não ocorreu por acaso. A morte de Jesus tinha um propósito. Ele “a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Tm 2.6).

Em terceiro lugar, Jesus de Nazaré nasceu no lugar certo – Belém. Ele não nasceu na Belém vizinha de Nazaré, apesar de José e Maria viverem em Nazaré. Em vez disso, Ele nasceu na outra Belém, a Belém-Efrata. Deus, em Sua providência, fez com que o imperador romano Augusto decretasse que em todo o império deveria ser realizado um recenseamento. 

Isso exigia que todos os cidadãos retornassem às cidades de seus ancestrais. Por isso, José foi obrigado a fazer uma viagem longa e difícil a Belém, juntamente com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. Enquanto ainda estavam lá, Jesus, o Messias, nasceu, exatamente como Deus havia planejado e prometido (Lc 2.4,7).

Um outro aspecto interessante do nascimento de Jesus é que “havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite” (Lc 2.8). Foi a esses pastores que a multidão de anjos proclamou o nascimento do Messias nas proximidades de Belém. Será que esses pastores se encontravam próximos da “torre do rebanho”, o lugar a partir do qual o Messias seria revelado?

A evidência confirma que Jesus de Nazaré foi a pessoa abençoada, nascida no tempo abençoado, no lugar abençoado. Como a identificação de um bebê, feita na maternidade, as marcas históricas identificadoras que envolvem Seu nascimento provam que, de fato, Sua vinda foi uma vinda abençoada.

Por ocasião do nascimento dos sétuplos da família McCaughey, foi dito que “o nascimento é apenas o começo da história, não o fim”. Com Jesus também é assim. 

(Israel My Glory)
Bruce Scott é representante regional de “The Friends of Israel” em New Hope, MN (EUA).

Nota:

1. Veja Sir Robert Anderson, The Coming Prince; Alva J. McClain, Daniel's Prophecy of the 70 Weeks; Renald Showers, The Most High God.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2002.