quarta-feira, 31 de agosto de 2011

HERÓIS DO EVANGÉLICO POUCO CONHECIDO

Heróis do Evangelho Pouco Conhecidos

“Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém” (Gl 6.2-4, NVI).

A Igreja é designada de corpo de Cristo. Esse corpo é formado por muitos membros. Cada um tem sua função. Por isso, cada membro é importante. Somente no nosso inter-relacionamento funcionamos plenamente. Se um membro cai, todo o corpo fica deficiente. O corpo de Cristo somente funciona com excelência quando todos os membros cooperam uns com os outros.

O livro de Atos dos Apóstolos é a história dos grandes feitos dos apóstolos. Mas, lado a lado com esses homens famosos houve muitos outros heróis anônimos, homens e mulheres pouco conhecidos, que trabalharam nos bastidores e quase não foram notados.

Os cinco diáconos sem nome: trabalho nos bastidores

“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia” (At 6.3-5).

Todos nós conhecemos Estêvão e Filipe. Mas havia mais cinco diáconos que realizaram um trabalho igualmente importante para a igreja primitiva. Seu ministério diaconal amoroso e prático liberou os apóstolos de diversas tarefas, permitindo que cumprissem com sua incumbência de pregar o Evangelho. 

O trabalho desses homens quase não era percebido, mas tinha grande importância para o funcionamento do corpo de Cristo. O mesmo se dá com aqueles apóstolos que não são mencionados outras vezes no decorrer do avanço do Evangelho (por exemplo: Tomé, André, Filipe, Simão, o Zelote, Judas, filho de Tiago, Bartolomeu, Tiago, filho de Alfeu, etc.). 

O Senhor Jesus havia declarado acerca de todos os Seus discípulos: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (Jo 17.9-11).

Querido leitor, querida leitora, mesmo que você não pregue, o trabalho que você faz nos bastidores é importante quando contribui para propagar o Evangelho que outros pregam!

Ananias: obediência nas coisas pequenas

Mesmo que você não pregue, o trabalho que você faz nos bastidores é importante quando contribui para propagar o Evangelho que outros pregam!

“Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor! Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista” (At 9.10-12).

Ananias não se tornou uma personalidade conhecida como Paulo, Pedro ou Tiago. Mas, por sua obediência, ele foi a chave que o Senhor usou para introduzir Saulo (Paulo) na obra do Senhor.

É justamente a obediência nas pequenas coisas que faz com que a obra do Senhor cresça e se torne grandiosa.

Lídia: o valor da hospitalidade

“Depois de (Lídia) ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso... Tendo-se (eles) retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram. Então, partiram” (At 16.15,40).

Lídia se converteu, e logo abriu sua casa para Paulo e seus cooperadores. Ali, na sua casa, eles encontravam repouso e restauração. A partir dela, muitas pessoas vieram a se tornar cristãs e ali Filipe fundou uma igreja. A hospitalidade tem valor inestimável, assim como o encorajamento mútuo. Irmãos em Cristo têm seus fardos aliviados com essas práticas cristãs.

Jasom: empenho altruísta

“Os judeus, porém, movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade e, assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para o meio do povo. Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui, os quais Jasom hospedou. Todos estes procederam contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei. Tanto a multidão como as autoridades ficaram agitadas ao ouvirem estas palavras; contudo, soltaram Jasom e os mais, após terem recebido deles a fiança estipulada” (At 17.5-9).

“Jasom os hospedou” é uma boa acusação, não é mesmo? Ele pôs sua vida em jogo por causa do Evangelho, sem discursos poderosos, mas simplesmente colocando sua casa à disposição dos judeus que haviam se tornado crentes em Jesus. O que arriscamos por Jesus?

O sobrinho de Paulo: coragem exemplar

“Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele (de Paulo), disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma. Quando amanheceu, os judeus se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a trama, foi, entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo” (At 23.11-12,16).
O Senhor pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, crentes jovens ou velhos, mas obedientes e destemidos.

O nome desse sobrinho de Paulo não é citado no texto bíblico. Presume-se que Paulo foi expulso de sua família quando se converteu a Jesus (veja Fp 3.8). Mas esse sobrinho, de alguma forma, tinha simpatia por Paulo. Familiares podiam visitar prisioneiros que tivessem a cidadania romana (At 24.23), e o sobrinho fez uso desse privilégio. 

Deus poderia simplesmente ter arrebatado Paulo, assim como fez com Filipe (At 8.39). Porém, Ele não o fez, para mostrar como é importante nossa cooperação na realização da Sua vontade. Deus poderia ter enviado um anjo, mas usou o sobrinho de Paulo para salvar a vida do apóstolo. Esse jovem teve a coragem de revelar um plano assassino. O Senhor pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, crentes jovens ou velhos, mas obedientes e destemidos. O jovem que ajudou Paulo foi corajoso por não seguir com a massa e não compartilhar da opinião da maioria.

Júlio: interferência resoluta

“Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte imperial. O parecer dos soldados era que matassem os presos, para que nenhum deles, nadando, fugisse; mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra” (At 27.1,42-43).

O centurião Júlio salvou a vida de Paulo quando outros soldados queriam matá-lo. Com isso, o Evangelho chegou a seu destino, a Roma. Você, ao se empenhar com resolução e coragem, também contribui para que o Evangelho seja difundido, independentemente de seu empenho ser reconhecido por todos ou ocorrer de forma mais escondida. Seja uma pessoa que não concorda com tudo o que o ambiente lhe sussura aos ouvidos, mas faça aquilo que o Espírito Santo o constranger a fazer.

Você é importante!

“Deus pôde usar um perseguidor como Paulo... Usou um colérico como Martim Lutero e um melancólico como John Wesley... e uma tetraplégica como Joni Eareckson Tada”.[1]
Deus pôde usar uma tetraplégica como Joni Eareckson Tada.
O corpo humano tem muitos órgãos, mas só quando todos eles operam em conjunto é que formam o corpo. O corpo de Cristo também funciona assim. Os crentes devem evitar dois erros muito comuns:

(1) ter orgulho de suas capacidades ou (2) achar que não têm nada a oferecer à comunhão dos cristãos. Ao invés de nos compararmos uns com os outros, deveríamos usar os diferentes dons que Deus nos deu para espalhar a boa mensagem do Evangelho... Paulo, ao usar o corpo como analogia, salienta a importância de cada membro da Igreja. Quando uma parte aparentemente sem importância deixa de funcionar, o corpo todo fica menos eficiente.

Considerar o próprio dom mais importante que o dom de outro é sinal de orgulho espiritual. Não devemos menosprezar aqueles que parecem menos importantes, e não devemos invejar aqueles que possuem dons mais vistosos. Ao invés disso, deveríamos usar os dons que nos foram dados para animar outros cristãos a também usarem as capacidades que Deus lhes concedeu. Quando não fazemos isso, a comunhão dos crentes é menos eficiente. (comentário da edição alemã da Bíblia “Neues Leben”)
Jovem ou idoso, com mais dons ou menos dons, em público ou nos bastidores: você é importante! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Notas:
1. 50 Bibelworte die die Welt veränderten, Brockhaus, p.156.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MEU DEUS OBRIGADO POR NÃO RESPONDERES ÀS MINHAS ORAÇÕES

Meu Deus, Obrigado por NÃO Responderes às Minhas Orações

Muitas passagens na Bíblia nos mostram claramente que o silêncio de Deus foi a melhor resposta às orações. Em outros casos, as respostas dadas mostraram não ser o melhor para quem as pediu.n

Jesus – o Filho de Deus

Vamos começar observando a mais terrível e chocante oração não-respondida da história da humanidade: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27.46).

Esse questionamento por parte de Jesus tem um profundo significado para toda a humanidade. Em primeiro lugar, porque revela que Deus realmente Se manifestou na carne: "evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele (Deus) que foi manifestado na carne" (1 Timóteo 3.16). Além disso, ele também mostra que, de fato e de verdade, Jesus tornou-se 100% humano, estando inclusive sujeito à morte. Lemos em Filipenses 2.7-8: "Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz".

Jesus, o Filho de Deus, deixou Sua habitação de poder, autoridade e glória e tornou-se um homem de carne e osso. Pela Bíblia sabemos que Ele foi tentado como nós somos tentados. Ele sentia cansaço, fome e sede; sentia alegria, tristeza, insatisfação e compaixão. Mas com uma diferença: Ele não tinha pecado!

O mais inexplicável mistério na história da humanidade é Deus manifestado na carne. Essa declaração tem sido pedra de tropeço para muitos que não estavam realmente em busca da verdade.

Um considerável número de religiões não crê em Jesus como o Filho de Deus. Seguidamente elas usam esta afirmação para justificar suas falácias, dizendo em tom de escárnio: "Se Jesus era Deus, então porque Ele orou ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ Por acaso Ele estava orando para si mesmo?"

Uma pessoa honesta que ousasse fazer tal questionamento iria rapidamente encontrar a resposta estudando as Escrituras e aprenderia logo que Jesus de fato é Deus.
Vamos analisar alguns exemplos:
"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
Depois de Jesus ter curado um paralítico no tanque de Betesda, Seus inimigos Lhe fizeram a seguinte acusação: "e, porque ele disse isso, os líderes judeus ficaram ainda com mais vontade de matá-lo. Pois, além de não obedecer à lei do sábado, ele afirmava que Deus era o seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus" (João 5.18). Eles afirmavam que Jesus se fazia "igual a Deus".

Aqueles que escarneciam e acusavam Jesus ouviram-nO testemunhando que Ele era Deus, conforme lemos em Mateus 27.43: "...porque (Jesus) disse: Sou Filho de Deus".
Quando Jesus morreu, um centurião, do qual não sabemos o nome, declarou no versículo 54: "...verdadeiramente este era Filho de Deus"
Em João 20.28 lemos: "Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!".

A Grande Resposta Silenciosa

O que teria acontecido se Deus tivesse respondido ao apelo do Senhor Jesus? O que teria acontecido se o Pai não tivesse abandonado o Filho? O que teria acontecido se Deus tivesse respondido ao desafio dos principais sacerdotes, escribas e anciãos quando disseram: "Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus"(Mateus 27.43)? A resposta é a terrível realidade do que nós merecíamos! Cada um de nós permaneceria morto em suas transgressões e pecados, abandonado por Deus por toda a eternidade! Não teria havido salvação para a humanidade! Efésios 2.12 demonstra claramente nossa posição desesperançada: "naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo".

Se o Pai celestial tivesse respondido à oração de Jesus na cruz, não haveria futuro para nós, mas um perpétuo e imensurável sofrimento além de uma eternidade no inferno!
Entretanto, as Escrituras continuam: "Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo"(v. 13).

Assim sendo, para o nosso próprio bem, a melhor resposta para o clamor do Senhor Jesus foi o silêncio de Deus. Jesus deliberadamente veio à terra com o único propósito de redimir o homem caído. Sua vinda não foi um acidente ou o resultado de alguma circunstância invisível, mas fazia parte do plano eterno de Deus para a nossa salvação. 

Se queremos ter um entendimento melhor do sacrifício supremo de Deus, precisamos ver a realidade de Suas intenções. Teremos um entendimento mais profundo para reconhecer Sua posição eterna ao nos ocupar com a Sua palavra. Para Deus nada acontece por acidente, nem existem coincidências. Deus não depende da nossa percepção de tempo porque Ele é eterno. Somente quando tivermos alcançado nosso destino final é que entenderemos o que é a eternidade.

Antes da Fundação do Mundo

Pedro amplia nossa visão sobre a vinda de Cristo: "mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós" (1 Pedro 1.19-20). Mesmo antes do homem ter caído em pecado, Deus, em Sua onisciência, estabeleceu um plano de salvação que foi manifesto com a vinda de Jesus. E até mesmo o evento real que aconteceu aqui na terra foi suplantado pela resolução eterna proclamada em Apocalipse 13.8: "...do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo".

É virtualmente impossível entendermos essa incrível verdade apenas com o nosso intelecto limitado. Como algo pode ter ocorrido mesmo antes de ter se manifestado fisicamente aqui na terra? Não encontramos resposta se fizermos a pergunta nesse nível. Quem pode explicar intelectualmente a passagem: "...assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo..."(Efésios 1.4)? Podemos apenas perceber espiritualmente essa realidade quando a vemos pela perspectiva celestial. Para ilustrar esse fato, consideremos o seguinte exemplo:

Sabemos que o sol nasce no leste e se põe no oeste. Podemos determinar isso cientificamente através do uso de instrumentos que medem os movimentos do sol. Porém esse fato científico se tornaria nulo se viajássemos no espaço, pois lá as regras mudam, a lei do espaço vigoraria e veríamos que a Terra, na realidade, faz seu movimento de rotação em torno do próprio eixo, criando assim a ilusão de que o sol nasce no leste e se põe no oeste.

Jesus no Jardim

"Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres."

Para termos um entendimento melhor da morte voluntária de Jesus e do silêncio de Seu Pai em resposta à Sua oração, devemos primeiro olhar mais de perto aquela fatídica noite no Jardim Getsêmani: "Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse:

A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26.36-39).  

Do ponto de vista humano, esse é um dos mais trágicos eventos do Novo Testamento. Lemos uma descrição detalhada do comportamento do Senhor antes de Sua prisão, que resultou em Sua condenação e posterior execução na cruz do Calvário.

Jesus levou consigo Seus discípulos mais próximos, dos quais Pedro era o mais chegado. Lembre-se que pouco tempo antes Pedro jurara solenemente ser um fiel seguidor de Jesus, mesmo que isso lhe custasse a própria vida: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei..." (v. 35). Pedro fez uma declaração corajosa ao afirmar abertamente que seguiria Jesus mesmo que tivesse de morrer por isso.

Pedro Falhou

O Senhor já havia informado a Pedro que Ele teria de morrer para que as Escrituras se cumprissem. Pedro entendeu isso, porque anteriormente havia identificado o Senhor como sendo "o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16.16). A confissão de Pedro deu-se num lugar chamado Cesaréia de Filipe, onde Jesus perguntou a Seus discípulos: "Quem diz o povo ser o Filho do Homem?" (Mateus 16.13).

 É óbvio que Pedro sabia que a palavra profética tinha de ser cumprida. Ele não tentava mais defender Jesus, mas sabia que a morte era inevitável. Veja que ele disse: "Ainda que me seja necessário morrer contigo..." O fato de que Jesus teria de morrer já havia sido entendido, e o que restava agora era uma questão de fidelidade ao Senhor. Pedro permaneceria fiel até o fim?

De acordo com a Palavra de Deus sabemos que ele não o fez. Pedro negou ao Senhor, não apenas uma, nem duas, mas três vezes, como Jesus profetizou que ele faria.

No Getsêmani

Agora vamos focalizar nossa atenção no Senhor que foi até o jardim chamado Getsêmani, afastando-Se dos discípulos e ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu a Seu lado. Quando Ele ficou sozinho, mais tarde, "adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando..."(Mateus 26.39). Qual foi a Sua oração? "..Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (v. 39).

Jesus não recebeu resposta. O Pai ficou em silêncio. Jesus voltou até onde estavam os Seus discípulos: "...E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca"(vv. 40-41). Algo muito natural tinha acabado de acontecer: a carne dos discípulos não estava disposta e nem era capaz de resistir aos ataques de Satanás.

Não sabemos quanto tempo o Senhor orou, mas deve ter sido durante pelo menos uma hora, se nos basearmos na afirmação: "Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?" Apesar da promessa determinada de Pedro de morrer com o Senhor, ele já havia se afastado da batalha que acontecia no Getsêmani.

A Oração Contínua de Jesus

"Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade" (v. 42). Novamente não houve uma resposta do Pai, apenas silêncio. Jesus deu aos discípulos outra chance: "...voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados" (v. 43). Desta vez o Senhor não os acordou nem deu outra instrução. Ao invés disso, lemos que Ele: "...Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras" (v. 44).

A Agonia

"E, estando em agonia, orava mais intensamente."
Ao lermos o relato no evangelho de Marcos notamos que o evento é descrito de uma forma um pouco diferente. Entretanto, Lucas revela que após Jesus ter orado, "...lhe apareceu um anjo do céu que o confortava" (Lucas 22.43). Não nos é revelado como ele O "confortava", mas no versículo seguinte lemos que Suas orações tornaram-se ainda mais desesperadas: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (v. 44).

Quando analisamos esse fato de uma perspectiva humana, ele parece-nos ilógico, porque o versículo anterior diz que Jesus acabara de ser consolado por um anjo do céu, continuando a batalhar em oração a tal ponto que "gotas de sangue" caíram sobre a terra. Foi o consolo do anjo uma resposta à Sua oração ou esse consolo era necessário para que Ele continuasse orando? Creio que a segunda opção é a correta, como veremos ao examinarmos mais detalhadamente essa situação.

A Tentação no Getsêmani

Normalmente se interpreta que Jesus, como Filho do Homem, em carne e osso, tinha medo da morte como qualquer outro ser humano. Assim sendo, não seria surpresa que Jesus orasse que "este cálice", representando a morte na cruz, fosse passado d’Ele. Entretanto, tal interpretação não corresponde a versículos como os do Salmo 40.7-8: "Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei". Jesus se agradava em fazer a perfeita vontade de Deus, a qual foi estabelecida antes da fundação do mundo.

Para estar certo de que Davi não estava falando de si mesmo nesta passagem, encontramos a confirmação em Hebreus 10.7,9,10: "Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade... então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas". Se olharmos a oração de Jesus no Jardim Getsêmani como um sinal de fraqueza, apesar d’Ele ter sido consolado por um anjo, tal comportamento iria contradizer a passagem profética que acabamos de ler.

Como Cordeiro Para o Matadouro

Consideremos o texto de Isaías 53.3,5 e 7: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso... Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados... Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca".

Como um cordeiro, Jesus foi levado para o matadouro; Ele permaneceu em silêncio como uma ovelha.

Morte no Getsêmani?

Essas passagens das Escrituras nos dão razões para crer que algo mais tenha acontecido no Jardim Getsêmani quando Jesus orou para que "este cálice" pudesse ser passado dEle. Essa seria uma oração desnecessária, uma exibição de fraqueza e indecisão, mas tal quadro não corresponde à descrição completa do Messias.

Enquanto aparentemente o Pai ficou em silêncio diante da tríplice oração de Jesus, as Escrituras documentam que Sua oração, na verdade, foi respondida. Hebreus 5.5 fala de Cristo como o sacerdote da ordem de Melquisedeque: "assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei".
"Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo"

O versículo 7 contém a resposta a essa oração: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade". O Getsêmani foi o único local onde Jesus pediu que Sua vida fosse poupada; Jesus não morreu no Jardim Getsêmani.
O silêncio aparente de Deus diante da oração de Jesus no Jardim foi, como vimos, uma clara resposta a essa oração. Desse ponto de vista, entendemos que a oração de Jesus não foi para que Sua vida fosse poupada na cruz do Calvário. A oração de Jesus foi ter sua vida poupada para que não morresse ali no Jardim Getsêmani. Ele estava destinado a morrer na cruz do Calvário para tirar os pecados do mundo.

O que aconteceu no Jardim Getsêmani? Pelo que já vimos, é claro que os poderes das trevas e mesmo a morte estavam prontos a tirar a vida de Jesus ali mesmo naquela hora. Em Mateus 26.38 lemos: "Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo". Marcos 14.34 revela: "...E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte..."

Mesmo que Jesus não tenha morrido fisicamente no Jardim Getsêmani, Ele foi certamente obediente até à morte; Ele experimentou a morte dupla de um pecador condenado! Ele foi "obediente até à morte e morte de cruz" (Filipenses 2.8).

Quando Deus Não Responde

Esta análise da vida de oração de nosso Senhor antes de Sua crucificação deveria nos ensinar que as respostas às nossas orações podem nem sempre ser o mais importante. Podemos passar por derrotas, doenças, tragédias e catástrofes. Mas o que realmente deve ser lembrado é que somos de Cristo.

Creio que é por essa razão que, ao falar de provas e tribulações, o apóstolo Pedro exclamou triunfante: "Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo" (1 Pedro 1.6-7). 

(Arno Froese e Dieter Steiger - http://www.chamada.com.br)

A VERDADEIRA ADORAÇÃO CONFORME O SALMO 50

A Verdadeira Adoração - Conforme o Salmo 50

“Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl 50.15).
Muitos conhecem essa passagem popular do Salmo 50, mas seu contexto na Bíblia merece ser levado em consideração. O tema central do Salmo 50 é a adoração verdadeira a Deus, o legítimo louvor ao Senhor, o louvor que Lhe é agradável.

A verdadeira adoração na Criação

Adoração verdadeira começa com a Criação: “Fala o Poderoso, o Senhor Deus, e chama a terra desde o Levante até o Poente” (v.1). A real finalidade da Criação é louvar a Deus. É o que nos diz o Salmo 19.1: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”.

A verdadeira adoração revela a grandeza e a glória de Deus

“Desde Sião, excelência de formosura, resplandece Deus. Vem o nosso Deus e não guarda silêncio; perante ele arde um fogo devorador, ao seu redor esbraveja grande tormenta” (vv.2-3).
“Conheço todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que pululam no campo” (Salmo 50.11).
A verdadeira adoração sempre inclui e exprime a grandeza e a glória de Deus. Isso pode ser observado nas ocasiões em que Deus revelou-se aos homens de forma direta, em uma teofania. Quando o Senhor encontrou-se com Moisés, lemos: 

“Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus” (Êx 3.6). Isaías clama: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is 6.5). Elias “envolveu o rosto no seu manto” (1 Rs 19.13). 

Paulo caiu por terra e “tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça?” (At 9.6, Almeida Revista e Corrigida). Vemos, portanto, que a adoração verdadeira sempre tem a Deus como objeto, o que condiciona Seus adoradores a um legítimo temor diante da Sua santidade e a um estilo de vida santificado.

A adoração falsa

É justamente a falta de uma vida adequada do Seu povo que leva o Senhor a lamentar profundamente e a anunciar o juízo, como lemos no Salmo 50: “Intima os céus lá em cima e a terra, para julgar o seu povo. ‘Congregai os meus santos, os que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios’. Os céus anunciam a sua justiça, porque é o próprio Deus que julga” (vv.4-6).

Deus toma os céus e a terra por testemunhas e lembra ao Seu povo a aliança que firmou com ele, mas vê-se obrigado a acusar Israel, falando em julgamento. É uma acusação contra os rituais exteriores e vazios, ao culto sem conteúdo. Fazendo a aplicação aos nossos dias, Deus lamenta um cristianismo sem Cristo!

“Escuta, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu testemunharei contra ti. Eu sou Deus, o teu Deus. Não te repreendo pelos teus sacrifícios, nem pelos teus holocaustos continuamente perante mim. De tua casa não aceitarei novilhos, nem bodes, dos teus apriscos. Pois são meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas. Conheço todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que pululam no campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu e quanto nele se contém. Acaso, como eu carne de touros? Ou bebo sangue de cabritos?” (vv.7-13).

Deus volta-se contra a forma de culto apenas exterior, contra uma adoração sem conteúdo bíblico. Hoje, em muitas igrejas a adoração transformou-se em show, em ativismo piedoso sem ligação com o próprio Senhor. Em Israel, na época em que foi escrito o Salmo 50, acontecia o mesmo, e essa realidade está retratada por Isaías em seu lamento: “O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu” (Is 29.13).

Adoração verdadeira é uma questão do coração

Em meio a esse formalismo no culto ao Senhor, Ele conclama Seu povo: “Oferece a Deus sacrifícios de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo” (v.14). Comprometa-se com Deus! Aí, sim, a maravilhosa e conhecida promessa do Salmo 50 repousará sobre os que adoram a Deus: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás”.

Uma falsa concepção de Deus

Hoje, em muitas igrejas a adoração transformou-se em show, em ativismo piedoso sem ligação com o próprio Senhor. 

Deus repreende a trágica rebelião de Seu povo: “Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras? Se vês um ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas. Soltas a boca para o mal, e a tua língua trama enganos. Sentas-te para falar contra teu irmão e difamas o filho de tua mãe” (vv.16-20).

Rebaixamos Deus ao mesmo nível em que nos encontramos. Muitos cristãos, quando exortados por seu comportamento errado, têm pronta a resposta: “Eu acho que estou certo, não vejo problemas com isso”. Mas, ao mesmo tempo em que se defendem, admiram-se que Deus não os ouve, agindo igual a Israel no passado. Deus, porém, não pode ouvi-los! Deixaram de considerar que Deus condicionou Suas promessas a certos requisitos.

“Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te argüirei e porei tudo à tua vista” (v.21). Chamamo-nos de cristãos mesmo tendo fabricado um Deus que não corresponde ao Deus da Bíblia, um Deus que espelha nossa própria imaginação e reflete nossos desejos pessoais. Portanto, não devemos nos admirar quando Deus se cala! A causa não está nEle; está em nós. “Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre” (v.22). Apesar de todo o ativismo religioso, Israel esqueceu-se de Deus. Talvez nós também O esquecemos muitas vezes. Por isso, Ele se cala. Assim, não podemos ouvir Sua voz.

A verdadeira adoração está alinhada com a Palavra de Deus

O Salmo 50 também nos apresenta a solução do problema do silêncio divino. Esta se encontra em nos conscientizarmos do que é a verdadeira adoração a Deus, que é um retorno àquilo que está descrito no versículo 23: “O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus”.
As ações de graças que agradam a Deus começam quando direcionamos nossos caminhos a partir da verdade revelada por Ele em Sua Palavra, quando passamos a viver conforme a Bíblia.
As ações de graças que agradam a Deus começam quando direcionamos nossos caminhos a partir da verdade revelada por Ele em Sua Palavra, quando passamos a viver conforme a Bíblia. Adoração verdadeira diz: “Pai, não a minha, mas a Tua vontade seja feita. Eu Te agradeço, independentemente dos caminhos pelos quais Tu me conduzes. Muito obrigado por Teus pensamentos serem pensamentos de paz a meu respeito, mesmo que eu não conheça o caminho por onde me levas. Agradeço por me guiares e por teres garantido me levar ao alvo”.

Três princípios da verdadeira adoração

Mateus 8.1-8 exemplifica uma oração que agrada ao Senhor. Esses versículos relatam dois milagres da graça de Deus: “Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (vv.1-3).

“Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado” (vv.5-8).

Aqui encontramos três princípios da oração legítima. A fé declara: “Senhor, Tu podes!” O temor a Deus complementa: “Se Tu quiseres”. E a humildade acrescenta: “Não sou digno!”

A verdadeira adoração diz “sim” aos caminhos de Deus

Deus quer que oremos. E Ele quer atender nossas orações. Mas isso requer obediência à Sua Palavra e um estilo de vida santificado. 

Quando buscamos o Senhor, não devemos esquecer que, independente da forma com que o Senhor nos responde, o Nome do Senhor deve ser exaltado acima e antes de tudo. Sabemos muito bem que o Senhor faz milagres ainda hoje. Mas Deus nem sempre responde nossas orações da forma que gostaríamos. Essa situação é descrita em Atos 12. 

Tanto Tiago (vv.1-2) como Pedro (vv.3ss.) estavam na prisão. Os irmãos haviam orado intensamente pelos dois. Ambos sabiam estar sob a proteção e o abrigo do Senhor. Para um deles, Tiago, Deus disse: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21). Tiago foi decapitado. 

Ao outro, Pedro, foi dada a incumbência: “Vá para a vinha, pois a colheita está madura!” E Pedro saiu milagrosamente da prisão para ir trabalhar na seara do Mestre. As duas possibilidades são caminhos de Deus! Será que concordamos sempre quando Deus nos dirige, seja da forma que for?

Deus ouve a adoração verdadeira

Deus quer que oremos. E Ele quer atender nossas orações. Mas isso requer obediência à Sua Palavra e um estilo de vida santificado. Sabendo que Ele escuta e responde, podemos deixar a decisão da resposta com Ele, na certeza de que está sempre certo, independentemente da solução que nos proporcionar. 

A esse respeito, Deus diz: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr 29.11). 

(Samuel Rindlisbacher - http://www.chamada.com.br)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

É ESTA A HORA DE FESTEJAR?

No meio do povo de Deus, muitos estão ficando angustiados por causa do espírito de irreverência e superficialidade que prevalece, hoje, em certas reuniões realizadas no nome do Senhor Jesus Cristo. À custa de sermos considerados atrasados, supercríticos e desinformados quanto ao tipo de mensagem e ambiente que atrai os jovens e traz multidões para a igreja – precisamos denunciar uma atitude e uma condição que, de acordo com nossa sincera convicção, não traz honra e, sim, desonra ao Senhor.

É evidente que a alegria é uma das marcas de quem nasceu de novo em Cristo. Um pequeno livro do Novo Testamento, a epístola aos Filipenses, emprega as palavras alegria e regozijar-se dezoito vezes. A pessoa que tem um encontro com Cristo tem o coração preenchido de alegria e segue seu caminho “cheio de júbilo”, assim como o eunuco etíope de Atos 8, após a conversão.

Entretanto, há uma grande diferença entre alegria e leviandade. E quando a Palavra de Deus e a mensagem solene da cruz são tratadas de maneira inconsequente e leviana, Deus deve ficar profundamente entristecido. Mesmo que as aparências indiquem um ministério de poder, sob tais circunstâncias há sérias dúvidas se o Espírito Santo terá condições de realizar um trabalho profundo e permanente.

Vivemos numa era enlouquecida por prazer. A febre por entretenimento e diversão alcançou seu ápice. Não é surpreendente, portanto, descobrir que as pessoas ao nosso redor geralmente são mais amantes do prazer do que de Deus. No entanto, quando membros da igreja verdadeira, o corpo de Cristo, conformam-se ao caminho do mundo, é muito trágico. E quando ministros do Evangelho acham necessário incrementar suas pregações com brincadeiras irreverentes e entreter os ouvintes como se fossem atores no palco de um teatro a fim de serem populares e atrair multidões, é fogo estranho que estão oferecendo ao Senhor.

Em outra época, num passado bem distante, um povo que professava pertencer ao Senhor estava festejando quando deveria estar lamentando e se arrependendo por causa da iminência do juízo divino. A eles, israelitas cativos em Quebar, Babilônia, Deus enviou uma mensagem por Ezequiel: “Assim diz o Senhor: A espada, a espada está afiada e polida. Está afiada para matar, está polida para reluzir. Por acaso ficaremos alegres?” (Ez 21.9-10). Um dia de juízo estava chegando, e não era hora de festejar.

Sumiu das igrejas hoje o altar de lágrimas que as gerações anteriores conheciam tão de perto. Num certo sentido, talvez, seja para o bem, já que ir ao altar de arrependimento adquiriu um significado meritório, como se as pessoas fossem salvas de acordo com a qualidade ou a quantidade de lágrimas que produzissem, e não pela fé no Filho de Deus e na completa eficácia de sua obra expiatória no Calvário. Contudo, seria espiritualmente muito mais proveitoso, em nossa opinião, se houvesse menos risos e mais lágrimas entre nós.

A conversão deve trazer, em alguma medida, um espírito genuíno de humilhação e confissão de pecados. Depois de ter uma verdadeira experiência com Deus, o novo convertido sentirá júbilo do Espírito, mas somente se antes se colocou de joelhos, em contrição e arrependimento. Precisa haver um Boquim (Jz 2.1-5), um lugar de pranto, para o pecador penitente que se torna consciente de sua total pecaminosidade, da perfeita santidade de Deus e da incomparável graça de Cristo em morrer pelo pecado e pelo pecador.

Sim, podemos continuar na nossa jornada, regozijando-nos como o povo redimido por Deus. Mas que Deus nos ajude a ficarmos conscientes, também, de sua santidade e da seriedade desta hora. "Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (Sl 126.6).


    Extraído da publicação Life Indeed.
Fonte: Jornal "Arauto da Sua Vinda"
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DEUS TEM UMA PALAVRA PARA ESTA HORA





É PRECISO ARAR ANTES DE SEMEAR



É PRECISO ARAR ANTES DE SEMEAR
No campo de colheita espiritual, o trabalho de lavrar ou arar a terra é feito por meio de oração. A semeadura é “o ministério da Palavra”: pregação, ensino, evangelização. Seguindo o exemplo do Agricultor celestial, os primeiros trabalhadores na seara do Senhor já começaram dizendo: “Quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (At 6.4).

Observe a ordem: primeiro, oração. A oração tem a mesma relação ao ministério da Palavra que arar a terra tem com o processo de semear numa fazenda ou num jardim. 

A casa de Deus, antes uma “casa de oração”, agora é uma casa de pregação, de ensino e de educação religiosa. Porém, sem oração para lavrar a terra ociosa (o coração egoísta e pecaminoso das pessoas), é inútil lançar a semente, porque a Palavra não pode lavrar a terra sem oração. Um agricultor espera lavrar a terra simplesmente por jogar nela a semente? Evidente que não. Entretanto, nós como obreiros preguiçosos, achamos que é possível!

Mais uma vez, repito: oração faz para a pregação o que a aração da terra faz para o processo de plantio. Quando pregamos, ensinamos e evangelizamos com lábios frios, sem oração, a “boa semente” se perde, em grande parte. Lembre-se que a semente que caiu à beira do caminho” (na terra dura, sem arar) foi arrebatada pelo maligno (Mt 13.4,19). Orar é difícil, às vezes. Mas pregar a Palavra para uma congregação de pessoas indiferentes, com coração duro, é muito mais difícil!

Quando há muita oração antes do ministério da Palavra, a pregação é fácil e nem é preciso insistir muito, relativamente. Numa determinada vila no sul da Índia, um chefe e seu povo resistiram a um missionário e à sua pregação durante 20 anos. Finalmente, o missionário e seus ajudantes separaram um período de dez dias de oração. Pediram a alguns amigos para fazerem parte também. Logo após esse tempo de oração, o missionário foi mais uma vez àquela vila, e o chefe aceitou Jesus, juntamente com várias outras pessoas. Puderam começar uma igreja ali. 

Às vezes, orar é mais difícil do que pregar, assim como arar a terra é mais difícil do que plantar grãos. Para arar, leva muito mais tempo do que para plantar. Para preparar algumas áreas para o plantio, leva vários dias de muito trabalho, enquanto as mesmas áreas podem ser semeadas em apenas uma hora. 

O mesmo ocorre em relação “à oração e ao ministério da palavra”. Um litro de sementes plantadas em terra arada produzirá uma colheita maior do que um saco de sementes lançadas em terra dura. É assim também no Reino. O Espírito Santo, em resposta à oração daqueles que permitem que ele ore por meio deles, prepara corações para receber a Palavra. O coração de quem foi despertado pela oração de alguém receberá a Palavra “com alegria” (At 2.41).

por E. Reinschmidt
Fonte: Jornal "Arauto da Sua Vinda"