quinta-feira, 31 de março de 2011

POR QUE ESTUDAR A PROFECIA BÍBLICA?

Por Que Estudar a Profecia Bíblica?

Muitas pessoas demonstram uma atitude negativa para com a profecia bíblica. Alguns dizem: “Minha preocupação é apenas com o momento presente; portanto, não me incomode com idéias acerca do futuro”. Outros afirmam: “Se ninguém consegue entender as profecias da Bíblia, por que dar-se ao trabalho de estudá-las?”. Há outros, ainda, que declaram: “Nós não estudaremos a profecia bíblica em nossa igreja porque ela provoca divisões!”.

Os defensores da Teologia da Substituição, entre outros, alegam o seguinte: “Na Bíblia há pouquíssimas, se é que existem, profecias relativas a acontecimentos futuros que transcendem o nosso tempo. Quase todas as profecias bíblicas se cumpriram até o final do primeiro século d.C.”.

Essas atitudes levam as pessoas a desconsiderarem de 20% a 25% da revelação de Deus nas Escrituras – revelação essa que Deus preparou para que o homem dela se aproprie e lhe obedeça.

Seguem abaixo algumas importantes razões pelas quais os crentes em Cristo devem estudar a profecia bíblica:

É impossível entender o propósito de Deus para a história sem a profecia bíblica

Deus declarou:
“Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei” (Is 46.9-11; cf. Is 14.24,26-27).

Esses textos das Escrituras revelam a existência de um único Deus verdadeiro, o qual tem um propósito soberano para a história. No passado, Deus planejou e determinou aquilo que aconteceria na Terra; além disso, Ele, por intermédio dos profetas, declarou ao ser humano os acontecimentos futuros, até mesmo o fim da história desta Terra. Então, no decorrer da história, Deus soberanamente leva ao pleno cumprimento tudo aquilo que Ele planejou, determinou e declarou através dos profetas. Ninguém pode impedir que Deus cumpra Seu propósito soberano para a história.

Nabucondonosor, rei de Babilônia, entendeu que o Deus da Bíblia controla a história. Após Deus discipliná-lo com uma espécie de doença mental e levá-lo a viver como um animal selvagem, Nabucodonosor disse:

“Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” (Dn 4.34-35).

As Escrituras proféticas são o registro escrito do que Deus predisse ao homem, por intermédio dos profetas, acerca dos acontecimentos futuros, inclusive do que diz respeito ao fim da história desta Terra. Por conseguinte, ninguém pode entender o propósito de Deus para a história sem o estudo da profecia bíblica.

Não é sem motivo que o Apocalipse foi o último livro da Bíblia a ser escrito. Deus planejou que esse livro fosse o ponto culminante de Sua divina proclamação à humanidade, porque prediz a maneira pela qual Ele dará cumprimento a Seu propósito para a história. Por isso, aqueles que evitam o estudo do livro de Apocalipse continuarão ignorando o modo pelo qual Deus alcançará o Seu objetivo.

A profecia bíblica é uma excelente ferramenta de evangelização

Deus fez o registro dos acontecimentos futuros nas Escrituras Sagradas, não para satisfazer nossa curiosidade, mas para que fosse um instrumento de transformação da vida das pessoas de todas as gerações. Deus utiliza a profecia bíblica para advertir as pessoas descrentes quanto ao juízo vindouro e ao dia da vingança que Ele preparou para este mundo rebelde e para todos os que se recusam a receber Seu gracioso dom da salvação pela fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus que foi crucificado, sepultado e que ressuscitou dos mortos.

O Espírito Santo usa a profecia bíblica para convencer os perdidos da necessidade urgente de confiarem em Cristo, agora mesmo, como seu único Salvador, antes que seja tarde demais para eles.

Eu fui testemunha da conversão de pessoas que chegaram ao conhecimento da salvação em Jesus Cristo através da pregação da profecia bíblica. Por exemplo, o Espírito Santo agiu através do ensino da profecia bíblica para conduzir oito funcionários do escritório de uma empresa e um supervisor escolar à fé salvadora em Cristo durante a conferência que dirigi numa igreja. Todo crente que se esquiva do estudo e do ensino da profecia bíblica perde a oportunidade de usar uma eficiente ferramenta de evangelização que o Senhor nos concedeu.

É impossível entender o plano de Deus para Israel sem a profecia bíblica

1. No passado

Deus estabeleceu um relacionamento exclusivo com a nação de Israel:
“Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra” (Dt 7.6; cf. Dt 14.2).
Além disso, as Escrituras afirmam que Deus estabeleceu esse relacionamento com Israel para sempre. O rei Davi disse para Deus: “Estabeleceste teu povo Israel por teu povo para sempre” (2 Sm 7.24). Na realidade, o apóstolo Paulo menciona que, apesar da incredulidade da nação de Israel, a sua eleição ou vocação da parte de Deus para tal relacionamento exclusivo nunca há de mudar (Rm 11.26-29).
Blackstone
A Bíblia chegou até nós por intermédio de Israel.
Na foto, trecho de um salmo dos pergaminhos encontrados
em Qumran (junto ao Mar Morto) entre 1947 e 1956.

Deus não estabeleceu esse relacionamento com a nação de Israel porque ela era superior às demais nações. Moisés declarou aos israelitas: “Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos” (Dt 7.7). Pelo contrário, Deus estabeleceu tal relacionamento porque ama essa nação e tem um propósito soberano exclusivo para ela (cf. v. 8).

Deus soberanamente planejou que a nação de Israel desempenhe um papel estratégico no cumprimento do propósito que Ele determinou para a história. Um dos aspectos dessa tarefa-chave é o de propiciar grandiosa bênção ao mundo inteiro através da descendência física de Abraão.

Deus fez a seguinte promessa a Abraão: “Nela [i.e. na “tua descendência”] serão benditas todas as nações da terra...” (Gn 22.18). O fato de que Deus confirmou essa mesma promessa a Isaque, filho de Abraão, bem como ao neto de Abraão, Jacó, cujos doze filhos se tornaram os cabeças das doze tribos de Israel, é um indicador de que Deus planejou trazer essa benção prometida ao mundo através da nação de Israel (Gn 26.4; Gn 28.14).

Deus já trouxe grandes bênçãos ao mundo através de Israel. A Bíblia chegou até nós por intermédio dessa nação. O apóstolo Paulo escreveu que “aos judeus foram confiados os oráculos de Deus” (Rm 3.1-2). O Messias-Salvador veio ao mundo por nascimento através do povo de Israel. Paulo se refere aos judeus como o povo do qual “descende o Cristo, segundo a carne” (Rm 9.5). 

Em virtude do Messias que proporcionou a salvação a todos os povos ser um judeu em Sua humanidade, a salvação veio através de Israel. O próprio Jesus afirmou: “...a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22).

2. No futuro

Blackstone
Uma vez que não sabemos com exatidão o momento em que Cristo voltará, sempre devemos estar prontos para encontrá-lO.
A profecia bíblica mostra outro aspecto do papel estratégico desempenhado por Israel que ainda aguarda cumprimento futuro. Deus só vai aniquilar Satanás e suas hostes, assim como só estabelecerá Seu futuro governo teocrático no mundo, a partir do momento em que Israel se converter a Deus de todo o seu coração e aceitar seu Messias-Salvador.

Os capítulos 12-14 do livro de Zacarias revelam que, no futuro, quando os governantes e exércitos de todas as nações gentílicas vierem contra Israel, o povo judeu verá o Messias descer do céu para livrá-lo (Zc 12.1-9). 

Atentos às evidências de Sua crucificação ocorrida no passado, os israelitas mudarão de atitude em relação a Jesus Cristo e chorarão por Ele “como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). Então Deus os purificará de seu pecado (Zc 13.1).

O Messias destruirá os comandantes do mundo e seus exércitos, bem como aprisionará Satanás no abismo pelo período de mil anos (Zc 14.1-3,12-15; Ap 19.11-21; Ap 20.1-3). Em seguida, Ele inaugurará o Reino Teocrático, governará como “Rei sobre toda a terra”, e Israel se tornará o líder espiritual do mundo (Zc 14.9,16-21; Ap 20.4-6).

Os judeus serão “chamados sacerdotes do Senhor” e os gentios os “chamarão ministros [i.e., servos] de nosso Deus” (Is 61.6). “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zc 8.23).

Lamentavelmente, os crentes em Cristo que adotam a Teologia da Substituição em vez da Teologia Dispensacionalista insistem na idéia de que Deus não estabeleceu um relacionamento exclusivo com Israel para sempre. Eles acreditam que, pelo fato de Israel ter rejeitado a Jesus em Sua primeira vinda, Deus rompeu o relacionamento especial que mantinha com aquela nação e substituiu Israel pela Igreja do Novo Testamento. Eles admitem que Deus salvará judeus no plano individual, mas alegam que Ele não mantém nenhum propósito para a nação de Israel no plano nacional.

Blackstone
Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas” (Tg 5.8-9).
Essa crença enganosa influencia seu modo de pensar no que concerne ao direito que Israel tem de existir na atualidade como um Estado Nacional situado no Oriente Médio. Tais cristãos desconsideram a profecia bíblica ou interpretam-na de modo alegórico, o que também os leva a rejeitar a idéia de que Deus irrevogavelmente designou Israel para que, no futuro, desempenhe um papel estratégico no cumprimento de Seu propósito para a história.

Deus pretende que o estudo da profecia bíblica purifique nossas vidas e mude nossas prioridades

Estes dois aspectos da revelação profética servem a tal propósito:

1. A iminência da volta de Cristo

O termo iminente significa “aquilo que paira sobre a cabeça de alguém; aquilo que está prestes a sobrevir ou acontecer a alguém; aquilo que está muito próximo de ocorrer”. Portanto, um acontecimento iminente é aquele que continuamente “paira sobre a cabeça de alguém”, constantemente pronto a sobrevir ou surpreender uma pessoa. 

É algo que está sempre muito próximo no sentido de que pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem ocorrer antes de um acontecimento iminente, mas nunca são obrigatórias para que tal acontecimento se dê. Se algo tem de ocorrer antes de determinado acontecimento, é prova de que tal acontecimento não é iminente. Também não se pode estimar um período de tempo predeterminado para que um acontecimento iminente ocorra.

Assim, a iminência da volta de Cristo significa que Sua próxima vinda está sempre “pairando sobre nossa cabeça”, constantemente prestes a nos sobrevir ou acontecer, próxima a todo instante, no sentido de que pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem ocorrer antes de Sua vinda, mas nada precisa obrigatoriamente acontecer para que a volta de Cristo se dê.

Uma vez que não sabemos com exatidão o momento em que Ele voltará, não podemos estimar um período de tempo predeterminado que anteceda a Sua chegada. Por essa razão, sempre devemos estar prontos para encontrá-lO a qualquer momento.

Muitos estudiosos da Bíblia, dentre vários contextos eclesiástico-teológicos, chegaram à conclusão de que o Novo Testamento ensina ou faz alusão à volta iminente de Cristo nas seguintes passagens: 1 Coríntios 1.7; 4.5; 15.51-52; 16.22; Filipenses 3.20; 4.5; 1 Tessalonicenses 1.10; 2 Tessalonicenses 3.10-12; Tito 2.13; Tiago 5.8-9; 1 João 2.28; Apocalipse 3.11; 22.7,12,17,20.

Na carta de Tiago 5.8-9, o escritor indica claramente que, em virtude do fato de que Cristo pode voltar a qualquer momento e defrontar-se com os santos de Sua Igreja como Juiz, os crentes em Jesus devem ser cuidadosos na maneira pela qual tratam seus irmãos em Cristo:
“Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas” (Tg 5.8-9).

A volta iminente de Cristo deve fazer diferença em nosso procedimento e modo de vida. Devemos viver uma vida santa, consagrada, dia após dia e a todo instante, porque exatamente no momento seguinte Cristo pode passar pela porta do céu e vamos nos deparar com Ele face a face.

O apóstolo João destacou essa mesma realidade quando escreveu estas palavras aos salvos em Cristo: “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda” (1 Jo 2.28).

2. A futura destruição da Terra e do Universo atuais

O apóstolo Pedro escreveu: “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2 Pe 3.10). Pedro predisse a futura destruição desta Terra em que vivemos e do Universo atual, o que inclui a destruição de tudo aquilo que o ser humano projetou e realizou na história deste planeta. Todas os nossos bens materiais do presente momento serão destruídos.

Blackstone
Pedro predisse a futura destruição desta Terra em que vivemos e do Universo atual, o que inclui a destruição
de tudo aquilo que o ser humano projetou
e realizou na história deste planeta.
À luz dessa certeza, Pedro faz esta advertência aos crentes: “Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade” (v. 11).

O argumento do apóstolo Pedro é o seguinte: a vindoura destruição desta Terra, do atual Universo e de todos os nossos bens materiais, como um fato que um dia há de se concretizar, deve moldar nossos valores, prioridades e modo de viver. Temos de ser santos em nossa conduta diária.

O desejo de agradar e glorificar a Deus deve ser aquilo que nos motiva, proporcionando-nos o autêntico propósito e sentido da vida – não o dinheiro, os bens materiais ou o sistema mundial da atualidade. Uma vez que todas as realidades terrenas são temporárias e estão destinadas à destruição, é preciso que ajustemos nossos valores e prioridades àquelas realidades do futuro estado eterno (vv. 13-14).

A profecia bíblica é um dos elementos constituintes das Escrituras Sagradas. Aqueles que a consideram irrelevante e não a estudam manejarão equivocadamente “a Palavra da verdade” e cairão em erro teológico.
Renald E. Showers é autor, professor e conferencista internacional a serviço de The Friends of Israel.
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, agosto de 2008.

COMO DEUS FAZ HISTÓRIA

Como Deus Faz História

Quando Jesus nasceu, cumpriram-se literalmente inúmeras profecias feitas séculos antes. O Antigo Testamento está repleto de indicações da primeira vinda de Cristo. Com o Seu nascimento, as promessas da Palavra de Deus se fizeram História. O mais admirável, entretanto, é a maneira como Deus faz Sua Palavra tornar-se real e Suas profecias transformarem-se eventos históricos: muitas vezes Ele usa as atitudes profanas das pessoas e as circunstâncias políticas da época para concretizar Seus planos. A Bíblia nos traz muitos exemplos nesse sentido. Destacaremos três, salientando lugares relacionados com o nascimento e a infância de Jesus.
Belém.

1. Jesus deveria nascer em Belém

Por volta de 700 anos antes de Cristo viveu o profeta judeu Miquéias, que predisse acerca do aparecimento do Messias de Israel: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).

Aquele que tem origens eternas, e que age desde sempre, viria a nascer em um lugar pré-definido e específico, que era Belém, pequeno e insignificante lugarejo na Judéia. Caso a anunciação do nascimento do Rei de Israel se referisse a Jerusalém nada haveria de extraordinário, uma vez que os reis normalmente nascem na capital do reino. 

Porém, com muitos séculos de antecipação, um lugar sem representatividade foi destacado entre os milhares de Judá para ser o local do nascimento do Rei que viria, o que era algo muito especial. Praticamente todo cidadão de Israel conhecia essa passagem das Escrituras que afirmava que um dia o Messias viria de Belém.

Por isso, quando Herodes perguntou onde nasceria o rei dos judeus, os entendidos na Lei puderam lhe fornecer imediatamente o nome do lugar onde deveria nascer o Prometido segundo as profecias: “Então, convocando [Herodes] todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: [em Miquéias 5.2] E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel” (Mt 2.4-6).

Entretanto, em relação a essa profecia havia um problema, e este não era pequeno: Maria e José não viviam em Belém, mas em Nazaré (Lc 1.26), e aparentemente não planejavam se mudar para Belém. Deus não enviou um anjo para lhes dizer: “Querido José, querida Maria, vocês não sabem que o Messias deve nascer em Belém? Vocês não sabem que a Palavra de Deus precisa se cumprir e Seu Filho não pode nascer em Nazaré? Levantem! Ponham-se a caminho para que se cumpra a palavra do Senhor falada através do profeta Miquéias!”

Não foi o que aconteceu. O imperador César Augusto tomou uma decisão política em Roma, bem longe de Israel e sem ter a mínima noção das profecias bíblicas – decretando um recenseamento do povo. Essa decisão política obrigou José, juntamente com Maria, que estava no final da gravidez, a irem até Belém para se registrarem no censo populacional. Em Lucas 2.4 lemos que José era “da casa e família de Davi”. Portanto, era em Belém (a “cidade de Davi”) que ele tinha de se registrar. Chegando lá, Maria logo deu à luz ao Filho de Deus. É o que podemos chamar de “tempo de Deus”! O Senhor, em Sua onisciência e onipotência, usou a política secular e um de seus líderes para fazer cumprir Suas profecias e para concretizar as previsões de Sua Palavra.
A Bíblia não apenas profetiza que Cristo nasceria em Belém mas também diz que Ele viria do Egito.

2. Jesus viria do Egito

A Bíblia não apenas profetiza que Cristo nasceria em Belém mas também diz que Ele viria do Egito. No oitavo século antes de Cristo, outro profeta anunciava em Israel a respeito do vindouro Messias: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho” (Os 11.1). 

Os comentaristas judeus aplicavam essa profecia a Israel e ao Messias, o que se torna bem evidente conhecendo o contexto do Novo Testamento. Mas como ela se cumpriu, como foi que Jesus, ainda menino, veio do Egito? A maioria de nós conhece a história da matança dos meninos judeus em Belém ordenada pelo infanticida rei Herodes, que via seu trono ameaçado pelo nascimento de Jesus. 

A Bíblia diz a esse respeito: “Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta [em Os 11.1]: Do Egito chamei o meu Filho” (Mt 2.13-15).

Os planos cruéis, egoístas e assassinos de um político mundano acabaram contribuindo para que a Palavra se cumprisse. Herodes pensava que aniquilaria os planos divinos, mas sua maldade apenas contribuiu para que as profecias se cumprissem literalmente.
O nome “Nazaré” origina-se da raiz hebraica “nezer”, que significa “broto”, “renovo” ou “ramo”. O profeta Zacarias anunciou o seguinte, 520 anos antes de Cristo, acerca do Messias de Israel: “E dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor” (Zc 6.12).

3. Jesus, o Nazareno

Segundo minha contagem, Jesus é chamado de “Nazareno” pelo menos 18 vezes no Novo Testamento. Ele era conhecido como “Jesus de Nazaré”, pois tinha vivido ali por muitos anos. Quando morreu na cruz, sobre Sua cabeça estava afixada uma placa que dizia: “Este é Jesus de Nazaré, o Rei dos judeus”.

O nome “Nazaré” origina-se da raiz hebraica “nezer”, que significa “broto”, “renovo” ou “ramo”. O profeta Zacarias anunciou o seguinte, 520 anos antes de Cristo, acerca do Messias de Israel: “E dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor” (Zc 6.12). “Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens de presságio; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo” (Zc 3.8). 

Jeremias proclamou o mesmo 80 anos antes de Zacarias: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, a agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23.5).

Quando Jesus veio, Ele foi o “Nazareno”, o “Renovo” do qual falavam as profecias. Mas como Jesus não apenas nasceu em Belém sem que seus pais residissem ali, veio do Egito por razões inacreditáveis e ainda pode ser chamado de Nazareno? Porque mais tarde Ele morou em Nazaré, confirmando uma vez mais as profecias, mostrando que elas se cumprem por razões às vezes bastante profanas. 

Herodes havia morrido, e José ainda vivia com Maria e o menino no Egito quando, através de um anjo, recebeu ordens de retornar à terra de Israel. Era óbvio que José desejava retornar à sua terra com sua família, mas quando ficou sabendo que Arquelau reinava no lugar de seu pai, ficou com medo. Arquelau era um dominador de triste fama e muito cruel, que os romanos suportaram por apenas dois anos e depois o depuseram. 

Na realidade, quem deveria assumir o trono de Herodes na Judéia era outro de seus filhos, mas por um capricho pessoal, Herodes mudou seu testamento pouco antes de morrer e colocou Arquelau no poder. 

Para não se submeter ao seu domínio, José foi viver na Galiléia, na cidade de Nazaré, que estava subordinada a outro governante: “Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia. E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno” (Mt 2.19-23).

Vista de Nazaré.

Esses três exemplos mostram muito claramente que nada nem ninguém pode impedir ou barrar os planos de Deus. Não há falha humana, manobra política, crueldade, capricho ou força da natureza que impossibilitem Deus de concretizar Seus propósitos. Nada impedirá que Jesus volte cumprindo Suas promessas a Israel. 

Os acontecimentos proféticos, cujo desenrolar vemos em nossos dias, culminarão na volta de Cristo e mostram que ela está se aproximando. Todos os fatos que acontecem no mundo são dirigidos por Deus de tal forma que acabarão servindo para que os Seus desígnios se realizem e para que Jesus venha a este mundo como o Rei e Messias. 

Jesus voltará cumprindo muitas profecias que ainda não se realizaram, pois muitas delas dizem respeito diretamente a Sua volta em poder e glória e à restauração de Israel, predita tantas vezes e por tanto tempo! Israel já retornou à sua própria terra depois de um longo tempo de dispersão (Diáspora), quando havia judeus espalhados pelo mundo todo. Até o terrível Holocausto acabou servindo à causa judaica, pois acelerou a fundação do Estado de Israel e permitiu que mais judeus voltassem à sua pátria. 

Quase todas as nações votaram em favor de Israel nessa ocasião, pois estavam chocadas com o que havia acontecido aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial nas mãos dos nazistas. Apenas três anos depois do final da guerra, os judeus já possuíam seu próprio Estado. No entanto, a luta, atual e futura, dos inimigos contra Israel e contra Jerusalém é predita nas profecias, e precisa acontecer.

A Bíblia fala de uma unidade mundial política, religiosa e econômica que acabará se opondo a Israel. Hoje vemos que todos os esforços políticos acontecem em função desse desejo de globalização. A Palavra de Deus se cumpre sempre. Alegremo-nos por isso! 

sábado, 26 de março de 2011

PM covarde de Manaus atira em menino - Cowardly military police from Man...

SERVO DO SENHOR

Isaías foi um servo amado e escolhido por Deus. Ele o era porque colocou-se incondicionalmente à disposição do Senhor com as palavras: "Eis-me aqui, envia-me a mim" (Is 6.8). Por isso, como um confidente do Senhor, legitimado por Deus, ele pôde anunciar a um mundo perdido, de maneira antes nunca vista, o Salvador e Redentor, o Messias e Emanuel. E ele o fez através do Espírito Santo, por força das suas grandiosas visões, chamando o Prometido de Servo do Senhor.

Israel já tinha recebido uma promessa da vinda do Messias através de Moisés, quando este disse profeticamente: "O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta no meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás" (Dt 18.15). Por trás dessa promessa estava a garantia do Eterno e Todo-Poderoso. 

E o profeta prometido não podia ser outro do que alguém dentre seus irmãos, portanto, um judeu. "A salvação vem dos judeus" (Jo 4.22), afirmou o próprio Senhor Jesus. Isaías já o havia anunciado antecipadamente de maneira muito clara: "O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz" (Is 9.2). Que promessa e que provisão misericordiosa para Israel, dizendo que justamente para esse povo nasceria uma grande luz em meio às trevas e o ajudaria a sair da sombra da morte! Com que ansiosa expectativa Israel deve ter confiado nessa promessa maravilhosa!
De maneira progressiva, em etapas crescentes, a voz do profeta anunciou a vinda do Salvador e Redentor de Israel e do mundo:

• 1ª etapa: "Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor" (Is 11.1-2)."Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca..." (Is 53.2).

• 2ª etapa: "Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel" (Is 7.14).

• 3ª etapa: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto" (Is 9.6-7).

• 4ª etapa: "Naquele dia, recorrerão as nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte dos povos; a glória lhe será a morada" (Is 11.10).

Rebento – Emanuel – filho – menino – governo – reino – morada – estas são as etapas estabelecidas por Yahweh para o "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (1 Tm 6.15).
Porém, da parte de Deus esse Filho elevado e sublime é chamado freqüentemente de Servo do Senhor. Leiamos apenas três textos messiânicos em Isaías:

"Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios" (Is 42.1).
"Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime" (Is 52.13).

"Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu" (Is 53.11-12).

Servo do Senhor não seria uma designação humilhante para o Messias de Deus? Esse nome tem conteúdo profético: ele traça o caminho dAquele que teve que entregar Sua alma à morte como malfeitor. A sabedoria divina não conduziu primeiro para o alto, mas à incompreensível profundeza de grandes sofrimentos. Aqui Isaías viu o homem de dores desprezado que carregou as nossas enfermidades (os nossos pecados) e o nosso castigo, como um cordeiro mudo que é levado ao matadouro: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido" (Is 53.3-4).

Não é de admirar que os sábios judeus tiveram problemas com essas representações simbólicas tão diferentes e aparentemente paradoxais do Messias: por um lado se fala do Messias vitorioso, a quem será entregue o domínio – por outro lado trata-se de um Messias desprezado, que se deixa matar como servo de Deus inocente, sofredor. Por isso, alguns sábios judeus concluíram que deveria haver dois Messias, chamando ao glorioso de "Mashiach ben David" (Messias filho de Davi), e ao outro, morto como inocente, de "Mashiach ben Yosef" (Messias filho de José).

É evidente que Israel se sentia preferencialmente atraído ao glorioso "Mashiach ben David". Mas as duas representações do Messias se referem à mesma Pessoa! Ele é: "Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus" (Jo 19.19). Inconscientemente Pilatos teve que testificá-lo com a inscrição Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum (I-N-R-I), que mandou afixar no alto da cruz (em hebraico, latim e grego – v. 20). Ele é o Cristo, o Salvador do mundo e Redentor de todos aqueles que desejam pertencer-Lhe. 

Até Seu sofrimento, Sua morte e ressurreição, Ele cumpriu cerca de 300 profecias. Um judeu pode identificar o verdadeiro Messias apenas lendo o livro de Isaías e com isso passar a ter um relacionamento pessoal com Ele. E, Deus seja louvado, muitos já O encontraram!

O conceito messiânico Servo do Senhor estava enraizado na consciência do povo judeu. Mas quando Ele veio em humildade, como Servo, está escrito: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (Jo 1.11). Que trágico! Israel queria um rei judeu majestoso, um rei lutador que o libertasse do jugo romano, não um servo sofredor, que sequer se opôs quando O mataram. Dele está escrito: "Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam" (Is 50.6). Isso não poderia acontecer! Alguém que permitiu uma humilhação tão grande jamais poderia ser o seu Messias. A maioria dos judeus mantém essa opinião até hoje.

Pelo Espírito Santo, reconheçamos de maneira nova e louvemos a Jesus como Servo de Deus, a Ele que nos livrou da culpa do pecado!

Qual o elemento da salvação? O sangue, já desde a queda em pecado no Jardim do Éden, pois: "Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão" (Hb 9.22).

Para realizar uma remissão plena para todos os homens de todos os tempos, Deus precisava dAquele que sacrificou-se com Seu próprio sangue. Este foi o caminho de obediência do Servo de Deus, Jesus Cristo. Ele o fez por amor a você e a mim! No dia de Pentecoste o apóstolo Pedro anunciou aos seus compatriotas judeus: "O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo" (At 3.13).

Jesus viveu entre os homens como Servo e Escravo, e como Servo e Escravo Ele consumou a nossa salvação. Por isso Ele disse aos Seus discípulos: "Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve" (Lc 22.27). E: "tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20.28). Este foi o Seu ministério para conosco, pois como Servo de Deus entregou Sua vida no altar do sacrifício por você e por mim. Isso não pode nos deixar indiferentes e desinteressados!

Jesus – Servo de Deus! E nós, que posição assumimos? A índole de servo de modo nenhum existe no homem natural. Muito pelo contrário, a rebelião, o desejo de dominar, o orgulho, estão latentes em nós. "Muitos empregados estão subordinados a mim", disse alguém com orgulho escancarado. Assim é a ambição carnal que tem como alvo a aparência, a posição, o prestígio, o poder, muitas vezes passando por cima dos outros, deixando pelo caminho vidas destruídas.

No mundo em que vivemos, ser alguma coisa ou ter valor é muito mais atraente do que ser servo. Que erva daninha é o orgulho, principalmente o orgulho espiritual! O Senhor Jesus demonstrou Sua atitude de Servo e nos exortou a fazer o mesmo: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.14-15). 

Também o apóstolo Paulo tinha entregado sua vida a Deus como servo: "Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no Evangelho de seu Filho, é minha testemunha..." (Rm 1.9). Exercitemo-nos a cada dia, para assumir a posição de servo de Deus ou serva do Senhor! Nosso Mestre nos ajudará nessa jornada e nos abençoará!

Nosso excelso e maravilhoso Senhor Jesus foi apresentado e anunciado por Isaías como Servo do Senhor porque a grandiosa salvação planejada por Deus somente podia ser confiada a um Servo absolutamente disponível, que provasse Sua submissão sendo obediente até a morte.

Encontramos uma primeira representação simbólica antecipada do Servo do Senhor no cordeiro pascal sacrificado antes da libertação do povo hebreu do Egito. Todo pai de família teve que providenciar para sua família um cordeiro sem defeito, macho de um ano, cujo sangue tinha de aspergir nas ombreiras e na verga da porta da sua casa (Êx 12.7) para que fossem salvos da morte. O sangue foi e continua sendo a única substância de salvação.

O que é um servo (um escravo)? Um servo está a serviço de um senhor e tem com ele um relacionamento de submissão e dependência – e espera-se que tenha também um relacionamento de confiança. Temos um exemplo humano em Elieser, servo de Abraão, que desfrutava da confiança de seu senhor a ponto deste usá-lo em tarefas muito especiais. 

A Elieser foi confiada a missão de procurar e trazer para casa a esposa destinada a seu filho Isaque; portanto, não uma esposa qualquer, mas aquela que havia sido escolhida por Deus (Gn 24). Elieser é um exemplo de servo fiel, que se identifica de maneira total com a ordem recebida. No aspecto espiritual, esse servo Elieser é um símbolo do Espírito Santo, pois ao buscar a esposa para Isaque ele deixou-se guiar e dirigir por Deus. 

Mas o mais perfeito de todos os servos teve que descer do céu e abandonar a glória do Pai para cumprir Sua missão com perfeição divina: "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz" (Fp 2.8).

No livro de Isaías encontramos várias descrições de "servos de Deus". Algumas contêm profecias messiânicas e outras se referem a Israel. "E me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado" (Is 49.3). Israel deveria estar bem próximo do Senhor ao realizar Seu serviço, para levar o conhecimento de Deus até os confins da terra, até às ilhas mais distantes: "...ao meu povo que formei para mim, para celebrar o meu louvor" (Is 43.21). 

Essa foi e continuou sendo a tarefa dada a Israel como servo do Senhor. Mas ele sempre fracassava e voltava a cair em desobediência. Deus lamenta a respeito: "Quem é cego como o meu servo, ou surdo, como o meu mensageiro, a quem envio? Quem é cego, como o meu amigo, e cego, como o servo do Senhor?" (Is 42.19). "...me deste trabalho com os teus pecados e me cansaste com as tuas iniqüidades" (Is 43.24). Depois de pecar, Israel era inevitavelmente castigado e disciplinado pelo Senhor. 

Por isso o Filho-Servo teve que assumir essa tarefa e Ele fez com a máxima perfeição o que Israel não foi capaz de realizar. Também o encargo de resgatar Israel na última fase dos tempos finais teve que ser entregue ao próprio Messias: "Mas agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele, porque eu sou glorificado perante o Senhor, e o meu Deus é a minha força" (Is 49.5). Aqui já temos um panorama e uma visão do ajuntamento de Israel no Milênio de paz!

Será que Deus ainda mantém Seu plano com Israel? David Ben Gurion, o primeiro premiê do recém-fundado Estado de Israel, viajou para os Estados Unidos e quis encontrar Albert Einstein. Ele fez apenas uma pergunta a Einstein: "Do ponto de vista científico, existe ou não existe esse Deus de Israel?" Einstein respondeu-lhe: "Esse Deus, nosso Deus de Israel, existe. Ele vive e Ele reina".

Isaías já sabia disso muito antes, e disse por ordem do Altíssimo: "Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo, tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel" (Is 41.8-10). 

Será que conseguimos sentir todo o amor paternal, todo o zelo com que Ele mesmo está preocupado com a existência e com o futuro de Israel? É simplesmente comovente! Sabemos que Israel está protegido em todos os tempos sob o cuidado e a direção da Sua onipotência. Disso podemos estar certos também hoje, apesar de todas as turbulências por que passa essa nação! 

Ele o faz apesar da revolta dos palestinos, apesar do Holocausto, apesar de todos os mísseis apontados para Israel. Na sua solidão e no seu isolamento por parte de todas as nações, o povo de Israel – hoje infelizmente secularizado –, está continuamente protegido pelo Guarda de Israel. Nossas orações devem cercar e envolver a Israel como um muro de proteção!

Israel é o povo do Seu serviço, e isso desde o começo! Deus disse: "Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito" (Êx 4.22-23).

Deus seja louvado: Ele nunca desistiu da escolha de Israel como servo do Senhor! "Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado." Deus tornou-se fiador legítimo de Seu povo pelo Seu nome e Seu Filho. Em Sua pessoa como Messias e em Sua obra Ele é representante de Seu povo. O Filho de Deus identifica-se com Seu povo, pois está escrito: "Veio para o que era seu." Israel é propriedade de Jesus e também propriedade de Deus. A Palavra de Deus é Alfa e ‘mega. 

O que ainda falta a Israel hoje é o Espírito Santo prometido. Sem o Espírito Santo, Israel não está em condições de cumprir sua tarefa nos tempos finais, nem de levar às nações a bênção perfeita e completa. Isso acontecerá depois dos juízos da Grande Tribulação, quando Cristo se dará a conhecer a Seu povo como o Messias. Isaías viu isso numa visão: "até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em pomar, e o pomar será tido por bosque" (Is 32.15). 

Aí sim Israel, como o povo missionário, trará a bênção completa ao mundo; então, no Milênio, reinará segurança e paz, justiça e descanso. As nações virão a Israel desejando conhecer a verdade, como as Escrituras afirmam por diversas vezes:

"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco" (Zc 8.23).

"Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para junto de ti, por amor do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou" (Is 55.5).

"Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações, como uma torrente que transborda; então, mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão" (Is 66.12).

Esse é o glorioso futuro de Israel, o servo do Senhor! Por isso também hoje Deus apela a Israel: "Lembra-te destas coisas, ó Jacó, ó Israel, porquanto és meu servo! Eu te formei, tu és meu servo, ó Israel; não me esquecerei de ti. Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi" (Is 44.21-22).

A aliança para a salvação de Israel foi uma aliança de sangue. "Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras" (Êx 24.8). Essa aliança foi selada no Calvário, também em favor de Israel, com o sangue do Filho de Deus por toda a eternidade: "porque isto é o meu sangue, o sangue da (nova) aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados" (Mt 26.28). Por isto: "Regozijai-vos, ó céus, porque o Senhor fez isto; exultai, vós, ó profundezas da terra; retumbai com júbilo, vós, montes, vós, bosques e todas as suas árvores, porque o Senhor remiu a Jacó e se glorificou em Israel" (Is 44.23). Que gloriosa visão do Milênio de paz!

Podemos nos dar por satisfeitos com esses pensamentos piedosos e comoventes? Pelo contrário, devemos estar plenamente convictos de que nós, como Igreja de Jesus, como ramos da oliveira brava, somos enxertados na videira verdadeira, Israel, que é chamado de servo do Senhor. Isso significa identidade com Israel!

Por isso, oremos insistentemente por Israel, pedindo que o Senhor o guie e conduza de maneira misericordiosa através da "angústia de Jacó" que ainda está por vir! Nesse sentido também temos uma incumbência bem concreta da parte de Deus: "Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados" (Is 40.1-2).

E no que diz respeito a nós mesmos, a pergunta é: Sou um servo ou uma serva que se empenha de todo o coração pelos interesses do reino de Deus? Será que ouviremos dEle as palavras: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor" (Mt 25.21)? 

(Burkhard Vetsch - http://www.aJesus.com.br)
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, janeiro de 2000.

sexta-feira, 25 de março de 2011

ISRAEL CONTINUA UM MILAGRE

Israel Continua um Milagre
Quando as Nações Unidas realizaram a votação histórica que sancionou o ressurgimento do Estado de Israel, em 29 de novembro de 1947, milhões de judeus e cristãos sinceros o viram como um genuíno milagre divino. Uma nação que parecia extinta há séculos voltava a existir. Era um novo começo que surpreendia o mundo.

O povo judeu é o Povo do Livro, Israel é sua Terra Prometida e Jerusalém é a Cidade do Rei. E, um dia, disseram os profetas, haveria uma grande reunião dos exilados judeus espalhados por todo o mundo. Israel retornaria à sua terra – e assim aconteceu. Na foto: Festa dos Tabernáculos diante do Muro das Lamentações.

Na verdade, porém, não se tratava de nenhum recomeço, mas da realização de um sonho que os judeus do mundo inteiro acalentavam desde sua dispersão, após a destruição de Jerusalém pelos romanos, no ano 70 de nossa era. A cada novo ano, quando os judeus realizavam a ceia da páscoa nas mesas espalhadas pelas nações gentias, as vozes se elevavam para entoar as palavras sagradas: No próximo ano em Jerusalém! O sonho não era uma fantasia vã, mas uma esperança firmemente arraigada nas Escrituras.

O povo judeu é o Povo do Livro, Israel é sua Terra Prometida e Jerusalém é a Cidade do Rei. E, um dia, disseram os profetas, haveria uma grande reunião dos exilados judeus espalhados por todo o mundo. Israel retornaria à sua terra – e assim aconteceu.
Os pára-quedistas judeus, ao avistarem, com os olhos cheios de lágrimas, o Muro Ocidental (das Lamentações), na Cidade Velha de Jerusalém, em 7 de junho de 1967, entenderam o significado profundo dessa volta ao lar. 

O general israelense Moshe Dayan expressou em palavras aquela profunda emoção. Em pé diante do muro, ele disse: “Voltamos para o nosso lugar mais sagrado, para nunca mais partir... Estendemos as mãos para nossos irmãos árabes, no desejo sincero de viver em paz, porém voltamos para Jerusalém e nunca mais sairemos dela.”

Quando o rabino Shlomo Goren, capelão-chefe do exército, tocou a trombeta de chifre de carneiro que tinha trazido consigo até o muro, aquele gesto teve dois significados monumentais: (1) Jerusalém voltara a ser unificada. Depois de quase 2000 anos, ela estava novamente com seu povo. (2) A trombeta, como nos tempos antigos, conclamava os judeus de todo o mundo a voltarem para casa.
Todos esses acontecimentos foram verdadeiros milagres.

A estrada longa e deserta

Dizer apenas que os judeus “sonhavam” com seu retorno não reflete nem de longe a intensidade desse anseio. Há milênios, os filhos e filhas de Abraão têm sido um povo marcado para o extermínio. Eles sofreram nas mãos dos cruzados, inquisidores, perseguidores e defensores das expulsões dos países em que viviam. Eles foram forçados a usar símbolos degradantes que os identificavam como judeus, e passaram pela aflição de serem metidos em guetos abarrotados, onde até mesmo os direitos mais simples lhes eram negados.

Quando o rabino Shlomo Goren, capelão-chefe do exército, tocou a trombeta de chifre de carneiro que tinha trazido consigo até o muro, aquele gesto teve dois significados monumentais: (1) Jerusalém voltara a ser unificada. Depois de quase 2000 anos, ela estava novamente com seu povo. (2) A trombeta, como nos tempos antigos, conclamava os judeus de todo o mundo a voltarem para casa.

Vivendo em ambientes gentios tão hostis, a assimilação teria sido a escolha mais razoável. Mesmo sem um país, uma capital, um templo ou qualquer perspectiva concreta de um futuro nacional, eles resistiram. O sonho continuou vivo – um sonho baseado na esperança de dias melhores para esse povo sitiado.
Então, no século XIX, o impossível começou a acontecer. Embora houvesse judeus em Jerusalém desde a Dispersão, algo quase imperceptível passou a ocorrer. 

Pequenos grupos de pioneiros judeus começaram a se dirigir para o Oriente Médio. Filantropos, como o barão Edmond James de Rothschild, começaram a comprar terras pantanosas infestadas de malária, que os turcos otomanos consideravam sem valor algum.

Após o infame julgamento do caso Dreyfus em Paris, em 1894 (Alfred Dreyfus, um oficial do exército francês, de origem judaica, foi falsamente acusado, condenado e enviado para a Ilha do Diabo), o movimento começou a tomar forma e corpo. Theodor Herzl, um jornalista judeu assimilado, percebeu os maus presságios para os judeus da Europa. O tapete de boas-vindas estava sendo retirado e tempos difíceis se aproximavam.

Assim, Herzl patrocinou o Primeiro Congresso Sionista, em Basiléia, na Suíça, em 1897. A respeito desse primeiro encontro, Herzl declarou: “Em Basiléia eu fundei o Estado judeu”. O sionismo político declarou seu propósito de estabelecer um Estado judeu na Palestina, inteiramente sancionado pelas leis internacionais.

Embora alguns compartilhassem a paixão de Herzl em voltar para o Oriente Médio, a maioria, como os judeus da antiga Babilônia, preferiu ficar onde estava, declarando-se muito feliz com seu estilo de vida e seu status de judeus europeus. Então veio Adolf Hitler com suas hordas de camisas marrons marchando a passo de ganso. Seis milhões de judeus pagaram o mais alto preço por seu pueril erro de cálculo. Entre as vítimas estava a filha de Herzl, Trude Margarethe, que morreu em 1943 no campo de concentração nazista de Theresienstadt.

Enquanto os judeus europeus do pós-guerra juntavam o que restara de suas vidas estraçalhadas para enfrentar o futuro sem seus entes queridos e amigos, eles começaram a olhar para sua terra ancestral – Israel.

Às 4,30 horas da tarde de 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion – que viria a ser o primeiro premiê de Israel – levantou-se no saguão do Museu de Tel-Aviv e declarou: “O Estado de Israel acaba de nascer”. O tão sonhado milagre tornara-se uma realidade nacional.
Às 4,30 horas da tarde de 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion – que viria a ser o primeiro premiê de Israel – levantou-se no saguão do Museu de Tel-Aviv e declarou: “O Estado de Israel acaba de nascer”.

Uma questão de sobrevivência

Mais de meio século se passou desde aqueles dias esfuziantes, cheios de sonhos, esperanças e lutas para a construção da nação. Imigrantes judeus vindos de mais de uma centena de países encheram aquela terra com mais gente do que na época de Jesus.

Mas, ao longo desses sessenta e tantos anos, um mundo completamente diferente passou a se desenvolver em torno do pequeno Israel. Os grandes impérios coloniais que constituíram os mandatos para a criação da pátria judaica já não existem mais. 

A independência das nações árabes fez surgir regimes tirânicos, governados por homens que, assim como Hitler, têm uma obsessão insana de ver o Estado judeu e seu povo completamente eliminados da face da terra. Até mesmo no “civilizado” Ocidente, essas pessoas estão alimentando uma apavorante exibição internacional de ódio, caos e radicalismo.

Quem são esses indivíduos beligerantes? O que os motiva e por que agem de forma tão brutal em sua determinação de atingir pessoas inocentes? A falta de respostas tem deixado muita gente frustrada, desinformada e extremamente confusa.

Por essa razão, tentamos esclarecer as questões relacionadas ao Oriente Médio. Em nossas publicações, buscamos responder algumas dessas perguntas desconcertantes. Esperamos que os leitores tenham uma nova percepção do milagre extraordinário representado pela existência de Israel – milagre que muitos parecem ter esquecido.

Existe realmente um plano por trás de tudo o que aconteceu, está acontecendo e irá acontecer no futuro. Deus, que é soberano, está nos conduzindo a uma inevitável consumação.

Enquanto esquadrinhava os eventos que assolam o mundo de hoje, um amigo meu comentou: “Gostaria que tudo isso já tivesse acabado. Quem dera o Senhor voltasse hoje!” Bem, somos compelidos a acreditar que tudo isso chegará ao fim, talvez muito mais cedo do que imaginamos. O certo é que o último capítulo já foi escrito e nós, juntamente com o remanescente de Israel, estamos do lado vencedor. É o que está escrito na Bíblia. 

Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, julho de 2003.

UMA PLANTA DO DESERTO COMO REPRESENTAÇÃO DE ISRAEL

Uma planta do deserto como representação de Israel
“Planta sionista” foi como os pesquisadores chamaram uma variedade de dente-de-leão recentemente descoberta no deserto israelense. Sua estrutura celular se assemelha à estrela de Davi. Seu nome científico é “ranunculus asiaticus”.
Uma reportagem dizia dessa flor peculiar:
Ela é conhecida como especialista na arte da sobrevivência e cresce de forma selvagem em Israel, num clima que mataria muitas outras plantas. Estamos falando do dente-de-leão persa. Ao examinar o “ranúnculo asiático” sob o microscópio, uma surpresa esperava pelos pesquisadores do Instituto Volcani de Israel: sua estrutura celular tinha o formato da estrela de Davi.
O ranunculus asiaticus.

“É realmente simbólico”, declarou a Dra. Rina Kamenetsky, que se defrontou com a curiosa formação celular ao pesquisar os mecanismos de sobrevivência dessa flor incomum. Essa espécie vegetal da Terra Santa também é conhecida nos meios botânicos como “planta da ressurreição”, que sobrevive sem água e “desperta” quando volta a chover, diz Kamenetsky.
As paredes das células reservatórias servem de escudo protetor. Por ocasião das primeiras chuvas no inverno, as membranas celulares bloqueiam o repentino excesso de água, que poderia romper as células, mas permitem que elas absorvam o suficiente para que estas não ressequem. Essa “armadura” é semelhante a uma estrela de Davi, que em hebraico se chama “escudo de Davi” (Magen David).
“Até hoje não vimos uma estrutura assim em outras membranas celulares vegetais”, comentou Kamenetsky. “Ela é muito rara – talvez única”.

Israel em clima inóspito

Sem dúvida, essa planta é uma ilustração maravilhosa da resistência de Israel! Os judeus viveram e vivem em um clima hostil. Durante a Diáspora (Dispersão), em perseguições, sofrendo desprezo e rejeição, e mesmo depois de sua volta à própria terra, eles sempre estiveram cercados de inimigos, de ódio e guerras. Assim como a “planta da ressurreição”, os judeus também demonstraram ser mestres na arte da sobrevivência. Foram privados das fontes de água, excluídos de agremiações, organizações e corporações, expulsos de cidades e Estados, expropriados de seus bens, mas sobreviveram e floresceram.

Israel é indestrutível

Onde qualquer outra planta morreria, o “taraxaco”, como essa flor também é conhecida, sobrevive e floresce. Podemos mais uma vez compará-la com Israel. Qualquer outra nação que estivesse dispersa durante quase dois mil anos por todos os continentes e exposta a um clima tão adverso não teria sobrevivido nem conservado seu idioma, sua cultura e sua identidade nacional. 

Mas o povo de Israel é diferente – ele sobreviveu, ele vive e viverá. Israel é um milagre! Nações vieram e se foram, tiveram um grande nome e depois desapareceram – muitas vezes em poucos séculos. O povo judeu sobreviveu a todas elas. Em Deuteronômio 14.2 está escrito: “Porque sois povo santo ao Senhor, vosso Deus, e o Senhor vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio.”

A prosperidade do povo de Israel

Assim como essa flor é conhecida nos meios acadêmicos como uma espécie de “planta da ressurreição”, Israel tornou-se conhecido entre os povos como “povo da ressurreição”. Durante séculos os judeus estiveram nos “sepulcros” das nações (veja Ez 37). Eles tinham se tornado um povo ressequido, a ponto de serem comparados a ossos sequíssimos (veja Ez 37.1-4), mas quando voltaram à sua terra, na região do Rio Jordão e do Lago de Genesaré, começaram a desabrochar. 

Israel “ressuscitou”, pois voltou a ter vida, superou as adversidades e fez a terra frutificar. Fisicamente Israel já reviveu, mas espiritualmente ainda não. Cumpriu-se o que está escrito em Amós 9.14-15: “Mudarei a sorte do meu povo de Israel; reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto. Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o Senhor, teu Deus”.
O núcleo de cada floco de neve é
enfeitado com a estrela de Davi.

Israel é único

Os cientistas afirmaram acerca da “flor da ressurreição”: “Nunca encontramos semelhante estrutura em membranas celulares de outras plantas... Essa é uma estrutura muito rara – talvez única”.

Essa descrição não poderia ser mais adequada ao povo de Israel, que realmente é singular. A passagem de Isaías 66.8 proclama que Israel é especial: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos”.

Israel sob o microscópio

Assim como os pesquisadores descobriram o segredo do dente-de-leão apenas através do microscópio, nós também precisamos olhar pelo “microscópio” da profecia bíblica para entender o milagre que é Israel. Se observarmos Israel a olho nu, esse milagre permanecerá oculto. Somente através da Palavra de Deus a maravilha que é Israel se desvendará diante de nossos olhos, e somente pela Bíblia podemos avaliar corretamente o povo judeu. 

Essa será uma grande surpresa para o mundo, que costuma ver Israel apenas com olhos humanos. Deus não arranca aquilo que plantou e não permitirá que a semente de Israel pereça: “Assim diz o Senhor: Se a minha aliança com o dia e com a noite não permanecer, e eu não mantiver as leis fixas dos céus e da terra, também rejeitarei a descendência de Jacó e de Davi, meu servo, de modo que não tome da sua descendência quem domine sobre a descendência de Abraão, Isaque e Jacó; porque lhes restaurarei a sorte e deles me apiedarei” (Jr 33.25-26).

O Deus de Israel

Israel é um povo único e singular porque um Deus único e singular é fiel às Suas promessas. As pessoas já teriam quebrado suas promessas há muito tempo, mas a Bíblia diz: “...que deus há, nos céus ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, segundo os teus poderosos feitos?” (Dt 3.24). Ela também afirma: “Que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?” (Dt 4.7).

O escudo de Davi

O segredo da sobrevivência do “ranunculus asiaticus” é o “escudo de Davi”, que circunda e protege suas células. O segredo da sobrevivência de Israel é o Davi celestial, o Messias de Israel, Jesus Cristo. O salmista diz que Ele é “o Senhor, nosso auxílio e escudo” (Sl 33.20). E, por Seu amor, Israel não perecerá. 

A realidade desse amor de Deus por Seu povo não poderia ser descrita mais adequadamente do que através das palavras do profeta Oséias: “Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos, o seu esplendor será como o da oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano. Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano. Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Eu te ouvirei e cuidarei de ti; sou como o cipreste verde; de mim procede o teu fruto” (Os 14.5-8).

A estrela de Davi

O escudo protetor das células dessa planta tem o formato da estrela de Davi. Isso deve ser um consolo para todos os amigos de Israel que usam uma estrela de Davi em solidariedade a Israel e como identificação com seu Messias, Jesus. A estrela de Davi não tem origem ocultista. Ela já aparece na criação, e o próprio Deus a formou, colocando-a em uma flor e enfeitando o núcleo de cada floco de neve. Mesmo que muitos usem esse símbolo para fins ocultos, isso não deve nos perturbar. 

Para nós a estrela de Davi é mais uma referência à fidelidade de Deus para com Seu povo Israel. Quando Balaão pretendia amaldiçoar o povo judeu, mas pela vontade de Deus foi obrigado a abençoá-lo, profetizou: “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete” (Nm 24.17).

Devemos confiar plenamente nas promessas de Deus, pois está escrito: “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hb 10.23). 

(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 2006.