segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

TÃO PERTO E, AINDA ASSIM, TÃO LONGE

Tão perto e, ainda assim, tão longe

Como professor de Bíblia e teologia a serviço de uma organização evangelística, tive a oportunidade de ouvir muitos testemunhos pessoais. Durante esses 26 anos de trabalho no Instituto Bíblico Palavra da Vida nos EUA, impressionou-me a quantidade de alunos que, apesar de terem nascido num contexto familiar de crentes em Cristo, só vieram a crer em Jesus bem mais tarde em sua vida.

O assunto ressoa mais forte aos meus ouvidos, porque essa também foi a minha história. Eu nasci em Halifax, Nova Escócia, numa família de crentes consagrados a Cristo. Porém, à semelhança dos antigos israelitas, eu lutava com o problema da incredulidade.

Não consigo me lembrar de uma única vez em que eu, meus irmãos e minha irmã não estivéssemos vestidos, penteados e prontos para nossa caminhada dominical rumo à igreja, a fim de participar de um dos cultos. E lá íamos nós para a igreja. Além disso, o papai, não satisfeito de participar de todos os cultos de nossa igreja, sempre que havia algum culto especial em outra igreja levava a família toda.

Ficamos sem carro durante muitos anos e para mim era uma tortura perder a melhor parte dos meus domingos numa caminhada de 20 ou 30 minutos para a igreja. Finalmente, quando conseguimos um carro, a minha alegria durou pouco. Meu pai começou um ministério de transporte com ônibus, numa época em que isso ainda não era comum nas igrejas. 

Nós passávamos de ônibus para pegar as pessoas em nosso trajeto para a igreja e, em seguida, o papai ainda fazia algumas viagens adicionais para transportar mais famílias para o culto. Com isso, tínhamos que sair de casa mais cedo do que antes, quando íamos a pé.
Mesmo conhecendo o Evangelho, algumas pessoas escolhem outros caminhos, como o álcool, que destroem famílias e despedaçam vidas.

Seria ótimo se eu pudesse justificar a minha rejeição do Evangelho, alegando que nunca me fora pregado, mas esse não era o caso. Culto após culto, eu pude ouvir as verdades simples do plano da salvação: a de que eu era um pecador perdido e que Jesus é Deus, o qual vindo ao mundo, levou sobre Si os meus pecados e recebeu o castigo em meu lugar a fim de me libertar da condenação e perdição eterna.

No começo, eu ia à frente, na hora do apelo do pregador, para aceitar Jesus como meu Salvador, pelo menos uma vez por mês. Mas parece que nunca isso, de fato, acontecia. Eu era tão velhaco que tinha plena consciência de que meu relacionamento com Deus era péssimo. Parece que nunca me convertia; na verdade, eu nunca tinha nascido de novo em Cristo.

Como muitos dos testemunhos que ouvi, eu simplesmente me tornei cada vez mais frio em relação ao Senhor. Passei a odiar a Fé Cristã e tudo o que ela significa. Quanto mais eu tentava ser bom e agradar a Deus, mais eu falhava. A incumbência dava a aparência de ser pesada demais e os benefícios pareciam mínimos, se é que existiam.

Quando cheguei à adolescência, minha vida entrou “em parafuso” e virou um caos. Saí de casa; me envolvi com o mundo das drogas; e não demorou muito para que eu ficasse desempregado, sem teto, perambulando pelas ruas de Toronto.

Uma Escolha Quase Fatal

Ainda fico intrigado com o fato de que uma pessoa pode ser criada com todas as oportunidades que eu tive e, mesmo assim, rejeitar o Evangelho. Como é que eu não entendi isso antes? Eu vi o que o álcool fizera com outras famílias. Tive contato com lares destruídos e vidas despedaçadas. Eu fui testemunha da maneira pela qual Cristo fizera a diferença em nosso próprio lar; no entanto, misteriosamente nada disso me tocava.

O apóstolo Paulo, de igual modo, estava pasmado com a atitude de Israel:

“Porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!” (Rm 9.3-5).

O Fator Fé

No Novo Testamento o meio de salvação é o mesmo identificado no Antigo Testamento: Fé. Ao escrever no Novo Testamento, o apóstolo Paulo demonstra sua convicção de que o propósito da mensagem central do Pentateuco era o de distinguir entre uma salvação centrada no homem e uma salvação centrada em Deus.
A incredulidade é um senhor cruel. Ela não promete nada, muito menos liberta; exige o pagamento de tudo, mas nunca entrega o que foi comprado.

A cidade de Jerusalém está edificada sobre uma montanha de dois cumes: um dos cumes é o monte Sião e o outro é o monte Moriá. Em 2 Crônicas 3.1 temos a seguinte informação: “Começou Salomão a edificar a Casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá”. 

Esse é o monte onde as Escrituras dizem que Abraão finalmente entendeu e temeu ao Senhor: “Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12).

Moriá foi o lugar da maior prova e da maior vitória de Abraão pela fé. Abraão, em sua disposição de sacrificar seu filho Isaque, colocava a promessa de Israel sobre o altar. Portanto, Moriá simboliza a fé e, por razões óbvias, passou a ser o local do estabelecimento do templo, a saber, o centro espiritual de todo o povo de Israel e o lugar onde Israel adoraria o seu Deus.

Entretanto, ao fazer suas declarações mais categóricas sobre o papel da fé na salvação, o apóstolo Paulo recorre ao livro de Deuteronômio. Em Romanos 10.6-8, Paulo fez citações de Deuteronômio 30:

“Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos. Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos”.
Existe um caminho melhor; um caminho tão próximo quanto o coração e os lábios, e que não requer pagamento humano de nenhuma espécie; um caminho que Abraão trilhou, Moisés ordenou e Paulo pregou: a obediência decorrente da fé.

O texto de Deuteronômio 30 foi escrito para fazer um contraste com o capítulo 29 que começa com uma assustadora declaração ao Israel descrente: “Porém o Senhor não vos deu coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje. Quarenta anos vos conduzi pelo deserto; não envelheceram sobre vós as vossas vestes, nem se gastou no vosso pé a sandália” (Dt 29.4-5).

Na seqüência, o capítulo 29 prediz os futuros fracassos de Israel e seus decorrentes castigos. Contudo, Deuteronômio 30 apresenta uma mensagem absolutamente diferente, uma mensagem de esperança e fé:

“Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires” (Dt 30.11-14).

O mandamento ao qual Moisés se referiu nesse texto não era a Lei recebida no monte Sinai. Os israelitas nunca conseguiriam cumprir essa Lei. Moisés lhes falara acerca disso em boa parte do capítulo 29. Esse mandamento ordena que a pessoa creia, um mandamento personificado pelo exemplo de Abraão no monte Moriá.

A incredulidade é um senhor cruel. Ela não promete nada, muito menos liberta; exige o pagamento de tudo, mas nunca entrega o que foi comprado.
Contudo, existe um caminho melhor; um caminho tão próximo quanto o coração e os lábios, e que não requer pagamento humano de nenhuma espécie; um caminho que Abraão trilhou, Moisés ordenou e Paulo pregou: a obediência decorrente da fé.

O Dia em Que “Funcionou”

“E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus”
(Mt 18.3).

Eu não posso afirmar o que havia de diferente naquele dia chuvoso e frio de novembro de 1969. Eu ainda me drogava e continuava tão rebelde e rancoroso como sempre fora. Meu pai viera de Halifax à minha procura e nós estávamos dentro do carro, estacionado numa rua mais tranqüila.

Aparentemente nada tinha mudado. Porém, naquele dia o meu coração estava diferente. Quando meu pai me perguntou se eu queria receber a Cristo em minha vida, meu coração e lábios disseram: “sim”. Eu não hesitei, nem titubeei em tomar a decisão. Parecia óbvio. Foi naquele dia que me tornei crente em Jesus Cristo.

Acho que eu sempre conhecera o Evangelho e talvez sempre o aceitara de uma forma intelectual. Todavia, como no caso dos filhos de Israel que comeram o maná providenciado por Deus e caminharam sobre sandálias que não se desgastaram no deserto (veja Dt 29.5), o Evangelho nunca fizera diferença em minha vida.

Naquele dia, ao lado de meu pai, eu estava pronto a concordar com Deus sobre a minha condição e sobre a provisão que Ele fizera para mim. Trata-se daquela fé semelhante à de uma criança da qual Jesus fez menção ao dizer: “E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18.3).

Para nós a salvação saiu de graça, mas para o Messias o custo foi incalculável. Além disso, a salvação nunca está distante e inacessível; sempre está disponível a todo aquele que, neste exato momento, se disponha a crer. Entre qualquer um de nós e a salvação eterna não existe nenhum impedimento que se interponha, exceto um coração descrente. 

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, junho de 2008.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

VINTE FATOS SOBRE ISRAEL E O ORIENTE MÉDIO


Vinte Fatos Sobre Israel e o Oriente Médio
 
Por William Bennett, Jack Kemp e Jeane Kirkpatrick

Estes 20 pontos servem como uma boa introdução para os que buscam entender o contexto histórico do conflito no Oriente Médio.

A atenção de todo o mundo está voltada para o Oriente Médio. Todos os dias somos confrontados com imagens de carnificina e destruição. Será possível entender tamanha violência? Sim, mas apenas se analisarmos a situação estando firmemente alicerçados nos fatos básicos relacionados, que muitas vezes são esquecidos, se é que chegamos a tomar conhecimento deles. Listaremos aqui 20 fatos que pensamos ser úteis para um entendimento maior da situação atual, mostrando como as coisas chegaram ao ponto em que se encontram e como uma solução poderia ser alcançada.

As Raízes do Conflito

Fronteiras após a Guerra da Independência de Israel - 1949.

1. Quando as Nações Unidas propuseram o estabelecimento de dois Estados naquela região – um árabe e outro judeu – os judeus aceitaram a proposta e declararam sua independência em 1948. 

O Estado judeu tem apenas 1/6 de 1% da extensão do que é conhecido como "mundo árabe". Os países árabes, no entanto, rejeitaram a proposta das Nações Unidas e desde então têm lutado contra Israel constantemente, através de conflitos militares abertos, de guerras de atrito e de ataques terroristas. 

Em 1948, as forças armadas de cinco nações árabes invadiram Israel numa tentativa de erradicá-lo. Jamal Husseini, do "Alto Comitê Árabe", falou por muitos árabes ao jurar "encharcar o solo de nossa amada nação com a última gota de nosso sangue".

2. A Organização pela Libertação da Palestina (OLP) foi fundada em 1964 – três anos antes de Israel controlar a Margem Ocidental do Jordão (a Cisjordânia) e Gaza. O propósito declarado da OLP era exterminar o Estado de Israel através da luta armada. Até hoje o site da Autoridade Palestina (AP) de Yasser Arafat afirma que toda a extensão de Israel é território "ocupado". É impossível conciliar essa posição com as declarações da OLP e da AP diante de audiências ocidentais, em que afirmam que a origem do conflito é a ocupação israelense da Margem Ocidental e de Gaza.

3. A Margem Ocidental e Gaza (controladas, respectivamente, pela Jordânia e pelo Egito de 1948 a 1967) passaram para o controle israelense durante a "Guerra dos Seis Dias" em 1967, que teve início quando o Egito fechou o Estreito de Tiran e os exércitos árabes ultrapassaram as fronteiras de Israel para invadir e tentar acabar com o Estado judeu. 

É importante destacar que durante os 19 anos em que exerceram domínio sobre aquela região, nem a Jordânia, nem o Egito fizeram qualquer esforço para estabelecer um Estado Palestino naquelas terras. Pouco antes das nações árabes iniciarem a guerra contra o Estado de Israel em 1967, Hafez Assad, o então ministro da Defesa da Síria (posteriormente presidente), declarou: "Agora nossas forças estão inteiramente preparadas... para iniciar a libertação e explodir a presença sionista em nossa pátria árabe... chegou a hora de iniciar a batalha de aniquilação". Na véspera da guerra de 1967, o presidente egípcio Gamal Nasser disse: "Nosso objetivo básico é a destruição de Israel".

4. Devido ao seu ódio por Israel, muitos líderes da causa palestina têm apoiado os inimigos dos EUA. O grão-mufti de Jerusalém aliou-se a Adolf Hitler durante a II Guerra Mundial. Yasser Arafat, líder da OLP e presidente da AP, repetidamente atacou e matou cidadãos americanos. Em 1973, Arafat ordenou a execução de Cleo Noel, o embaixador americano no Sudão. Sabe-se que durante a Guerra Fria Yasser Arafat tinha ligações muito fortes com a União Soviética e outros países inimigos dos Estados Unidos. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, Arafat uniu-se a Saddam Hussein, que declarou ser "o defensor da nação árabe, dos muçulmanos e de todos os homens livres".

5. Na verdade, Israel devolveu a maior parte das terras que invadiu durante a guerra de 1967. Logo após o término da guerra, Israel ofereceu a devolução de todo o território ocupado em troca de paz e de relações normais, mas sua oferta foi rejeitada. Como resultado dos acordos firmados em Camp David em 1978 – quando o Egito reconheceu o direito da existência de Israel e as relações diplomáticas foram estabelecidas entre os dois países – Israel devolveu o deserto do Sinai, uma região três vezes maior que o Estado de Israel e que representava 91% dos territórios tomados por Israel durante a guerra de 1967.

6. No ano 2000, durante as negociações por uma paz consistente e durável, Israel se dispôs a devolver a Yasser Arafat a maior parte dos territórios que ainda mantinha sob controle. Mas a proposta foi rejeitada quando o líder da OLP abandonou Camp David e deu início aos conflitos que perduram até hoje.

7. Arafat sempre deixou claro quais eram os seus planos – ao menos quando se expressava em árabe. No mesmo dia em que assinou os acordos de Oslo em 1993 – quando prometeu abdicar do terrorismo e reconhecer Israel – ele dirigiu-se ao povo palestino pela TV jordaniana, dizendo abertamente que havia dado o primeiro passo "do plano de 1974". Essa foi uma referência velada ao "plano de fases", segundo o qual qualquer obtenção territorial era aceitável como uma maneira de se atingir o alvo final: a destruição de Israel.

8. Faisal al-Husseini (recentemente falecido), um dos principais porta-vozes dos palestinos, declarou o mesmo em 2001, quando afirmou que a Margem Ocidental e Gaza representavam apenas "22% da Palestina" e que o processo de Oslo era um "cavalo de Tróia". Ele explicou: "Quando pedimos às forças e facções palestinas que vejam o acordo de Oslo e outros semelhantes como procedimentos ‘temporários’, ou objetivos de uma fase, queremos dizer que estamos enganando os judeus e preparando uma emboscada para eles". Ele acrescentou: "Nosso alvo é a libertação da Palestina desde o rio [Jordão] até o mar [Mediterrâneo]", ou seja, todo o território de Israel.

9. Até hoje, a facção Fatah da OLP (a ala "moderada" da organização, que foi fundada e é controlada pelo próprio Arafat) tem como emblema um mapa do território completo de Israel com a imagem de dois fuzis cruzados e uma granada sobrepostos a ele. Isso mostra que não são verdadeiras as afirmações de que Arafat deseja apenas a Margem Ocidental e Gaza.

10. Mesmo que críticas a Israel não sejam necessariamente sinais de "anti-semitismo", devemos lembrar que a imprensa do Oriente Médio está, sem dúvida, dominada por idéias anti-semitas. Há mais de 15 anos atrás, o erudito Bernard Lewis destacou: "A demonização dos judeus [na literatura árabe] vai muito além do que é apresentado na literatura ocidental, com exceção da Alemanha durante o nazismo". 

Desde que ele fez tal declaração, e durante todos esses anos de "processo de paz", as coisas somente pioraram. A maneira de retratar os judeus na mídia árabe é semelhante ao que se fazia na Alemanha nazista e os libelos de sangue da Idade Média – incluindo alegações de que os judeus usam o sangue de cristãos e muçulmanos para preparar sua comida típica durante os feriados religiosos – têm sido divulgados rotineiramente com destaque. 

Um exemplo foi um sermão transmitido pelo canal de TV da Autoridade Palestina, em que o xeque Ahmad Halabaya declarou: "Eles [os judeus] devem ser mortos e destroçados, como disse o todo-poderoso Alá: ‘Combata-os: Alá irá torturá-los através de suas mãos’. Não tenha piedade dos judeus, não importa onde eles estejam, em qualquer país. Combata-os, onde quer que você esteja. Quando encontrá-los, mate-os".

Mais de ¾ dos palestinos aprovam a ação dos homens-bomba suicidas – uma estatística aterradora, mas pouco surpreendente à luz do que relatamos neste artigo.

11. Mais de 3/4 dos palestinos aprovam a ação dos homens-bomba suicidas – uma estatística aterradora, mas pouco surpreendente à luz do que já relatamos.

O Estado de Israel

12. Existem 21 países árabes no Oriente Médio e apenas um Estado judeu: Israel, que também é a única democracia naquela região.

13. Israel é o único país daquela região que permite a cidadãos de todas as crenças praticarem sua religião livre e publicamente. Vinte por cento dos cidadãos israelenses não são judeus.

14. Enquanto os judeus não podem viver em muitos países árabes, em Israel os árabes têm garantida a cidadania israelense e o direito de votar. Eles também podem ser eleitos como membros do Knesset (o Parlamento de Israel). Na verdade, muitos árabes já foram democraticamente eleitos e desempenham suas funções parlamentares há anos. Os árabes que vivem em Israel têm mais direitos e mais liberdades que a maioria dos árabes que vivem nas nações árabes.

O Estado judeu tem apenas 1/6 de 1% da extensão do que é conhecido como "mundo árabe".

15. Israel é muito pequeno [tem aproximadamente o tamanho de Sergipe] e está cercado de nações que se opõem à sua existência. Algumas propostas de paz – incluindo a que foi feita recentemente pela Arábia Saudita – exigem a retirada de toda a Margem Ocidental, o que deixaria o território israelense com menos de 15,5 km de largura em seu ponto mais vulnerável.

16. A resolução 242 das Nações Unidas (aprovada depois da guerra de 1967) é muito citada, mas na verdade não requer a retirada completa de Israel da Margem Ocidental. Conforme explicou o especialista em Direito Eugene Rostow: "A resolução 242, que eu, como subsecretário de Estado encarregado de questões políticas entre 1966 e 1969, ajudei a produzir, requer que seja feita a paz entre ambas as partes. Ela permite que Israel administre os territórios que ocupou em 1967 até que seja alcançada ‘uma paz justa e duradoura no Oriente Médio’. Quando essa paz for alcançada, Israel deve retirar suas forças armadas ‘de’ territórios que ocupou durante a Guerra dos Seis Dias – ela não diz ‘dos’ territórios ou de ‘todos’ os territórios, mas de alguns deles".

O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Barak ofereceu quase todos os territórios em disputa a Arafat nas negociações em Camp David no ano 2000.

17. Israel, na verdade, já admitiu que os palestinos têm direitos legítimos de requerer os territórios em disputa e está disposto a negociar essa questão. Como já observamos, o primeiroministro israelense Ehud Barak ofereceu quase todos esses territórios a Arafat nas negociações em Camp David no ano 2000.

18. Apesar das alegações de que os assentamentos israelenses na Margem Ocidental são obstáculos para a paz, os judeus viveram ali durante séculos antes de serem massacrados ou expulsos pelos exércitos árabes invasores (em 1948-1949). Além disso, ao contrário da errônea idéia comumente aceita, os assentamentos israelenses – que perfazem menos de 2% dos territórios em questão – raras vezes desabrigaram habitantes palestinos.

19. A Margem Ocidental inclui alguns dos lugares mais importantes da história judaica. Entre eles estão Hebrom, Belém e Jericó. Na parte oriental de Jerusalém, muitas vezes chamada de "cidade árabe" ou "território ocupado", encontra-se o local mais sagrado do judaísmo [o Muro das Lamentações]. Enquanto esteve sob domínio dos árabes (entre 1948 e 1967), essa área era totalmente fechada para os judeus. Desde que Israel a controla, ela passou a ser acessível para pessoas de todas as religiões.

20. Por último, consideremos a exigência de que certos territórios do mundo muçulmano devem ser proibidos para os judeus. Ela equivale à proclamação de Hitler de que a Alemanha deveria ser "livre de judeus". Os árabes podem viver em liberdade e exercer sua cidadania sem restrições em qualquer parte de Israel. Por que os judeus devem ser proibidos de viver ou de possuir terras numa região como a Margem Ocidental, apenas porque a maioria dos que vivem ali são árabes?

Em suma, uma análise justa e equilibrada da situação no Oriente Médio revelará que apenas uma nação está bem acima das outras em seu respeito aos direitos humanos e à democracia, do mesmo modo que em seu compromisso com a paz e a segurança mútuas. Essa nação é Israel.

William J. Bennett foi secretário da Educação dos EUA no governo de Ronald Reagan e diretor do Escritório de Controle Nacional de Drogas na administração de George Bush.
Jack Kemp foi secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA, além de deputado durante 18 anos. Ele foi candidato a vice-presidente na chapa do senador Bob Dole em 1996.

Jeane Kirkpatrick é uma das maiores especialistas americanas em política mundial e questões internacionais. Ela foi membro do Conselho de Segurança Nacional no governo de Ronald Reagan. Durante os anos em que representou os EUA na ONU, ela teve grande influência na política externa americana e mundial.

Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, junho de 2002.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A PRESENÇA JUDAICA EM JERUSALÉM ATRAVÉS DAS ERAS

A presença judaica em Jerusalém através das eras

1. Considerações gerais

Jerusalém foi tanto a capital política quanto espiritual do povo judeu – a última, sem interrupção até o presente, através de bons e maus tempos.

1.1. A conexão entre o povo judeu e a cidade de Jerusalém é um dos fatos mais bem documentados da História mundial. 

Em fontes judaicas tradicionais, a palavra "Jerusalém" é mencionada mais de 600 vezes, pelo menos 140 vezes no Novo Testamento, mas nenhuma vez no Corão. 

Há uma referência no Corão (17:7) à destruição do Primeiro e do Segundo Templos, que ficavam em Jerusalém. Há também uma referência no Corão (34:13) ao rei Davi e ao seu filho, o rei Salomão, que construiu o Primeiro Templo em Jerusalém. 

No entanto, o Corão, que foi escrito há aproximadamente 1.400 anos, não menciona explicitamente a palavra "Jerusalém". Levando-se em consideração que a palavra "Jerusalém" já existia por 2.000 anos quando do advento do islã, essa omissão é significativa.

1.2. Jerusalém foi fundada pelo rei Davi na antiga cidade de Jebus há aproximadamente 3.300 anos atrás, quando ele a renomeou e lhe conferiu um caráter judaico. Jerusalém foi tanto a capital política quanto espiritual do povo judeu – a última, sem interrupção até o presente, através de bons e maus tempos.

1.3. Pelos últimos 3.300 anos, Jerusalém nunca foi a capital de nenhum outro povo, nem mesmo de árabes e muçulmanos, um fato significante levando-se em conta que a cidade foi conquistada por tantos povos diferentes.

2. Observações de algumas pessoas célebres sobre a conexão do povo judeu com Jerusalém

Além do Domo da Rocha, Jerusalém não tem qualquer significado mais importante para o islã (o Domo da Rocha foi construído sobre as ruínas do Primeiro e do Segundo Templos judeus).

2.1."Para um muçulmano", observou o escritor britânico Christopher Sykes, "há uma profunda diferença entre Jerusalém e Meca ou Medina. As últimas são cidades sagradas contendo locais sagrados". Além do Domo da Rocha, ressalta ele, Jerusalém não tem qualquer significado mais importante para o islã (o Domo da Rocha foi construído sobre as ruínas do Primeiro e do Segundo Templos judeus).

2.2. Sir Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico, disse à diplomata Evelyn Shuckburgh, em 1955: "Há de se deixar os judeus terem Jerusalém – foram eles que a tornaram famosa".

2.3. Sari Nusseibah, ex-representante da Autoridade Palestina em Jerusalém: "Seria cegueira negar a conexão judaica com Jerusalém".

3. Alguns registros da presença judaica em Jerusalém, de 705 d.C. a 1967 d.C.

• 705 d.C. – "Desde o tempo do califa Abdel-Malik em diante, os judeus estavam entre aqueles que guardavam os muros do Domo da Rocha. Por isso, eles não precisavam pagar o imposto cobrado de todos os não-muçulmanos. Os judeus eram encarregados de limpar o lixo da área haram (impura para muçulmanos)". Mujir al-din em seu livro History of Jerusalem and Hebron.

• 863 – "Essa é a data presumida da mudança da Yeshivat Eretz Israel de Tiberíades para Jerusalém, para que se tornasse a autoridade religiosa central de toda a região. O último dos Ga’ons (sábios) de Jerusalém foi Evyatar Ben Eliyahu Hacohen (1112)". Nathan Schur, History of Jerusalem.

• 1167 – "Duzentos desses judeus vivem em um canto da cidade, sob a Cidadela de Davi". Benjamin de Tudela em seu famoso livro Travels.

• 1395 – "Os judeus na Cidade Santa vivem em suas próprias áreas residenciais especiais". O viajante Ogier D’Anglure em Le Saint Voyage de Jerusalem.

• 1499 – "Dentre os inúmeros judeus em Jerusalém, eu encontrei diversos nativos da Lombardia, três da Alemanha e dois monges que se converteram ao judaísmo". Diário de viagem de Arnold von Harff, Die Pilgerfahrt I.

• 1546/47 – "Muitos judeus moram em Jerusalém e há uma rua especial dos judeus". Ulrich Prefat da Eslovênia em suas crônicas.
• 1611 – "E nessa Terra, eles [os judeus] vivem como estrangeiros... sujeitos a toda opressão e privação, que eles suportam com paciência incompreensível, desprezados e combalidos. Apesar de tudo isso, eu nunca vi um judeu com raiva em seu rosto". George Sandys, filho do arcebispo de York, em Travails.

• 1751 – "Quatro mil pessoas chegam por ano junto com um número semelhante de judeus que vêm de todos os cantos do mundo". O viajante sueco Frederick Hasselquist em Voyages and Travels in the Levant.

• 1860 – Primeiro bairro judeu construído fora dos muros de Jerusalém.
• 1889 – "Trinta mil das 40.000 pessoas em Jerusalém são judeus... no momento, os judeus estão vindo para cá às centenas". The Pittsburgh Dispatch, 15 de julho de 1889.
• 1925 – Universidade Hebraica inaugurada no Monte Scopus, Jerusalém.

• 1967 – Árabes derrotados em sua nova guerra contra Israel – a "Guerra dos Seis Dias". Jerusalém reunificada. Muro das Lamentações e Monte do Templo liberados.

4. O respeito de Israel pelos locais de adoração de todas as religiões

Com exceção do período de 1948 a 1967, Jerusalém nunca foi uma cidade fisicamente dividida. Em 1948, a Legião Árabe Jordaniana, sob o comando de Glubb Pasha (na realidade John Bagot Glubb, um inglês) invadiu e controlou, até 1967, a área que hoje é conhecida como a parte oriental de Jerusalém. Isso incluía a murada Cidade Antiga. Os jordanianos, então, expulsaram todos os judeus e tornaram a antiga Cidade de Jerusalém judenrein ("limpa dos judeus", em alemão). Sob o controle jordaniano, ocorreu o seguinte:

• Cinqüenta e oito sinagogas no antigo Bairro Judeu – algumas construídas há muitos séculos – foram destruídas e profanadas. Os jordanianos transformaram algumas delas em estábulos e galinheiros.

• A Legião Árabe Jordaniana profanou o antigo cemitério judeu, existente há mais de 2.500 anos no Monte das Oliveiras. Uma estrada foi construída através do velho cemitério para ligar o Hotel Intercontinental a uma rodovia. A Legião Árabe Jordaniana usou lápides de destacados rabinos como calçamento e na construção de latrinas.

• Apesar do acordado no Armistício de 1949 entre Israel e a Jordânia, que permitia a visita de judeus a seus lugares sagrados, os jordanianos proibiram os judeus de visitarem o Muro Ocidental (Muro das Lamentações) na Cidade Antiga ou o antigo cemitério judeu no Monte das Oliveiras. A Universidade Hebraica no Monte Scopus e o Hospital Hadassah ficaram totalmente isolados e foram reduzidos a ruínas.

• Apesar do flagrante e completo desrespeito da Jordânia pelos lugares sagrados judeus, a ONU nunca aprovou sequer uma resolução denunciando o fato. Compare isso à gama de resoluções da ONU contra Israel.

Em contraste, o tratamento que Israel deu a todos os locais sagrados em Jerusalém e cercanias desde 1967 tem sido exemplar. O ex-presidente americano Jimmy Carter disse "não haver dúvida" de que Israel foi mais competente em salvaguardar os locais sagrados da cidade que a Jordânia.

5. A população de Jerusalém

Muitos não têm consciência de que, desde aproximadamente 1840, os judeus têm constituído a maioria da população de Jerusalém.

Ano
Judeus
Muçulmanos
Cristãos
Total
1844
7.120
5.000
3.390
15.510
1876
12.000
7.560
5.470
25.030
1896
28.112
8.560
8.748
45.420
1922
33.971
13.411
4.699
52.081
1931
51.222
19.894
19.335
90.451
1948
100.000
40.000
25.000
165.000
1967
195.700
54.963
12.646
263.309
1987
340.000
121.000
14.000
475.000
1990
378.200
131.800
14.400
524.400
2000
530.400
204.100
14.700
749.200

6. Conclusão

Quando o povo judeu defende Jerusalém como sua Cidade Eterna, ele se baseia em numerosas e sólidas evidências históricas. Nenhum outro povo pode demonstrar ligações tão fortes com Jerusalém quanto o povo judeu: a ligação judaica com a Cidade Santa é a mais longa e ininterrupta. Jerusalém é o – único – centro espiritual do judaísmo. 

Em toda a sua longa história, Jerusalém apenas foi a capital de um único povo: o povo judeu. Os judeus têm constituído a maioria de sua população nos últimos 160 anos. E, o que é de suma importância para a comunidade internacional: Israel tem, de longe, o melhor histórico de proteção dos lugares santos de todas as religiões – em Jerusalém eles recebem o respeito que merecem. Pela lógica, Jerusalém é a capital do Estado de Israel e todas as pessoas sinceras e de boa fé devem reconhecer esse fato.

Fontes:
  • Bard, Mitchell G., Myths and Facts: A Guide to the Arab-Israeli Conflict, American Israeli Cooperative Enterprise Inc., 2002.
  • Ben Gad, Yitschak, Politics, Lies and Videotape, Shapolsky Publishers, Inc., New York, 1991.
  • Cohen, Saul B., Jerusalem: Bridging the Four Walls, Herzyl Press, New York, 1977.
  • Gilbert, Martin, Jerusalem in the Twentieth Century, Chatto and Windus Ltd., London, 1996.
  • Tal, Eliyahu, Whose Jerusalem, International Forum for a United Jerusalem, Tel Aviv, 1994.
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, outubro de 2003.

A "VERDADE" DA BOCA DOS PEQUENINOS

A "verdade" da boca dos pequeninos
 
A pedagogia do ódio 

Se você quiser saber qual é a verdadeira essência do conflito entre palestinos e israelenses, não pergunte aos políticos ou aos diplomatas. Vá falar com os especialistas: as crianças palestinas. 
 

Crianças palestinas: dispostas a sacrificar suas vidas pela destruição de Israel.

Diferentemente do que ocorre na maior parte do mundo, as crianças palestinas prestaram muita atenção ao que seus líderes e mestres lhes ensinaram – e estão dispostas a colocar em prática tudo o que aprenderam. Por exemplo, crianças palestinas entrevistadas pela TV palestina declararam com toda a clareza e sem demonstrar a menor dúvida: que Israel não tem direito de existir, que seu alvo e razão de viver é a destruição de Israel e que estão dispostas a sacrificar suas vidas para expulsar todos os israelenses.

"Eles (os judeus) vieram para roubar a Palestina de nós; isto é, Tel Aviv, Yaffo, Haifa, Acco, Ramla. Todas essas cidades pertencem à Palestina", explicou um adolescente entrevistado. Suas palavras refletem os efeitos de muitos anos do doutrinamento realizado pela Autoridade Palestina (AP). "Nós esperamos, esperamos, esperamos, e eu insisto que as nações árabes e os países estrangeiros, todos os países do mundo, apoiarão os palestinos no esforço para expulsar os israelenses... Precisamos afugentar todos os israelenses da Palestina... pois os judeus vieram da Holanda, da América, do Irã."

As crianças enfatizam sua determinação de continuar lutando, geração após geração, "até que a Palestina esteja liberta". Além disso, elas não têm medo de morrer nessa luta, pois ela é "shahada" – morte por Alá. "Mesmo que todas as crianças palestinas, todos os jovens palestinos, as mulheres palestinas e os homens palestinos morram, nós não capitularemos!"

Nada disso surpreende aqueles que prestam atenção ao que é ensinado na TV e no sistema educacional palestino. Nos livros escolares da AP, Israel não aparece nos mapas da região. Seus historiadores negam a história de Israel e seu direito à existência. Os professores de todos os níveis ensinam que Israel é um implante estrangeiro e colonialista na região. 

Apesar das declarações em contrário, os livros editados pela AP continuam deslegitimizando e menosprezando Israel, dizendo tratar-se de um dominador estrangeiro: "A Palestina sofreu a ocupação britânica após a Primeira Guerra Mundial e a ocupação israelense a partir de 1948".[1]

Às crianças é ensinado que Israel é parte (do Estado) da "Palestina": "Entre as famosas montanhas no Sul da Palestina estão as de Beersheva e do Neguev". Acerca dos mananciais de água "palestinos" as crianças aprendem: "O mais importante é o lago de Genesaré..."[2]
Mensagens com esse teor, que tiram a legitimidade de Israel, foram confirmadas pelo primeiro-ministro Ahmed Qorei. Existem gravações de seus discursos em que rejeita a idéia de Israel como Estado judeu. "O presidente Bush afirmou que Israel é um país judeu, o que é motivo de preocupação. Isso não deveria ter sido dito."[3]

Historiadores ligados à AP aparecem com freqüência na TV educativa para reforçar essa mensagem. Recentemente, o historiador e moderador Dr. Isam Sisalem confirmou uma vez mais o que já havia afirmado em muitos outros programas: "Os judeus não têm história nem vínculo algum com esta terra. Eles não são nada mais que um ‘tumor cancerígeno’ implantado pelos britânicos para controlar o Oriente Médio". 

No mesmo programa educativo, outro historiador relembrou a tristemente célebre falsificação anti-semita "Os Protocolos dos Sábios de Sião", que descreveu como um dos pilares do primeiro Congresso Sionista de 1897: "No Congresso da Basiléia, o Movimento Sionista começou a planejar a exploração do jogo de poder na Europa e no Oriente Médio", disse o Dr. Riad Al-Astal, docente em História da Universidade Al-Azhar em Gaza.

Portanto, quando as crianças palestinas dizem na TV que querem destruir Israel para libertar "Tel Aviv, Yaffo, Haifa, Acco e Ramla" e que desejam expulsar os judeus, estamos vendo que elas repetem com exatidão a mensagem que lhes foi incutida pela AP.

É alarmante constatar como os anos de doutrinamento anti-israelense foram eficientes. A juventude palestina aprendeu: os judeus não possuem qualquer vínculo com Israel, este país não tem direito à existência e o alvo supremo da próxima geração é eliminar Israel, mesmo que isso custe sua vida.

A essência do conflito é o direito de existência de Israel – e não uma questão de fronteiras, de territórios ou de refugiados. Negociações de paz que não alterem o sistema educacional palestino e que não impeçam o doutrinamento continuarão funcionando apenas no papel e estarão, de antemão, condenadas ao fracasso. Os alunos palestinos já aprenderam isso. Nós é que, provavelmente, teremos de repetir o ano. 

(Itamar Marcus e Barbara Crook - Palestinian Media Watch - http://www.beth-shalom.com.br)
  1. Educação Nacional, 6ª série, p. 16.
  2. Nossa Bela Língua, 6ª série, parte A, p. 64; Educação Nacional, 6ª série, pp. 9-10.
  3. Al-Nahar Líbano e Al-Hayat al-Jadida, 15/06/2003.
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, abril de 2004.

A HITÓRIA DA TERRA SANTA

A História da Terra Santa

Da promessa até o cativeiro

2126 a.C. - Deus chama Abrão para a terra de Canaã (Gn 12.1-3).
1913 a.C. - Deus estabelece uma aliança incondicional com Abraão e revela-lhe os limites da terra prometida a ele e aos seus descendentes para sempre (Gn 15).
1800 a.C. - Deus confirma a aliança abraâmica com Isaque (Gn 26.1-5).
1760 a.C. - Deus confirma a aliança com Jacó (Gn 28.13-15).
Egito

1728 a.C. - José é vendido como escravo no Egito (Gn 37.36).
1706 a.C. - Jacó (agora chamado Israel, Gn 32.28) e seus filhos mudam-se para o Egito (Gn 46.1-26).
1446 a.C. - O êxodo do Egito (Êx 14).
1406 a.C. - Início da conquista israelita de Canaã.
1375 a.C. - Começa o período dos juízes.
1050-930 a.C. - O reino unido (Saul, Davi e Salomão). Em 1000 a.C., Davi conquista Jerusalém e a torna a capital de Israel.
930-732 a.C. - O reino dividido (Norte = Israel; Sul = Judá). Jerusalém é a capital de Judá.
722 a.C. - A Assíria conquista o Reino do Norte (Israel).
605-586 a.C. - A Babilônia conquista o Reino do Sul (Judá) e destrói o Templo de Salomão. Início do cativeiro babilônico.

Do retorno até Herodes, o Grande

539 a.C. - Queda da Babilônia diante da Média-Pérsia (Dn 5).
538 a.C. - Ciro, o rei persa, permite o retorno dos judeus à sua terra (Esdras 1).
537 a.C. - Judeus retornam a Jerusalém sob Zorobabel.
Maquete do segundo templo

516 a.C. - A reconstrução do Segundo Templo é concluída.
458 a.C. - Nova leva de judeus retorna a Israel sob Esdras.
445 a.C. - Artaxerxes I envia Neemias a Jerusalém para reconstruir os muros (Ne 2).
430 a.C. - Malaquias, a última voz profética; depois dele, 400 anos de "silêncio".
333 a.C. - Alexandre, o Grande, conquista a Pérsia, iniciando o período helenístico (grego).
323 a.C. - Morre Alexandre, o Grande. Seu reino é dividido entre seus quatro generais (Ptolomeu, Seleuco, Cassandro e Lisímaco).
167 a.C. - Antíoco IV (Epifânio) profana o Templo.
165 a.C. - Judas Macabeu lidera a revolta contra Antíoco, purifica o Templo e restabelece a independência sob a dinastia hasmoneana.
63 a.C. - O general romano Pompeu entra em Jerusalém, pondo fim à independência judaica; Júlio César é assassinado.
37 a.C. - Os romanos apontam Herodes, o Grande, como "rei dos judeus" e outorgam-lhe autoridade sobre a Judéia, Samaria e Galiléa.

De Herodes até Maomé

20 a.C. - Herodes inicia a reconstrução do Templo.
6-5 a.C. - Jesus nasce em Belém.
4 a.C. - Morre Herodes; César Augusto divide o território: Arquelau recebe a Judéia, Herodes Antipas, a Galiléia e Filipe, a Ituréia e Traconites (Nordeste da Galiléia – Lc 3.1).
26-36 d.C. - Pôncio Pilatos governa a Judéia.
30 d.C. - Jesus, o Messias, é crucificado, ressuscita dentre os mortos e ascende ao céu. Começa a era da Igreja no Dia de Pentecostes (Shavuot).
Massada

66-73 d.C. - Primeira insurreição judaica. Os romanos destróem Jerusalém e o Templo (70 d.C.), e atacam Massada, onde 960 judeus preferem cometer suicídio a se renderem (73 d.C.).
132-135 d.C. - Segunda insurreição judaica. O imperador Adriano reconstrói Jerusalém como uma cidade pagã e a denomina Aelia Capitolina. Rabbi Akiva lidera a rebelião e proclama como messias o líder militar Simon Bar Kochba. O povo judeu, que não tinha acesso apenas a Jerusalém, é disperso por toda a terra. Roma renomeia Judá, Samaria e Galiléia de Siria Palaestina, conhecida mais tarde como Palestina.
200 d.C. - Muitos judeus dispersos retornam.
312-313 d.C. - O imperador Constantino abraça o cristianismo.
330 d.C. - Constantino muda-se para Bizâncio, e dá-lhe o nome de Constantinopla (hoje Istambul, Turquia), mantendo o controle sobre a Palestina.
570 d.C. - Muhammad ibn Abd Allah [Maomé] nasce em Meca (Arábia Saudita).

De Maomé aos turcos otomanos

610 - Maomé declara que o anjo Gabriel mostrou-lhe uma tabuinha determinando que ele se tornaria um mensageiro de Deus [Alá]. Daí até sua morte ele passou a ter "visões". Assim começou a religião muçulmana, o islamismo, que significa "submissão a Alá".

622 - Maomé foge de Meca para Yathrib (que passou a ser chamada de Medina = Cidade do Profeta). Sua retirada é conhecida como Hégira ("hijrah", em árabe = emigração). O calendário muçulmano começa nessa data – 1 d.H. (primeiro ano depois da Hégira).
630 - Os árabes omíadas tornam-se os primeiros muçulmanos presentes em Jerusalém.
632 - Morre Maomé.
639-661 - Governo árabe muçulmano. Apenas neste período de 22 anos a Terra Santa foi governada pelos árabes – mesmo então, como parte de um grande império.
661-1099 - Muçulmanos governam a Palestina. No entanto, não se trata de árabes, e sim dos abássidas, vindos de Bagdá, dos fatímidas, procedentes do Cairo, e dos seljúcidas, da Turquia.
Cruzadas

1099-1187 - As cruzadas católicas, sob o papa Urbano II, conquistam Jerusalém e massacram judeus e muçulmanos.
1187 - Saladino, um muçulmano curdo de Damasco, recaptura Jerusalém e grande parte da Palestina.
1244-1303 - Os mongóis da Ásia destituem a dinastia de Saladino. Os mamelucos muçulmanos e os mongóis lutam pelo poder. A presença dos cruzados termina em 1291 d.C.
1513-1517 - Os muçulmanos turco-otomanos conquistam a Palestina.

Dos turcos otomanos até os britânicos

1517 - Os muçulmanos turco-otomanos governam a Palestina como parte de seu império.
1840 - Governo turco completamente restaurado. Líderes ingleses começam a discutir a possibilidade de restabelecer o povo judeu em sua própria terra.
1822 - Judeus fazem aliyah (imigração) da Romênia para a Palestina.
1890-1891 - Uma grande massa de judeus proveniente da Rússia desembarca em Israel.
1894-1895 - Na França, o capitão Alfred Dreyfus é condenado por espionagem, em meio a um feroz anti-semitismo.
1896 - Theodor Herzl escreve Der Judenstaat ("O Estado Judeu").
1897 - O Primeiro Congresso Sionista, convocado por Herzl, é realizado em Basiléia (Suíça). Mais de 200 participantes, de 17 países, criaram a Organização Sionista Mundial, que buscava "estabelecer uma pátria para o povo judeu em Eretz-Israel (a terra de Israel), assegurada pela lei". O Congresso Sionista se reuniu todos os anos, de 1897 a 1901, e desde então se reúne a cada dois anos, até os dias de hoje.
1901 - O Congresso Sionista criou o Fundo Nacional Judaico (FNJ), destinado a levantar recursos para a aquisição de terras em Eretz Israel. O FNJ é o maior proprietário de terras em Israel (12,5% do território), tendo adquirido mais da metade dessa extensão antes do estabelecimento da nação.
1904 - Segunda onda de imigração de judeus, provenientes principalmente da Rússia e da Polônia.
1906 - A primeira escola judaica de ensino médio é fundada em Haifa e uma escola de artes é fundada em Jerusalém.
1908-1914 - Segunda aliyah de judeus vindos do Iêmen.
1909 - Tel Aviv, a primeira cidade totalmente judaica, é fundada na Palestina.
1910 - Fundação do kibbutz Degania.
1914-1918 - Primeira Guerra Mundial.
1917 - O general britânico Edmund Allenby conquista a Palestina, a leste e a oeste do Jordão, pondo fim ao domínio otomano. Em novembro, os britânicos publicam a Declaração Balfour, apoiando o estabelecimento de "uma pátria para os judeus".
1920 - A Liga das Nações dá aos britânicos um mandato sobre a Palestina, com ordens de implementação da Declaração Balfour. 

Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, maio de 2003.